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domingo, 27 de outubro de 2013

Amor é síntese? ...

Um amigo postou no Face...
  
  Você não pode gostar de uma parte do que sou, descansar nela e ficar caçoando de tudo que esta parte de mim me faz sentir...abraça-me..."não me corte em fatias"..."envolva-me toda em seus braços" . Deixa-me ser inteira!    Que lindo isto! 
   Este é o único tipo de amor pra vida toda, que não machuca apesar dos humanos erros, porque te permite ser inteira sem abusar de ti, confiando em que você está atenta para o que pode mudar e quando não deve fazê-lo... porque é desta mesma forma que age, colocando gesto e verdade de intenção no mesmo ato de amar.

Lembrei-me daquela história... daquele que postou no Face lindas frases onde fala de amor, de seu amor por ela e pela família... e, quando ela, depois de ler, inspirada dirigi-se à cozinha decidida a fazer um almoço especialmente saboroso e lhe diz:

- Amor, está faltando ainda instalar o aparelho de vídeo. Você precisa fazê-lo. Eu bem queria ouvir aquelas músicas enquanto faço um almocinho....
- Não vou ligar! Pois se você ligar este vídeo não poderei mais assistir minha TV! Só se for na cozinha!
- Hei, você não está na sala faz um tempão! Está aí escrevendo coisas no Face... 
- E daí, mas quando eu quiser assistir TV, não vou poder?
- Céus! eu assisto TV tão raramente! Mas você sabe que eu gosto. Tantos casais tem vídeo é só dividir, sabe o que é isso? Di..vi..dir ...Dividir o tempo ou assistir junto algum filme. Deixa de ser tão ... tão ...@#%¨&)(&(&*@!
   E pronto! Lá se vão pelos ares todas as "boas intenções"...hehehe...a menos que ela, depois de engolir em seco e fazer repreensões, diga pra si mesma:
- Arre! e acabe por sacudir os ombros, encha um copo de vinho, coloque a música no aparelho de som portátil e lembre de como vai ser bom ter um almoço delicioso, num ambiente de paz... e capricha... e capricha porque este prazer de comer um prato especial e saboroso ninguém vai tirar dela! Huummm..a fome até aumentou! Já que naquele dia é ela que vai cozinhar, que seja assim, com prazer!  E põe uma mesa bonita e também serve-lhe o vinho... e saboreia o manjar que ele também elogia. 
   Ele elogia...Afinal, agora ela não foi tirar sua atenção de palavras bonitas para cobrar dele alguma atitude diante de algo que é preciso ser feito, de fato. Talvez ele não suporte ver que a realidade o acorda de seus devaneios. E ela teima em estar em seus devaneios tanto quanto na realidade! Por que ela simplesmente não volta a ser como era antes? Ele já lhe perguntou, mas ela não liga. Antes, ele se aproximava dela apenas quando queria ser tocado. Era tão mais fácil! E quando ela  interrompia seu futebol ou programa predileto de notícias ele lhe dizia simplesmente - fica quietinha, e ela ficava ou saía de perto. Agora não. Ela mudou. Antes era quando, ao chegar finalmente em casa, era tratado como aquele a quem é dada a prerrogativa de tudo decidir e escolher, e era tratado como se fora o mais importante de tudo! Ele pensa: - Meu amor por ela é maior, eu estou com ela apesar dela ter mudado tanto! Eu, sempre fui assim e continuo o mesmo. Será apenas porque agora estão todo o tempo juntos? Será que o amor não pode resistir ao convívio mais estreito e constante?
   Talvez o problema seja apenas em se saber di...vi...dir... Em se entender esta equação na qual cada um teria de ter direito ao respeito pelas suas "zonas de conforto" ou aquilo de que precisa para sustentar sua natureza como alguém íntegro, e não sentir-se faminto de suas necessidades. O amor que vê o outro e o abraça, não o subjuga a sua própria e constante incoerência e instabilidade, não mina suas energias e incentiva o outro a desenvolver também suas melhores qualidades.  O amor, como se fala idealmente, não congela os amantes, ao contrário, eles livremente vão seguindo no movimento natural de ir se adaptando, modificando, mesmo continuando a sentir-se inteiros. Porque amor não engessa...amacia! O amor fortalece e em sua presença não se ouviria dizer: "Quem me roubou de mim?"   
   
Como é difícil para os seres humanos conviver com suas diferenças de temperamento sem, em alguns casos, se sentirem agredidos, quando o ideal seria exercitar o respeito, a oportunidade de se completarem um ao outro para o mesmo viver com prazer. E principalmente colocar em evidência o gesto que de fato valida o que se escreve, seja no Face, nos rascunhos ou nos livros de poesias!
   Ser coerente em gestos e sentimentos requer coragem, compromisso e disposição para uma auto disciplina a fim de não desistir de ir tentando alcançar valores maiores do que o afago apenas em sua própria vaidade e egocentrismo.
   Ser humano é não ser perfeito, mas sonhar com alguma perfeição como algo que significa apenas e de fato - o tentar viver o amor - com real sinceridade... simplesmente isto.

Imagem copiada do Facebook

Texto: Vera Alvarenga
   

quarta-feira, 10 de março de 2010

- " Sôbre a Sensibilidade..."

CARTA Á AMIGA MARIA MARÇAL E A TODAS QUE JÁ PENSARAM QUE A SENSIBILIDADE... ÀS VEZES, É CARGA DIFÍCIL DE CARREGAR
    Sabe, Maria, depois de ler seu post,decidi - vale a pena me expor mais um pouquinho, pra te dar a mão...já estou mesmo, quase nua. E também a todas aquelas que já pensaram que sensibilidade é uma carga difícil de carregar.
    Percebi, neste susto que levei outro dia, com meu coração batendo fora do ritmo, e por sentir anseios por viver “um amor mais bonito” , que muito tenho que aceitar sobre meus limites e sobre este mundo em que vivemos. Eu tenho uma historia de amor muito bonita! E o que a gente “tem” é algo que a gente vive, está dentro de nós.Se e como foi compartilhado pelo outro, é outra história.Nossa história de amor depende da capacidade de amar, de cada um.
   Pode ser que meus anseios não sejam por um relacionamento que possa existir aqui. Esta coisa de me encontrar, de tempos em tempos, sem energia, não é porque tive uma infância problemática, ou porque sou uma depressiva. Não. Acabo, isto sim, “ficando" deprimida, talvez por ter muita sensibilidade. Daí, pensei :
    - Nós,homens e mulheres,somos todos sensíveis. As mulheres , geralmente mais conscientes das emoções, soltam-se um pouco mais. Contudo, há pessoas, que são mais sensíveis que outras. Sou obrigada a reconhecer que sou uma delas, o que me proporciona ver o mundo e as pessoas de uma maneira um pouco diferente. Por exemplo, uma vez, não fui capaz de conseguir lembrar se meu marido estava usando bigode, ou não, quando alguém me pediu para descrevê-lo. Acredita nisto? Sou capaz de não me lembrar como era o vestido de alguém, na festa ou casamento do dia anterior. Sempre fui assim. Entretanto, sou capaz de sentir uma enorme empatia por ele, ou por outras pessoas, como se algo me ligasse a elas que não é da aparência objetiva, mas da emoção ou da alma! Graças a isto, talvez eu tenha sido poeta desde os 10 anos, tenha começado a compor músicas por esta idade também, e veja sempre em tudo o que é o concreto uma possibilidade de transformar-se em algo mais bonito.
    Eu não choro à toa não, nem me emociono facilmente, com qualquer tipo de coisa, como seria de se esperar. Sei ser forte e desprendida quando é necessário, mas quando algo me toca, sofro de uma empatia exagerada e desejo de compreender o ser humano. O que me faz sentir compaixão realmente, é quando vejo alguém ou um animal, sofrer emocionalmente. Um professor de astrologia, uma vez me disse que eu teria que aprender a deixar a pele engrossar e a não absorver para mim, o problema emocional de outros, pois é este que me sensibiliza mais. O corpo de uma criança morta repentinamente na guerra, me choca, mas talvez me sensibilize um pouco menos, do que se me dissessem que esta criança correu para apanhar um pacote jogado por um avião, porque lhe prometeram comida e doces, e ao se aproximar, este pacote estourasse e a ferisse somente na mão. Uma amiga contou que isto acontecia na guerra, que ela viu isto! Você pode me entender? A dor é algo ainda mais terrível, quando faz sofrer a alma. Destruir a alma de alguém, a fé, a bondade que tiver em si, a confiança no outro, é o pior crime.

Conto tudo isto para dizer-lhe que, quando a gente é assim, é capaz de doar-se para a mãe, que tem um câncer e não sabe, para um marido que, por causa de uma doença se encontra debilitado, para um amigo que sofre a dor da perda de alguém que amava, enfim, a gente faz isto, não porque se alimente do que é negativo, não porque espere gratidão, ou por ser masoquista. Ao contrário! A gente é assim, ou melhor, eu sou assim, porque não consigo conviver com o sofrimento emocional mantendo-me indiferente, ou sem tentar minimizá-lo - e geralmente nem sei como fazer isto, a não ser dar um abraço ou tentar ouvir. Acho que o faço também por mim mesma, não por ser boazinha. Eu apenas não suporto a dor do outro, quando a vejo, quero abraçar, porque desejaria um mundo melhor.
   Quanto mais pessoas felizes houvesse, melhor seria o mundo. Minha sensibilidade artística que me traz a criatividade para buscar o belo, também é a mesma que me traz empatia, ou me dá a consciência do que é belo na natureza e dentro de cada um de nós. Por esta mesma razão, ter a pele assim tão fina, acabo por sentir-me triste quando me deparo com o desperdício do que poderia ser bom, e não é por preguiça de comprometer-se com o ser e fazer feliz. Talvez a gente traga escondida na memória, um sonho ou uma lembrança enevoada de alguma outra vida ou situação em que tudo seja calmo e bom. Não sei...
    Sensibilidade para sentir o outro, idealismo, altruímo, arte como a realização do belo, empatia, sofrimento, “flor da pele”, gratidão, ilusão, tudo faz parte do mesmo saco, minha amiga. Se temos um, temos os outros.Na astrologia seria relacionado com Netuno, e tudo seria uma potencialidade só.  Somos feitas de muitas outras coisas também. E assim, acho que tenho mesmo que aprender a me perdoar por isto, por ser o que sou - sensível e sonhadora. Não é possível sermos compassivas e sensíveis, sem ser sonhadoras.  Perdoar a mim e aos outros porque nenhum de nós consegue ser emocionalmente perfeito. Temos que perdoar a nós mesmas, meninas, porque, de tempos em tempos, nos sentimos sufocadas nesta sensibilidade humana e desejamos sair por aí, buscando algo que nos alimente, nos recarregue.Seja uma palavra, um abraço, uma presença, Deus, uma flor, um raio de sol, um sorriso... E vamos com sede ao pote! Precisamos nos perdoar porque, de vez em quando, precisamos de colo. Mas pedir colo, é algo totalmente novo pra mim. É preciso coragem para pedir, para demonstrar necessidades, para ser auto afirmativa em busca do que se precisa... e isto tudo já é uma coisa de outro planeta, por assim dizer, estaria num outro saco...rs...

    Temos que nos perdoar, Maria, porque desejamos o que é belo no ser humano ( mas é porque nós o vemos dentro de cada ser).

    Talvez nunca encontremos o que nossa alma almeja em outro ser humano, ou pelo menos somente em um. Talvez alguém pense que somos apenas tolas românticas a choramingar pelos cantos, por realizar caprichos. Não se trata disto, uma vez que soubemos enfrentar os perigos com garra e fomos capazes de, docemente, estender a mão ao outro para voar conosco, sair da lama e ir em direção ao sol, aos girassóis, ou apenas até o jardim.
   Por isto, precisamos nos perdoar quando estamos tristes, e nos aceitar quando desejamos sair novamente, confiantes, e buscamos tanto a luz mágica do sol... é porque somos muito sensíveis à inexistência dele!
   Com um carinhoso beijo,
   Vera Alvarenga                  
( imagem retirada do google- pode ter direitos autorais)

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