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segunda-feira, 14 de junho de 2010

- " A gente é feliz com o que sente...e dá..."

Tenho falado aqui, de quando o amor "perde um pouco seu encanto", e do perdão. E recebi apoio e comentários que tem vindo somar e me ajudar a compreender melhor estas emoções humanas, em mim.   Perdoar! pensamos que sabemos! mas há muito a aprender(pelo menos no meu caso). Quando se percebe que "o amor perdeu um pouco de encanto, dentro do coração"...neste caso,não se trata de  precisar perdoar o outro, mas de perdoar a mim mesma por perceber que isto aconteceu logo comigo, que pensei ser capaz de o amar para sempre, com a mesma intensidade, e de nunca desejar nada além dele, da forma que ele é. Fico falando "dele", esperneando, mas me surpreendi COMIGO mesma, por não saber viver sem ele, mas hoje desejar ter tido a coragem de ter me afastado antes.  E, na maturidade, sentir-se assim, é muito mais sério, é como ver que não há mais tempo para construir o futuro que se acreditava que iria colher agora. Mas, é mesmo na maturidade que colhemos o que plantamos!! Mesmo que no passado a gente estivesse pensando estar agindo da maneira mais correta, insistir em "sustentar" as diferenças, como se elas pudessem ser sublimadas, pode ser um erro. O sentimento, acreditem, faz mais falta por não estar mais dentro do MEU coração, como antes... É deste sentimento dentro de mim, que sinto mais falta, pois há muito eu o estava tentando aceitar como era. Parece ter fugido ao meu controle...mas não, apenas colhemos o que plantamos.
  Descobri que A GENTE É FELIZ COM O QUE SENTE e DÁ - o que recebe pode ser ou não ilusão, mas se acreditamos que é verdadeiro, nos preenche.  Estou aprendendo a me perdoar por sentir raiva ( sentimento raro em mim) de quem eu mais amei na vida(e por mais tempo!). Raiva porque o culpo por ele ter sido tão insistentemente egoísta. E agora, sou eu a egoísta! Há dias que me sinto perdoada e forte, mas há pequenas recaídas. A raiva, está indo rapidamente embora, mas há certa intolerância quando a ferida é aberta. Hoje sei, que estar na presença de amor, significava para mim, confiar, a tranquilidade de sentir que a pessoa que está conosco não nos vê como se a estivéssemos ameaçando, e que isto me faz tanta falta como o ar que respiro, uma vez que competitividade em excesso e grosseria me pressionam como um sapato pisando numa barata ( eu sou a barata). Sei que o mundo não tem que ME fazer feliz, mas a pessoa em quem confio, tem que confiar e se entregar também, ou não aguento o constante atrito! Guerra, não é para se vivenciar na intimidade. Então, às vezes escolho "deixar pra lá", para que tudo fique bem. Contudo, se eu fosse mais jovem, penso que não teria mais este comportamento. Houve um tempo em que pensei que meu amor e tranquilidade fossem levar algum sossego ao coração do meu homem amado, que se sentia tão desafiado pela vida e pelas pessoas. Sinceramente, posso ter sido apenas prepotente, sem o saber, por julgar que tinha algo melhor para dar a ele. Como se eu fosse superior! Acreditem, não me sinto nada superior hoje, ao olhar para o homem honesto, forte, corajoso, que ele é. Ambos somos pessoas boas, que nos desencontramos, no meio do caminho- estou vendo a vida de modo diferente, mas estou tentando conviver com isto.
  Por isto,embora já  não tenha mais meu antigo avatar impessoal, falo disto aqui, porque, me expor é muito pouco perto da pena que sinto pelo que aconteceu... e pode acontecer com qualquer um de nós, mesmo os bens intencionados e amorosos como eu, passarem assim, por uma fase de cansaço e desilusão em face da mudança de seus próprios sentimentos. Falo, porque não quero refletir sozinha  sobre nossa condição de seres humanos que somos, imperfeitos e carentes de amor compartilhado e cúmplice, na medida que satisfaça nosso ego, que quer ser reconhecido, e queiramos ou não ,existe e nos dá a sensação de que existimos como indivíduos. Se somos reconhecidos, nos sentimos vivos e especiais.
  Texto: Vera Alvarenga
  Foto :  Vera  Alvarenga

- " Seria mais fácil, se eu tivesse um avatar..."

Seria mais fácil ter continuado com meu avatar, aquelas flores azuis que representavam o que eu queria dizer...
Hoje, sou eu mesma aqui, com meu nome, sobrenome, família, filhos, história de vida, uma amiga que existe e vem falar de algumas coisas que mexem com o sentimento e a emoção...
Queria falar sôbre alguns preconceitos, exageros, problemas sexuais até, e emocionais que as pessoas podem ter que enfrentar, na maturidade, e seria mais fácil se eu tivesse continuado com meu avatar! Com minha alma de artista, sensível ao problema de outros, às vezes, para agravar a situação, misturo tudo, o que é meu e o que me faz sentir empatia, e escrevo uma poesia mais emocional ainda!
    Se refletirem comigo, verão que, quando um assunto é enfatizado de modo impessoal, qualquer assunto, pode ser incansavelmente discutido, porque é mais fácil falarmos daquilo que afeta o outro, distante de nós...  Quando queremos enfatizar algo e o fazemos de modo pessoal, corremos o risco de ser encarados como "aquela pessoa chata" que "lá vem ela de novo com a saudade da filha que morreu, ou de como se sente deprimido ao pensar no filho que já não está aqui, ou de como se sente assustada por descobrir que não consegue ter em seu coração o mesmo tipo de amor que sentia antes..." E corremos o risco de esquecer o mais importante, que é o perceber que estes sentimentos estão muito próximos a nós...amanhã pode acontecer conosco, como a AIDS... melhor entender talvez como um alerta, o alerta de que, nenhum de nós consegue ser perfeito e isento de erro ou vulnerabilidade.
  Abraço,Vera.
texto: Vera Alvarenga
Foto : Vera Alvarenga

quarta-feira, 10 de março de 2010

- " Sôbre a Sensibilidade..."

CARTA Á AMIGA MARIA MARÇAL E A TODAS QUE JÁ PENSARAM QUE A SENSIBILIDADE... ÀS VEZES, É CARGA DIFÍCIL DE CARREGAR
    Sabe, Maria, depois de ler seu post,decidi - vale a pena me expor mais um pouquinho, pra te dar a mão...já estou mesmo, quase nua. E também a todas aquelas que já pensaram que sensibilidade é uma carga difícil de carregar.
    Percebi, neste susto que levei outro dia, com meu coração batendo fora do ritmo, e por sentir anseios por viver “um amor mais bonito” , que muito tenho que aceitar sobre meus limites e sobre este mundo em que vivemos. Eu tenho uma historia de amor muito bonita! E o que a gente “tem” é algo que a gente vive, está dentro de nós.Se e como foi compartilhado pelo outro, é outra história.Nossa história de amor depende da capacidade de amar, de cada um.
   Pode ser que meus anseios não sejam por um relacionamento que possa existir aqui. Esta coisa de me encontrar, de tempos em tempos, sem energia, não é porque tive uma infância problemática, ou porque sou uma depressiva. Não. Acabo, isto sim, “ficando" deprimida, talvez por ter muita sensibilidade. Daí, pensei :
    - Nós,homens e mulheres,somos todos sensíveis. As mulheres , geralmente mais conscientes das emoções, soltam-se um pouco mais. Contudo, há pessoas, que são mais sensíveis que outras. Sou obrigada a reconhecer que sou uma delas, o que me proporciona ver o mundo e as pessoas de uma maneira um pouco diferente. Por exemplo, uma vez, não fui capaz de conseguir lembrar se meu marido estava usando bigode, ou não, quando alguém me pediu para descrevê-lo. Acredita nisto? Sou capaz de não me lembrar como era o vestido de alguém, na festa ou casamento do dia anterior. Sempre fui assim. Entretanto, sou capaz de sentir uma enorme empatia por ele, ou por outras pessoas, como se algo me ligasse a elas que não é da aparência objetiva, mas da emoção ou da alma! Graças a isto, talvez eu tenha sido poeta desde os 10 anos, tenha começado a compor músicas por esta idade também, e veja sempre em tudo o que é o concreto uma possibilidade de transformar-se em algo mais bonito.
    Eu não choro à toa não, nem me emociono facilmente, com qualquer tipo de coisa, como seria de se esperar. Sei ser forte e desprendida quando é necessário, mas quando algo me toca, sofro de uma empatia exagerada e desejo de compreender o ser humano. O que me faz sentir compaixão realmente, é quando vejo alguém ou um animal, sofrer emocionalmente. Um professor de astrologia, uma vez me disse que eu teria que aprender a deixar a pele engrossar e a não absorver para mim, o problema emocional de outros, pois é este que me sensibiliza mais. O corpo de uma criança morta repentinamente na guerra, me choca, mas talvez me sensibilize um pouco menos, do que se me dissessem que esta criança correu para apanhar um pacote jogado por um avião, porque lhe prometeram comida e doces, e ao se aproximar, este pacote estourasse e a ferisse somente na mão. Uma amiga contou que isto acontecia na guerra, que ela viu isto! Você pode me entender? A dor é algo ainda mais terrível, quando faz sofrer a alma. Destruir a alma de alguém, a fé, a bondade que tiver em si, a confiança no outro, é o pior crime.

Conto tudo isto para dizer-lhe que, quando a gente é assim, é capaz de doar-se para a mãe, que tem um câncer e não sabe, para um marido que, por causa de uma doença se encontra debilitado, para um amigo que sofre a dor da perda de alguém que amava, enfim, a gente faz isto, não porque se alimente do que é negativo, não porque espere gratidão, ou por ser masoquista. Ao contrário! A gente é assim, ou melhor, eu sou assim, porque não consigo conviver com o sofrimento emocional mantendo-me indiferente, ou sem tentar minimizá-lo - e geralmente nem sei como fazer isto, a não ser dar um abraço ou tentar ouvir. Acho que o faço também por mim mesma, não por ser boazinha. Eu apenas não suporto a dor do outro, quando a vejo, quero abraçar, porque desejaria um mundo melhor.
   Quanto mais pessoas felizes houvesse, melhor seria o mundo. Minha sensibilidade artística que me traz a criatividade para buscar o belo, também é a mesma que me traz empatia, ou me dá a consciência do que é belo na natureza e dentro de cada um de nós. Por esta mesma razão, ter a pele assim tão fina, acabo por sentir-me triste quando me deparo com o desperdício do que poderia ser bom, e não é por preguiça de comprometer-se com o ser e fazer feliz. Talvez a gente traga escondida na memória, um sonho ou uma lembrança enevoada de alguma outra vida ou situação em que tudo seja calmo e bom. Não sei...
    Sensibilidade para sentir o outro, idealismo, altruímo, arte como a realização do belo, empatia, sofrimento, “flor da pele”, gratidão, ilusão, tudo faz parte do mesmo saco, minha amiga. Se temos um, temos os outros.Na astrologia seria relacionado com Netuno, e tudo seria uma potencialidade só.  Somos feitas de muitas outras coisas também. E assim, acho que tenho mesmo que aprender a me perdoar por isto, por ser o que sou - sensível e sonhadora. Não é possível sermos compassivas e sensíveis, sem ser sonhadoras.  Perdoar a mim e aos outros porque nenhum de nós consegue ser emocionalmente perfeito. Temos que perdoar a nós mesmas, meninas, porque, de tempos em tempos, nos sentimos sufocadas nesta sensibilidade humana e desejamos sair por aí, buscando algo que nos alimente, nos recarregue.Seja uma palavra, um abraço, uma presença, Deus, uma flor, um raio de sol, um sorriso... E vamos com sede ao pote! Precisamos nos perdoar porque, de vez em quando, precisamos de colo. Mas pedir colo, é algo totalmente novo pra mim. É preciso coragem para pedir, para demonstrar necessidades, para ser auto afirmativa em busca do que se precisa... e isto tudo já é uma coisa de outro planeta, por assim dizer, estaria num outro saco...rs...

    Temos que nos perdoar, Maria, porque desejamos o que é belo no ser humano ( mas é porque nós o vemos dentro de cada ser).

    Talvez nunca encontremos o que nossa alma almeja em outro ser humano, ou pelo menos somente em um. Talvez alguém pense que somos apenas tolas românticas a choramingar pelos cantos, por realizar caprichos. Não se trata disto, uma vez que soubemos enfrentar os perigos com garra e fomos capazes de, docemente, estender a mão ao outro para voar conosco, sair da lama e ir em direção ao sol, aos girassóis, ou apenas até o jardim.
   Por isto, precisamos nos perdoar quando estamos tristes, e nos aceitar quando desejamos sair novamente, confiantes, e buscamos tanto a luz mágica do sol... é porque somos muito sensíveis à inexistência dele!
   Com um carinhoso beijo,
   Vera Alvarenga                  
( imagem retirada do google- pode ter direitos autorais)

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