sexta-feira, 24 de setembro de 2010

" A mais bela canção que podia ser tocada"...

  Há muito tempo,quando menina ela tivera um sonho.
  Agora, nada mais existia, a não ser o piano e ela!
  Não sabia que podia sentir tal emoção. Nem poderia saber, que o desejo que crescera em silencio, era o sonho que queria realizar-se há tanto tempo!
  Em sua vida, já de tantos anos para contar,  experimentara sentimentos fortes, verdadeiros, sinceros, sonhos que viu realizarem-se, após luta, garra, coragem ou apenas esperança. O amor fazia parte da vida dela, com a emoção que lhe era peculiar viver tudo que era de valia. Não tinha sonhos ousados. A vida era boa assim, com suas batalhas e simplicidades...
   Mas, realizar este sonho,era algo que não tinha sequer idealizado e sentia-se pequena,agora, diante dele.
   Então, pensou que o que alcançava era uma graça, pois era assim que vinha, sem que ela premeditasse, apenas por ter pedido há muito tempo. E diante deste fato maior que ela, pois assim é uma graça, nenhuma presença, ninguém mais importava naquele momento, a não ser "ela e aquele que se deixaria tocar pela sensibilidade dela, ao mesmo tempo que a tocava com sua gentil concretude". Juntos, neste dueto, comporiam a mais bela canção possível para ambos, cujas histórias diferentes se uniam no desejo de expressar-se inteiramente, através daquela canção.
   A música era forte, arrebatadora ao mesmo tempo que apresentava, em certos instantes, o som que, de tão suave, apenas alguns podiam compreender...e era tão envolvente, que seria como um testemunho ouvido por todos,porque era a última e mais sublime música que tocariam, conscientes de que era a última obra que ambos poderiam realizar. Foi por isto que se aproximaram e harmonizaram-se de tal maneira, que seriam reverenciados por todos que os pudessem ver e ouvir - ela e .... o piano - um sonho de amor escondido.
     Era por isto que para ela, tudo parecia um milagre e não podia se importar com mais nada, só havia ela e ...o piano. Até que de repente e só então, percebeu ... não havia som! A música estava a ser tocada apenas em seu coração. Seria possível? Por um instante se desconcentrou... e olhou em volta. a realidade.
     As notas musicais então, imediatamente caíram ao chão, junto com as teclas do piano.
     Meu Deus, o que aconteceu, o que foi que eu fiz? Perguntou-se.
    A música que silenciosamente tocava e ninguém mais escutava, gritava só em seu coração os últimos acordes e foi se calando, e ficou ali, escondida outra vez. Ela não sabia o que fazer, no meio de um palco que jamais pensou que existisse, pois nem sabia como tinha ido parar ali..no meio daquela gente que se comunicava estranhamente. Tentou juntar as notas que rolavam pelo chão junto às lágrimas que tentou ainda esconder, quis ter coragem para desculpar-se com o público, se ali ainda houvesse alguém...
    Então, o maestro pegou-lhe a mão, abriu a janela e deixou a luz entrar, para gentilmente lhe mostrar... realidade.
   Ela quase desfaleceu, mas reagiu. Afinal, se ela apenas havia sonhado, que bom porque ninguém a tinha visto! Foi o que pensou para consolar-se. Seu sonho podia continuar a ser um segredo só seu. Podia seguir e sorrir, como se nunca tivesse chegado tão perto de realizá-lo e tudo ficaria em paz para todos.
   O sonho lhe pertencia e só ela sabia que um dia, tinha sonhado compor aquela canção...com ele.

Texto e foto : Vera Alvarenga  email : mulhernaidademadura@gmail.com
                                                         e  fotoseimagensdomeuolhar@gmail.com

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

-" Um simbolismo entre 360...Verdade ou coincidência? "

Quem, em sã consciência, poderia acreditar nos simbolismos do zodíaco?!
.....Eu!
Podem achar loucura, não acreditar, mas eu e meu sócio/marido, assinamos o contrato do nosso restaurante, o Chateau du Champ ( minha casa de campo, lembram? aquele com música da Elis, terraço,amigos,etc), no momento oportuno.
Por uma destas coincidências que a mente racional não consegue explicar, ao abrir um livro americano de astrologia, que abordava e descrevia com seriedade, cada um dos graus do zodíaco, onde o Ascendente de nossa empresa poderia ter "caído", dependendo do momento em que assinássemos o contrato, li maravilhada o que escrevo a seguir.
Antes, porém, quero lhes dizer que são 360 graus ao todo, e o nosso Chateau nascia no exato momento das 24 hs, portanto de um dia inteiro, no qual o simbolismo era:
" Um pássaro azul, pousado no portão de uma casa de campo". Notem bem..."casa de campo", percebem??

Se foi este momento que me atraiu ou eu, que atraí a ele, não sei, mas quem leu meu post http://mulhernaidademadura.blogspot.com/2010/09/breve-historia-de-um-anjo-e-do-meu.html, poderá compreender que combina muito bem com o "espírito" com o qual eu desejava entrar neste negócio!
Após o título lindo, como está acima, havia a descrição: " a recompensa que coroa todos os esforços de integração no ambiente social daqueles que se mantém fiéis a si mesmos. O simbolismo do pássaro azul é o da felicidade e o da mente orientada espiritualmente e sugere que a técnica essencial do bem viver é o desenvolvimento de uma consciência voltada para a paz e a felicidade, o prazer de viver."
  Quem me conhece, sabe bem que caiu como uma luva! Não inventei! ISTO ESTÁ NOS LIVROS!! e, como diz a música cantada por Tetê Espíndola, será que estava escrito nas estrelas??!
  Me digam, senhores empresários e descrentes em geral, como minha alma desejosa de vida poderia deixar de lutar e debater-se pelo sonho, que pensei fosse em segredo,só meu, mas estava escrito nas estrelas?! Como eu poderia não me deixar levar nas asas deste pássaro da liberdade? Foi um sinal, uma armadilha, ou como penso, mais uma janela para o mundo, aberta pela mão do "acaso" ?

Texto e foto: Vera Alvarenga

terça-feira, 14 de setembro de 2010

" A Incoerência e a Sensibilidade..."


Ao abrir aquele email e ver a primeira imagem, da mensagem que alguém mandara, foi envolvida pela música, como se fosse um abraço do homem amado.
Ficou presa naquele segundo, ouvindo o som da música suave, que parecia fazer parte dela e os olhos se fixaram na imagem, como se as palavras que viessem depois, não tivessem mais importância.
E, deixou-se levar pela música e, com o olhar primeiro, depois com o corpo todo, e todos os sentidos, penetrou na imagem, até se perder, dentro dela.

Foi quando percebeu a grande incoerência que morava em seu peito.
Não era uma mulher triste...mas a tristeza morava nela,em algum canto. Havia uma nostalgia de não sei o que, que fazia parte dela e a deixava assim... como se estivesse sempre a um passo de se deixar tomar por uma emoção tão forte, mas discreta, diante do que era belo e bom.
Não havia culpa, nem culpados, tudo estava bem, e melhor do que estivera dias antes.O presente é sempre o melhor que se pode ter, e a verdade também.
Ainda assim, nela havia a presença de um sentimento que ela, por não saber definir, pensava ser tristeza.
Alguém podia pensar que ela queria ser triste, mas não, era a consciência do irremediável.
Ao mesmo tempo, reconhecia em si, ainda a mesma vontade de viver a vida, a mesma gratidão pelas coisas e beleza que a cercavam, ainda tinha olhos para ver o outro lado de tudo, perceber uma outra opção, sempre possível para comemorar a vida...do contrário, se morreria!
Talvez fosse a ternura, que morasse no coração e ela pensasse tratar-se de um amor que precisava entregar.
Quem sabe fosse o medo, ou  a tal incoerência...consciência de algo mais sutil, embora forte, que a unia a tudo e dissolvia ao mesmo tempo... como acontece no amor.
Talvez por isto ela tivesse a sensação de que fosse amor, que morava lá e ela precisasse oferecer e viver, por ser semelhante ao momento em que dois se entregam e alcançam o clímax...
Talvez ela estivesse, mais uma vez a agradecer a vida, a se emocionar com ela dentro de si, e apenas não soubesse o que fazer com a sensibilidade....
Talvez ela fosse feliz, por saber-se capaz de amar desta maneira, e isto a emocionasse tanto quanto a deixasse triste, só por conhecer de si, a força de tal sentimento.

Texto e foto: Vera Alvarenga

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Breve história de um anjo e do meu "Butiquim"...

É uma história antiga, que me lembrou um tempo em que conheci um anjo...

Naquela época,eu me comunicava com pessoas diferentes e, no meio delas, fazia amigos, ouvia seus problemas, seus "causos", enquanto servia mesas, fazia patês, era chamada para participar das "prosas", cantava..até aprendi a beber para dividir a cerveja a fim de que o amigo ( meu anjo bêbado), não bebesse muito. Foi quando inventei de colocar gelo na cerveja...quanto ao "bebado", era por conta dele,ele mesmo se chamava assim, quando falava de si, mas era um delicioso amigo nosso, que todos gostávamos e...em anjo caído do céu em nossa casa,não se olham os dentes,não é?
Para mim,ele era um anjo, então, o chamava em pensamento de meu anjo bêbado, pois foi ele que compreendeu o que eu tentava explicar ao meu marido e, quando ele falava sôbre o mesmo assunto, sendo ele um homem,e eu via os dois conversando animadamente sôbre o espírito da coisa...eu não podia deixar de ver as asas, escondidas em suas costas, e agradecer em pensamento, por também animar algumas de nossas noites, depois de estarmos exaustos! Foi um tempo muito difícil,que passou, mas destes "papos e do grupo de amigos" sentimos saudades.
Texto e fotos : Vera Alvarenga
Música retirada da net, com autorização para ser pública.

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

" Onde está o meu renovado amor?"

     A gente tem tanta pena de ver morrer o amor assim... “Como viver sem a capacidade de amar, de dedicar tempo para o outro, sonhar e tentar fazê-lo sorrir, apoiá-lo nas batalhas?  Por que a vida não me dá um outro amor, que venha me salvar deste lugar nenhum vazio sem sonhos, para que possamos juntos rir de nós mesmos, e caminhar com mais ternura, preguiça, e menos desgaste?”
     A gente quer pegar nas mãos o próprio coração, olhar para ele, chacoalhá-lo e dizer:
     - “Acorda! Não vou agüentar muito tempo, com você morto dentro de mim! Por favor, quero viver!”
     Mas ele continua inerte.Está partido porque deixei que o amor morresse. Tudo se transforma em dor física. Porque tudo que a gente sente, emoções e pensamentos, estão dentro do que é o mais concreto e real, em nossa vida – o nosso corpo! Até nossos sonhos mais espiritualizados, estão nele! E ele sofre também, e a gente intui que é uma pena, que nosso amor e a gente, vá morrer assim, de tristeza, mesmo que disfarçando perante outros, porque não quer fazer sofrer pessoas que nos rodeiam. A gente sabe que está morrendo...e o corpo, e a vida que era espontânea em nós, não quer reagir! É como se a gente tivesse presenciado a morte de um ente amado! É o luto... de nós mesmos...
     O amor que estava em nós, a capacidade de amar, a “alma” da nossa existência, como leve pluma, fica solta no ar. Pensando que não vamos agüentar encarar este sentimento, nos afastamos dele, embora ele esteja em nós, e parecemos um robô. Como tal, não sobreviveremos se quisermos encarar a nossa vida e continuar a“sentir” nossos sentimentos, sem anestesia. Então, acontece um pequeno milagre!
     É tanta pena que sentimos, que olhamos para nosso umbigo, nossa barriga, o centro de nosso corpo, e desejamos sentir vida novamente em nossas entranhas. Respiramos fundo, e um vento, soprado por algum mago, trás de volta a parte importante de nós – a pluma, a“pena”, compaixão,o amor e ele pousa, desta vez, em nosso próprio coração! Quando a gente olha pra dentro de si,como numa meditação, e fica presente inteiramente em nosso próprio corpo, algo acontece. Como eu pude me esquecer disto?! Quando a gente pensou que desistiu de tudo e que só nos restou amar a nós mesmas, do jeito que a gente é, porque sentiu que merecia este nosso olhar, não sei como, nem porque, mas parece que uma pequena luz nos iluminou um pouquinho. Mais milagrosamente, parece iluminar também o coração do outro, daquele que estava ali ao lado, esquecido de como era demonstrar amor. E ele se aproxima...e parece que te vê com outros olhos, e demonstra seu desejo... e te fala com ternura como fazia tempo que não falava...( “Meu Deus, será que este homem, fica feliz ou me acha mais sedutora quando estou meio morta? O que está acontecendo? Outra vez não encontro resposta! Estarei perdendo a fé nas pessoas e nas palavras? Onde está a fé que me habita?”)
     -“E onde está o meu novo amor? Aquele com quem ia recomeçar um relacionamento  maduro, onde me sentiria mais inteira e ele ia gostar disto? Onde está o homem que, mesmo que se julgasse um pouco rude, me bastaria que fosse bom, e simples, e terno, como sei que seria? Onde está o que, ao me dizer que sou insubstituível, estaria querendo dizer também, que me queria em sua vida para sempre, como companheira? Esta ilusão era minha e, se ele existisse, por certo, teria outra vida para cuidar. Uma pluma solta no ar, pode ser levada pelo vento da ilusão, criada por nosso único desejo”.
     Então, você se pergunta, se não seria um bom momento para relaxar, já que vive sentimentos tão intensos, deixar de  tantos questionamentos,aceitar da vida o presente real do amor que se oferece ao lado, daquele que já foi o amado...e, sem grandes cobranças, para exercitar o que você estava procurando afinal... descansa na paz do tempo que é o agora... simplesmente para viver momentos de amor. Entrega o futuro nas mãos do Tempo...toma posse lentamente do seu corpo de novo, porque ele é nossa primeira realidade...e deixa entrar o amor... o amor que vier... pois se trouxer o respeito e afeto real.., trará sorrisos para a alma e tudo ficará em paz. 
Texto : Vera Alvarenga
Foto: retirada de email da internet. Pode ter direitos autorais.

“É mais fácil falar, do que realizar em si”...

     Como comentei no último post, há momentos de “tempo fechado”, cinza, chuvoso e triste, quando a motivação de uma vida, desaparece. É como uma morte – a vida perde o sentido e você perde o chão. Estes momentos, podem ser seguidos por um sonho, ao qual você se apega, e dele se nutre para sobreviver. Este sonho se transforma em algo tão bonito que você se emociona, e ele te ajuda a recuperar forças, como um raio de sol, mesmo que mais tarde, você se dê conta de que ele seja impossível de realizar.
     Até que um dia, você recebe o convite para um casamento do filho dos amigos mais queridos e, você não vai! Tudo porque, para seu espanto, você não tem coragem de enfrentar o “social”, naquela linda festa, onde você deveria ir de vestido longo. Você fica assustada por perceber-se tão frágil e ver que seu problema é não confiar em você. Sente medo do mundo, virou “um bicho do mato!”
     Também pudera! Até aquele sonho, pelo qual você se apaixonou, te mostrou o quanto você acreditava não ter feito o bastante, para merecer a realização dele.
     - “ O que eu tenho de importante para interessar alguém? Por que não consegui ser a mulher independente que tantos admiram hoje? O que eu sou hoje, além de uma mulher que se sente perdida sem um homem para amar e por quem ser amada?”
     É evidente que, muitas vezes, os sonhos não se realizam, não porque a gente não tenha feito o bastante, ou por não merecê-los, mas por motivos alheios a qualquer culpa que a gente possa pensar que tem.
      Ser forte, agüentar a secura de tempos e gestos áridos tentando não me deixar abalar demasiado por minha sensibilidade, eu consegui! O erro foi talvez pensar que pudesse me habituar a isto. Consegui ficar sozinha quase um ano e sei que não se morre disto. Apesar de tudo, reconheço que o que ainda me move, não é o desejo de ser independente, mas o de viver a vida com a alegria de ser amada e amar.
     Já não me importa mais, no momento, porque sou assim, tão decepcionante e longe dos padrões que poderiam ser admirados! Estou cansada e não preciso saber de todas as respostas. Afinal, porque eu preciso produzir algo importante se quiser ser amada? Se alguém pensasse que estou a provocar elogios...é disto mesmo que se trata aqui, mas são auto elogios. Estou procurando o remédio para minha auto cura.  É a mim mesma que quero convencer. É o peso de minhas próprias crenças limitantes que quero aliviar e, como é mais fácil falar do que realizar, preciso repetir muitas vezes, para mim mesma, o quanto preciso confiar em mim, e destruir esta crença de que ainda não fiz o bastante e que, não sei como, penetrou e tomou lugar em minha mente. Assim, decidi, por um tempo, diariamente me lembrar :
     - “ Se sou capaz de gostar de outros, sem exigir tanto deles, incentivando-os a se valorizarem, porque não posso acreditar que mereço ser amada por mim mesma, e ser feliz, mesmo sendo a mulher simples que sou?”
     E assim, estou trabalhando isto, repetindo para mim mesma, o que costumo fazer outros acreditarem sobre si. Se conto isto aqui, no meu amado Sr. Blog, por quem me apaixonei há alguns meses, é porque acho que muitas pessoas falam sobre o que é o ideal sentir, mas pouco sobre o que realmente sentem. Se para outros é fácil, para mim não é. É mais fácil falar, do que realizar em si...podem crer. Para mim, é um dos  desafios do viver!
    Texto: Vera Alvarenga
    Foto : site da da internet, pode ter direitos autorais

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

- "Reflexões sôbre um olhar ao espelho"...


  Cada um de nós, em criança, desenvolveu seu caráter e respostas à vida, de acordo com o ambiente e circunstâncias;a forma como absorvemos nossas experiências, depende do que temos como características específicas e mais essenciais.
     Não fui criança mimada, mas era feliz. Tenho como forte característica a sensibilidade e talvez tenha aprendido, por diferentes motivos que, ter uma pessoa para amar (o meu homem/companheiro) e merecer o seu amor, era o que dava significado à minha existência. Filhas de pais separados, podem aprender com o exemplo da mãe, diferentes valores, dependendo de sua sensibilidade. Para uma, talvez fique clara a idéia de que, para ser feliz e sobreviver, a mulher precisa ser independente e de certa forma, desapegada. Para outra, que viu a infelicidade e amargura permeando tudo o que a mãe tentava fazer, embora com seu nobre esforço de afirmar-se como independente e auto suficiente, talvez somado às características específicas da qual falei, a independência não conseguiu convencer como característica a trazer felicidade. Aprendi, não com palavras ou com o esforço, mas com o que vi, que sem amor, nada importa.
     Não me importa mais, a esta altura, julgar ou saber todos os por quês, para que eu possa me transformar em uma nova pessoa; mesmo sem isto, tenho me transformado(como minha escultura Fênix), e às vezes, apesar de minha veia dramática achar que morro, me reencontro no dia seguinte, ainda ali.
     Eu tentava fazer desta frase, a minha crença particular:
- “Não importa o que pensem, sei o que sou( como sou forte e resistente) e nada abala minha capacidade de amar a vida e as pessoas às quais sou ligada.”
     Eu e minha irmã,diferentes em tantas coisas, percebemos recentemente,que temos algo em comum : ambas estamos cansadas de tanto produzir! Como se não tivéssemos valia, se não produzirmos algo de valor ( ela, em suas atividades fora de casa,eu, no meu trabalho em casa,e na casa, no computador ou nas artes), mas não só neste campo, e sim, também no que dizia respeito às pessoas ou familiares – estávamos sempre tentando agradar outros, e nos sobrecarregando,muitas vezes, dificilmente pedindo ajuda para nós mesmas.Moramos em cidades distantes, cada uma com sua vida, ambas “mulheres de fibra!” ( como dizia nossa avó, e que nos foi dada como exemplo), e como tantas, acostumadas a “se virar por si”. Ela, menos sozinha que eu, porque trabalha “fora”,fez amigos e os conserva, além de que, recebeu mais elogios por ter escolhido uma profissão, ao invés, de como eu, ter abandonado a sua. Contudo, como muitas pessoas, na nossa faixa de idade, nos sentimos cansadas e sem saber como diminuir a produção por algum tempo, sem nos sentirmos desvalorizadas. Até financeiramente, isto é impossível, mas é no campo pessoal que “pega mais”.
     Voltando a falar de mim, “fazer por merecer” um amor, achar que a gente tem sempre que se superar, ser o melhor, é um desafio interessante, mas, se for constante, consome muita energia, embora nos faça feliz por algum tempo ( e aos que estão ao nosso redor,claro, pois tem o melhor que a gente pode e fica feliz em dar).
     Mas, um belo dia você descobre que está totalmente sem energia, principalmente se não conseguiu se recarregar porque seu/sua  companheiro/a  de vida, esqueceu por um bom tempo, de retribuir ( o que proporcionaria certo equilíbrio).
     Então, acostumada que estava a “fazer por merecer”, mas cansada e sem forças para esta ação, você olha para si mesma e se desespera pensando:
     - “Meu Deus, não sou nada!” Mas, o que a gente sente, de verdade, é : “ Não mereço amor!”
     E a gente se encolhe, e por medo se afasta de quem talvez ainda pudesse nos amar, porque esta crença parece maior do que tudo, e a gente está perdida, porque não encontra mais dentro de si, aquilo tudo que nos apoiava....Acredito que isto pode acontecer com homens também.
     Quando a gente se olha assim, não vê nenhuma imagem refletida no espelho, porque a gente se perdeu de si mesma/o! 
     É preciso urgentemente parar! Não podemos arrastar este sentimento, que nos leva à depressão! É imprescindível nos dar um tempo para reencontrar nossa imagem.... para podermos resgatá-la, olhando-a com amor.
texto: Vera Alvarenga
foto: Espelho Mosaico de Vera Alvarenga
     

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