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sábado, 29 de outubro de 2016

Transformando o que foi descartado...

Havia uma parte do jardim no condomínio onde até a grama tinha dificuldade de crescer, devido ao solo ressecado por causa das raízes das mudas de palmeiras plantadas pela construtora desde que entregou os  prédios.
As palmeirinhas cresceram.Suas raízes se espalharam de tal forma que causou infiltração na garagem porque estas raízes penetraram até nos canos que deveriam levar o excesso da água da chuva a um lugar seguro. Foi gasto um bom dinheiro para fazer novos ralos, e levantar uma parte do piso onde as raízes se infiltraram feito praga. No jardim, parecia que nada ia ficar bonito ali, mas não podíamos tirar todas as palmeiras.
Andando por perto da lixeira vi alguns tijolos quebrados, um vaso de plástico, umas pedras, algumas daquelas " tartarugas amarelas" que se colocam nas ruas para diminuir a velocidade dos carros...
Logo tive uma idéia.
       E levei aos poucos, tudo aquilo que parecia não servir mais pra nada, para o meu terraço.
Com a ajuda de meus pincéis, juntando umas coisas aqui e ali, mais a criatividade e disposição para o trabalho, consegui fazer o que mais gosto: - Transformar algo que parecia feio, inútil ou estragado, em algo bonito. Se gostarem da idéia, inspirem-se! Posso garantir que é trabalho que dá enorme prazer! (clicar nas imagens para aumentar)


Não posso esquecer que tive um
ótimo companheiro durante o trabalho:
- o CACAU.

Em boa companhia, qualquer trabalho fica mais agradável.





Se quiserem ver o resultado,
olhem mais um pouquinho, nas fotos de baixo.

Este é um bom exercício para a gente treinar nosso modo de ver o mundo, não deixando de enxergar o lixo, os erros, o que parece não ter mais remédio... e depois fazer uma opção para não se deixar abater mais do que a vida e as perdas já nos abate. Pois, em grande parte das vezes, a gente pode transformar as coisas, ou nossa maneira de ver o mundo e lidar com ele.







veraalvarenga.





domingo, 22 de junho de 2014

E ela dançou aquela seleção inteira....


Parada em frente à janela, resguardada do frio, olhava para mais longe, através daquelas árvores verdes onde o sol brilhava sobre as flores vermelhas do jardim e pensava sobre aquilo que podia fazer o mundo ser maravilhoso aos nossos olhos. Distraída, ouvia uma daquelas fitas antigas onde gravara um dia, algumas músicas de que gostava. Sem resistência e mesmo sem perceber, seu corpo deixou-se levar pelo ritmo de Willie Nelson cantando "Always on my mind" e logo balançava suavemente de um lado para outro. E ainda mais soltou-se, descruzando os braços, quando ele cantou "Valantine".
   Tão antigas aquelas músicas, nossa! De olhos abertos vendo só o pouco que queria ver e imaginando o outro tanto, deixou-se levar... de repente sentiu que estava sendo observada e um minuto antes de desmanchar seu sorriso, de parar, envergonhada, os movimentos suaves com que acompanhava as músicas, olhou para ele. Estava sentado numa poltrona ao lado de uma estante cheia de livros e DVDs. Não era mais em sua sala que estava, como antes, mas sim num ambiente sóbrio e íntimo como um escritório ou biblioteca pode ser para aqueles que gostam de abrir sua alma e ali, escrever. Sentiu-se quase em casa.
 
Sorrindo, ele estendeu-lhe a mão e pegando a dela, fez com que continuasse a girar em torno da poltrona em que estava. Levantando em seguida, olhou-a nos olhos e ela pode ler neles o que a música cantava naquele mesmo instante - " You are so beautiful...to me..." De mãos dadas, mantendo-a distante de si como se quisesse mais olhar pra ela do que abraçá-la, ele a fez rodar e dançar em movimentos lentos ao redor dele. Aliás como cabia aos dois, nesta idade, os movimentos eram lentos mas intensos. E ela sentiu-se leve. E não importava mais o tempo nem a idade, e assim dançaram enquanto Louis Armstrong cantava para eles "A wonderful world".

E quando Riccardo cantava "Margherita" eles se abraçaram, dançaram juntos, beijaram-se... e ela o ouvia dizer baixinho : perché tu è dolce, perché tu è vera, perché tu ama, è un sogno, il vento e adesso è mia...

Tudo era extremamente intenso e leve ao mesmo tempo, e puro embora sensual, e forte, e o tempo parou por uma eternidade....sentiram-se vivos por saberem que tristes são aqueles que não sabem o que é amar.... Mas aquela música que falava do coração dos puros quando amam a deixou muito leve, tão leve que já não parecia real mas uma bolha de sabão colorida, pelo sol, feito arco-íris, indo para o alto.

Foi quando olhou novamente para as flores vermelhas atrás das árvores verdes que ficavam em frente sua janela e, ouvindo a última música daquela seleção, ainda com o sorriso nos lábios e alguma leveza na alma, pensando que pelo amor é que a vida segue em frente, acompanhava em pensamento a mesma pergunta da canção....
...." Quem poderá explicar o espírito secreto de uma vida?..."


terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Sonhei que o mundo ia acabar e me coloquei em segurança...

  Esta madrugada tive um sonho...
Estávamos numa emergência! De alguma forma se sabia que o mundo, como conhecemos pelo menos, ia acabar!grandes mudanças iam ocorrer ou sei lá o que! Então, algumas pessoas, como eu, se viam de repente dentro de uma nave, um disco voador do tamanho de um enorme salão. Tinha piso mas desde a altura da cintura e toda a parte de cima era feita com uma película finíssima mas resistente, transparente como vidro, que nos permitiria ver tudo mas nos protegeria ao mesmo tempo que deixaria entrar o oxigênio purificado. Beleza de solução, apropriada para sonhos! para os meus sonhos, que nunca são totalmente catastróficos à primeira vista. Se parte do mundo ia acabar, ali estaríamos a salvo!
 Então eu soube que dentro dele ficaríamos até tudo estar seguro novamente e podermos voltar para nossas vidas. Só que, por uma fatalidade daquilo que, de sonho passa num instante a pesadelo, alguém apertou algum botão errado e sobre minha cabeça começou a fechar-se tudo. Eram 2 portas arredondadas como cabe a um disco voador, de pesado material, da cor verde e que fechou tudo impedindo a nossa visão. O fato de ser da cor verde trazia conforto, porém não resolvia tudo. E por instinto soubemos que, quando acabasse o nosso tempo de puro oxigênio ali dentro guardado, o nosso mundo iria acabar para nós, não importando mais o que ocorresse lá fora....Incrível, estávamos trancados naquilo que deveria ser nossa salvação! ìamos morrer sufocados!( bem realista meu sonho afinal de contas, porque o mundo acaba, de uma forma ou outra, para cada um de nós quando não pudermos mais respirar!)
 Meu sonho terminou no momento exato em que sentia tristeza e uma grande perplexidade diante de duas coisas que, para mim, significavam a maior perda real: - meu Deus! não poderei "ver" mais nada do mundo ao meu redor? e nunca mais fazer amor? nunca mais amar?
   Acho que se não acordasse naquele momento teria chegado à mesma conclusão que reforça o que norteou minha vida.... O que te dá a sensação de segurança e liberdade...é poder sentir o vento ao olhar pra longe e"ver" o que há adiante, seja nos horizontes ou ao redor e, acima de tudo, poder amar! Ou ainda...é poder amar e ainda olhar o mundo ao redor!
  Só nos sentimos realmente condenados a uma prisão que nos limita quando, não podendo olhar para longe nem sonhar o amanhã, também não tivermos junto a nós, o nosso objeto de amor, aquele que nos faz capazes de amar e de enfrentar tudo hoje!
  Contudo, sonhos sempre tem mais de uma interpretação...
Foto e texto: Vera Alvarenga

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Um mundo todo iluminado...

 Como em Paris...
   Ela já se perguntara muitas vezes por que motivo, apesar de todo o amor, tudo tinha acabado desta maneira.  Não sem luta, nem de repente, mas de uma maneira insidiosa, triste e sem jeito de se evitar.
Não encontrava resposta. Talvez porque o amor tinha sido sustentado por alguma coisa que era mais finito e passageiro do que o tempo deles. Talvez porque o amor deles tivesse beleza mas não possuísse a alma dos dois. Ela não tentava mais saber nem de si mesma. Aquele, era um daqueles dias em que o mundo parecia ter parado e ela, nem se importava. Não era mais possível recomeçar, apenas seguir em frente.
Então, o seu amor veio. Sem lhe pedir licença, andou pela casa dela a procurar e quebrar espelhos, quando os encontrava. E quebrou todos, menos um.
Já estava começando a escurecer. Ela devia estar sonhando acordada...só podia ser.  Foi acender as luzes. Ele a deteve. Levou-a de fronte ao único espelho que deixara restar na casa. Ela não queria olhar. Já sabia que se tornara uma estranha e que o amor não podia mais existir - faltava-lhe sua juventude, o que o sustentara até então. Por isto, virou o rosto.
Com mãos firmes, ele a sacudiu um pouco pelos ombros, como para acordá-la de um pesadelo. Quem era este homem? Então, ela olhou primeiro para o rosto dele e viu que ele a olhava.
O último clarão do sol entrou pela janela, refletiu no espelho. Era a mesma luz dourada que clareia intensamente tudo, antes que o sol se vá e deixe a sombra anunciar de vez, a noite. A luz refletiu em seus olhos e impediu-a de enxergar. Finalmente ela viu. No olhar dele viu tanto amor e cuidado, que o medo se desfez.
Devagar, foi descendo o olhar até encontrar-se com um rosto mais abaixo do dele... era o seu. Não conseguiu encarar o próprio olhar. Como é difícil olhar para si mesma quando se sente que o tempo nos escapou! Desviou o rosto, quis afastar-se dali. E ele a sacudiu levemente, de novo.
Surpresa pela insistência dele, olhou-se. Seus olhos encontraram-se com os daquela outra, que era ela. Que pena, pensou, o que posso oferecer agora? A juventude pela qual eu fui amada, se foi para sempre!
Ele, que nunca antes tinha amado aquela mulher, aproximou seu corpo ao dela. Virou-a de encontro a si e a abraçou. Por que ela não confiava nele? Ela encostou o rosto em seu peito, ouviu seu coração, sentiu seu calor. Fechou os olhos. Só pode ser sonho, pensou.
Quando abriu os olhos, já tinham sido apenas um, respirado o mesmo ar, experimentado  o mesmo sabor de vida e de amor. 
Sorriu para ele. Sim, ele estava lá. E ainda queria estar ao lado dela. O amor assim, como fora experimentado, sem espelhos, com cuidado, trazia em si a alma dos dois. No início, entregaram-se como se só aquele momento houvesse. Mais tarde, deixaram-se levar pelo desejo de descobrir, reconhecer os limites, percorrer a pele um do outro como se só assim fosse possível se misturarem e depois, ainda se adorar... e foi na brandura de um crescente carinho que, desta vez se fez o amor entre eles, sem pressa, porque queria ser eterno.
No escuro, corpos nus, como se a juventude nunca os tivesse deixado, e antes de perceberem que se amariam para sempre, foram até a janela. Ela lembrou-se de uma noite em Paris, um sonho que parecia distante...
Lá fora, nada mais podiam ver com detalhes, porque a noite havia chegado, mas juntos olhavam, e viam o mundo todo iluminado.


Texto: Vera Alvarenga
Fotos: retiradas do Google imagens.

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

" Mulher, na Idade Madura, decide se aventurar no mundo do Blog ..."

   Até crianças, já começam a dominar a linguagem bloguiana...Para minha geração é + difícil, mas acho fenomenal a idéia ! Alguém comentou: "fazem isto pra faturar c/ anúncios!" Que bom que alguns ganhem com anúncios ( quem me dera, também eu pudesse! renda extra sempre é bem vinda, ainda mais numa fase da vida em que a gente tem que se agarrar ao emprego que tem!) O que me importa, é que a idéia é mesmo boa e que minha geração tem a oportunidade de presenciar chocante contraste no que diz respeito à possibilidade de comunicação, que esta idéia permite.

   Descobri apenas na semana passada, a existência do sr. Blog ! E, sem que meu marido saiba, confesso que estou me apaixonando...

Vocês, jovens, talvez nem imaginem, mas por um momento, me acompanhem... Coloquem-se no lugar das pessoas da geração de seus avós, que pensavam ter o que dizer e, não tinham como... que sonhavam publicar seus poemas ( como meu pai), contar suas emoções, piadinhas, dividir conhecimentos, falar das coisas que não podiam sequer pensar alto no ambiente de trabalho( ou até familiar), fazer críticas sôbre o que eram obrigadas a calar, reclamar da fila, do hospital, da aposentadoria !

Peço um pouquinho mais de vocês, jovens de hoje : coloquem-se no lugar de alguma minoria... das pessoas da comunidade que nunca eram ouvidas... coloquem-se no lugar ou apenas pensem em mulheres na idade de suas avós ou mães, que sofreram discriminações, no trabalho ou em casa, das mulheres da minha geração, que iniciaram o movimento pela emancipação da mulher, lutaram pela igualdade e respeito ao ser humano, independentemente do sexo e não puderam colher todos os frutos... porque, se Deus quiser(!), será a geração de vocês e de suas filhas a ter este privilégio!

Não sei se vou conseguir fazer um Blog interessante,ou resolver minhas dúvidas, mas pasmem agora vocês da minha geração, é possível até pedir ajuda, e recebe-la, sem mesmo sair de casa, através de foruns! ( ainda não sei bem como ). Gente, coisa de "loco"!! Coisa boa por demais, para uma geração de mulheres que chegou a pensar que podia estar mortalmente ferida, ao menstruar pela primeira vez e, na adolescência, ouvia as mães cochicharem que alguma amiga, ao chegar na menopausa, foi “internada por ter perdido totalmente o controle” ("meio loucas" coitadinhas!! - só porque algumas, já tinham coragem de se rebelar e se revelar, talvez quando a sabedoria desta idade as fez perceber, que se calaram por tempo demais!)

"Óh aqui, pessoal jovem", parabéns! Parabéns por viver neste mundo agora, em que os véus podem ser, aos poucos,retirados! Parabéns por bolarem coisas boas como Sr. Blog, etc... Claro que o mundo de hoje tem suas mazelas (como sempre teve - a história tá aí pra mostrar!)e a luta de vocês não será menor do que a nossa... mas não desistam e acima de tudo, RESISTAM às tentações de usar toda esta tecnologia para o "mal". Tenham também um pouquinho de paciência com quem lhes preparou o caminho, e ensinem para esta gente mais velha( como eu), como vivenciar um pouco da mágica aventura que é poder se comunicar com LIBERDADE de expressão,sem as "censuras políticas", através da maravilhosa máquina que é o computador. Ele supera foguetes na velocidade em que chega aos destinos e não precisa nem de asas pra voar!Quase acompanha o pensamento! é um espanto( e uma pequena benção)!

Olhem aí ao lado... quem sabe a mãe de vocês ( ou a avó!o avô) iria adorar aprender a simplesmente passar um email, para uma amiga que não vê há muitos anos,talvez até porque não possa se locomover, sei lá! Vocês vão ter idéias. Ei, gente jovem, sei que vocês tem pouco tempo pra tudo que querem fazer...( eu também queria que o dia tivesse mais de 24 hs.,às vezes) mas, se puderem,dividam um pouquinho desta saborosa tecnologia c/ quem veio até antes da minha geração! Minha mãe morreu aos 80 e achou o máximo quando eu a ensinei a passar um email para a amiga dela, que estava a 1000 (mil) km. de distância e ela recebeu a resposta quase na mesma hora!

Estarei aqui no meu Blog, ou no meu email, tentando falar da minha visão das coisas ( de mulher madura, com 58 anos), e adoraria receber notícias de vocês também, ou de qualquer pessoa da minha geração, que tenha algo pra dizer sôbre esta fase da vida.

Morei recentemente, e por 10 anos, em Florianópolis, a 50 mts. do mar... Paraíso!( ah! agora notei um pouquinho de inveja!). Só que, eu e meu marido ficamos meio adoentados, trabalhávamos feito loucos com nosso artesanato pra sobreviver e nos sentíamos solitários, sem os amigos que tínhamos deixado em São Paulo, sem os filhos, netos e sem tempo de fazer novos amigos. Sabe o que é isto? Sem nos comunicar com iguais, perdemos o sentimento de pertencer a uma tribo. Se por um lado ficamos disponivelmente globais, por outro, sem o aconchego do grupo que tem raízes ou algo em comum, ficamos mais solitários e, se a gente se acostuma, depois é difícil sair do casulo. E sem nos comunicar, somos uma voz apenas, que vai perdendo o som... Agora, estamos perto da família, outra vez e eu descobri o Blog. Estou mais feliz do que quando morava no Paraíso, acreditam???!!!

Se eu tiver dificuldades c/ o Blog, vou pedir ajuda!

Abraços a todos os amigos blogueiros e Boa Semana!

Vera.

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