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quarta-feira, 16 de novembro de 2016

Exposição 3 Grandes Mestres e mais um...

Há alguns meses, a convite de uma amiga caríssima, Kátia, fui a "Exposição Grandes Mestres"- no Espaço Cultural Porto Seguro, em São Paulo.

Lá pude admirar algumas obras dos 3 Grandes Mestres Michelangelo, Leonardo da Vinci e Rafael.

Ao sair do Museu tive uma surpresa : encontrei
o 4º Mestre ali mesmo, do lado de fora !

Suas obras :

























O Instinto de Sobrevivência foi o 4º mestre que inesperadamente encontrei.
Bem ali, do lado de fora do espaço da exposição, no alto de um prédio de poucos andares, lá estava, silenciosa, a sua Obra!
Também maravilhosa e digna de meu respeito e admiração. Nesta obra estava representado, sem dúvida, muito do que os 3 Grandes Mestres haviam vivido enquanto criavam e concretizavam suas idealizações: perseverança,coragem, anos de trabalho dedicado, sofrimento, esforço, dignidade, e alguma satisfação.
Aos meus olhos surpresos, sem holofotes, a céu aberto e silenciosamente, o Mestre Instinto de Sobrevivência mostrou-me uma de suas Artes.

Quem pode dizer que em certas condições, sobreviver não seja uma Arte admirável ?
crônica fotográfica:Vera Alvarenga

quinta-feira, 3 de abril de 2014

Em pele de lobas.....


 Não importa como sejamos, baixas ou altas, aparência forte ou frágil, recém chegadas à fase adulta ou ainda mais velhas e é evidente que a experiência solidifica um pouco mais o fato, mas por assim dizer, em todas nós há uma "loba"...
   Que caminha e enxerga no escuro, que tem faro para encontrar e descobrir as coisas antes mesmo de ser apenas surpreendida por elas, que age por instinto e pelo coração mas que desta vez permanece em foco quando é necessário para defender a matilha, o que e quem amamos, inclusive um outro membro do grupo a quem antes aceitamos como um de nós.
   E por vezes é por instinto de preservar estes que são "nossos" que somos capazes de nos tornar fortes, vencer distâncias em segundos e saltar quando necessário para ficar à frente. Evidentemente estou comparando com o instinto das lobas, esta força que vem de nosso interior, colocada lá, penso eu, por Deus, à nossa disposição para dela fazermos uso quando necessário. Dizem que é mesmo por amor ou paixão que conseguimos nos flexibilizar para agir nem sempre apenas dentro dos padrões confortáveis do que estamos acostumadas, mas por um objetivo maior do que nosso conforto.
   Em algumas ocasiões, nós mulheres enquanto lobas reconhecemos outras e com elas vamos a um passeio pela mata, ou lambemos uma igual que está ferida, ou trocamos sabedorias ou apenas caminhamos juntas para não nos esquecer que temos esta força em nós. É quando a vida nos ensina também através dos nossos limites a ser compassivas e que, ter auto estima é importante para passarmos confiança à matilha e para a própria sobrevivência.
   Por vezes ouvimos o rosnar de alguma loba... o rosnar rouco e tão próximo vem daquela que se postou à frente de algo em atitude de defesa ou ataque se preciso e, de repente de entre os dentes dela caem umas gotas da saliva e enquanto a gente ouve o som percebe que as gotas molham nossa própria boca.... que são nossos os pelos da nuca arrepiados e que desta vez, somos nós que estamos ali ...

Foto retirada do Google images
Texto:Vera Alvarenga

domingo, 11 de setembro de 2011

A alquimista.

Não era a primeira vez que ia ao quintal e ficava sòzinha com um silêncio que podia preencher como bem quisesse- ler, ouvir música, pensar. Estar sozinha assim não era sentir-se só,nem triste. Este era o tipo de solidão que possuía o silêncio de prata,como pensava, porque silêncio de ouro seria o que proporciona indescritível prazer a duas pessoas que, mesmo estando quietas, conseguem sentir-se incrivelmente unidas. Mas, quando no silêncio de cor prateada ela experimentava o prazer de estar consigo mesma e encontrar-se com o que habitava dentro de si, então era como o alquimista ou feiticeira que sabe como transformar prata em ouro. Antigamente era no banho,ou na cama quando todos já dormiam, ou num momento de ociosidade como este,que lhe aconteciam as idéias criativas.
Agora,filhos criados, afastada das artes que antes faziam parte ativa de sua vida, não precisava mais criar, e escrevia, ou lia. Ou então, lembrava com saudades de alguém, ou sonhava. Era dona de si e destes seus momentos.E como isto era bom! Podia até mesmo apenas respirar. Deitada num colchonete no chão, mãos postas em concha sôbre os olhos e depois no peito, apenas respirava. Assim, meditava. No movimento da respiração se deixava levar para dentro de si ou voava por sensações que depois não sabia como descrever em palavras.
Estes rápidos momentos traziam no final uma nostalgia,como se fizessem parte de uma despedida de algo bom.
O sol se punha às suas costas. Hoje ela sentara ali para um momento de leitura, mas logo percebeu que precisava escrever. Os pardais vinham cantar ao seu redor as últimas canções do dia. Andorinhas logo viriam agitadas, procurar seus ninhos no telhado. Mais alguns minutos e, ao olhar para o céu, veria os patos vindos do sul voando para a direção oposta. Como sabiam que deveriam voar naquela formação que desenhava duas imensas asas no céu? Asas iguais as que a levavam àquela quietude interna.
Tudo parecia tão natural e agradável naqueles momentos que ela sentia fazer parte do ritmo que pulsava na natureza ao seu redor, obedecendo ao tempo do instinto e não do relógio. Tudo parecia tão perfeito e calmo,que era até um pouco triste. Despedidas sempre o são. O sol já desaparecia atrás do sobrado do outro lado da rua. As maritacas que gritavam na amoreira aquietaram-se.
Então, ela pensou nele.Tudo só seria mais perfeito se ele viesse e lhe desse um beijo, como ela gostava de beijar quando sentia-se assim repleta de si ou daquela tranquilidade. Ele não veio. Talvez porque os homens não percebam o risco que é viver sempre a um passo de uma despedida. Talvez porque eles só percebam que a noite chegou quando alguém não acende a luz para eles.
Ah! mas ela percebia e tinha o jarro de seu coração, tantas vezes pronto para transbordar o que não podia caber só em si, mesmo às custas de saber que a cada dia, pode haver despedidas...e a cada beijo também.
Texto e fotos:Vera Alvarenga

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