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quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

" Como está o jogo, lá em casa?..."

 É impossível ler o texto de Rubem Alves e não parar um segundo para  responder a uma pergunta que aparece imediatamente a nos sondar, incomodar ou não...
  "- hum......Que tipo de jogo eu e meu/minha companheiro/a estamos jogando, afinal?"
Como está sendo o jogo principal de nosso relacionamento ? algo como o frescobol, que jogamos como amigos, na praia ao por do sol, para juntos ver passar o tempo de uma das melhores formas que se há de passar, com alegria e desejo de compartilhar bons momentos?
Ou será como o jogo de tenis, em que um interrompe quando o outro quer brilhar, um humilha e dá "cortadas" enquanto o outro se retrai ou se cala, um quer competir e ganhar sempre enquanto o outro quer apenas se divertir... Rubem Alves acertou em cheio quando fez esta alusão ao jogo... adorei o texto que recebi por email ( Tenis e Frescobol).
Passamos anos querendo jogar frescobol com alguém que gostaria de estar competindo pela medalha no tenis? E, um dia, quando enfim percebemos isto, olhamos para nós e percebemos que não nos tornamos o melhor que podíamos ser, como simples jogadoras do jogo da vida como costumo dizer, porque humilhadas, muitas vezes nos calamos, mas acabamos por perder a confiança e o brilho no olhar de total admiração pelo amor de nossa vida...um tipo de amor, um tanto minguado pelo jogo pode continuar, mas a alegria no olhar estará lá ?! Como competir, se seu intuito não é vencer? Como se defender, se cada jogada pode parecer ao outro um sinal de ataque?  Requer muito gasto de energia, um jogo jogado desta forma!
 Ou pode acontecer ainda o pior, se nos deixarmos amargar e nos tornamos parceiros secos, a revidar as cortadas. O inevitável é que, quem é sempre interrompido no seu prazer de viver compartilhando suas alegrias e sonhos, acaba ficando magoado, ou ainda com raiva. É um jogo fatal, quando jogado no relacionamento a dois! Na maior parte das vezes, em nossos relacionamentos jogamos ora frescobol, ora tenis. É preciso atenção e esforço mútuo para permanecer com as regras sem vencedor único do frescobol, firmes em nossa disposição e determinação de compartilhar o grande jogo da vida, pelo prazer de viver... não de competir ou de tudo transformar em contenda.
   Deixo aqui um pequeno trecho do que Rubem Alves escreveu, para servir de reflexão, afinal, ainda pode ser tempo de "mudar o jogo"! Ou de procurar outro parceiro, dependendo das circunstâncias e do que se queira respeitar dos próprios limites e da vida.

"Tênis é assim: recebe-se o sonho do outro para destruí-lo, arrebentá-lo, como bolha de sabão... O que se busca é ter razão e o que se ganha é o distanciamento. Aqui, quem ganha sempre perde.
Já no frescobol é diferente: o sonho do outro é um brinquedo que deve ser preservado, pois se sabe que, se é sonho, é coisa delicada, do coração. O bom ouvinte é aquele que, ao falar, abre espaços para que as bolhas de sabão do outro voem livres. Bola vai, bola vem - cresce o amor... Ninguém ganha para que os dois ganhem. E se deseja então que o outro viva sempre, eternamente, para que o jogo nunca tenha fim..."

E então...como está o jogo lá em casa? ? ? 
A única certeza que a maturidade me trouxe a este respeito é de que é preciso além da consciência para escolher as regras do jogo, TER CORAGEM, para não se render a um jogo que não se quer jogar! Precisamos coragem e condições para enxergar se nosso companheiro/a  escolheu espontaneamente jogar como adversário/a ou como  parceiro/a, pois é importante definir isto, a fim de que se a gente decidir gastar energia querendo mudar um pouco o "espírito" do jogo, ou "combinar" as regras, isto possa ser realmente aceito por ambos, com comprometimento espontâneo. Ou alguém sairá lesado.... 

Texto : Vera Alvarenga, baseado no maravilhoso texto de Rubem Alves(Tenis e Frescobol)
Foto retirada do Google ( foto de Rubem Alves)

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

" Segurança tem preço! "

Bastava deixar-se ir livre e solta para onde o desejo e o olhar alcançasse...podia ser ali, do outro lado da rua, pegar amoras, ou atravessar limites.

Então, a realidade pedia uma escolha e optou-se pela segurança... que impediria que algo de valor fosse roubado, ou que uma criança mais afoita se machucasse no tombo provocado pelas asas que não tinha!
Segurança, algo que buscamos quando não temos, quando sentimos medo, quando outros nos ameaçam,
ou quando somos avarentos com nossos valores.

    Nossa, que triste! Novamente as grades de uma prisão! Não, as grades da segurança!
   Quantos de nós precisamos viver assim? Mas não adianta resmungar, é assim e tá acabado!
   Então, uma surpresa: ela veio sozinha, uma sabiá.
Que prazer me deu esta sua primeira visita, nunca tinha vindo antes! 
   E logo vieram os dois Sanhaços... engraçado, pousaram na grade, atravessaram por ela sem cerimônia! Fora os 3 pequeninos Cambacicas, que já são de casa.
   Em seguida os beija-flores, que, de início estranharam aqueles duros e frios limites, mas depois já estavam a atravessá-lo facilmente. 
   Após alguns minutos, voltou a sabiá com seu companheiro. Nunca tive tantos visitantes em tão pouco tempo,a provar do que ofereço e, a me dar tanto prazer com sua "conversa filosófica".
Todos parece que vieram em solidariedade a mim. E ela me olhou bem nos olhos e me lembrou que o ninho, é melhor seguro; o coração precisa limites para sentir-se tranquilo e não se machucar... mas o pensamento te leva sempre livre para voar! E, se tivermos sorte, podemos ter companhia em nossos vôos e em busca do que nos alimenta. E se este companheiro nos quiser abraçar e proteger, nós cuidaremos dele e ficaremos em paz!  Acho que encontrei uma nova amiga! rs.................

Texto e fotos : Vera Alvarenga

   
                                                                              

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

- "Reflexões sôbre um olhar ao espelho"...


  Cada um de nós, em criança, desenvolveu seu caráter e respostas à vida, de acordo com o ambiente e circunstâncias;a forma como absorvemos nossas experiências, depende do que temos como características específicas e mais essenciais.
     Não fui criança mimada, mas era feliz. Tenho como forte característica a sensibilidade e talvez tenha aprendido, por diferentes motivos que, ter uma pessoa para amar (o meu homem/companheiro) e merecer o seu amor, era o que dava significado à minha existência. Filhas de pais separados, podem aprender com o exemplo da mãe, diferentes valores, dependendo de sua sensibilidade. Para uma, talvez fique clara a idéia de que, para ser feliz e sobreviver, a mulher precisa ser independente e de certa forma, desapegada. Para outra, que viu a infelicidade e amargura permeando tudo o que a mãe tentava fazer, embora com seu nobre esforço de afirmar-se como independente e auto suficiente, talvez somado às características específicas da qual falei, a independência não conseguiu convencer como característica a trazer felicidade. Aprendi, não com palavras ou com o esforço, mas com o que vi, que sem amor, nada importa.
     Não me importa mais, a esta altura, julgar ou saber todos os por quês, para que eu possa me transformar em uma nova pessoa; mesmo sem isto, tenho me transformado(como minha escultura Fênix), e às vezes, apesar de minha veia dramática achar que morro, me reencontro no dia seguinte, ainda ali.
     Eu tentava fazer desta frase, a minha crença particular:
- “Não importa o que pensem, sei o que sou( como sou forte e resistente) e nada abala minha capacidade de amar a vida e as pessoas às quais sou ligada.”
     Eu e minha irmã,diferentes em tantas coisas, percebemos recentemente,que temos algo em comum : ambas estamos cansadas de tanto produzir! Como se não tivéssemos valia, se não produzirmos algo de valor ( ela, em suas atividades fora de casa,eu, no meu trabalho em casa,e na casa, no computador ou nas artes), mas não só neste campo, e sim, também no que dizia respeito às pessoas ou familiares – estávamos sempre tentando agradar outros, e nos sobrecarregando,muitas vezes, dificilmente pedindo ajuda para nós mesmas.Moramos em cidades distantes, cada uma com sua vida, ambas “mulheres de fibra!” ( como dizia nossa avó, e que nos foi dada como exemplo), e como tantas, acostumadas a “se virar por si”. Ela, menos sozinha que eu, porque trabalha “fora”,fez amigos e os conserva, além de que, recebeu mais elogios por ter escolhido uma profissão, ao invés, de como eu, ter abandonado a sua. Contudo, como muitas pessoas, na nossa faixa de idade, nos sentimos cansadas e sem saber como diminuir a produção por algum tempo, sem nos sentirmos desvalorizadas. Até financeiramente, isto é impossível, mas é no campo pessoal que “pega mais”.
     Voltando a falar de mim, “fazer por merecer” um amor, achar que a gente tem sempre que se superar, ser o melhor, é um desafio interessante, mas, se for constante, consome muita energia, embora nos faça feliz por algum tempo ( e aos que estão ao nosso redor,claro, pois tem o melhor que a gente pode e fica feliz em dar).
     Mas, um belo dia você descobre que está totalmente sem energia, principalmente se não conseguiu se recarregar porque seu/sua  companheiro/a  de vida, esqueceu por um bom tempo, de retribuir ( o que proporcionaria certo equilíbrio).
     Então, acostumada que estava a “fazer por merecer”, mas cansada e sem forças para esta ação, você olha para si mesma e se desespera pensando:
     - “Meu Deus, não sou nada!” Mas, o que a gente sente, de verdade, é : “ Não mereço amor!”
     E a gente se encolhe, e por medo se afasta de quem talvez ainda pudesse nos amar, porque esta crença parece maior do que tudo, e a gente está perdida, porque não encontra mais dentro de si, aquilo tudo que nos apoiava....Acredito que isto pode acontecer com homens também.
     Quando a gente se olha assim, não vê nenhuma imagem refletida no espelho, porque a gente se perdeu de si mesma/o! 
     É preciso urgentemente parar! Não podemos arrastar este sentimento, que nos leva à depressão! É imprescindível nos dar um tempo para reencontrar nossa imagem.... para podermos resgatá-la, olhando-a com amor.
texto: Vera Alvarenga
foto: Espelho Mosaico de Vera Alvarenga
     

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