sábado, 12 de junho de 2010

- " Sôbre estar apaixonado e amar..."

 Acabo de ler um texto que fala sôbre a diferença entre o que um homem sente quando ama e quando está apaixonado. Me fez refletir bastante.      
Concordo que quando a gente ama é algo que depende mais do que temos em nós, do que daquilo que o outro nos está oferecendo, no momento. E acho que o amor vem com a maturidade do relacionamento. E é imenso,sim, mas não tão aparente..é mais discreto, do que a paixão!
Só que, estamos falando da CAPACIDADE DE AMAR, de cada um, claro. O apaixonar-se pode nos levar ao amor. E, que maravilha quando isto ocorre e pode ser vivenciado a dois!Porque, quando pensamos no amor entre um casal, e no sentimento que os une, então, este precisa ser alimentado por ambos e cultivado, sim, e até por ser "entre os dois", precisa de ambos,não pode existir só pra um. O texto comenta que "Quem ama, continua a amar, mesmo em presença da traição". Sei disto, quem ama, perdoa.E foi assim que "eu" sabia amar. Contudo, aqui está onde discordo em relação à repetição desta atitude, pois traição pode ocorrer de várias formas.O sentimento de uma pessoa que é traída pela outra, de diferentes formas, não pode perdurar como amor incondicional,pra sempre... O amor existe, mas o sentimento muda e não é mais tão nobre, leve e belo.
  Na minha história de amor, eu sinto que meu sentimento por ele vai perdurar para sempre,de uma forma ou outra, mais do que os 40 anos de nosso relacionamento, mas, o sentimento que nos une, o que caracteriza o relacionamento "entre dois", infelizmente não é tão bonito, altruístico e não conseguiu ser cúmplice. Meu companheiro diz que me ama e acredita nisto...mas, em minha opinião, como o texto tambem afirma, o amor é algo que, quando existe, é, está lá , brota do coração naturalmente, em atitudes nas quais nem se cogita mais em traição no momento de se escolher entre a pessoa amada e outro objeto qualquer de desejo egoístico. E esta é uma decisão intrínseca que traz a tranquilidade de nunca se estar "sacrificando" por amor, pois não é sacrifício fazer uma escolha natural.
  E, neste caso, uma pessoa pode não saber o que fazer com sua capacidade de amar, então pode direcionar este sentimento para outras formas de amor e de se apaixonar, até que encontre a cumplicidade e comprometimento que pode valorizar imensamente a vida. E este sentimento pode ser oferecido a uma pessoa, muitas ou a uma ação, onde o amor possa florescer.
  Quem ama de verdade, quem tem a capacidade de amar, pode ter este sentimento de amor às vezes, ameaçado por uma atitude egoística,oposta e constante do outro. E, quando isto se dá, o sentimento "entre os dois", pode perder sua força, e a pessoa que realmente amava, pode desejar sim, amar outra pessoa, que perceba que este sentimento poderá trazer a cumplicidade e uma vida imensamente mais significativa, para os dois. Então, apaixonar-se pode ser este caminho, na tentativa de realização deste "amor entre dois" que não se realizou da primeira tentativa..
  Porque, penso que o amor, aquele que vive em nosso coração, se não é alimentado pelo outro, só pode perdurar apenas dentro do coração, e não no relacionamento. Amor totalmente incondicional, na minha opinião, é algo que o ser humano só alcança sentir, mas não consegue vivenciar dentro de seu relacionamento com o seu companheiro(a), porque mesmo que não queira, vai desejar ver-se refletido no outro. O amor, em presença do persistente egoísmo se retrai, ou vira em outra direção para poder brilhar e distribuir suas bençãos.

texto: Vera Alvarenga
foto : que tirei da foto lindíssima, que ficou em 2º lugar no Concurso (Re) Tratando o Rio Sorocaba.
 A foto é de Carlos Alberto Muzzili.

7 comentários:

  1. Vera,
    Quantas vezes já ouvimos esse "clichê": Se não for minha (meu) não será de ninguém.
    Isso não é amor é egoismo.
    Confunde-se, muitas vezes, amor com paixão. O amor fica, a paixão passa.
    O amor é entrega, a paixão é posse.
    Quando se fala de amor, mas amor mesmo, temos que lembrar as várias espécies de amor que existem: filial, fraternal, amor a dois e o amor aos filhos.
    Todos são amor. Cada um a seu modo, cada um a seu tempo. E todos podem conviver harmonicamente sem atropelar a outra espécie, sob pena de cairmos no sentimento de posse que atrapalha a vida dos que amam e dos que são amados.
    Beijão!
    Felipe

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  2. Vera... magistral seu texto, e daqui a pouco vou lá ler o do Jânio....
    Mas, tenho que acrescentar que quem ama de verdade, mesmo diante da traição perdoa... porque enxerga o outro na sua essência, e mesmo que doa sabe refletir a respeito....
    Mas como você bem disse, ele (o amor) muda.... e talvez nunca volte a ser o mesmo!
    Beijo no coração

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  3. Olá Valéria!
    Não tenho dúvidas de que, quem ama de verdade, perdoa, mesmo a traição (que você sabe não precisa ser apenas daquela que acontece quando há uma aventura sexual). Isto foi passado, e passou! Eu amei de verdade, e perdoei. A traição pode também ocorrer quando há falta de lealdade, no sentido de idéias, de atitudes. Por exemplo, você cobra de quem ama uma atitude, mas age de modo oposto; você acusa a pessoa que diz amar e quando percebe que se enganou, diz que o fato não tem importância; você critica e desestimula e age conforme seus interesses de momento, não levando em consideração a pessoa que você fez acreditar que ama.
    Querida amiga, eu acho que quem ama perdoa, sim, mas cansa diante do egocentrismo do outro . Então, começa a reclamar para si, atitudes mais coerentes com este amor mais falado, do que vivido. E quando se dá conta que o amor tem formas melhores para se expressar, se entristesse. O amor que promete, prende em laços de sedução, mas não se entrega verdadeiramente, parece ser calculado de acordo com seus interesses. Este tipo de amor, nos faz por vezes, perder a noção do que é verdadeiro... ou ilusão! E, quando ficamos cansadas e reclamamos o amor cumplicidade, acabamos por parecer egoístas também... e talvez um disco quebrado, que não se conforma em não tocar mais aquela linda canção, do modo como sabia tocar (amar)...... entendeu?
    Por falar nisto, vou parar por aqui.... tudo está bem, embora eu não consiga me conformar de ver o CD riscado......... Era uma belíssima canção, da qual ainda ouço os sons na lembrança... é como ouvir uma belíssima canção, tocada num disco antigo e gasto, 78 rotações...
    Beijo, minha amiga.

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  4. Amor sempre será divino. E a paixão uma cobiça que cutuca demais a nossa vaidade.

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  5. Vera,

    Amor e traição. Dois sentimentos que parecem estar sempre de braços dados. Mas o que é traição? O que é perder o encanto? Como se perde o amor que sentimos por alguém?

    Quando há deslealdade. Ao mentir, surrupiar as formas conguistadas para alimentar somente o seu ego.

    E sabe por que os laços se rompem? Porque não há troca, não há o ir e vir, o dar e receber. É ilusão achar que se sustenta numa mentira. O amor é uma rua de mão dupla e cada um dá o que tem. Porém, cada um recebe com o que tem no coração.


    Bjs

    Valéria

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  6. Oi Vera, querida!
    Seu texto é belíssimo e retrata com muita honestidade o seu sentimento. Eu concordo com você que o amor deve ser alimentado constantemente. Precisa dos dois (por inteiro) completos e entregues à essa proposta. Viver o amor não é apenas uma conseqüência natural que todos irão um dia passar. Requer muita maturidade e cumplicidade diária, um companheirismo nas grandes e pequenas ações. Eu acho que quem passa por uma traição em seu relacionamento, deve avaliar o tamanho desse amor e, caso resolva perdoá-la, deve fazer de coração, com o real desejo de virar a página e superar as mágoas. Não adianta perdoar e passar a viver, não mais o amor, mas a dor da traição. Acho que após uma traição o amor perde um pouco do seu encanto e a sua restauração fica comprometida. Mas, ainda acredito que é possível entender que humanos são seres em evolução, portanto, amiga, perdoar sempre será preciso!
    Grande beijo,
    Jackie

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  7. Valéria e Jackie, olá!
    Concordo com vocês e seu comentário veio somar, pelo que agradeço. Ambas falaram de quando o amor "perde um pouco seu encanto", e do perdão, que é um tema também deste meu texto. Pois é esta a questão toda!
    Perdoar, quando se percebe que o amor perdeu um pouco seu encanto, dentro do coração...e neste caso,não se trata de precisar perdoar o outro, mas de perdoar a mim mesma e não me sentir tão culpada por perceber que isto aconteceu logo comigo, que pensei ser capaz de o amar para sempre, com a mesma intensidade, e de nunca desejar nada além dele, da forma que ele é. Fico falando dele, esperneando, mas me surpreendi comigo mesma, por não saber viver sem ele, mas hoje desejar ter tido a coragem de ter me afastado antes. O sentimento, acredite, faz mais falta por não estar mais dentro do MEU coração, como antes... é deste sentimento dentro de mim, que sinto mais falta, pois há muito já o tinha aceitado como ele era. É algo que fugiu ao meu controle...
    Por isto,embora me exponha,já que não tenho mais meu antigo avatar impessoal, falo disto aqui... pois pode acontecer com qualquer um de nós, mesmo os bens intencionados e amorosos como eu, passarem assim, por uma fase de cansaço e desilusão em fase da mudança de seus próprios sentimentos. É para que reflitam comigo, sobre nossa condição de seres humanos que somos, imperfeitos e carentes de amor cúmplice na medida que satisfaça nosso ego, que, queiramos ou não ,existe.
    Abraço,Vera.

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