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domingo, 9 de novembro de 2014

Voar...para sacudir o peso da terra nas asas...


Quando leio, meio que converso com aquele que escreveu o texto, que mexeu comigo  por alguma estranha razão. Às vezes, nem tão estranha assim. Estranhamento é o que já senti quando li, por sugestão de Sérgio Marcondes ,um amigo do Dihitt, as primeiras crônicas de Clarice Lispector. Não as primeiras que ela escreveu mas que eu tive oportunidade de ler.
   Nossa! Parecia então que sentíamos as mesmas sensações, emoções e aceitação descontente diante de algumas coisas da vida.
  Mas voltando ao que dizia, comecei a escrever algumas de minhas crônicas inspiradas em crônicas de alguns escritores. Não que eu tenha, só agora, começado a fazer isto. Como comentei, já conversava com eles e até discutia, há muito tempo. Só que estou numa fase de escrever sobre o que nossas conversas me inspiram, não mais sobre o que sinto ou meus segredos. É só isto.     Não pensem que copio trechos e idéias, por favor, porque não me atrevo a assinar aquilo que não seja meu, embora saiba, como eles sabiam ao escrever, que nada é só meu ou seu, tudo neste mundo é mais ou menos "nosso" levando em conta os que vieram antes de nós e a forma como estamos interligados nesta trama da vida...tudo vem de algum ponto anterior e então segue adiante. O que acontece é que uma frase algumas vezes me leva a caminhos totalmente diferentes, outras vezes, a uma visão do assunto de um outro ângulo   .
  Certamente eles me inspiram, porque sozinha poderia não ter a idéia de discutir tais assuntos, naquele momento.  E eles me dão ampla liberdade de deixar minha mente voar por estes temas que eles sim, desenvolveram tão bem e eu apenas com eles me distraio. Voar é mesmo próprio de quem tem asas nos pés, como voava Mercúrio, regente do meu signo. E voar em pensamento é natural a quem tem asas atrofiadas como as minhas. Não por culpa de ninguém, não! Atrofiadas porque sou humana e responsável, e não me cabe, nesta condição, voar.
  E eu jamais voaria como as águias, em vôos solitários, nem como andorinhas que seguem o bando num desenho pré fixado, organizado com eficiência e maestria para que tudo corra bem e dentro do esperado.
  Coube-me, contudo, sentir-me livre e libertar aqueles com quem convivi.
  Sou o tipo de asas que ao retornar de um vôo solitário iria logo querer contar o que vi e então insistiria a convidar meu parceiro para o próximo vôo. Estive habituada até agora, a voar somente até as alturas que me possibilitassem voltar aos meus, sempre que ouvisse seu pio. Sempre voltei rapidamente com o alimento no bico.
   Lembro-me como conversei incansavelmente, seja com palavras ou  silêncios com aquele Fernão Capelo, o gaivota! Me impressionou tanto conhecê-lo que fiz até um quadro para ele e o levei à uma exposição de minhas artes, certa vez. Ah! como ele, venho de muito tempo sofrendo acidentes de vôo, desmaios até, quando mais nova, bico amassado, asas estrupiadas, e vertigens, tudo porque também tenho um corpo muito mais pesado do que meu desejo de leveza!
   Gosto de um ninho macio e acolhedor e não apenas do ar. Contudo, preciso dele. Preciso bater minhas asas livremente no ar, e dançar acima de todas as coisas. Acima do barro, da poeira,do cheiro da fumaça que queimou os sonhos e ninhos de tantos, do odor da morte, e até  dos espinhos que por vezes vem junto com a ramagem com a qual renovamos a almofada do ninho, pois que renovar o ninho é exigência da vida, do contrário os fungos, mofo e piolhos tomarão conta de tudo. Não quero voar acima de tudo, por me achar distante ou melhor do que os que aqui estão.
   Sem comparar-me a ninguém, vôo, nem que seja nos sonhos ou na escrita, porque necessito! Porque me pesam minhas asas que sujo na terra onde moro e tenho uma vaga lembrança de que elas já foram muito mais leves, outrora.
   E quando voo, só quando voo, posso sorrir e brincar, e ser tão lúdica quanto era quando tinha meus filhotes e ninguém me observava. Posso abrir meu peito e gritar o amor que desejo, que sinto ou que me falta, deixar toda a luz sair de lá e viajar como raios até o coração do mais confiável dos amantes, ou dos meus mais queridos familiares, e ainda, ser tão sonhadora quanto a mais tola das mulheres...
   Êpa!nem sei porque fiz a comparação...afinal, era de uma ave que falávamos ou de uma mulher???

Texto e foto: Vera Alvarenga

domingo, 3 de fevereiro de 2013

O telefonema

  Estava passando, distraída, ao lado do telefone, quando algo acordou-me do tédio que não costumava sentir, mas agora me visita. Telefonei. Ninguém imagina como me custa fazer um telefonema. Telefonar foi um hábito que não criei. Foi uma conversa rápida. Apesar do assunto, ao final terminamos sorrindo como geralmente terminam as conversas de pessoas que se ouvem e se gostam. Do outro lado, alguém de quem gosto bastante contou-me, entre outras coisas, que uma tia distante morreu.
  A tia era bastante idosa e sua morte fora prevista várias vezes, com direito à visita e preocupação , por um ou outro parente. A todos porém, e à própria iminência da morte, a senhora idosa havia enganado. Alguns familiares mais jovens foram-se antes dela que, teimosa, permaneceu por quanto tempo ainda quis. Contudo, ela agora se fora. E como em outros casos, talvez a morte já esperada, não se tenha tornado o personagem mais importante desta história, mas sim, os figurantes que trazia consigo, o cenário que deixava à mostra, o que fazia refletir sobre a vida. Como por exemplo quando marcava um encontro de familiares que já não tinham mais nada a ver uns com os outros, se a amizade houvesse se acabado.Talvez o sentimento nem tivesse resistido verdadeiramente, também em relação àquela que acabara de morrer, por todas as vezes que alguém se sentiu como que traído pelos falsos anúncios daquela visita, que mais dia menos dia, bate à porta de cada um de nós, mas se demorava a levar a velha. Ela enfim, se foi. Quem sabe cansou ou se encheu de tédio.
  Tédio não faz bem, engorda, prejudica o coração e tira o gosto doce da vida. Tédio, o companheiro dos solitários, dos que vivem silenciosamente ou dos que, na ausência do sentimento recíproco de amizade, perderam o caminho que os levava aos momentos mais espontâneos, simples e vívidos que animam o viver. Mesmo que gostemos de nossos momentos de solidão, tem gente que se perde um pouco, se não conseguir ver-se refletido nos olhos de outro. Não é certo nem errado, apenas existe gente que é assim. Evidentemente, sempre há os que digam : - Que se encontre então! Que se salve e por si mesmo descubra a vida! Seria o ideal. Ideal, é quando a razão pensa que sabe o que fazer, mas o resto não acompanha.
Só sei que, quando desliguei o telefone, estava sentindo-me mais viva.
   Incrível o poder que tem uma rápida conversa entre amigos que se gostam. O poder de desatar os nós, até das tramas mais enroscadas de um casulo. Mesmo daquele em que se esconda o mais tímido e comodista animalzinho. Não é culpa de ninguém, nem minha porque conto esta história, eu, que gosto de casulos apenas para me aconchegar. Nem é culpa de quem, já sendo dado à quietude e, ainda mais, não tendo com quem conversar suas próprias falas além de ouvir as do outro, acaba por penetrar no casulo que, se algumas vezes aconchega, ao mesmo tempo, aquieta em demasia.
   Lembrei-me de um amigo com quem conversava de vez em quando. Para mim, era algo raro e precioso a que me permiti. E conversávamos pouco, coisas tolas ou importantes. A gente tem necessidade de ter alguém com quem possa conversar coisas simples, comentar sobre nossos pequenos desejos ou iniciativas que planejamos ter, contar pequenas vantagens. Um amigo que acredite em nós e nos ouça, só por isto nos encoraja e anima. Eu, que por muito tempo pensei que amizade fosse algo precioso mas secundário se não viesse junto daquilo que tivéssemos julgado ser o maior objetivo de nossa vida, hoje sei que não é bem assim.Tenho certeza disto. Hoje me falta o amigo. E ele, apenas por existir, me animava. E quando a gente se anima, acredita em si, faz planos.
A vida passa tão rapidamente. Dura tão pouco! Quanto tempo dura a vida quando se pensa na eternidade? A vida é um bem precioso. Um bom amigo também. Sinto muita falta.   
   Mas tenho a vida. Ouço a voz que conversa comigo. Ainda sou eu, ela dentro de mim, a me fazer companhia. E ela me sacode às vezes, me compreende outras, porque me conhece, me abraça e concorda comigo quando penso que tem de haver alguém superior a nós, a nos dar um sentido maior, a nos consolar quando descobrimos nossas fraquezas. E, de vez em quando ela me convida... – Vem, passa um baton, vamos sair um pouco deste casulo! Eu te faço companhia...  
Foto retirada do Google
Texto:Vera Alvarenga 

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Carta a um amigo...



Carta a você, meu amigo Toninho...
   Nossa, como o tempo passou rápido,meu amigo!
   Sinto tanto saber que você está sofrendo de alguma forma! Outro dia mesmo, mais uma vez lembrei de vocês e pensei:
   - Como é que o Toninho conseguia trabalhar com o Alvarenga?! hehehe...lembra como vocês brincavam sobre aguentar um ao outro? Ah, tempos bons, né ? ( depois que ficamos bem de grana, claro!?) Nós 4 fomos mesmo, heróis nas nossas vidas. E ríamos muito juntos, lembra? 
   Quero que saiba, meu querido Toninho... sempre vou ser grata a você, por seus primeiros convites e insistência para o Alvarenga me levar para jantarmos juntos em tantos restaurantes,lembra? Foi você que começou isto, com aquele teu jeito social! Você sabe, cá pra nós, o Cesar tinha aquele jeito de não me convidar para as coisas sociais, não dava o braço a torcer, mas era ciumento, possessivo ..kkk......
   Com a Valéria, então, aprendi bastante e a admirava, pois eu tinha vindo lá de Bragança, onde passei anos dentro de casa, sem empregada, só cuidando da casa, marido e filhos.. e com Valéria, aprendi ( ela não sabe disto, pode contar, viu!) que tinha o direito de me vestir melhor ( pelo menos ir no Shopping e comprar roupas no C&A!!), e que mulher podia dizer o que pensava,  até nome feio ou contar piadinhas, não era feio não! Bem, pra ela não ficava feio ( sou fã dela!), eu nunca tive jeito pra contar piadas, levava a vida muito à sério ( tonta!!hehehe), mas com vocês, ria muito, lembra?
   Depois, começamos a sair para dançar no Restaurante Metrô, em Moema,lembra? Ôh, tempo bom! Então, eu e o Cesar criamos este "bom hábito"! Agora não posso mais dançar não...rs....você sabe, a artrose dói aqui e lá também! rs....... Mas é isto que eu queria lhe contar, Toninho. Sem que você soubesse, você foi muito importante para mim ( e Valéria) e será sempre! Não foi só um amigo do Alvarenga, meu amigo lindo, mas aquele que por ser amigo do Cesar, deu-lhe uma incentivada a acordar para o bem que nos faria sairmos juntos. E foi sempre muito bom, para nós quatro! As viagens e tudo o mais onde estivemos juntos, foram bons momentos e é isto que faz a nossa vida valer a pena, não é mesmo? Lembrar que vivemos bons momentos e fizemos a diferença na vida das pessoas.
   Mais uma coisinha, meu querido amigo. Quando moramos 10 anos em Floripa, longe dos filhos e amigos como vocês, eu me sentia muito solitária, ia para o meu jardim e ali, vendo as flores, observando-as em suas texturas, nas infinidades de cores e formas, padrões de seus desenhos e perfumes característicos, admirando-as quase em meditação, pude sentir, pela primeira vez na vida, a presença de Deus próximo a mim, como jamais antes tinha sentido! Não era uma coisa que eu pudesse pensar ou explicar, só sentir. Por isto, meu querido amigo, sugiro... se é que não está tomando ainda, tome FLORAIS DE BACH. A vida deste médico é muito emocionante! Peça para Juliana te contar sôbre ele. E ele conseguiu compreender que nas flores, estão essências que podia usar para as dores da alma e das nossas emoções. Ele tinha cancer e percebeu que, as flores tinham em si, o que era mais sublime, espiritual e desenvolvido, digamos assim, das coisas da natureza... acho que uma energia do bem e do belo, que tem reflexo também dentro de nós e na própria energia divina.
   Bem, meu  amigo, quero te abraçar carinhosamente,beijar seu rosto e lhe dizer, obrigada Toninho, pelas inúmeras horas que passei de alegria em minha vida, na companhia de vocês!! Abraço também a seus filhos e à especial Juliana, que tenho certeza, são bençãos na vida de vocês dois.
   Para você, Valéria, meu carinho e solidariedade de mulher que compreende o quanto seu coração deve ficar espremido aí no peito, quando vê seu querido sofrer.
   Beijo, Toninho, fiquem com Deus...e meu desejo de que você consiga tranquilizar seu coração e que dores não te judiem, meu querido. Tenha a certeza de que seu amigo Cesar te gosta muito também.
  Beijos a todos
  Vera Alvarenga.

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Amor, paixão e amizade....

 Estive pensando... Às vezes, a gente esquece o que é ( ou fica triste quando ninguém nota o que podemos ser).
   O amor é algo sóbrio, construído aos poucos com a convivência, requer tempo, transpõe abismos, para no final ir nos ensinando a nos "dissolver" no outro, nos doar sem esperar retribuição, enfim, é algo difícil de se conseguir, se pensarmos no amor com seu significado maior. E, se o amor dissolve a gente... talvez, quando a gente morrer, o espírito, que é o divino em nós,um dia perderá sua individualidade para se dissolver no todo. Este é o amor espiritualizado. Outro tipo de amor, que a gente consegue viver com o/a companheiro/a, precisa de alimento para manter-se - amar faz a gente querer o bem para o outro e isto nos faz bem,mas a gente deseja ver o outro perto, quer também ser tocada por ele.
   E o apaixonar-se? Por que seria de menor importância? A gente se apaixona por quem nos faz bem, nos faz sentir especial. É intenso.
Quando alguém vê o que temos de bom, faz a gente se sentir especial, como na verdade a gente pensava que era. Se a gente se apaixona então, deve ser algo egoístico porque estamos a olhar, através do outro, para nós mesmos? Estamos só readquirindo a fé no melhor que há em nós? Não, porque também vemos o melhor do outro, é uma comunicação de coração a coração, ao qual o corpo responde e traz bem estar. Mas isto é maravilhoso, porque é a fé que pode nos mover nas melhores direções! E, às vezes, é este olhar posto em nós, o que nos salva! É reconhecer o divino que há em cada um.
   Muito semelhante a quando temos fé nos preceitos de uma religião, ou em Cristo que olhará para nós e nos salvará - é poder crer que temos em nós uma centelha divina, que nos faz sentir em estado de graça. Acreditarmos que não estamos sós, que Ele nos vê é, guardadas as proporções, algo semelhante a termos nosso apaixonamento correspondido. 

  A amizade,é uma das coisas mais fabulosas, embora frágil, não é? Frágil porque amanhã pode já não estar lá, não nos pertence e nem conhece sua força.Fabulosa, porque um amigo oferece a nós e nos trata com o melhor que crê ter em si. E crendo em nós, também nos devolve a fé. E quando há confiança e convivência necessária, crendo que é recíproca a amizade, se sentirá livre para eventualmente nos mostrar até alguma fraqueza, porque amigo oferece apoio e seria natural não temer pedi-lo. Então, crer que temos um amigo verdadeiro, nos fará viver um ideal do sentimento que pode nos elevar até onde nossa fé recuperada possa alcançar, e ao mesmo tempo, pode nos trazer de volta à terra, aos limites, sem que precisemos atolar na negatividade da crítica! 
  Se o amor é divino... apaixonar-se é fundamental ! ...mas como é chama, não pode arder eternamente! ora, então seria bom que aprendêssemos( todos os casais), a nos reapaixonar, reacender a chama! (quando possível)
   E a amizade, sem sombra de dúvidas agora percebo, seria o melhor sentimento a ser trazido para o relacionamento e preservado entre um casal, porque este sentimento permite o divino e o real, permite aceitar o outro como ele é mesmo que nos mostre suas falhas, nos traz um bem estar que se traduz em um sorriso que não conseguimos impedir que brote espontâneo no rosto, e ainda pode conter momentos de amor e paixão. A amizade acolhe mais docemente o que o outro é...ou será que é a bondade, que faz isto? Já não sei!! Kkk..................
    Conheço uma jovem mulher que me disse outro dia, que chegou a se questionar quando percebeu que todos viam a ela e ao marido, como grandes amigos,mais até do que marido e mulher. Pois, penso que felizes os casais que tem na amizade seu maior ponto de apoio! Tomara que tenham consciência da benção que tem nas mãos! 

Texto e foto : Vera Alvarenga

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Quem disse que amizade entre nora e sogra é impossível?

Hoje à tarde,minha norinha Lika vai me levar a São Paulo. Vou com ela para aprender "como é fácil o caminho para lá!"(é o que ela diz, vamos ver!!) Assim, ficarei preparada para ir, quando houver um motivo importante.
Vou ficar lá no Shopping Morumbi,( pertinho de onde morei) enquanto ela vai ao dentista. Depois, vamos fazer hora, provavelmente no cinema ( ah, que sacrifício!hehehe) por causa do horário de rodízio de veículos. Nossa faz anos que não vou ao Shopping de lá e cinema (adoro), só vou com um deles(nora e filho)! Graças a isto, daqui a algum tempo, poderei visitar uma amiga que não vejo há anos!!
Bem, lembrando da amizade construída que temos e do respeito que precisamos ter à individualidade do outro, vou colocar uma cartinha que escrevi a ela ,há algum tempo, num outro blog que está abandonado...
CARTA PRA MINHA NORA"    
Você é nora..portanto..sou sogra(hii!.) 
    Amizade requer lealdade,carinho,cuidado e disponibilidade p/crer no outro.
    Amizade requer confiança p/ crer no que o outro diz, mais do que no que achamos que o outro quis dizer! 
   Dá trabalho..Requer empenho e nós estamos construindo isto juntas.(não é lorota não!..)sabemos o valor deste tesouro!
Uma boa amizade, nos faz uma pessoa melhor !

Conviver com você, em seus momentos de alegria, me faz feliz ! 
Após tantos anos, vivendo com e p/ homens (filhos e marido amado),conviver com você me permitiu intimidade com uma figura feminina, que me trouxe um espelho..Voltei no tempo e olhei com carinho,como nunca antes, p/ a jovem mãe que fui um dia. 
Então, com o mesmo sentimento amoroso que a abracei, em seus momentos difíceis, tomei a mim mesma em meus braços e num abraço, acolhi com amor a jovem mulher e mãe que fui e está pra sempre, dentro de mim. Pude ser generosa, porque você também é.
Sabe ser forte.. e doce...
Seja muito Feliz, minha querida Lika. Te amo. 







Beijo, Vera."

  A gente puxa o saco uma da outra, de vez em quando, mas sabem por que? Porque a gente acredita, ora bolas, que amar também é isto, é agradar, é notar o que o outro tem de bom, não apenas criticar, não é mesmo?  Se eu tivesse uma filha, me orgulharia que fosse como ela.
Texto e foto: Vera Alvarenga

sábado, 27 de fevereiro de 2010

- " O Pássaro e a Flor"...

O dia estava frio. O ar gelado. Nem parecia verão...
   A enorme árvore, olhando para a flor que estava à sua sombra, perguntou:
   - O que você tem? Por que estas lágrimas em seus olhos?
   - Está vendo aquele pássaro lá, bem distante?
   - Sim, flor. Eu o conheço de vista, pois sempre vinha buscar sementes por aqui. Notei que não tem vindo mais, você sabe por que?
   - Ele me confidenciou que tem o coração triste. Então, nos tornamos amigos.
   - Eu sei. Percebi que ficavam alegres juntos. Que tanta novidade ele tinha pra lhe contar?
   - Ele me trouxe notícias sôbre a luz do sol e o brilho do luar!
   - Humm...Você o conhece bem?
   - Não, mas penso que sei quem ele é. Além disto, ele me  ofereceu um pouco da luz do sol e do brilho do luar. Fiquei tão feliz, que meu coração quis voar também. Sonhei que podíamos sobrevoar outros jardins,conversar sôbre tantas coisas do mundo!
   - Hei, acorde! você é uma flor, presa ao solo deste jardim. O único modo de sair daqui seria se alguém a levasse ou se um pássaro carregasse sua semente. Olha! lá vem seu jardineiro. Virá lhe trazer algo, será?
   - Com certeza, virá.
   - Certamente, depois que quase te deixou secar, sem água! Justamente você, a única flor aqui, no meio de todos estes arbustos.Mas, você dizia...?
   - Que meu amigo tem no coração uma grande tristeza, mas nas asas traz um pouco da luz do sol e do brilho do luar...
   - E ele sabe disto?
  - Tentei lhe mostrar. Contudo, eu mesma me assustei com meu desejo de voar, e acho que o assustei também, por mostrar-lhe quanta vida ele tem em si, para compartilhar, doar a quem ama...
   - Ah! por isto ele não veio mais! Escute flor, vou lhe dar um conselho - não se iluda! você é o que é, não pode voar!
   - Engano seu! Posso voar em pensamento, ou quando alguém me traz notícias que me fazem sonhar ...
   - Pare de sonhar! Seja forte e independente como eu! sua estrutura precisa fortalecer-se. Veja se quando o jardineiro vier, não faz esta cara de quem está tão feliz pela presença dele, que nem precisa de mais nada! Se você mostrar sua sensibilidade, ele não vai te valorizar! Vai achar que você é frágil demais!
   - Mas eu não sou como você!  Mesmo assim, já demonstrei o quanto sou resistente. Eu amo o meu jardineiro e sou muito grata a ele. Vou perdoá-lo, porque preciso disto pra viver. Preciso do amor, do perdão, da paz, da alegria...
   - Entretanto, vi você se debater, querendo arrancar-se desta terra... tentar voar com frágeis asas de uma flor, você ia deixar-se ao vento, no meio do nada, pra que? queria se punir?
   - Eu, por que?
   - Por ter desejado voar com aquele pássaro! Tanta emoção à flor das pétalas! Siga meu conselho:  aprenda a se valorizar, e entenda que sua missão é deixar o mundo mais belo no que lhe for possível. Faça isto e pronto, estará tudo bem. Não crie problemas, não queira voar, ser o que não pode ser. Diga-me, você compreendeu? Não deseja mais partir, não é?
   - Quem sabe este seja, de fato, o melhor lugar para mim... mas, em meu pensamento, posso voar...
   - E assim, nunca estará feliz, sendo o que é? Será sempre rebelde?
   - Não! Ao contrário! Serei a mais feliz de todas as flores, porque posso voar em pensamento!
   - Olhe, fique firme aí. Quem sabe um outro dia, um pássaro venha e carregue suas sementes... então suas filhas poderão voar...
   - E minha alma poderá ir com este pássaro? Temo que talvez não consiga ficar o tempo todo aqui..
  - Isto não sei...Parte de você nascerá em outro lugar! Pronto, siga meu conselho, está bem? Fique firme, dura e fortemente presa ao solo! Você entendeu o que eu disse? entendeu? Em que está agora a pensar?
   - Em um pássaro que conheci que, de repente silenciou e então, levou consigo em suas asas, um pouco da luz do sol e do brilho do luar que havia antes trazido para mim...

autora : Vera  Alvarenga
                   fev./2010
imagem: retirada do google - pode ter direitos autorais

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