domingo, 21 de julho de 2013

Amanhã...tomar um café e lembrar dos amigos...

 
Minha avó já dizia..." Burro velho não pega trote!"
Pois então... eu estava aqui pensando...quase meia noite e vi agora pouco no Face que é dia do amigo. E tem gente que tem muitos amigos.
Destes que a gente encontra de vez em quando, para beber alguma coisa, conversar, rir um pouco, falar da vida, ir ao cinema junto e comentar sobre o filme, falar abobrinha, contar os planos...enfim...( ou será que é só literatura?...rs). Amigos não caem do céu, de repente. Vem do trabalho, da escola ou das proximidades...sim, são os que se aproximaram e assim ficaram. Amigo lembra abraço e, para isto precisamos estar próximos de vez em quando.

Bem, eu sou uma mulher comum e tive alguns poucos e bons amigos... tenho ou tive, nem sei... porque na verdade a vida de gente como eu foi passando e cheia de coisas pra fazer, um trabalho dentro de casa e o da cerâmica que ocupou quase o tempo todo, e os amigos foram ficando distantes,seja pela distância fisica, seja por falta de tempo ou pela ausência do hábito de conviver...
Pena isto. Acontece com muita gente, esta solidão que a gente aceita como parte da vida.
   Hoje, depois de 17 anos volto para São Paulo, mas não me aventuro a sair por aí de carro, sozinha, para rever os poucos amigos que sobraram. E sempre penso que eles estão ocupados, tem sua vida para cuidar, o que diríamos um ao outro? Sim, amizade é algo que se deve cultivar, para ser natural e não ser sentida como uma "interferência"... interferir no que mesmo? Nos hábitos solitários ou exclusivistas de cada um.
  Na verdade, o que estava pensando é que, apesar do meu jeito mais introspectivo, da total falta de hábitos sociais, bem que hoje gostaria de ter criado o hábito do encontro com um amigo ou amiga, daqueles por quem a gente sente carinho especial, afinidades, e com quem se sente muito à vontade. Ah! pelo menos uma vez por mes, ir a um cinema ou ir apenas tomar um café, jogar baralho, conversar, sorrir um pouco... sair do meu cantinho, que eu adoro, é claro, mas que ainda estaria aqui quando eu voltasse.
...Mas, burro velho não pega trote. E não tenho este hábito de sair por aí, só por sair...

Amanhã, contudo, vou sair... mesmo sozinha..aqui pertinho, num café. Vou sentar-me lá... E fazer o quê???
Talvez eu leve meu kindle que comprei recentemente. Fico lá por alguns minutos. Vou lembrar do meu amigo Antonio Carlos, com quem uma hora de papo passava tão depressa e sempre guardávamos algo a dizer, para a próxima vez. E vou me lembrar de cada uma das amigas ou amigos que eu bem gostaria de ter ali do meu lado para conversar um pouco! Um de cada vez, claro! ou no máximo 4, para que a conversa pudesse ser mais íntima, olhos nos olhos, todos realmente interessados um no outro e nas coisas que tivéssemos a contar. Vou saborear meu café delicioso, caminhar pela sombra das árvores da rua onde moro e feliz por estar viva e nesta maravilhosa condição que me proporciona optar por este prazer!
   Ainda bem que a internet e os emails nos aproximam dos amigos que a gente quer bem.
 


terça-feira, 16 de julho de 2013

A visão de um artista...

 
  Eu também sonhei que tive uma visão. Ela me olhou de frente, olhos nos olhos, e me deu a mão.
Então me tomou em seus braços e me senti pequena, confortável e segura. Depois transformou-se numa ave com asas quebradas. Em seguida chorou, e fui eu que a abracei. E ela se tornou pequena, confortável e segura. Cuidamos uma da outra até que ela cresceu, e cresceu, frente a meu olhar. E eu a vi transformar-se numa ave formosa que voou, lá para o horizonte onde um arco-íris meio apagado tentava brilhar. Quando ela pousou nele, suas cores ficaram fortes e reais.
  Ainda tenho a visão desta ave quando me sinto triste ou ameaçada no que sou. É apenas uma visão, mas posso vê-la quando preciso me sentir bela e viva como as cores do arco-íris. E lembro de abraçá-la quando temo que tenha se machucado. Lembro-me dela também nos momentos em que estou muito feliz.
  Voltei a rir de mim mesma por me encontrar assim, num episódio melodramático, em que tristeza e beleza coexistem, como antes na literatura romântica.
    Embora sinta uma tristeza imensa por saber que não passa de uma visão, e me pergunte por que eu tive aquele sonho, reconheço que o mundo ficou melhor depois disto.
   Não, com certeza para alguns, não é proibido sonhar...
Texto e foto: Vera Alvarenga
Inspiração... a vida e Manoel de Barros.

"Aprendi que o artista não vê apenas. Ele tem visões. A visão vem acompanhada de loucuras, de coisinhas à toa, de fantasias, de peraltagens. Eu vejo pouco. Uso mais ter visões. Nas visões vêm as imagens, todas as transfigurações. O poeta humaniza as coisas, o tempo, o vento. As coisas, como estão no mundo, de tanto vê-las nos dão tédio. Temos que arrumar novos comportamentos para as coisas. E a visão nos socorre desse mesmal."
 - Manoel de Barros




segunda-feira, 15 de julho de 2013

Sentimentos...

 
 Ingenuidade é algo que me faz assustar-me, quando olho no espelho!
  É algo que não combina com o passar dos anos, mas sim, com o jeito de ser de cada um. Melhor seria talvez pensar que é apenas um modo de sentir que me arrebata e tem força, e preenche tudo por dentro e transborda, e ao mesmo tempo tem a simplicidade da crença...apenas é assim.
  Se a ingenuidade não é realidade do mundo, é  realidade do ser. É um modo de sentir. E porque a conheço, respeito aquele que é uma incógnita. Não vejo apenas o que está na sua cara! Como em minhas terras, ele pode ter aquelas flores que nasceram à beira do lago e quisemos que permanecessem ali. Por isto penso que só sei de mim. De meus momentos de alegria, de meus momentos de saudade, de meus desejos, minhas vontades. E estes, para mim mesma não traduzo em palavras, porque basta sentí-los. Já são fortes o suficiente. Tão forte, que às vezes penso que não vou aguentar, que seria melhor não sentir a vida assim com tanta sensibilidade. Mas aguento.
  De uma forma ou outra, a gente sempre acha um jeito de controlar isto tudo que está apenas ao alcance de nosso olhar, porque pertence a uma terra só nossa, é água em uma represa que desce em cachoeira até se transformar em uma corredeira mansa, lá onde outros a podem ver. Posso ver minha imagem refletida nela. Apenas imagino a sua. E, se a gente se afasta, ainda ouve o suave barulhinho que nos faz enfim, relaxar... aquele som é um sinal de que há vida naquele que não se transformou, ainda, em deserto.

  E, por isto, gosto das palavras, porque elas quando trocadas, sussurradas ou confessadas, são o único modo de se saber dos sentimentos de uma pessoa, quando não considerarmos os gestos.
  Quanto sentimento tem por trás de cada rosto, ou de cada gesto e cada olhar teu? Não sei, a menos que me digas.
  Por isto gosto das palavras. E as tuas? bebo-as, por vezes, para matar minha sede, imaginando que tem a mesma simplicidade dos sentimentos genuínos...como são os meus, que nasceram como aquela flor à beira do lago... e eu as deixo ficar...
Texto e foto: Vera Alvarenga

domingo, 14 de julho de 2013

Ela e eu....

 





Hoje te abraço como aquela mãe, que não percebia a presença da filha ao seu lado, porque com ela sentia-se uma, e não viu o tempo passar...


Mas o tempo passou...




Hoje te abraço, e compreendo,
e sei que eras a melhor parte de mim.
Tu e eu somos ainda a mesma coisa,
nos confundimos, nos pertencemos,
nos traímos, nos encantamos, nos escondemos...
Combinamos com a Natureza,
o tempo passa por nós
e deixa suas marcas,
mas ainda me perfumo de ti
quando estou no jardim
ou ouço um passarinho cantar...


Hoje sou assim, só presente
mesmo estando um pouco ausente de mim...

Texto e fotos: Vera Alvarenga






quarta-feira, 10 de julho de 2013

Palavras...

 
 Ah...estou pensando nas palavras...novamente as palavras...
  Elas me perseguem ou eu a elas? Não sei. Já gostei tanto delas e hoje as esqueço tão facilmente. E já não as compreendo como antes. Para mim, hoje, não fazem o sentido do que é apenas verdade, como quando eu acreditava nelas sem desconfiar que um dia, modernamente, seriam usadas apenas como figuras. Figuras socializadas, de linguagem, modo de falar, não foi o que se quis dizer... Mas a verdade, não pode mesmo ser dita apenas em palavras, é preciso o gesto! Então, tudo bem.
  Ah... mas elas tem peso. As que me chegaram agora são como plumas, como uma pena que alguém passou suavemente em meu rosto para me acariciar, para brincar comigo. Então, era quase um gesto! E quase não acreditei nelas, porque não tenho o hábito de vê-las daquele modo, ajuntadas talvez até sem nenhuma grande intenção, eu sei, mas arrumadas daquela maneira e dirigidas só para mim, num pedaço branco do que antigamente seria uma folha de papel para um bilhete.
  Há palavras pesadas. Estas eram leves. Ah...Se pudéssemos nos construir por muito mais palavras assim leves e claras e cheias de boa semente... seria tão melhor! Nenhuma flor jamais murcharia triste por ter um fim. Todos, nós e elas, saberíamos nosso valor e apenas cumpriríamos nossa missão, nosso plano de vida e simplesmente deixaríamos lugar para o que viria depois. Há olhares que ferem, mesmo sem palavras. Há olhares que já feriram por falta de compromisso e agora já não ferem mais porque se acomodaram na grande verdade da vida e sabem finalmente, que não deveriam ter sido tão duros.
  E há olhares que não nos tocam verdadeiramente "só" porque não estão ali. Apenas os intuímos, imaginamos, quase podemos senti-los. Eles vem com palavras que nos fazem bem e precisamos aprender a recebê-los, sem cerimônia, sem modéstia, sem nos preocuparmos muito com a intenção. Apenas recebê-los como o carinho que são. E como fazem bem!
Texto Vera Alvarenga
Foto retirada do Google imagens 

quarta-feira, 26 de junho de 2013

De vez em quando, ela dançava até cansar...

 
  De vez em quando, cambaleava, arrastando asas emboloradas que pesavam, às vezes, como chumbo.
  Os olhos,vermelhos, porque tinha chorado, mas ninguém percebeu.Poucas lágrimas, porque nunca mais chorou desesperadamente, isto era para as jovens e ela, já não o era.  Eram lágrimas tristes, lágrimas de lembrar sentimentos fortes... depois, algumas lágrimas doces, que lhe vieram lembrar que tudo um dia acaba, morre, se transforma, ou não se pode alcançar (se o desejo de preservar é solitário, se a crença não é a mesma).

  Como são felizes aqueles que amam, tão pura e inocentemente que não veem mais do que aquilo que se harmoniza com seu desejo de amar! E para eles o tempo pára, tudo é possível e nada falta!
  Naquele tempo não havia saudade, nem havia futuro, nem tempo para deter-se nas pequenas frustrações que começavam a acumular-se em algum lugar que ela mesma não tinha noção de onde era, nem de seu poder, mas descobriria um dia que tinham ficado lá e formaram um muro...
  Agora, ela ia devagar... tinha as mãos feridas porque tentou quebrar o muro. Conseguiu, mas agora seguiam por caminhos paralelos que já não tinham tantas flores, nem sol. Seguiam na sombra das árvores, no solo de barro úmido e um tanto frio, onde nascia apenas relva macia mas pouco densa, e onde havia pedras. Era um mundo real, tanto quanto fora o outro quando ela caminhava nas nuvens mesmo ao fincar pés no chão!
  Agora, de vez em quando ela via uma réstia de luz, e olhava para o céu azul. E então pensava que não haveria limites para quem não desistisse de sonhar, e se animava, e quase voltava a sentir aquela mesma alegria que sentem os que vivem apenas no presente porque lá está tudo de que precisam... e então seu entusiasmo começava a brotar de dentro de seu ser. Ela queria compartilhar... e estendia suas mãos, e sorria timidamente, e em seu rosto havia um quê de pedinte, de quem espera apenas um sinal em resposta para que toda a transformação pudesse se dar...ah, morava ainda em seu corpo aquela fada que ainda se sentia daquela maneira! onde estaria o desejo de amor que nos põe asas? certamente, onde Deus colocou, e na lembrança dos que amaram apaixonadamente. Ah...se o outro permitisse que ela reencontrasse aquela leveza...e às vezes ela lutava e se debatia com a loucura de gestos desencontrados que inconformados querem salvar do naufrágio o tesouro que possuem.
  Tentativa vã. Então ela sabia que não ia mais voar. Não era apenas o corpo que queria amar, era a alma. Por que carregar pedras eternamente se é possível, de vez em quando, voar verdadeiramente? E ela sabia como era bom.
   Havia o caminho, e caminhar ali era dificil, e dava trabalho, mas ainda caminhavam juntos.
 ... Algumas noites, porém, ela se retirava para uma clareira, e lá, sózinha ouvia música... e  às vezes dançava, e dançava... até se cansar. E então dormia pesadamente. No dia seguinte, havia mais caminho para seguir, e com sorte, quem sabe o sol lhe secasse as asas...

Musica: Bandolins -Oswaldo Montenegro
Texto e foto: Vera Alvarenga    

terça-feira, 25 de junho de 2013

Eu também odeio passeata quando tem confusão, mas estou aqui!

Eu também odeio passeata quando tem baderna, e estou aqui!
Sou uma pessoa normalmente calma e pacífica(exceção quando alguém mexia com meus filhos!).
 Não, não sou alienada, preguiçosa, ao contrário, sempre cumpri com meus deveres, sempre fui muito séria e responsável, desde criança, acho que é coisa de berço, mas nunca fui de participar de passeatas e, pelo meu modo de ser e tipo de sensibilidade, achava sempre melhor fazer a minha parte para cooperar com o todo e continuar com esperança. Tenho a mania de acreditar que, se cada um fizer sua parte ( ou fizesse, no caso dos políticos deste maravilhoso país), todos poderíamos ter direitos respeitados, inclusive o de ficar curtindo a família ao invés de ir às ruas reclamar pelo que outros deixaram de fazer.  Deixava sim, os protestos veementes para quem tem mais jeito para isto e pensava que estas pessoas tem mais ferramentas para fazerem um protesto alcançar seu fim. Eu tenho também minhas ferramentas para outras coisas terem êxito. Cada macaco no seu galho, ué! Mas, paciência tem limite, amor e esperança acabam se não forem alimentados...
http://www.pontodopowerpoint.com/2013/06/o-povo-acordou.html
Parabéns Yolanda pelo post, e Dea Maia pela arte digital!

 Parabéns Boechat ! É isto mesmo, NÃO AGUENTO MAIS é o grito para quem esteve tanto tempo em paz e viu esperanças frustradas!!
" Eu Odeio passeata, estou aqui" - era um dos cartazes!!
 Tentar adaptar-se e preservar a paz, não pode ser para sempre, se o fato de calar leva o outro ao abuso. Às vezes é preciso gritar, falar, mostrar que estarmos caladas não era por covardia ou ignorância, era até por idealismo,heroísmo ou esperança que foram frustradas. Então, também estou aqui!
Por que ainda precisamos gritar para conseguir respeito e viver em paz com dignidade? E ainda disseram que não havia um objetivo claro a definir a razão do protesto????
   O objetivo é sempre o mesmo quando se trata de lutar contra DOMINADORES ABUSIVOS : 
  - RESPEITO E DIGNIDADE!

Assim, quando mulheres pacíficas saem às ruas ou participam à sua maneira do protesto, é porque estão cansadas, indignadas!


Se quiséssemos USAR DO PODER para DESTRUIR, ou ABUSAR, seríamos iguais aos que superfaturam as obras públicas ou a todos os que ABUSAM dos que são generosos e querem apenas viver em paz, cumprindo com suas obrigações. Não! Não somos baderneiras, ou contestadoras  estamos "cobrando" apenas o que nos cabe por direito, como uma mulher COBRA de seu homem o respeito que a ela é devido! E é o homem covarde e dominador que vem com aquela história de que NÃO DEVEMOS "COBRAR" , porque eles sim, são comodistas e querem continuar na deles, como se fosse possível viver sem apoios. Dependemos uns dos outros e a harmonia também depende de cooperação dos dois lados!!! E estamos lutando mais uma vez por um mundo melhor para nossos filhos... e netos... eu temo revoluções exatamente por eles, pois são sempre os nossos jovens os sacrificados, por isto me rebelo agora, para que eles não se sintam sozinhos, para que eles possam viver num país com mais Justiça e MENOS CORRUPÇÃO IMPUNE !!!  Vera



 https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhLwvvw8tJFllKJ8Y_503NZJbiOdVNOjMLwmVi2gsWUCkI2X0dIIH8YwmVvpf5-GpZrqNKgx8x9PxU1xhAhknbA-wlOSxLk9ZmitfbTxdwm7R5O39T7N-IUjdel2z82G-ussh_8g6pIMLM/s400/deixa_eu_dizer_red.png

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