sábado, 4 de outubro de 2014

Ah! este gato de olhos azuis... acho que vou me apaixonar...

  Ate´ ontem era só imaginar como seria. Esperei algum tempo com certa ansiedade, confesso, e hoje ele finalmente chegou.
Chegou assim, como aquele que vem como quem não quer nada e depois nos rouba o coração.
 Não sei como vai ser...
 Chegou e logo de cara me olhou com seus olhos azuis, calmos, de um olhar profundo do qual ainda não conheço os significados. Lindos olhos ele tem...
   Em pouco tempo percebi que temos coisas em comum...
Gosta de ler e aprecia arte...

Que bom, um companheiro que também gosta de música! ( até mesmo aquelas músicas que eu só tenho gravadas nas fitas K7...rs...)

Como eu, dá valor para uma casa confortável, um ambiente aconchegante, macio e seguro...

Mostrou logo que tem paciência para se programar a fim de conseguir obter o que deseja e...

que aprecia demais alguns momentos sossegados em seu canto!

Contou-me que sente saudades de quem fez parte de sua vida até agora.

Seu olhar me contou que há coisas das quais não gosta muito ( com o tempo, vamos descobrir do que se trata...rs...)

É calmo na maior parte do tempo, chega com jeito nas coisas, sem afobação...( isto é algo que aprecio bastante porque me sinto mais segura)...

mas, apesar disto, tem bom humor e sabe brincar ( ah! também é algo muito importante para mim...o bom humor com a vida!). Parece que teremos momentos alegres junto e isto eu vou adorar!


Não sei não...eu tinha jurado que não ia querer mais "sarna pra me coçar"...rs... que não ia mais querer me apegar a ninguém... muito menos me apaixonar!
Mas...pelo que tudo indica, vai ser muito dificil resistir a estes olhos azuis que me confirmaram que vieram pra ficar, e pra me olhar de fato e com afeto também dentro dos meus olhos, muitas e muitas vezes.....rs...
  Vai ser dificil resistir a este profundo olhar azul que já me fez ronronar...rs... ( ou será que foi ele que ronronou pra mim?...rs...)
Fotos/texto:Vera Alvarenga.

quarta-feira, 17 de setembro de 2014

Arma certeira...ou..." Não há saudades mais dolorosas do que as das coisas que nunca foram...”


(Por uma destas coincidências, depois que fiz o post li esta frase que atribui-se a Fernando Pessoa e caberia bem melhor aqui como título)

   Hoje vou lhe contar uma coisa quase secreta. Chega mais perto. Falarei em voz baixa...
   Outro dia fui lá, naquela loja.
   - Quero uma arma, eu disse, aos olhos de quem me olhava desconfiado. Desconfiava que sabia que eu não era capaz de matar uma mosca!
   - E que seja de corte ou tiro, não importa, mas quero-a certeira! Que um só golpe ou toque no gatilho possa acabar com aquilo que, por vezes quase me mata.
   Quase tive de chacoalhar pelos ombros aquele que me olhava impassível, como a não crer que eu fosse capaz.Como se me conhecesse! ou conhecesse as fraquezas humanas, aquelas que percebemos ter bem quando pensamos não ter mais nada novo para sentir.
   Não preciso lhe dizer. Saí de lá sem arma alguma.
   Não porque ele, com seu silêncio, não a quisera dar a mim que ali insistia, mas porque depois de testar algumas, tive certeza de que não era o que eu procurava, desisti. Pois constatei, observando-as, que cada uma conviria a uma situação e exigiria certas particularidades que o caso não poderia atender.
   E para todas seria preciso, sem sombra de dúvida, mão firme e bom foco!
   Como posso ter mão firme se tremo de pensar que estaria cometendo um assassinato ? Se fosse como matar uma barata, aranha ou qualquer animal perigoso e intruso que estivesse em minha casa, enfim, em meus domínios a ameaçar minha segurança e paz, seria fácil. Pois é claro que sou capaz de matar uma mosca nojenta que quer entrar na minha boca ou nadar na comida do meu prato!
   Mas, o que de vez em quando acontece subitamente como o leite que sobe na vasilha em fogo baixo e ferve de repente, e de susto quase me mata a ponto de me descontrolar de minha calmaria...
aquilo que machuca,mas de início começa como uma nostálgica e doce lembrança cujo pensar me dá prazer e me fazia sorrir, aquela presença que pela ausência me violenta de certo modo, nunca esteve suficientemente perto para que eu pudesse fazer a mira certeira, ou mesmo pudesse escolher o que fazer. E nunca esteve suficientemente longe, pois o que de tudo isto introjetei, foi o melhor.
   E então, como posso ter mira certeira, se o que resta de todo aquele pouco para o qual dei muito significado ainda está dentro de mim? Como fazer a mira certeira?
   Melhor continuar com o sorriso brando com o qual saí da loja, e com a certeza de que por vezes estamos lidando com um sentimento, amigo ou inimigo, que está dentro de nós. E matar sentimentos, eu sei bem, é perigoso demais! Ao mesmo tempo que nos anestesia, nos amortece e nos protege da dor da saudades e outras, ao mesmo tempo nos dessensibiliza em relação aos demais sentimentos...e são os sentimentos e a emoção partes importantes de nossa pretensão de viver a vida e ou evoluir nela, na nossa condição humana.
foto/texto: Vera Alvarenga

terça-feira, 16 de setembro de 2014

Tuas palavras...


De que é feito o teu dia?
Tens, na tua história, eu sei, muitas palavras. Falo de tuas palavras...
Certamente muitas foram ditas, escritas ou lidas para um outro ouvir, mais algumas discutidas. Poucas ficaram no ar, talvez o vento as tenha levado e alguém as tenha apanhado pensando ou sonhando que era pra si. Erro que alguns cometem.
   Imagino que nem sempre tuas palavras foram compreendidas, talvez até algumas tenham sido mal interpretadas, superestimadas. Com palavras escreveste um livro que não li. Com elas também por certo ensinastes muito das coisas que aprendeste em tua vida. Amigos teus, quem sabe tenham saudades de tuas palavras ou dos efeitos que elas podem causar. Tuas amizades vivem também de tuas palavras.
   Palavras saíram de tua boca como oração, em alguns momentos talvez como sufocado lamento. E eu lamento não ter te abraçado nesta ocasião.
Tuas palavras por vezes podem ter incentivado alguém, haverá casos em que magoaram, outros mais raros, que elas ajudaram a elevar a auto estima de uma pessoa enquanto eram dirigidas a ela. Sei que muitas palavras se calaram em tua boca.
   Acredito que em voz baixa tenhas confessado algo de teus sentimentos a quem podias confiar, e sussurrado algumas das mais preciosas bem perto de quem as merecia ouvir. Tem sorte aqueles que ouvem palavras de um querer bem maior que nossas palavras podem descrever!
   Tanto falei em palavras que lembrei que por vezes tive sede daquelas que chegam como bálsamo ou beijo morno quando estamos feridos. Ah! eu gosto de palavras com significado, e sinto falta também de algumas leves porém sinceras, daquelas cujo significado não vai além do desejo de simplesmente alegrar nossos dias e a vida.
   Mas volto a ti, pois é de tuas palavras que falo.
   Onde estão agora? De tua vida, como será agora o livro que escreves e que eu não posso ler?

foto/texto Vera Alvarenga

quarta-feira, 10 de setembro de 2014

Cor de vinho...

    Ela estivera andando de um lado para outro sem poder encontrar o que queria, desde aquele inverno em que sentira na alma, que trazia no ventre e na mente aquele botão de uma nova vida.
Nada a satisfazia como antes. E não sabia se fora por causa do tempo, dos silêncios, dos momentos de solidão, muitos momentos por sinal, ou do vazio dos gestos que iam mas não retornavam igualmente plenos do que alimenta o sorriso e o corpo. Quem sabe teria sido por causa daquele vento morno que veio forte, trouxe-lhe o pólen que a fertilizou e bateu-lhe no rosto, abrindo seus olhos como janelas para um novo mundo.
   Ela flutuara por uma eternidade em meio àqueles sonhos e pensamentos que, de súbito tinham vindo iluminar suas noites como pirilampos. Vivia então, em carne viva, vermelha do sangue que ainda pulsava nas veias, corada dos desejos e vontades que procurava esconder de si mesma, mas ainda estavam lá.
   Ela não queria mais sonhar... a noite agora era escura mas tranquila, e a esta calmaria iria se entregar com todo o seu ser,como sempre fizera a tudo a que decidia se entregar, atenção focada no melhor que sua mente e olhar podiam transformar de cada momento de vida. Era este o seu jeito - tinha escolhido sonhar a vida, vestida em cores, ao invés de vivê-la de uma forma nua ou crua.

   E quando quase dormia, ainda vestida de vermelho mas de um vermelho mais maduro em tom mais escuro, quando a noite também escurecia seu olhar e escondia tudo que a cercava, então... ele chegou.
   No escuro do quarto, num canto, o vestido cor de vinho... O único som que ouvia era o do coração dele ... fechou os olhos para sonhar...

Fotos e texto:Vera Alvarenga.

quinta-feira, 14 de agosto de 2014

A ciência da Felicidade...

   Numa palestra, Nancy Etcoff, da área de psicologia, diz que hoje em dia, ao contrário do que Freud pensava: “A felicidade não é somente a ausência de tristeza”.
   E ela continua explicando- somos muito sensíveis ao negativo. O ser humano sofre mais com a perda do que fica feliz com a experiência de um desejo realizado. Uma interação negativa, pelos estudos feitos, demonstra ser mais poderosa do que uma positiva. Em especial as expressões de desrespeito e rejeição tem bastante poder! É mais ou menos assim..por ex., em um relacionamento/casamento : “é necessário 5 comentários ou interações positivas para compensar cada interação negativa”. Uau!
   Se entendi bem então, sofro mais com a perda de um sonho ou pessoa, do que ficaria feliz com a realização deste sonho ou o sucesso em ter comigo a tal pessoa. Eu não costumava ter dificuldades em descobrir formas de sentir prazer com o que tenho, mas entendo o que o texto diz. É preciso nos "anestesiar", nos"desligar" um pouco de nossa sensibilidade para sofrermos menos com a perda, e então isto pode ser uma faca de dois gumes! 
   Bem, evidentemente, se tivermos a pessoa ao lado e pudermos conviver com ela por longo tempo, teremos novamente muitas oportunidades de nos encontrar nesta alternância entre o realizar desejos e sonhos com ela sentindo prazer em nossa vida juntos ou o de enfrentar os desafios escolhendo a proporção de nossa reação negativa diante das frustrações.
  Nossa vida é como um pêndulo que alterna em diferentes graus de importância, entre a felicidade e seu oposto, não é? De todo modo, é sempre bom aprender a controlar, se já não aprendemos, nossas expressões negativas ou a forma como as demonstramos, evitando ao máximo aquelas que desprezam ou desrespeitam. Porque podemos nos esquecer ou nos arrepender delas, mas o peso sobre o outro é maior.      Nancy Etcoff não fala de proporções, nem do nível limite a que cada um pode chegar mas é evidente que cada um de nós, com certeza sabe seus próprios limites. E mesmo que façamos de conta que não percebemos o limite do outro, a gente deve refletir sobre, para controlar nossas expressões negativas.   
   Parece tão óbvio, mas para alguns não é fácil! É preciso lembrar que, controlando nosso “gênio” estaremos não só nos tornando melhores como pessoa e mantendo o relacionamento mais confortável para nós e para o outro, mas atraindo para nós muito provavelmente e de modo geral, sentimentos, lembranças e pensamentos naturalmente positivos.  Para os mais egoístas, se outros motivos não forem o suficiente, parece interessante então lembrar que o controle sobre si mesmos é também uma forma de assegurar maior prazer na vida em comum. Evidentemente, que aqueles que não são exageradamente egocêntricos aprenderam mais cedo a respeitar e por outras razões, não apenas em interesse próprio, habituaram-se a ponderar suas atitudes. Algumas vezes até se acostumaram mais naturalmente a fazer isto, porque viver em paz ou levar o outro que lhe é próximo e íntimo em consideração, lhes é fundamental para sentirem-se felizes. Ou porque a isto estava acostumados.  De qualquer modo, hoje os estudos provam que todos nós queremos ser felizes.
   Ela diz que emoções não são apenas sentimentos mas também alertas que modificam o modo como percebemos as coisas e até nossas lembranças( o que queremos ou não lembrar). Não devemos nos esquecer que todos desejamos ser felizes. Ninguém está dizendo aqui que devamos viver para dar prazer apenas ao outro, um erro que muitos de nós cometemos porque a felicidade do outro nos leva também à nossa felicidade, em parte. Algo assim unilateral não poderia durar, nem alimentar o relacionamento com o qual sonhamos e gostaríamos de viver por toda a poética e real eternidade! E se queremos ser lembrados, se ficamos felizes quando alguém sente prazer com nossa presença ou ao pensar em nós,  é importante proporcionar maior oportunidades de prazer do que dor. Parece tão óbvio mesmo, não é? Então por que esquecemos tantas vezes disto? Por que muitos de nós ainda pensam que o elogio e incentivo fazem um menor papel do que a crítica? Por que evitamos o prazer de nossa presença na vida de algumas pessoas para as quais sabemos que apenas nossa presença já é importante? Por que este medo de nos relacionar com quem nos valoriza, esta mania de achar que ficaremos vazios de nós se dermos prazer ao outro? Talvez por medo de passarmos a sentir um pouco mais a vida sem a proteção anestésica que nos proporciona aquela posição na qual tentamos por vezes nos manter...ali no meio, quase em neutralidade? 

   Pensando bem...estas pessoas de fato estão de acordo com o que Nancy disse em sua palestra sobre estudos que há algum tempo se fazem sobre a Felicidade. Estas pessoas de reação negativa sobre os que lhe são próximos e até os que amam, talvez saibam que estas suas reações tem mais poder! E se buscam o poder, seja por auto defesa, insegurança ou "vocação", podem repetir estas reações constantemente. Em contrapartida, quem conviva com estas pessoas pode acabar por ir para o lado oposto e cada vez sinta que precisa controlar-se mais, ser mais dócil ou adaptável para compensar o outro. Ou ainda se habituará a "desligar-se" da situação ou negar as próprias emoções como forma de passar mais ileso ao desrespeito. O ser humano quer ser feliz e portanto tenta sobreviver da melhor maneira a tudo. Se isto se tornar um modo de vida ou sobrevivência, aos olhos de outros, ambos estarão visivelmente nos extremos, um parecerá " o tal do genio forte" enquanto o outro poderá ser visto como "o fraco ou excessivamente permissivo". Ao mesmo tempo, pelo menos com certeza aquele que não se conforme com o papel que passou a ter de desempenhar para compensar a grosseria do outro, se sentirá em posição desconfortável porque não consegue voltar ao centro, ao que se aproximaria do chamado equilíbrio. Ora ninguém consegue ser bom o tempo todo quando é constantemente desrespeitado,e ainda que se esforce o preço pode ser alto quando e decidimos ultrapassar limites para conviver de modo positivo com aquele que precisa manter-se sempre no poder. Ora, ora, nunca tinha pensado nisto desta maneira!
   Então talvez seja uma questão de escolhermos que tipo de poder queremos exercer sobre o outro... e no final das contas, sobre nossa vida e nossa Felicidade. Que tipo de poder podemos deixar que o outro exerça sobre nós, sem que nos tire a dignidade que por nossa essência divina, temos.  Aliás, melhor seria perguntar se queremos exercer poder sobre quem amamos ou queremos, de fato, amar?
Foto e texto: Vera Alvarenga

quarta-feira, 6 de agosto de 2014

" Meu garoto"...

Sempre disse que meus filhos são bençãos pra mim. Sou grata a Deus por atender minhas preces, protegendo-os, fortalecendo seu caráter, ajudando-os nas escolhas dos caminhos, abrandando seus corações, humanizando suas atitudes, fazendo-os abertos ao aprendizado e peço a Deus que lhes inspire para sempre olharem para o mundo com a humildade de saber que não somos apenas o que obtemos, mas o que nossa alma acredita.
  Que eles tenham oportunidades para também agir de acordo com seus princípios. Nunca meu coração duvidou de cada um deles, que é especial com suas características individuais e espero ter sempre lhes demonstrado que não os amo por serem vencedores, mas por honestamente tentar sempre e sempre, tentando melhorar e encarar os erros como aprendizado, e aceitar as falhas como limites naturais que nos ensina a respeitar também os outros.
    E sinto orgulho dos 3, homens que se tornaram responsáveis e levam a sério seu trabalho e os princípios que regem suas vidas, e embora sejam diferentes em certas particularidades e na forma de agir, tem uma coisa em comum - são generosos, compartilham com outros o que aprenderam ou obtiveram com seus esforços - e é disto que mais me orgulho, e por lutarem por aquilo que acreditam que é o mais correto, digno e justo, embora não lhes tenha sido o caminho mais fácil.
   Não é fácil seguir algumas vezes contra a corrente num mundo com tanta violência e ou corrupção. Aliás, cada um deles passou por seus momentos dificeis e com certeza ainda terão de enfrentar muitos, por decidirem defender as causas em que acreditam.
  Nós, mães e as esposas, sabemos o que veio antes de um momento de sucesso, todas as batalhas e sonhos que nem sempre puderam realizar... Por isto nosso coração se enche de gratidão quando um deles, ou todos conseguem realizar um pouco do que tem como projetos...
    Agradeço a Deus porque eles tem me proporcionado momentos de orgulho e deles tenho sentido o carinho que me dedicam, me permitindo fazer parte de suas vidas até hoje. Que Deus os proteja sempre!

foto e texto: Vera Alvarenga.

quarta-feira, 30 de julho de 2014

Quem pode explicar ?

ah!
quem pode explicar? a vida que vivemos... e nela o tempo que passa, as marcas, os sinais,a terra, o fogo, o vento e a água que transformam a tudo e junto com toda a coisa viva, ela mesma ?
... e nisto tudo de certo modo um dia, agora mais amadurecida, penso que consegui aceitar o que não pude mudar, humildemente entregar-me a verdade de que sou como tudo, finita e envelheço, e morro a cada dia um pouco, e um sonho morre comigo, justo aquele que não consegui realizar, mais ousado que todos porque parecia fora do contexto de uma realidade ainda que eu também a moldasse e na qual interagia, ora adaptando-me ora transformando-a...
  ah! mas mesmo assim, eu dizia, apesar das voltas que o mundo dá, e as surpresas e os caminhos, a esta altura eu pensava estar absolutamente serena, e digo mesmo que estou surpreendentemente entregue ao que é, e em paz e ainda tenho o sorriso na alma e a mão de afagar, e uma paciência que me acompanha e um desejo de conviver fraternalmente com aquela que não sou mais eu concretamente, mas está em mim...
   então...por favor,diga-me! quem pode explicar ?
   ...que de repente, assim por conta de um momento grosseiro que me leva a sentir o cheiro da terra que exala de tudo o que se tornou a vida assim como ela é, ainda que considerando que ela é muito boa e me devia satisfazer inteiramente e satisfaz se me mantenho serena mas um pouco alheia...de repente, por conta de uma música e uma imagem que me levam a me sentir quase mais leve, me vem esta saudade, nostalgia, vontade de abraçar e amar e amar e satisfazer o sentimento que, a certo ponto me parece impossivel até de controlar??
  Por que? quem me poderia explicar? e em não tendo explicação nem razão ou lógica em que me possa apoiar, escrevo... único modo de compreender que na alma existe algo maior que esta vida em que simplesmente andamos, que para alguns não morre nem envelhece, que permanece desejo, forte e real, não pode ser sufocado, mas que ao fim do desabafo, e na escrita na falta do sonhado abraço, como tudo o mais passa... sossega... se enternece com as sutilizas da vida e enfim volta a serenar....

Foto e texto: Vera Alvarenga  

domingo, 27 de julho de 2014

Poesia-me...



 Uma de minhas noras, a Priscilla, compartilhou esta imagem e a frase ali é inspiradora!

Há coisas na vida que, ao primeiro olhar nos parece que não se pode poetizar... mas, se são duras e nos lembram da resistência podem também lembrar da flexibilidade que é necessária para a dança da vida. Se são secas, lembram-nos que a palha sobre a terra protege a semente em gestação no solo, e o que foi seivado já teve vida em si e ainda pode transformar-se. Há coisas que são poesia, e outras para as quais o olhar da alma deve descobrir a poesia que nelas existe, porque na verdade, a poesia também está nos olhos de quem vê... Bj e bom domingo! 

sábado, 26 de julho de 2014

Não deixe sua criança interior morrer...

Hoje, passando pelo Face, vi esta imagem...
então pensei...
- rs.... também tenho meus segredos, meu balanço, meu céu estrelado, os sonhos ousados, o sorriso no coração...uma disponibilidade incrível e parece infinita para ser feliz ou ver um bom ângulo das coisas...sim isto nos salva... só não podemos exagerar porque então, a gente periga se desligar e ficar numa vida paralela, apenas observando esta... vai ver que é assim que o pessoal mais velho, cansado ou sábio,passa a viver com aquele tal alemão... e se vai de braços dados com ele, pra sempre...rs....
Por isto, mais uma vez digo a você que me conhece um pouco e me compreende..."Minha criança interior saúda e dá um beijo estalado na face da que você tem aí, dentro de você"!
Texto:Vera Alvarenga
Foto retirada do Facebook

terça-feira, 15 de julho de 2014

Alma de gato...rs...


Há pouco tempo num blog, alguém perguntava com que animal, entre alguns, nos sentíamos mais conectados. Ah, um cavalo, correndo livre pelos campos... que linda visão posso até imaginar, mas não seria eu, pois que tenho a natureza mais caseira e não gosto de campos abertos, mas de cantos, árvores e natureza.
  Uma ave talvez, pensei eu, pois me agrada demais voar. Contudo, não tenho a tendência a voos longos para lugares distantes. Se resolvo voar, preferia ter companhia mas não em bandos, ou o faço nos momentos em que estou no meu canto sozinha, e é fácil perceber pois que se alguém de fato olhar para mim e me ver, reconhecerá aquele meu olhar calmo mas não frio e distante, uma vez que está observando e curtindo o que vê ou voltado para o interior de mim mesma ou de minha mente onde vislumbro claramente os sonhos, onde a imaginação, isto sim, voa livre por onde quiser! E por vezes estou orando, ou apenas olhando as coisas da natureza e tentando sentir a presença de Deus.
  Um animal selvagem? Nunca! Nada tenho de selvagem, embora viva de meus instintos e se não os sigo me sinto frágil. Não gosto de me esconder, embora tenha meus segredos. E não gosto da solidão da vida na selva pois que adoro ver a vida e as pessoas, porém de uma distancia segura. Aliás, já me chamaram de tímida, e por duas ou três vezes os que se tornaram amigos mais íntimos até me confessaram que de início me achavam antipática ou "fechada"antes de me conhecer, até que notaram em mim uma certa brandura e toque por demais macio. E minhas garras ou presas estão sempre guardadas, a menos que me encontre totalmente encurralada, ou veja ameaçados os meus filhotes!
  Quando era menina e adolescente, minha mãe me dizia que eu era independente! Logo eu, tão caseira? Mas certamente há um outro tipo de independência, talvez quando pensamos que temos dentro de nós o pensamento e nele a capacidade de sermos totalmente livres, independente das aparências. Eu gostava tanto da minha gatinha e ela de mim, que pensava que tinha alma de gato. Como ela, gostava de conviver, mas era mais quieta, e embora gostasse de observar as pessoas, escolhia algumas poucas com quem me tornava íntima e para quem oferecia a barriga em total abandono e relaxamento, porque delas era meu coração e nestas confiava totalmente. Não gostava de ficar no centro das atenções, mas de observar o movimento sim. E sempre fui muito sensível e intuitiva.
   Contudo, por um tempo há poucos anos atrás, tive uma experiência que me fez imaginar que bem parecia com um cachorrinho que fica sozinho em casa a espera do dono e por solidão até pode abanar o rabinho para qualquer um que passe pelo portão e lhe faça uma festa. Qual nada!! Sempre fui seletiva não por soberba mas por empatia e, por mais carente que possa ter ficado em algumas fases, percebo agora claramente que em toda a minha vida poucas foram as pessoas que escolhi e para elas me entreguei, embora possa conviver com muitas reconhecendo pacificamente que cada uma tem suas características.Não as quero mudar, senão, poder conviver com elas em paz, fazer meu dengo e saber que me aceitam como sou, para poder continuar sendo...Do cachorro tenho a alegria de pertencer, mas a fidelidade é mais a do gato. É o olhar nos olhos e o toque macio que o conquistam e sua alma anseia por se apegar irremediável e alegremente a este dono, quando ele também se dá. Os dois criam uma conexão silenciosa e quase imperceptível, mas forte e verdadeira. Existe uma raça de gatos que é assim e relaxa inteiramente nos braços daquele em quem confia totalmente.
   Há poucos dias estive lendo sobre gatos, pois estou, na maturidade, me reconhecendo cada vez mais parecida com eles. Talvez as crises tenham acontecido por eu ter me confundido com um cachorro que quer agradar ao dono e a todos e acaba por nem sempre conseguir, e por vezes sente-se solitário no quintal, esquecido de si ou de sua própria natureza, em crise existencial por descobrir que pode preferir a tranquilidade de alguns momentos de solidão ao cansaço que vem do rodopiar em torno dos donos, porque pertence a todos que ama. Vi um vídeo de uma raça em especial, e no caso era uma mãe com seus filhotes pequenos. E todo aquele meu instinto maternal e toque macio pareceu me envolver como se eu fosse ela mesma ao abraçar os filhotes com aquelas patas peludas e macias, e com gestos meigos. Fui assim com meus pequeninos. Hoje sei com certeza que, se eu fosse um dos animais como opção naquele blog, seria uma gata. Entretanto, pertenceria a esta tal raça que recentemente descobri, ou então, a uma SRD ( Sem Raça Definida), que escolheria seu dono e adoraria ficar muitas vezes em seu colo, eternamente tranquila e feliz por estar com ele. Mesmo que me acomodasse no seu colo e me tornasse caseira, mudaria sim de casa e o acompanharia onde fosse, desde que ele não quisesse prender minha alma ou me impedir de observar com alegria interior, a vida acontecendo e as pessoas em redor....rs....

texto: Vera Alvarenga
foto retirada do youtube:  

sexta-feira, 4 de julho de 2014

Bolinho de Chuva

Tem certas coisas que lembram bons momentos de nossa infância.
Sei que minha avó fez algumas vezes...minha mãe também... mas bolinho de chuva me lembra mesmo quando eu ia passar alguns dias na casa da minha madrinha " Fiica"( era um apelido porque o nome dela era Joana, mas só descobri isto quando era adolescente!). Para todos era Fiíca.
  Então, minha madrinha Fiica fazia estes "Bolinhos" e a gente "avançava". Mas ela fazia em quantidade suficiente pra guardar numa lata e a gente ( eu e minha prima Stellinha) podermos comer no dia seguinte. Eram ainda mais gostosos no dia seguinte! ( Já notaram que algumas coisas são ainda mais gostosas quando a gente as repete, com calma para sentir ainda mais prazer, no dia seguinte?...rs...). Voltando à receita, antes que eu mude de assunto...rs...
  Eu andava com vontade pois já fazia anos que não comia estes bolinhos. Os que minha mãe fazia ficavam redondinhos e com uma pontinha bem no meio... ela os chamava também de bolinho de pingar...
   Bem, finalmente juntei uma receita com um segredinho para deixar mais crocante, aliás aumentei a receita e fiz. Dá uns 35 bolinhos...deliciosos! Para quem quiser, aqui vai a receita:
Misture:
-2 copos não cheios de far. de trigo
- 5 colheres de sopa rasas de açucar ( pode por um pouco de adoçante se quiser evitar muito açucar)
- 2 ovos + 1 colher sopa de margarina
- 1 pitada de sal ( minha madrinha colocava bicabornato)
- 1 colher de sobremesa rasa de fermento em pó
- Cerca de 1/2 copo de leite para dar o ponto na massa que deve ficar como um purê não muito mole.
- 1 colher de sopa de Vinagre ( para ficar mais crocante e sequinho)!!!

Modo de fazer:
Misture tudo numa vasilha. Aqueça o óleo em fogo médio e vá colocando as bolinhas uma a uma, com uma colher de sobremesa da massa  e empurrando com a outra. Depois de colocar umas 8 bolinhas no óleo ( bastante para os bolinhos nadarem nele...rs...), balance com cuidado a panela ou jogue óleo em cima dos bolinhos com uma escumadeira ( ou espumadeira tanto faz..rs...).
- Vire os bolinhos conforme vão ficando dourados. Retire-os e coloque sobre papel para absorver o óleo.
-  Em um saco plástico coloque um pouco de açucar e canela em pó. Coloque os bolinhos lá e misture os bolinhos para o açucar e a canela grudarem neles, sem fazer muita sujeira...rs...
- Depois é comer... quente ou frio...e guardar alguns depois de frios na lata para o dia seguinte.

Dá uns 35 bolinhos de bom tamanho. De..li..ci..óóó...sos... kkk
Fotos/texto: Vera Alvarenga

domingo, 29 de junho de 2014

Reencontrar o amor...


  Em algumas ocasiões imaginava o quanto ficaria feliz se pudesse mostrar a você como, às vezes, é possivel ver o mundo com olhos de quem entra nos detalhes mais belos que há, nos melhores ângulos, com a melhor luz... não que eu seja presunçosa a ponto de querer lhe mostrar algo que creia que você mesmo, e sozinho, não pudesse ver. E também não porque eu sempre consiga viver desta maneira como se fosse a mais abençoada das mulheres! É apenas porque há momentos em que me sinto como se fosse uma lente de uma câmera fotográfica... a entrar em contato com um pequenino detalhe que me leva a algo muito maior!
   É algo talvez que eu precise fazer, não como um dom, mas até por necessidade vinda com certeza por alguma fragilidade. E se não posso fazer, sinto falta! Portanto não é de forma nenhuma pretensão. E entro naquele detalhe. E entro nele como se fizesse parte daquilo e isto, me traz uma sensação de doce pertencer e de paz.  Eu então, só quis poder compartilhar isto com você, como já desejei um dia que você pudesse compartilhar tantas outras coisas do mundo comigo. Porque do mundo nada sei.
   Uma vez me lembro que imaginei estarmos sentados lado a lado e eu lhe mostrava como moldar aquela argila que eu havia colocado num torno a sua frente. E então eu pegaria em suas mãos e o faria sentir como é este toque no macio da argila... primeiro como se quisesse conhecer do que é feita, como reage ao toque, saber seus limites, sua resistência e temperatura para então brincar com ela, moldá-la e sentir nisto prazer.
   E este prazer só viria, assim como eu o conheço e imagino, porque você conseguiria sentir que o prazer não é um poder apenas seu. Não seria apenas você moldando a argila, assim como não é um homem que decide no que vai transformar o momento em que toca a mulher que quer de fato amar. Porque quando isto se dá, e afirmo que não ocorre sempre, de uma forma que sei que acontece quando você é totalmente absorvido pelo  agir sobre aquilo que deixa também agir sobre você, quando você dá tanto quanto recebe, então você está tão inteiro neste "fazer e sentir"que perceberia a interação entre você e a "coisa" tocada. Não é uma teoria, por mais que alguém pudesse falar dela, só é possível sentir.
  Por uns instantes a gente sente que nesta interação e respeito mútuo entre o que sou e o que desejo criar naquele momento ou o que estou observando porque já é,  há um surpreendente intervalo de tempo em que somos um só... você estaria inteiramente lá, com ela e nela, a argila...
   Ah, não tenho nada do mundo a lhe ensinar... aliás, como poderia se nunca pretendi? Mas em meus devaneios a única coisa que pensei que poderia ter compartilhado seria este "sentir", ou este "olhar" que se pode ter em momentos sublimes quando nos esquecemos da aparência, idade e individualidade que somos para fazer parte de algo maior...e melhor. E nem por um momento penso que o mundo é apenas beleza ausente de dor e perdas! Mas, é bem por isto que talvez desde menina tenha escolhido viver assim com este meu tipo de sensibilidade que sente o bem e o mal, mas se deixa encantar apenas por um deles.
    Ah... algumas vezes te sonhei assim, "sentindo" pequenos momentos comigo... e sabe por que? Porque imaginava que com você eu poderia sentir ainda mais... sem precisar disfarçar ou esconder tal sensibilidade... seria o nosso segredo... meu e seu - pequenos momentos de ingenua alegria por ainda estarmos vivos e conseguirmos fazer disto algo bom . Acho que tenho de falar sobre estas coisas porque são coisas das quais o tempo faz a gente entender que tem de se despedir...você que é apenas um sonho meu...que não fala comigo... que existe em algum outro espaço que não conheço e nunca ousaria invadir... mesmo porque não teria sentido... porque você com quem imaginei que poderia sorrir tantas vezes mais,por pequenos motivos, sem me encabular por isto, você está em meu coração...você não seria um homem qualquer, teria sido um presente de Deus... e eu também não seria mais uma mulher qualquer. Deus teria feito em nós um daqueles seus milagres.... mas há outros que ele faz dia a dia...inclusive o de acordarmos de nossos sonhos e ainda olharmos com amor ao nosso redor... e ainda termos força para viver mais um dia, porque temos esperança e amor no coração. Porque esperamos um dia reencontrar talvez o verdadeiro Amor do qual tenhamos quem sabe, esta nostalgia....
Foto e texto:Vera Alvarenga

domingo, 22 de junho de 2014

E ela dançou aquela seleção inteira....


Parada em frente à janela, resguardada do frio, olhava para mais longe, através daquelas árvores verdes onde o sol brilhava sobre as flores vermelhas do jardim e pensava sobre aquilo que podia fazer o mundo ser maravilhoso aos nossos olhos. Distraída, ouvia uma daquelas fitas antigas onde gravara um dia, algumas músicas de que gostava. Sem resistência e mesmo sem perceber, seu corpo deixou-se levar pelo ritmo de Willie Nelson cantando "Always on my mind" e logo balançava suavemente de um lado para outro. E ainda mais soltou-se, descruzando os braços, quando ele cantou "Valantine".
   Tão antigas aquelas músicas, nossa! De olhos abertos vendo só o pouco que queria ver e imaginando o outro tanto, deixou-se levar... de repente sentiu que estava sendo observada e um minuto antes de desmanchar seu sorriso, de parar, envergonhada, os movimentos suaves com que acompanhava as músicas, olhou para ele. Estava sentado numa poltrona ao lado de uma estante cheia de livros e DVDs. Não era mais em sua sala que estava, como antes, mas sim num ambiente sóbrio e íntimo como um escritório ou biblioteca pode ser para aqueles que gostam de abrir sua alma e ali, escrever. Sentiu-se quase em casa.
 
Sorrindo, ele estendeu-lhe a mão e pegando a dela, fez com que continuasse a girar em torno da poltrona em que estava. Levantando em seguida, olhou-a nos olhos e ela pode ler neles o que a música cantava naquele mesmo instante - " You are so beautiful...to me..." De mãos dadas, mantendo-a distante de si como se quisesse mais olhar pra ela do que abraçá-la, ele a fez rodar e dançar em movimentos lentos ao redor dele. Aliás como cabia aos dois, nesta idade, os movimentos eram lentos mas intensos. E ela sentiu-se leve. E não importava mais o tempo nem a idade, e assim dançaram enquanto Louis Armstrong cantava para eles "A wonderful world".

E quando Riccardo cantava "Margherita" eles se abraçaram, dançaram juntos, beijaram-se... e ela o ouvia dizer baixinho : perché tu è dolce, perché tu è vera, perché tu ama, è un sogno, il vento e adesso è mia...

Tudo era extremamente intenso e leve ao mesmo tempo, e puro embora sensual, e forte, e o tempo parou por uma eternidade....sentiram-se vivos por saberem que tristes são aqueles que não sabem o que é amar.... Mas aquela música que falava do coração dos puros quando amam a deixou muito leve, tão leve que já não parecia real mas uma bolha de sabão colorida, pelo sol, feito arco-íris, indo para o alto.

Foi quando olhou novamente para as flores vermelhas atrás das árvores verdes que ficavam em frente sua janela e, ouvindo a última música daquela seleção, ainda com o sorriso nos lábios e alguma leveza na alma, pensando que pelo amor é que a vida segue em frente, acompanhava em pensamento a mesma pergunta da canção....
...." Quem poderá explicar o espírito secreto de uma vida?..."


quinta-feira, 19 de junho de 2014

Mais uma Festa Junina!

 Como foi bom acompanhar mais de perto seu crescimento!
E como crescem depressa estes rebentos!
Quanta alegria me trouxe poder ver
que a cada festa Junina estão mais crescidos,
continuam saudáveis e
fazem novos amigos!



E se divertem e brincam
vivem sua infância perto de quem muito os ama!

Todo tipo de amor, é claro, é importante,
todo tipo de amor tem seu valor,
e todo carinho é bem vindo
uma benção, seja em que idade for,
e nunca um com outro deve se comparar,
são momentos e pessoas diferentes
para as quais damos o amor que soubermos dar
e recebemos o que nos tem a oferecer...

 Estão crescendo e logo serão mais independentes...
é assim mesmo que a vida segue em frente!
Falta pouco para se tornarem adolescentes !!

Mas meus queridos, posso lhes falar 
de algo que vocês talvez nunca
vão poder avaliar ?....
O quanto sou feliz por ter acompanhado
vocês desde pequeninos, desde bebês!
Porque o sorriso dos pequeninos e
sua mão a carinhar nosso rosto em
retribuição de nosso carinho,
deixam qualquer velho sentir-se menino!
Como avó pude de novo me sentir
criança, inocente e cheia da luz
que preenche a vida, que leva o medo pra longe,
que nos dá a oportunidade de
novamente amar,através de vocês,
nossos próprios rebentos!

E parece até que a vida vai poder recomeçar!......
Seu sorriso de criança nos contamina,
Seu olhar de confiança nos faz confiar 
que temos em nós ainda, o melhor pra lhes dar e
Voltamos até a sonhar!
De fato, só gratidão nós velhos podemos sentir
por termos escolhido viver
ao lado dos pequeninos e ingenuos 
olhos de vocês, crianças,
e de seu lindo sorriso dirigido a nós!

Fotos e texto: Vera Alvarenga.

domingo, 8 de junho de 2014

Copa no Brasil...Sinto vergonha?

Como fico triste ao ler os comentários no FACE sobre a Copa no Brasil, sobre o futebol que antes era um orgulho nacional, paixão do povo brasileiro e agora....
  Há uma parte das pessoas, aliás haverá sempre infelizmente, que culpa a pessoa estuprada ou violentada de ter dado um motivo, de ter se mostrado confiante demais ou até por ser mais frágil, ou ignorante naquele assunto, não tendo sido educada para saber se defender, etc...
  Acho que isto é um grande erro, pois deste modo se diminue a culpa, desvia-se a atenção do verdadeiro criminoso que seduz sua vítima para depois violentá-la.
  É o que penso a respeito das eleições, da Copa, do Futebol e de nosso povo. Será que deveríamos desde crianças ser educados para não confiar, para não termos infância, nem esperança, nem ingenuidades. Devíamos voltar ao tempo em que não houvesse governo, nem administração, e cada um cuidasse de sua família e a defendesse com armas, unhas e dentes, não havendo a cooperação, obediência às leis nas quais se deveria confiar, nem nos nossos representantes que deveriam estar representando nossos interesses e cuidando de sua realização de forma ordenada e adequada?
  Não ,não sinto vergonha do povo brasileiro honesto e trabalhador, sinto vergonha dos artistas que acreditam ainda no PT, dos estudantes inteligentes que parecem ainda acreditar numa fantasia, sinto vergonha do governo dos últimos anos, que alimentou e incentivou a corrupção que ocorre entre os grandes interesses, pela impunidade que demonstrou para tratar com políticos corruptos em seu próprio meio.
  O povo trabalhador não é corrupto! Paga impostos e muitos, vive uma vida difícil, não tem acesso aos benefícios aos quais teriam direito, enfrentam as greves e o trânsito para ir trabalhar pois não tem motoristas nem helicópteros a disposição para ir e vir. O povo simples, a classe média, é enganado por falsas promessas antes das eleições e tudo foi muito bem escondido até vir a julgamento. Aqueles que teriam capacidade de  devolver a dignidade ao país são ameaçados, não encontram apoio suficiente para enfrentar tal missão. Para pagar os projetos absurdos e  mal concluídos do governo e empresas por ele protegidas, o dinheiro do povo honesto e trabalhador é desviado da Saúde, Educação e Segurança.
  O esporte, não só o futebol, que deveria ser patrocinado o tempo todo pelo governo como meio de educar e proporcionar oportunidades e ambiente sadio aos nossos jovens, só recebeu em vésperas da Copa a atenção devida. E todos sabem que o esporte também é um excelente meio para se educar um povo em vários sentidos inclusive de disciplina, flexibilidade, criatividade e esforço cooperativo.
   Sinto vergonha sim de termos tido por tanto tempo governantes que retiraram de nosso verde a seiva, os nutrientes da terra, a pureza das águas, o brilho do amarelo de nosso sol tropical, os sonhos das nossas noites estreladas. Somos um povo pacífico, simples, trabalhador que, por causa do poder de poucos passamos a ser vistos e tratados sem dignidade. Isto é muito triste. É como ver um parasita e ervas daninhas acabando com o mais belo dos jardins, com a mais bela floresta, ou células cancerosas a danificar o corpo de quem amamos...Partidos políticos é que deviam se envergonhar, e finalmente apresentar um candidato digno em quem possamos votar para acabar com esta pouca vergonha!
  Quando você entrega um filho nas mãos de um cirurgião, você não tem de ser também um médico, mas precisa confiar em que aquele profissional se preparou e vai fazer o melhor possível em seu trabalho e para honrar sua promessa!! Não podemos culpar o povo pela corrupção dos políticos, por sua ingenuidade e esperança, ou por deixar aqueles que se dizem seus representantes preparados para representá-lo fazer seu trabalho. Não podemos culpar o povo simplório que vive nos rincões, vai votar e acredita nas promessas porque nem tem acesso à realidade dos fatos, não podemos culpar ........... a menos que sejam estudantes esclarecidos, pessoas que tem acesso aos noticiários e compreendem o que está havendo... estes sim podem ser acusados de não usarem bem seu voto se continuarem a votar para que esta vergonha continue.
   Quem se candidata para devolver a dignidade ao povo brasileiro?? E devolver ao futebol, não apenas "o ouro do bom negócio" mas a verdadeira paixão que era antes celebrada pacíficamente em alegria nacional???

terça-feira, 3 de junho de 2014

Coisas pra dizer enquanto é tempo...

Eu já tive muita coisa para dizer, e dizia, as vezes.
Já tive muita coisa que queria escrever, mas não tinha tempo.
Veio o tempo em que eu encontrava tempo para escrever, e precisava fazê-lo porque os sentimentos estavam efervescendo. E eu escrevi, e escrevi, e escrevi por vezes como quem estivesse falando para alguém em quem confiava, e que compreenderia. Contudo,  pessoas são desconfiadas e nem sempre compreendem quando a gente abre o coração e desnuda a alma, como criança feliz quando não tem medo de nada.
A maioria das pessoas inteligentes são também muito desconfiadas. Pensam que se derem ouvidos aos corações eles vão querer mais do que elas podem dar. Isto é um pouco triste, ou pelo menos deixa saudades. Porque algumas pessoas as vezes se afastam, com medo, como se lhes fosse faltar um pedaço se nos mandassem o mesmo abraço de volta. Mas eu também sou assim, as vezes me afasto das pessoas porque penso que não posso dar nada de importante a elas, então dou meu coração em pensamento e pretensiosamente tento enviar a algumas, uma energia boa, em forma de luz... é uma luz que esquenta mas é invisível.
Agora tenho todo o tempo do mundo, mas não estou mais tão ligada ao mundo, eu acho. Estou com preguiça. E, apesar de algumas vezes sentir saudades de alguma coisa, estou em paz.
  É tanta paz que não preciso escrever tanto. Mas isto me assustou por algum tempo, porque nem queria mais ler. É como se meus sentimentos estivessem dormentes ou talvez ao contrário, tenha voltado meu coração em direção a algo que não pode me abandonar, se eu não quiser - um amor que temos incondicionalmente porque depende unicamente de nós mesmos, em certo sentido. Depende da fé. Aliás eu sempre tive fé nas pessoas, mas nós somos complicados.
De qualquer modo, meu coração queria tanto sentir uma outra forma de amor que ao me dirigir para ele, talvez minha capacidade de amar a vida como ela é tenha me trazido de volta um bocado de carinho que não me passa desapercebido, de jeito nenhum, é claro.
Ainda sonho, mas não como quem deseja e sim, como quem lembra.
Então, quem é o filho do amor? O próprio amor. Quem seria a mãe do Amor? A vontade de amar e ser amado. Ou a fé...ou a auto ilusão, diriam alguns mais desconfiados.
Mas tudo está tão tranquilo, que  quase me assusto, mas acho bom. Tudo está tão tranquilo que até esqueço que estou envelhecendo e desta vez, é pra valer! Tudo está tão tranquilo que as vezes tenho de afastar o medo com meus bons pensamentos. Então lembro de alguém ou alguma coisa que me faça sorrir.
   Será que as pessoas sentem isto que sinto quando estão envelhecendo e pisando nas folhas do outono?
Tudo está tão tranquilo que até me esqueço que sinto saudade...Penso que as transformei em lembranças.   E lembranças eu não esqueço. Sei que há buracos pelo caminho cujo fundo nem mesmo consigo ver e que parece que nunca serão preenchidos. São assim os caminhos. Nem tudo é apenas encantadora paisagem. Não estou mais triste. Digamos que só fico triste porque acho que não é bom sentir saudades porque alguém foi embora. A gente devia poder abraçar, de vez em quando, as pessoas de quem sente saudades. Mas, desconfio que mais uma vez, adocei meu caminho, e mesmo no silêncio parece que estou encontrando favos de mel. Quando era menina, comia uma parte de uma flor porque sabia que era doce. Ainda bem que meu olhar não se amargou. Que bom!
Não quero ficar eternamente no silêncio ou hibernando como uma mamãe ursa. Quero deixar aquele meu beija flor sair do meu peito em direção ao sol. E quero ter fé, porque só assim se recebe aquele tipo de amor que não nos abandona. E se o amor preencher nosso coração, como uma coisa leva a outra, a gente recebe mais amor de quem ainda não quiser nos deixar apenas saudades...
Foto e texto: Vera Alvarenga

sexta-feira, 30 de maio de 2014

Para quem vou torcer na Copa?

COPA DE 2014 – BRASIL
Não tive tempo de ler todos os comentários de um post que está no FACE. Não costumo adotar um dos lados dos extremos, mas nossa política chegou ao extremo da vergonha e corrupção nestes últimos anos. Se eu assistir a alguns jogos vou torcer pelo Brasil, é claro! mas pelo Brasil dos brasileiros, pelo time que deveria trazer sim, por que não? a alegria aos que amam o futebol e os esportes. O esporte é algo que pode servir também para educar as crianças, os jovens e tem o poder de ser usado para trazer melhorias, é claro! E deveria ser patrocinado por nosso governo não só na Copa, embora em vésperas dela seja providência correta em todos os países sede.
 Só não posso torcer ou aceitar o Brasil dos Políticos que estiveram nos enganando e agindo por seus únicos interesses, esquecendo a melhoria nos hospitais, serviços, educação, segurança e salários. Embolsando nosso dinheiro prejudicaram por demais todos os outros setores dos quais deveriam cuidar. Contudo, como protestar nas eleições??? Pergunto... COMO?? Não tenho certeza de que algum dos candidatos prováveis tenha, como diriam os homens, culhões de fazer as mudanças honestamente necessárias e MORRO DE MEDO do PT ser reeleito graças aos recursos que usa para enganar a população...fiquei impressionada com o comentário de Carmem Lúcia, você leu? Ela tem razão...lavar roupa suja em casa, penso eu, é coisa que só tinha honra antigamente, em alguns raros casos, porque na verdade como ela diz, é algo extremamente confortável para quem está violentando e abusando do direito dos que estão sob seu poder! Muito triste isto...

Vergonhoso que os políticos tenham conseguido silenciosamente e aos poucos como células doentes, espalhar seu mal por toda a nação, prejudicando o povo em todos os sentidos para se auto alimentar. Como podemos protestar nas eleições? Haverá realmente esperança? Sempre fui e sou contra a Ditadura!! mas ultimamente chego a pensar - talvez se houvesse alguns responsáveis honestos e honrados no exército, que não se deixassem comprar pelos poderosos petistas e outros da mesma laia, talvez o exército tomar conta de nosso amado Brasil para restituir segurança e respeito ao povo, talvez fosse realmente uma provávelmente boa solução para o momento. Ou, quem sabe se o ministro Joaquim Barbosa se candidatasse, com apoio do exercito e outros que sejam honestos e firmes como ele parece ser, talvez tivéssemos um bom governo. Na ocasião do julgamento do Mensalão cheguei a pensar que ele parecia um pouco "vaidoso". Quem sabe o que me pareceu nele, vaidade, seja apenas o orgulho de estar lutando com honra pelo que acha verdadeiro e correto. Ele parece ser um homem íntegro e, realmente nestes tempos de hoje, homens assim tem o direito de sentirem orgulho pelo que defendem, que é a Justiça. Contudo sabemos que homens assim sofrem pressões e por vezes ameaças, não só para si mas para seus familiares. Peço a Deus que o proteja ! É um momento difícil para nós, o povo brasileiro, e temo pela segurança de muitos, por nossos filhos e netos, pois sempre há aqueles arruaceiros bandidos mandados ou não, que se aproveitam dos protestos pacíficos para fazerem sua perniciosa bagunça. Sempre tive orgulho de ser brasileira, de viver num país em tempo de paz, com um povo trabalhador sim, alegre e de bom coração, e que tinha esperança de ir crescendo e resolvendo suas falhas internas como sinal de um progresso crescente. Hoje, o povo honesto precisa conviver com a criminalidade que se instalou, por conta da corrupção e descaso das autoridades do pais, em todos os cantos. Temos mais medo. Os que não trabalham e os que estão presos recebem, por vezes, mais atenção do governo do que todo o resto da população pobre mas que se sacrifica e trabalha honestamente. E estamos indignados ao saber que outros países possam pensar e dizer que somos um povo de "palhaços", desonestos e vagabundos!!!
Esta crise que traz indignação e revolta realmente mostra a que ponto vergonhoso chegou a corrupção e desmandos neste país.

Link do texto que aqui comento:
http://tiagoalbuquerque.jusbrasil.com.br/noticias/120902479/lei-da-copa-comeca-a-valer-veja-o-que-muda-pelo-brasil?utm_campaign=newsletter&utm_medium=email&utm_source=newsletter  

quinta-feira, 29 de maio de 2014

Meu aniversário...

 Ontem foi meu aniversário!
 Por isto quero oferecer flores aos meus amigos, amigos/as virtuais presentes através de seus recados carinhosos e também ao meu especial amigo que está ausente, e aos familiares presentes e ausentes que fizeram do meu dia de aniversário, um dia especial. Obrigada!
  E quero contar como foi o meu dia ontem. Foi um dia feliz. Apesar do susto e da correria...
   Estava frio. Fui a pé encomendar o bolo e depois ao supermercado comprar flores para a nora que amanhã comemora aniversário de casamento.
É uma ladeira até lá e como caiu uma inesperada chuvinha, fomos mais depressa, o que afinal, serviu pra esquentar. Ao chegar em casa já era tarde, quase 16 hs., não tínhamos almoçado. Precisava telefonar, pedir o almoço e atender o celular que tocou ao mesmo momento. E tinha outras providências a tomar antes do jantar a convite da nora, para comemorar o meu aniversário e o deles.  Logo mais, no quarto, ao trocar as bolsas...Céus!... não consegui encontrar minha carteirinha com meus cartões de crédito.. Onde deixei? Onde está? ONDE?? No supermercado, com certeza! Lembra Vera, quando você pegou o cartão pela última vez? eu me dizia... Ah, já sei! no balcão bem quando levei as flores para embalar.
- Você tem de ter mais cuidado, mais atenção! É muito desligada...
- Mas você tava com pressa... Quem já se deu conta algum dia de ter esquecido documentos e cartões de crédito em algum lugar público, deve saber como me senti. É uma sensação de urgência que nos faz agir por impulso e em direção a qualquer coisa que possa reverter os aborrecimentos que viriam caso se confirmasse a perda.
 No caminho fui orando para que Jesus me ajudasse a encontrar a carteira e pensei:
- Poxa, no dia do aniversário perder documentos... e crédito?! ... não era bom sinal!!
   Estava cansada mas voltei, a pé, ladeira acima em busca de encontrar a carteirinha, meu único tesouro mesmo que os baús no banco estivessem quase vazios.... sabe-se lá o que faria quem encontrasse meus cartões! Ainda que não pudesse sacar, sei lá, há gente tão "esperta" hoje em dia que está tão acostumada a ver corrupção e roubos impunes, que se aperfeiçoou em extrair dinheiro até mesmo de poços sem fundo!
  Cheguei ao supermercado quase sem fôlego, mas me controlei e falei calmamente como é meu hábito. Por dentro havia a certeza que eu teria a sorte de reaver o que quase perdera. Para minha aflição, disseram que não encontraram nada. Fiquei mais aflita. Sugeri afastarmos um pouco o balcão afinal, não sou de desistir. Fui até o caixa. Logo em seguida, para meu alívio, uma senhora que me ouviu perguntar à moça do caixa, foi logo se apresentando. Ela havia encontrado a carteira! Ah, que bom! Foi comigo ao balcão de atendimento afirmando que a entregou lá. Mas, infelizmente a moça do caixa perguntou-me: - É uma roxa, deste tamanho? Não! então tive de dizer - não era a minha.
   Saí do mercado desanimada e o cansaço só não me abateu mais porque estava preocupada com o trabalho e providências que teria de tomar, ligar aos Bancos etc .... Hei, espere aí! Me deixa ligar pra casa novamente e ver se o marido não a encontrou na sacola do supermercado..Não sou de perder as coisas! Ao contrário, sempre fui boa para ajudar a encontrar coisas perdidas, como iria desistir e me entregar à decepção.... Alô, então, você...Ah! Pois ele a tinha encontrado! Estava lá. Que alívio!
  Estava já para atravessar a rua a caminho de casa, mas voltei ao Pão de Açucar para agradecer e contar aos funcionários que me atenderam, muito bem por sinal, que o que fora encontrado, nem tinha se perdido! Ou vice versa.  Cheguei em casa às 17 hs. muito cansada, com dor nas costas e frio, pois tinha tomado mais chuva. Contudo, o alívio era grande e, de qualquer modo, meu coração provou ser resistente! O marido perguntou se eu queria descansar, suspender o jantar.
  De jeito nenhum! Afinal, se a gente encontra forças para correr na chuva, embora o coração quase saia pela boca, andar de cá pra lá e de lá pra cá por conta de uma preocupação, por que não encontraria forças para ir comemorar meu aniversário com ele, os filhos, netos e nora??? Se a correria me fez esquecer que tinha deixado a carteirinha no lugar errado,e o medo me fez correr atrás do que não estava realmente perdido, a aflição acabara no momento em que tive a boa notícia.
- Graças a Deus! meu "pequeno tesouro" estava seguro em casa, e "eu ainda tinha crédito" ! Era isto que importava. A lição que tive de aprender? Bem, tenho de reconhecer que estou numa fase em que é necessário respeitar meu ritmo, muito mais tranquilo agora. Não estou mais no tempo em que eu conversava com um filho, mexia a mamadeira com uma das mãos, enquanto segurava um dos outros bebês no colo e ao mesmo tempo era capaz de pegar algo pequeno que houvesse caído no chão, com um dos pés. Hoje em dia, ser apressada em fazer muitas coisas ao mesmo tempo, dispersa minha atenção. Uma coisa de cada vez é melhor...rs...
   O tempo passou muito depressa! Já tenho sessenta e tres anos!
   A comemoração? Foi ótima! O jantar maravilhoso! Vinho harmonizando com a entrada, vinho harmonizando com a carne... e outro com a sobremesa. Tudo para a norinha treinar o que estivemos aprendendo na noite anterior, num jantar com degustação de vinhos ao qual fomos com eles, a convite da nora. Mas isto é uma outra história...
  - Huummm... Tudo muito bom...e tudo regado a bom humor, carinho e tranquilidade.

Foto e texto:Vera Alvarenga


segunda-feira, 19 de maio de 2014

sábado, 17 de maio de 2014

A viagem da sua vida...


 Finalmente ela se via no reflexo da porta de vidro e constatava - estava, de fato, no aeroporto.
  O filho trazia a mala com rodinhas que ela havia comprado há muito tempo para uma ocasião assim. A nora, alegre como sempre, segurava seu braço e máquina fotográfica com a qual já havia tirado a foto que para sempre marcaria em sua memória, que aquele dia era real. Seria mesmo? Ela trazia a bolsa a tira colo, um frio na barriga e nas mãos, a passagem e o passaporte.
  Ninguém poderia imaginar o quanto lhe custara chegar até ali, não propriamente em relação ao custo da passagem e excursão, pois tinha algumas reservas e toda a viagem fora presente daquele mesmo filho e nora, mas quanto a outros valores.
   Quantas noites ela dormira excitada por aquela perspectiva de conhecer Paris! E Viena ou Amsterdam em plena Primavera naquela terra distante, no mes de seu aniversário! E sonhara estar à tarde em um café na calçada, conversando alegremente e observando as pessoas e tudo ao redor. Ela e o companheiro de viagem decidindo calmamente o que fariam no dia seguinte. Mas...que companheiro de viagem?
  O marido não pode aceitar o presente. Não se sentia à vontade após um problema de saúde. E ela, ainda que tivesse tentado fazê-lo entender que estavam bem, que o tempo passava depressa e a vida se ia embora se não quisessem aproveitar a oportunidade, talvez não tivessem outra, ainda assim, decidira parar de insistir. Foi quando pensou que talvez pela primeira vez, ele estivesse inseguro. E ela, que tinha seus medos, precisava respeitar isto. Seu marido comentara :
- Nunca fui muito animado, você sabe. Não tenho a vontade que você tem de conhecer estes lugares, não seria um bom companheiro. Arrume uma outra companhia e vá. Aproveite você.
   Como ela iria sem ele? O filho tinha sugerido a excursão com guia brasileiro. Era uma boa solução e a vida era uma só, por que não fazer esta viagem, a que seria a viagem de sua vida?! Como deixá-lo sozinho? Não! ela não conseguiria. Mas ele estava bem e não costumava mudar seus planos ou sair de seu ponto de conforto, mesmo em favor de algo mais abrangente.
   Não gostava de ser assim covarde e solitária, mas assim era. Para outras coisas não fora covarde, mas para viajar sozinha...Ou será que era apenas coerente com seu jeito de escolher de que forma as coisas teriam valor? Poucas vezes tinha viajado sozinha. Não se imaginava a ver lugares bonitos sem ter com quem compartilhar. Ah, a excursão era um ponto a favor da segurança, mas dividir o quarto com uma pessoa totalmente estranha, por quem não sentisse nada? Ser talvez a única em meio a outros casais. Não era pessoa de traquejo social. Valorizava uma boa companhia em primeiro lugar, alguém com quem se sentisse à vontade na intimidade, e então tudo o mais seria uma consequência feliz.
   Então, o que a levara a aceitar o presente, e depois a todos os preparativos e expectativas até aquele instante em que se via no aeroporto?
   Ah! foi ele. Aquele que se tornara seu amigo secreto, com quem muitas vezes ela imaginava estar conversando, ou em um teatro, ou ouvindo uma orquestra, ou bebendo um café e comentando sobre as pessoas, sobre o mundo. Era um amigo invisível como são aqueles das crianças, que a aceitava com todos os seus receios e toda a sua coragem. E mesmo assim a admirava e desejava o seu bem. Ela amava seu amigo quase sem rosto e seria a companhia perfeita, sabia disto. Não precisaria nem ao menos planejar nada, bastaria estar com ele, dar-lhe a mão e ir. Então poderia ir ou ficar em qualquer lugar. Bastaria estarem juntos. Seu coração ora batia descompassado, ora parecia que levava um susto.
  - Hei! você está tremendo? perguntou a nora, rindo. Você merece, aproveita! a vida é uma só!
  Respirou fundo. Sentiu medo. Devia estar maluca de ter se metido nesta aventura! Teve vontade de sair correndo para não sentir mais aquele frio na barriga. O que ela estava fazendo ali? Olhou ao redor e então ela o viu! Ele estava no meio daquela gente estranha que se juntava em volta do guia da excursão. E ela suspeitou que aquele sorriso dele, era para ela. Estaria doida ou o melhor de todos os companheiros de viagem estava mesmo ali, esperando por ela? Seria um sonho? Só assim para criar coragem para sua última viagem! Então beijou os parentes e com as pernas trêmulas e um sorriso tímido, se despediu.
  E foi....

No aeroporto talvez estivesse tocando naquele dia, aquela música...


foto retirada do Google
texto:Vera Alvarenga

   

domingo, 11 de maio de 2014

O meu Dia das Mães.


 Meu dia das Mães foi maravilhoso!
 Lembrei de você mãe, como lembro em muitos outros dias e tive vontade de tomar um cafezinho daqueles que tomava em sua casa, quando conversávamos então sobre algumas coisas e depois eu voltava para meus afazeres e filhos.

 Você ia ficar orgulhosa de seus netos, mãe!
  E de suas noras! E de seus bisnetos!


Eu bem queria que você estivesse aqui hoje participando de meu dia.
Tive um dia maravilhoso! Um almoço delicioso feito com amor pelo Robson, as palavras generosas ditas por amor pelo Rodrigo que mora em outro Estado, e o Roberto que está num outro país, eu também tenho certeza que me traz sempre em seu coração! Tomara que você tenha se sentido abençoada por seus filhos como eu me sinto por ter os meus em minha vida!
 Sou grata a Deus pelos filhos que tive, 3 filhos homens,que trouxeram tanta mudança, aprendizado e amor para minha vida. Filhos são bençãos, e os netos...rs....ah! são um presente que nos dá a oportunidade e a delícia de revivermos os bons momentos em seus sorrisos. Tenho sorte de ter noras também que trouxeram para minha vida uma outra visão sobre as coisas. Acima de tudo olhar para elas com generosidade e o desejo de me aproximar com sinceridade, confiar nelas e acompanhar alguns de seus passos sob o ponto de vista do feminino, da coragem que demonstram e também da maternidade ( no caso de 2 delas), me deu a oportunidade de olhar para mim mesma e relembrar o que eu fui. E assim, aprender a olhar com um olhar mais amoroso não só para os homens da minha vida, mas para as mulheres também. Isto me deu ainda mais a certeza de que homens e mulheres quando pretendem se amar, devem procurar se completar, reconhecendo um no outro as virtudes que tem usando-as em benefício de um relacionamento fértil de amor e alegria.
  E me deu a certeza de que, enquanto mães, temos de ter pulso forte muitas vezes sim, mas jamais economizar os gestos amorosos, porque tudo vale a pena!
fotos e texto: Vera Alvarenga

quinta-feira, 3 de abril de 2014

Em pele de lobas.....


 Não importa como sejamos, baixas ou altas, aparência forte ou frágil, recém chegadas à fase adulta ou ainda mais velhas e é evidente que a experiência solidifica um pouco mais o fato, mas por assim dizer, em todas nós há uma "loba"...
   Que caminha e enxerga no escuro, que tem faro para encontrar e descobrir as coisas antes mesmo de ser apenas surpreendida por elas, que age por instinto e pelo coração mas que desta vez permanece em foco quando é necessário para defender a matilha, o que e quem amamos, inclusive um outro membro do grupo a quem antes aceitamos como um de nós.
   E por vezes é por instinto de preservar estes que são "nossos" que somos capazes de nos tornar fortes, vencer distâncias em segundos e saltar quando necessário para ficar à frente. Evidentemente estou comparando com o instinto das lobas, esta força que vem de nosso interior, colocada lá, penso eu, por Deus, à nossa disposição para dela fazermos uso quando necessário. Dizem que é mesmo por amor ou paixão que conseguimos nos flexibilizar para agir nem sempre apenas dentro dos padrões confortáveis do que estamos acostumadas, mas por um objetivo maior do que nosso conforto.
   Em algumas ocasiões, nós mulheres enquanto lobas reconhecemos outras e com elas vamos a um passeio pela mata, ou lambemos uma igual que está ferida, ou trocamos sabedorias ou apenas caminhamos juntas para não nos esquecer que temos esta força em nós. É quando a vida nos ensina também através dos nossos limites a ser compassivas e que, ter auto estima é importante para passarmos confiança à matilha e para a própria sobrevivência.
   Por vezes ouvimos o rosnar de alguma loba... o rosnar rouco e tão próximo vem daquela que se postou à frente de algo em atitude de defesa ou ataque se preciso e, de repente de entre os dentes dela caem umas gotas da saliva e enquanto a gente ouve o som percebe que as gotas molham nossa própria boca.... que são nossos os pelos da nuca arrepiados e que desta vez, somos nós que estamos ali ...

Foto retirada do Google images
Texto:Vera Alvarenga

quarta-feira, 2 de abril de 2014

Conversa entre duas amigas inseparáveis...

 - Como foi seu dia hoje?
- Ãhn? ah, é você? Bem, teve uma parte dificil, quando tive de explicar tres vezes porque precisava levá-lo ao médico, e depois quando precisei explicar que não era longe mas estávamos quase atrasados, e ainda quando tive de dizer mais tres vezes onde era o lugar apesar dele me dizer que eu não queria dizer o endereço a cada vez que me perguntava. E quando tive de vestir a pele de loba, rosnar, mostrar-me forte ao invés de companheira amigável e dizer que ele devia parar de me ameaçar descer do taxi no meio do caminho porque precisávamos da orientação do médico.
- E aí, deu certo?
- Parece que sim, mas é uma pena... ao enfrentá-lo tantas vezes, minha mão vai ficando forte e peluda eu acho...vai perdendo o toque macio que queria continuar a ter... e preciso ser maior que a teimosia dele e preciso ser grande, maior do que sou! Nunca me senti bem nesta pele de loba, a não ser, é claro, quando precisava defender algum dos meninos numa situação necessária onde achasse que eles por si mesmos não teriam condições de fazê-lo. Mas você me conhece, eu não precisava ser agressiva, só forte ou corajosa, e só. Agora preciso ser brava!
- Já pensou que pode ser a mesma situação agora?
- Já! E por isto era tão importante a consulta. Contudo tenho medo de não reconhecer o limite que separa o que já era natural dele, do que agora é uma exacerbação, um sintoma. Isto me deixa sem energia, mas depois quando tudo volta ao normal, fico orgulhosa de mim por ter vestido minha pele de...
- E agora, como está?
- Com esperança visto que conversei com o médico e ele compreendeu que os assim chamados sintomas já estavam acontecendo antes de...
- E o dr. disse o que?
- Deu uma receita para evitar maiores problemas, talvez algo que o ajude a relaxar um pouco, espero. É preciso agora ver se consigo fazer o que o médico pediu: que é dar-lhe o remédio. Você o conhece. Ele disse ao médico que não precisa de nada, que tem a saúde perfeita...Bem, fora isto, e descontando as discussões por bobagens, em casa tudo acaba ficando em paz. Você sabe como adoro meu cantinho!.......
- ........... Hei, não ouviu o que eu disse? estou falando sozinha aqui? estava pensando em que?
- Ah! é que estou cansada de lembrar destas infindáveis discussões e então me desliguei... estava imaginando quando dei a mão a ele, e me senti bem, pequena, amada, feminina.
- Huummm... quando deu aquela mesma mão peluda?
- Peluda?? Não! Quando minha pele era tão macia que eu podia sentir a pulsação dele. E saímos juntos a caminhar e eu sorria, ele também... a gente teria um mundo a ver juntos... E eu me sentia leve sem o peso da pele de ...
- Ué...??? É do mesmo homem ou momento que estamos falando?
- Ah... bem, era só um sonho que tenho, às vezes, de uns tempos para cá.
- Tem nome?
-Não, não tem nome, nem mais palavras, nem sorrisos, nem concretude, nem cheiro, nem pele, nem nada mais... apenas um sonho que me vem visitar quando preciso sorrir e descansar meu coração. Um sonho que ainda tem rosto mas que o tempo vai certamente apagar. E assim, ele nunca mais me deixará sozinha, e seremos amigos mesmo que não estejamos juntos todos os dias, e saberei que não preciso lhe pedir que venha, mesmo porque, se precisasse pedir seria sinal de que ele não compreendia o bem que sua presença me fazia. Deste modo, quando nada mais sobrar ainda será apenas um sonho, mas que me tocará vindo lá do meu coração quando eu precisar sorrir tranquilamente e com bom humor para a vida...é como se, além do presente...ainda houvesse um futuro onde um dia aconteceriam tais momentos não só de serena alegria, mas de alegria certamente e esta nos traria a tal "leveza do ser"...
- Bem, talvez este homem do sonho tenha se transformado num lobo, mas nem quero perder meu tempo com estas conjecturas "hilárias", palavra que você iria ouvir do homem objetivo e realista que escutasse sua história, minha cara... O que lhe quero lembrar, de fato e mais uma vez, é que você sabe que a única coisa que temos é o presente, sua tola!
- Eu sei!...rs... mas se não fossem os vislumbres, os flashes, os insigts, as visões de bons momentos, as boas lembranças que queremos de vez em quando resgatar, os filmes românticos onde tudo acaba dando certo, a fé no Deus que nunca vimos, as imagens do belo que existe no mundo e nos gestos de amor e companheirismo, a crença nos princípios, a recordação dos melhores sonhos que quase realizamos...estaríamos todos afundados numa depressão dificil de se conseguir sair, não acha, ( com o perdão da palavra...) sua velha rabugenta? ...kkkk.... Vem, vamos tomar um chá, sem o vinho porque hoje estou com uma gripe danada! Vem! Hum..você está cheirando a pêlo molhado...rs... Sabe o que acabo de perceber? Que quando penso que estou cansada, acabada, lá me vem você e... no final das contas acabo constatando que serei sempre a mais jovem entre nós, pois não sou eu a que ainda sonha?


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