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sábado, 1 de agosto de 2015

Cabe a cada um, interpretar.


 Porque um dia as palavras foram escritas num pergaminho... e eram mornas e cheiravam a favos de mel porque a tinta era de cera.... E as palavras despertaram aquela cujo coração adormecera há cem anos...e então vieram as lágrimas, o susto e a alegria.... mas o sol veio e derreteu as palavras...e, nas mãos, o pergaminho ficou vazio... e o coração, encabulado, também....

  O que estou fazendo? divagando novamente?!
Ah! mas é saudável recordar...e aprender que nunca sabemos de fato, o significado de palavras escritas com cera...
 Mas o que estou dizendo?...rsrs....
tudo porque olhar as fotos do Museu de Cera levou meus pensamentos a voar...

Na verdade, real mesmo, a pura e nítida realidade era que estávamos no Museu Grevin, por insistência minha, mas foi muito legal!

Em Paris, simplesmente...em Paris...

E tudo que me deslumbrava o olhar era fantasia...
me encantava os olhos, me alegrava o coração...por que não? Tenho alma de criança, embora também seja bem velha...

Quantos anos eu tenho? Já não sei mais. Para que contar?
Tudo era fantasia como foi meu sonho, ou melhor, um deles, porque na verdade, eu costumava materializar de algum modo o que eu idealizava...


 E então, lá estava eu, deslumbrada com as luzes, o ambiente, clicando a magia do mudar de cores, do estar entre pessoas que não estão lá.

Ah! mas é claro que eu sabia...tudo era apenas um jogo de luzes, tudo era preparado, ensaiado, plasmado na matéria com cera e luzes, tudo para iludir...

Mas quem disse que eu mesma não escolhia os melhores ângulos, para clicar, para prender a magia pra sempre nas fotos e na lembrança! Tudo é uma questão de escolha, de como vemos o mundo!

 Imagine você estar lá com alguém que lhe dissesse...
- Mas não é perfeito! é tudo falso e preparado para se ganhar dinheiro de turistas tolos!

Ah, meu Deus, como as cadeiras de um teatro ou cinema estariam cheias e as lágrimas ou emoção fariam tremer os corações mais endurecidos, se todos pensassem assim?
É mesmo uma questão de escolha.



Então , lá estava eu, vivendo, escolhendo jogar o jogo da fantasia, da magia, do faz de conta...
e o melhor de tudo é que eu realmente curtia!

Ah! meu coração de criança, bem queria te encantar!

Realizei quase todos os sonhos, não posso reclamar. Lá estava eu em Paris. No maravilhoso Museu Grevin, na penumbra, longe do sol, para a cera não derreter!



Lá estávamos nós a nos divertir...

Porque a vida seria uma merda se não fosse podermos brincar, fantasiar, fazer de conta, criar, imaginar, curtir, sonhar, amar, nos apaixonar, viver um grande amor, nos apaixonar de novo, enfim.... a vida não valeria a pena se só olhássemos para a parte ruim, feia ou podre da realidade que nós, humanos,  podemos criar.

 Afinal, quem disse que não eram reais?
Eu os toquei!
Estive lá posso lhes afirmar!


rsrs..................


Como eu disse, é uma questão de escolha.


O que será que as movia, e que emoções viviam pessoas que lá estão eternizadas ( enquanto a cera não as derreter), quando entraram neste mundo da ilusão, quando acreditaram nos ideais, quando prometeram mundos melhores, quando viveram na pele de seus personagens, quando representaram seu papel no mundo do melhor modo que podiam?



- "Este cara deve ser louco", me dizia este homem de cera, "mas é um cara legal".




E depois eu lhe perguntei o que ele pensava do mundo agora.........



Nossa! estamos velhas, não é ?! Que idade você tem? Quantas horas viveu de sonhos, promessas, desilusões, preocupações, desejos insatisfeitos, realizações, suor, qual é sua verdadeira história?

Tenho uma amigo, do qual me lembrei agora, com quem gostaria de conversar tanto e tanto... mas pensando bem, quando o encontrasse talvez não dissesse uma palavra... talvez a cera ficasse endurecida guardada na gaveta e eu preferisse sair ao sol e apenas viver o momento....

 Ah! os sonhos...os grandes escritores, as tantas palavras que nos emocionam ....
 os personagens que nos imitam e nos fazem pensar....

Meu melhor emprego pra hoje, neste exato momento seria, se alguém me dissesse que gosta do meu jeito de fotografar, e me chamasse para clicar os sonhos, as ilusões, o belo e o mundo no melhor ângulo...fosse do lugar que fosse...eu não precisaria de salário, apenas comida e um lugar pra ficar... e lá iria eu, buscando sonhos e o belo pra fotografar!


  Mas estou presa neste drama que é a vida...
diante de nossos sonhos...somos todos um pouco
" Miseráveis"....... rsrs.....

Mas, quem sabe, se sua oferta for para um trabalho "free lancer", quem sabe minha alma não se liberte ? E lá iria eu, como se não tivesse mil anos, numa viagem pra lhe mostrar como encontro o belo por mais escondido que esteja...

 Haveria alguém em algum lugar que se interessasse em me contratar? hahaha....
  Sou uma fotógrafa sem currículo, sem cursos, sem técnica, nem tenho câmera profissional !

  Sou apenas amante da Natureza, do Belo, das Cores, de Janelas, do reflexo na água, das sombras, das ilusões, dos amores....e dos homens fazendo beleza...tenho alma sensível num corpo grosseiro e pequeno, pesado e lerdo, que não me deixa voar... tenho uma paixão pela vida, e uma esperança grandiosa que está entalada no peito, num coração feito para amar.










As fotos são só pra que eu possa recordar e para compartilhar com quem vier aqui...
mas a experiência de estar em cada lugar, fazendo a escolha de como olhar para tudo, de como sorrir do palhaço, de como chorar no cinema, de como se encantar com o mágico, de como olhar para o mundo... isto é de cada um.





fotos e texto:vera alvarenga

segunda-feira, 25 de março de 2013

Inconsistências.

- Tua visita me faz bem. Me sinto querida...

 - E porque pensas que ...
 - Vi tua luz acesa outro dia...
 - Você sabe que temos aqui nesta minha cidade por volta de seiscentos e quarenta e três mil habitantes? Se multiplicar isto por pelo menos três pessoas em cada residência poderíamos ter mais de um milhão de possibilidades. Poderia ser qualquer luz acesa em qualquer uma destas janelas. Acredite!
 - Mas era a sua, eu sei ( ou penso que sei), e fiquei feliz. Sempre fico. Nada de mais. Coisa simples assim como um sorriso que gruda ali no rosto por alguns momentos. Só isto, porque só isto é. E não te faz bem pelo menos saber que tua presença, apenas isto, faz bem a alguém?!!
 - Nunca é apenas isto.
 - Uma vez alguém ponderou se não seria melhor deixar os tristes entregues à sua tristeza, e os tolos às suas tolices. Sem envolvimentos, sem compromissos, nada pessoal mesmo para aqueles que convivem o dia a dia. Tantos vivem assim...
 - Já estás divagando. Não tem sentido. É ilusão que não se deve alimentar.
 - Sôbre ilusão, é claro, depois que, como num passe de mágica, alguém tira da cartola o coelho, então conta-se aos que se encantaram que tudo não passou de ilusão. E tudo é ilusão, já diziam desde sempre os pensadores, filósofos, religiosos, de muitas e diferentes formas. Será que existiu, de fato, o mágico ou éramos nós que precisávamos encantar nossas almas e, por isto, acreditamos e o aplaudimos? Quem nos fez levantar a cabeça e sorrir, então? Aquele que, com sua magia nos devolveu a fé por alguns momentos, ou nossa necessidade de sobrevivência? Ah, e o sentido? Talvez não seja apenas o sentido ou a falta dele, mas o que as coisas e pessoas representam para uns e outros. E do mais, você conhece o sentido? Sabe o significado da tua vida, do que sentes, das tuas perdas, daquilo que vês bem à frente do teu nariz? E os intelectuais que tantas palavras dizem e brincam com elas tantas vezes, e sabem da falta de nexo em tudo deste mundo pretensiosamente realista, conhecem o sentido ou ainda estão à procura dele?
 - Chega, assim não venho mais! Não estou dizendo que vim, apenas considerando que pensas que sou eu. A menos que compreendas a realidade das coisas eu... Sabe, poderia provar-te que estás enganada.
 - Já provou. Está bem. A razão aparentemente venceu e não quero ficar sem esta pequenina e frágil luz que me visita, mas não existe. E não me proves nada, nem com teu silêncio que já não me provou coisa alguma, nem com tuas palavras que mostravam a possibilidade de teus delicados sentimentos que a razão fez questão de classificar e agora, querem me ensinar como interpretar o que vi, li, ouvi. Ainda não sabes que para mim, o sentido está em sentir o mundo como o vejo em cada momento, não em saber dele as verdades inconsistentes e mutantes? Ah, sim! meu olhar é capaz de flexibilizar-se com o movimento da vida, mas grava na memória o sentimento do que quero preservar, quase intacto, deste mundo. Como uma foto, como um clic! Prefiro-o assim. Aliás, mais sorrisos eu quisera ver no meu rosto, e no teu, e no de tantos que envelhecem como nós sem conhecer o sentido de tantas coisas, mas preferindo vivê-las, mesmo assim...
  - Ah, mais uma última coisa... abraço-te, a ti que não mais existe, com tudo que já não sou.
Texto e foto: Vera Alvarenga




quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

" O Mago e o inexplicavelmente real..."

Num campo de alfazemas, as mulheres colhiam as flores que mais tarde seriam transformadas em poções aromáticas ou de cura... Conversavam muito entre si.
Uma delas, mais quieta, trazia no olhar uma lágrima contida há algum tempo.
A observá-la, duas mulheres mais velhas conjecturavam:
- Você viu? está assim novamente. As vezes sorri, como se estivesse lembrando algo bom, e de repente, fica com  olhos brilhando como se fosse chorar...
- Estará doente ou apaixonada? ou será algo impróprio, uma dor talvez...
- Quando lhe perguntei o que tinha, me disse : - Ontem recebi um presente. Hoje tenho saudades e esta dor no peito!
- Só pude rir, não é mesmo?
- Ah, é frescura, então!
- Aconselhei-a a procurar Maestrus, o mago, ainda hoje, pois não é mais a mesma mulher, eficiente como era. Ele dará um jeito! Vai curá-la.
E assim, no fim do dia, lá estava ela, no alto da colina, junto ao Mago que acabara de meditar. Ele sabia que ela viria. Assim que se aproximou, ele já pegou em seu bolso o vidro e o estendeu para ela.
- Aqui está. É amargo, mas vai colar seu coração partido.Ninguém pode viver com o coração assim dividido!
- Não sei se é isto que preciso. Meu coração está num só lugar, que não pode estar. Meu corpo é que parece estar em outro. E me sinto culpada porque não sei resolver isto.
- Pois dá no mesmo. Bem, então você tem um tipo de fome que...hummm... tome este! E pegando no outro bolso um vidro menor, o mago lhe disse que em pouco tempo ela veria a realidade com mais clareza e não seria mais atormentada por sonhos e ilusões. Vai voltar a ser a pessoa eficiente que todos apreciavam.
- Mas, então este líquido que me dá é como "água com açucar"... já estou cansada disto. Por alguns dos últimos anos foi o que me deram. Isto não me cura, é placebo, efeito é passageiro..isto sim é uma ilusão, não tem consistência, não alimenta de verdade!
- Ahah! então mulher, está querendo me ensinar meu ofício? Eu não queria chegar a este extremo! mas aqui está! E, de seu peito tirou um minúsculo vidrinho. Abrindo a tampa, ordenou:
-Tome tudo de uma só vez. É de sabor adocicado no início, depois queimará você e tudo o mais por dentro através da garganta até o coração, mas em segundos vai curá-la de vez! Você verá a verdade do que é realmente possível. Então, deste exato momento em diante nunca mais terá falsas ilusões sobre qualquer desejo que te faça crer que realizado, saciaria sua fome! Nem sentirá culpa, pois isto destruirá a visão distorcida que tem sobre a vida e o amor! Decida-se, pois em um minuto, esta potente poção se transformará em fumaça e não poderei mais ajudá-la.Tome-a !
Ela olhou fixamente para o Mago e lhe disse:
- Não! O que isto destruiria é a coisa mais bonita que me aconteceu em muitos anos! É apenas um sonho, mas de algo que seria mais real, se pudesse realizar-se, do que você, bruxo velho!
Determinada virou as costas e se foi, pisando duro na terra, para provar-lhe o quanto era decidida. Contudo, alguns passos depois, deixou-se quase flutuar no ar! E aquele olhar meio distante, e o sorriso meio idiota, meio doce, voltou ao seu rosto.
E o Mago sorrindo, abriu imensas asas prateadas e como um anjo, voou para a imensidão dos céus:
- Por enquanto, está curada! Ainda aceita o presente de amor que lhe dei...

Texto: Vera Alvarenga
Foto:  imagens  do Google.

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Amor, paixão e amizade....

 Estive pensando... Às vezes, a gente esquece o que é ( ou fica triste quando ninguém nota o que podemos ser).
   O amor é algo sóbrio, construído aos poucos com a convivência, requer tempo, transpõe abismos, para no final ir nos ensinando a nos "dissolver" no outro, nos doar sem esperar retribuição, enfim, é algo difícil de se conseguir, se pensarmos no amor com seu significado maior. E, se o amor dissolve a gente... talvez, quando a gente morrer, o espírito, que é o divino em nós,um dia perderá sua individualidade para se dissolver no todo. Este é o amor espiritualizado. Outro tipo de amor, que a gente consegue viver com o/a companheiro/a, precisa de alimento para manter-se - amar faz a gente querer o bem para o outro e isto nos faz bem,mas a gente deseja ver o outro perto, quer também ser tocada por ele.
   E o apaixonar-se? Por que seria de menor importância? A gente se apaixona por quem nos faz bem, nos faz sentir especial. É intenso.
Quando alguém vê o que temos de bom, faz a gente se sentir especial, como na verdade a gente pensava que era. Se a gente se apaixona então, deve ser algo egoístico porque estamos a olhar, através do outro, para nós mesmos? Estamos só readquirindo a fé no melhor que há em nós? Não, porque também vemos o melhor do outro, é uma comunicação de coração a coração, ao qual o corpo responde e traz bem estar. Mas isto é maravilhoso, porque é a fé que pode nos mover nas melhores direções! E, às vezes, é este olhar posto em nós, o que nos salva! É reconhecer o divino que há em cada um.
   Muito semelhante a quando temos fé nos preceitos de uma religião, ou em Cristo que olhará para nós e nos salvará - é poder crer que temos em nós uma centelha divina, que nos faz sentir em estado de graça. Acreditarmos que não estamos sós, que Ele nos vê é, guardadas as proporções, algo semelhante a termos nosso apaixonamento correspondido. 

  A amizade,é uma das coisas mais fabulosas, embora frágil, não é? Frágil porque amanhã pode já não estar lá, não nos pertence e nem conhece sua força.Fabulosa, porque um amigo oferece a nós e nos trata com o melhor que crê ter em si. E crendo em nós, também nos devolve a fé. E quando há confiança e convivência necessária, crendo que é recíproca a amizade, se sentirá livre para eventualmente nos mostrar até alguma fraqueza, porque amigo oferece apoio e seria natural não temer pedi-lo. Então, crer que temos um amigo verdadeiro, nos fará viver um ideal do sentimento que pode nos elevar até onde nossa fé recuperada possa alcançar, e ao mesmo tempo, pode nos trazer de volta à terra, aos limites, sem que precisemos atolar na negatividade da crítica! 
  Se o amor é divino... apaixonar-se é fundamental ! ...mas como é chama, não pode arder eternamente! ora, então seria bom que aprendêssemos( todos os casais), a nos reapaixonar, reacender a chama! (quando possível)
   E a amizade, sem sombra de dúvidas agora percebo, seria o melhor sentimento a ser trazido para o relacionamento e preservado entre um casal, porque este sentimento permite o divino e o real, permite aceitar o outro como ele é mesmo que nos mostre suas falhas, nos traz um bem estar que se traduz em um sorriso que não conseguimos impedir que brote espontâneo no rosto, e ainda pode conter momentos de amor e paixão. A amizade acolhe mais docemente o que o outro é...ou será que é a bondade, que faz isto? Já não sei!! Kkk..................
    Conheço uma jovem mulher que me disse outro dia, que chegou a se questionar quando percebeu que todos viam a ela e ao marido, como grandes amigos,mais até do que marido e mulher. Pois, penso que felizes os casais que tem na amizade seu maior ponto de apoio! Tomara que tenham consciência da benção que tem nas mãos! 

Texto e foto : Vera Alvarenga

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

" ..então serei a mais corajosa das mulheres"!

Comentei algo no post de uma amiga (Jackie), que falava sôbre a importância de reagirmos e não nos fazermos de vítimas de nós mesmas.Quis trazer este comentário aqui.
Quando eu disse que aprendi muito este ano, não quis dizer que aprendi a dar a volta por cima e me transformei numa mulher mais forte!..kkk......ainda não, embora esteja muito melhor, ainda estou inconformada comigo mesma! Eu vejo todo mundo dizer aqui que se julgava vítima,agora descobriu que não é por aí,reagiu,ficou forte, aprendeu.. Comigo foi o contrário, fui na contramão !- A vida inteira fui forte,nada era suficientemente pesado, tudo podia vencer, eu tinha tudo!! ( mesmo quando por pouco tempo, só coloquei na mesa arroz e vagem, ou um peixe espada comprado com a moeda que encontramos na praia).Eu nunca fui vítima, porque achava que vivia a vida como uma aventura, com todas as consequências intrínsecas! Eu era apaixonada! e apaixonada pela vida!
Eu tinha tudo(mesmo quando lutava pelo amor) enquanto tinha fé e amor no MEU coração! Eu amo meu amado com todo o meu sentimento, com toda a nossa história, com todo o meu carinho,não preciso perdoá-lo, POIS SOU GRATA A ELE, POR TANTAS COISAS, mas preciso reencontrar minha paixão( esta palavra não exprime bem o que eu gostaria de dizer, porque "paixão" é conceito desvalorizado e estou falando de FÉ pela vida, algo que nos sustenta interiormente)!
Quando, aos quase 59 anos, não encontrei mais no MEU coração aquilo que me sustentava, me fazia renascer no meu próprio jardim, então me assustei e comecei a me ver como vítima, de mim, do outro, do meu próprio modo de levar a vida. Mais ainda quando me apaixonei por um sonho! O chão me faltou, tudo começou a me parecer sem sentido, e eu me vi como sou - tola, fraca, tão acostumada ao amor que eu sentia, que não sei ser , sem ele. Cheguei a desejar voar para outro jardim, achando que esta era a atitude a tomar. E não adianta tapar o sol com a peneira.Foi isto que ocorreu quando me cansei de "amar e respeitar" o outro mais do que ele me amava! Então, decidi que era tempo de amar a mim mesma! Outra ilusão...serve para colocar os pingos nos "is" e distrair o tempo, mas não "sustenta" (não a mim!) 
O que aprendi foi isto, a gente é vítima, quando não sente amor pelo outro como antes! Uau!! Será que é mais importante então, amar do que ser amada??? Que surpresa!!Claro que eu quero ser amada sem tanto egoísmo, com atitudes coerentes com as palavras, pois se deixei de amar como antes, porque não o era! Mas, juro, preciso REAVIVAR A PAIXÃO, encontrar em mim a alegria de poder entregar o amor em total confiança, e portanto, amar com "paixão", a ponto do amor poder sustentar-se a si mesmo, talvez! Que contradição!  A vida é tão boa pra mim, quero partilhar isto!   
     Então, ainda me emociono quando penso que me apaixonei por um sonho( e o que será esta vida, senão uma ilusão?), mas não vou me entregar... estou aprendendo, não a encontrar a lutadora que sempre fui, NÃO! mas a reencontrar dentro de mim mesma o amor, aquele sentimento de amor especial (ilusão ou não), que me sustentava interiormente, e que eu oferecia ao outro, pois minha natureza se acostumou a isto, a ser feliz, e sou mimada a este respeito, quero sentir-me de fato feliz como eu era, eu me fazia feliz porque acredito na felicidade! É a minha verdade! Quando eu não precisar mais apenas sonhar, e reencontrar esta minha essencia que me capacitava para amar do modo que eu amava, totalmente confiante e entregue, eu nem precisarei buscar a mulher lutadora dentro de mim, porque novamente estarei em paz, e terei a alegria serena que me fazia ser a mais corajosa das mulheres, embora saiba que não precisarei mais lutar!
Texto e foto : Vera Alvarenga

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

" Onde está o meu renovado amor?"

     A gente tem tanta pena de ver morrer o amor assim... “Como viver sem a capacidade de amar, de dedicar tempo para o outro, sonhar e tentar fazê-lo sorrir, apoiá-lo nas batalhas?  Por que a vida não me dá um outro amor, que venha me salvar deste lugar nenhum vazio sem sonhos, para que possamos juntos rir de nós mesmos, e caminhar com mais ternura, preguiça, e menos desgaste?”
     A gente quer pegar nas mãos o próprio coração, olhar para ele, chacoalhá-lo e dizer:
     - “Acorda! Não vou agüentar muito tempo, com você morto dentro de mim! Por favor, quero viver!”
     Mas ele continua inerte.Está partido porque deixei que o amor morresse. Tudo se transforma em dor física. Porque tudo que a gente sente, emoções e pensamentos, estão dentro do que é o mais concreto e real, em nossa vida – o nosso corpo! Até nossos sonhos mais espiritualizados, estão nele! E ele sofre também, e a gente intui que é uma pena, que nosso amor e a gente, vá morrer assim, de tristeza, mesmo que disfarçando perante outros, porque não quer fazer sofrer pessoas que nos rodeiam. A gente sabe que está morrendo...e o corpo, e a vida que era espontânea em nós, não quer reagir! É como se a gente tivesse presenciado a morte de um ente amado! É o luto... de nós mesmos...
     O amor que estava em nós, a capacidade de amar, a “alma” da nossa existência, como leve pluma, fica solta no ar. Pensando que não vamos agüentar encarar este sentimento, nos afastamos dele, embora ele esteja em nós, e parecemos um robô. Como tal, não sobreviveremos se quisermos encarar a nossa vida e continuar a“sentir” nossos sentimentos, sem anestesia. Então, acontece um pequeno milagre!
     É tanta pena que sentimos, que olhamos para nosso umbigo, nossa barriga, o centro de nosso corpo, e desejamos sentir vida novamente em nossas entranhas. Respiramos fundo, e um vento, soprado por algum mago, trás de volta a parte importante de nós – a pluma, a“pena”, compaixão,o amor e ele pousa, desta vez, em nosso próprio coração! Quando a gente olha pra dentro de si,como numa meditação, e fica presente inteiramente em nosso próprio corpo, algo acontece. Como eu pude me esquecer disto?! Quando a gente pensou que desistiu de tudo e que só nos restou amar a nós mesmas, do jeito que a gente é, porque sentiu que merecia este nosso olhar, não sei como, nem porque, mas parece que uma pequena luz nos iluminou um pouquinho. Mais milagrosamente, parece iluminar também o coração do outro, daquele que estava ali ao lado, esquecido de como era demonstrar amor. E ele se aproxima...e parece que te vê com outros olhos, e demonstra seu desejo... e te fala com ternura como fazia tempo que não falava...( “Meu Deus, será que este homem, fica feliz ou me acha mais sedutora quando estou meio morta? O que está acontecendo? Outra vez não encontro resposta! Estarei perdendo a fé nas pessoas e nas palavras? Onde está a fé que me habita?”)
     -“E onde está o meu novo amor? Aquele com quem ia recomeçar um relacionamento  maduro, onde me sentiria mais inteira e ele ia gostar disto? Onde está o homem que, mesmo que se julgasse um pouco rude, me bastaria que fosse bom, e simples, e terno, como sei que seria? Onde está o que, ao me dizer que sou insubstituível, estaria querendo dizer também, que me queria em sua vida para sempre, como companheira? Esta ilusão era minha e, se ele existisse, por certo, teria outra vida para cuidar. Uma pluma solta no ar, pode ser levada pelo vento da ilusão, criada por nosso único desejo”.
     Então, você se pergunta, se não seria um bom momento para relaxar, já que vive sentimentos tão intensos, deixar de  tantos questionamentos,aceitar da vida o presente real do amor que se oferece ao lado, daquele que já foi o amado...e, sem grandes cobranças, para exercitar o que você estava procurando afinal... descansa na paz do tempo que é o agora... simplesmente para viver momentos de amor. Entrega o futuro nas mãos do Tempo...toma posse lentamente do seu corpo de novo, porque ele é nossa primeira realidade...e deixa entrar o amor... o amor que vier... pois se trouxer o respeito e afeto real.., trará sorrisos para a alma e tudo ficará em paz. 
Texto : Vera Alvarenga
Foto: retirada de email da internet. Pode ter direitos autorais.

quarta-feira, 10 de março de 2010

- " Sôbre a Sensibilidade..."

CARTA Á AMIGA MARIA MARÇAL E A TODAS QUE JÁ PENSARAM QUE A SENSIBILIDADE... ÀS VEZES, É CARGA DIFÍCIL DE CARREGAR
    Sabe, Maria, depois de ler seu post,decidi - vale a pena me expor mais um pouquinho, pra te dar a mão...já estou mesmo, quase nua. E também a todas aquelas que já pensaram que sensibilidade é uma carga difícil de carregar.
    Percebi, neste susto que levei outro dia, com meu coração batendo fora do ritmo, e por sentir anseios por viver “um amor mais bonito” , que muito tenho que aceitar sobre meus limites e sobre este mundo em que vivemos. Eu tenho uma historia de amor muito bonita! E o que a gente “tem” é algo que a gente vive, está dentro de nós.Se e como foi compartilhado pelo outro, é outra história.Nossa história de amor depende da capacidade de amar, de cada um.
   Pode ser que meus anseios não sejam por um relacionamento que possa existir aqui. Esta coisa de me encontrar, de tempos em tempos, sem energia, não é porque tive uma infância problemática, ou porque sou uma depressiva. Não. Acabo, isto sim, “ficando" deprimida, talvez por ter muita sensibilidade. Daí, pensei :
    - Nós,homens e mulheres,somos todos sensíveis. As mulheres , geralmente mais conscientes das emoções, soltam-se um pouco mais. Contudo, há pessoas, que são mais sensíveis que outras. Sou obrigada a reconhecer que sou uma delas, o que me proporciona ver o mundo e as pessoas de uma maneira um pouco diferente. Por exemplo, uma vez, não fui capaz de conseguir lembrar se meu marido estava usando bigode, ou não, quando alguém me pediu para descrevê-lo. Acredita nisto? Sou capaz de não me lembrar como era o vestido de alguém, na festa ou casamento do dia anterior. Sempre fui assim. Entretanto, sou capaz de sentir uma enorme empatia por ele, ou por outras pessoas, como se algo me ligasse a elas que não é da aparência objetiva, mas da emoção ou da alma! Graças a isto, talvez eu tenha sido poeta desde os 10 anos, tenha começado a compor músicas por esta idade também, e veja sempre em tudo o que é o concreto uma possibilidade de transformar-se em algo mais bonito.
    Eu não choro à toa não, nem me emociono facilmente, com qualquer tipo de coisa, como seria de se esperar. Sei ser forte e desprendida quando é necessário, mas quando algo me toca, sofro de uma empatia exagerada e desejo de compreender o ser humano. O que me faz sentir compaixão realmente, é quando vejo alguém ou um animal, sofrer emocionalmente. Um professor de astrologia, uma vez me disse que eu teria que aprender a deixar a pele engrossar e a não absorver para mim, o problema emocional de outros, pois é este que me sensibiliza mais. O corpo de uma criança morta repentinamente na guerra, me choca, mas talvez me sensibilize um pouco menos, do que se me dissessem que esta criança correu para apanhar um pacote jogado por um avião, porque lhe prometeram comida e doces, e ao se aproximar, este pacote estourasse e a ferisse somente na mão. Uma amiga contou que isto acontecia na guerra, que ela viu isto! Você pode me entender? A dor é algo ainda mais terrível, quando faz sofrer a alma. Destruir a alma de alguém, a fé, a bondade que tiver em si, a confiança no outro, é o pior crime.

Conto tudo isto para dizer-lhe que, quando a gente é assim, é capaz de doar-se para a mãe, que tem um câncer e não sabe, para um marido que, por causa de uma doença se encontra debilitado, para um amigo que sofre a dor da perda de alguém que amava, enfim, a gente faz isto, não porque se alimente do que é negativo, não porque espere gratidão, ou por ser masoquista. Ao contrário! A gente é assim, ou melhor, eu sou assim, porque não consigo conviver com o sofrimento emocional mantendo-me indiferente, ou sem tentar minimizá-lo - e geralmente nem sei como fazer isto, a não ser dar um abraço ou tentar ouvir. Acho que o faço também por mim mesma, não por ser boazinha. Eu apenas não suporto a dor do outro, quando a vejo, quero abraçar, porque desejaria um mundo melhor.
   Quanto mais pessoas felizes houvesse, melhor seria o mundo. Minha sensibilidade artística que me traz a criatividade para buscar o belo, também é a mesma que me traz empatia, ou me dá a consciência do que é belo na natureza e dentro de cada um de nós. Por esta mesma razão, ter a pele assim tão fina, acabo por sentir-me triste quando me deparo com o desperdício do que poderia ser bom, e não é por preguiça de comprometer-se com o ser e fazer feliz. Talvez a gente traga escondida na memória, um sonho ou uma lembrança enevoada de alguma outra vida ou situação em que tudo seja calmo e bom. Não sei...
    Sensibilidade para sentir o outro, idealismo, altruímo, arte como a realização do belo, empatia, sofrimento, “flor da pele”, gratidão, ilusão, tudo faz parte do mesmo saco, minha amiga. Se temos um, temos os outros.Na astrologia seria relacionado com Netuno, e tudo seria uma potencialidade só.  Somos feitas de muitas outras coisas também. E assim, acho que tenho mesmo que aprender a me perdoar por isto, por ser o que sou - sensível e sonhadora. Não é possível sermos compassivas e sensíveis, sem ser sonhadoras.  Perdoar a mim e aos outros porque nenhum de nós consegue ser emocionalmente perfeito. Temos que perdoar a nós mesmas, meninas, porque, de tempos em tempos, nos sentimos sufocadas nesta sensibilidade humana e desejamos sair por aí, buscando algo que nos alimente, nos recarregue.Seja uma palavra, um abraço, uma presença, Deus, uma flor, um raio de sol, um sorriso... E vamos com sede ao pote! Precisamos nos perdoar porque, de vez em quando, precisamos de colo. Mas pedir colo, é algo totalmente novo pra mim. É preciso coragem para pedir, para demonstrar necessidades, para ser auto afirmativa em busca do que se precisa... e isto tudo já é uma coisa de outro planeta, por assim dizer, estaria num outro saco...rs...

    Temos que nos perdoar, Maria, porque desejamos o que é belo no ser humano ( mas é porque nós o vemos dentro de cada ser).

    Talvez nunca encontremos o que nossa alma almeja em outro ser humano, ou pelo menos somente em um. Talvez alguém pense que somos apenas tolas românticas a choramingar pelos cantos, por realizar caprichos. Não se trata disto, uma vez que soubemos enfrentar os perigos com garra e fomos capazes de, docemente, estender a mão ao outro para voar conosco, sair da lama e ir em direção ao sol, aos girassóis, ou apenas até o jardim.
   Por isto, precisamos nos perdoar quando estamos tristes, e nos aceitar quando desejamos sair novamente, confiantes, e buscamos tanto a luz mágica do sol... é porque somos muito sensíveis à inexistência dele!
   Com um carinhoso beijo,
   Vera Alvarenga                  
( imagem retirada do google- pode ter direitos autorais)

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