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sexta-feira, 23 de outubro de 2015

Quando não sentirei mais este amor me tocar?

Você!
Você nunca sente saudades?
Nunca sentiu saudades de algo que vislumbrou, e era tudo o que jamais antes pensou que lhe faria tanta falta?
Nunca olhou naquele lago e de repente viu refletido nele tantas coisas que agora, pareciam  sem sentido, diante do que estava a um passo de o tocar?
 Aquilo que você jamais pensou precisar, pois que tudo você acreditava ter e amar, e nada mais queria de sua vida, porque você era uma pessoa doce e simples e pouco era o que precisava para viver...aquilo que você experimentou sentir tão intensamente, mesmo sem compreender como antes estivera escondido. Aquela ausência do que podia ser, nunca o assombrou?
 Não sei que coisa em mim me faz pensar assim! Que tudo o que parece intocável, na verdade está a um palmo de nosso alcance uma vez que tenhamos consciência de onde está. Bastaria estender os braços e o tocar...tomar para si ao mesmo tempo em que todo milagre estaria, finalmente em se dar, inteira e simplesmente, ao verdadeiro amor maior, pelo qual, todos nós ansiamos....
   Ah! que pena...mas não é tão simples assim....

foto/texto:vera alvarenga

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

A textura da pele...

    Olhei para meu braço e notei umas bolhinhas. Está muito calor,é final de verão. Minha pele está tão fina, que no calor, ocorre este fenômeno – se eu olhasse para ela com meu olhar de zoom fotográfico, poderia dizer que se assemelha aquele corinho de porco pururuca, em dia de feijoada, que a gente tem que passar longe para não colocar no prato.
   - Nossa, que exagero! é só um minúsculo pedacinho no braço!
  Pensariam que sou exagerada. Não estariam longe totalmente da verdade, contudo meus olhos sempre viram as coisas como máquina fotográfica e me distraio com as texturas, já de longa data.
   Dizem que, quando a gente se aproxima dos sessenta anos, a pele fica mesmo mais fina. Todos os velhos são mais doces e sensíveis, então? Sim, sabemos que muitos são, mas alguns parece que não. E doçura ou ternura precisa de pele e toque, mas não depende só de sua textura. Pele é uma coisa tão incrível, que acho que temos duas...assim como temos dois corações, aquele que bombeia o sangue e o que guarda os afetos.    
   Sou uma pessoa sensível, por isto minha pele é assim tão fina? Ou por ser minha pele tão fina, é que sou sensível? Então, todas as garotinhas loiras de olhos claros, como eu nasci, seriam mais sensíveis e precisam de maior proteção do que as negras,por exemplo? Só hoje se sabe que peles clarinhas precisam desta proteção e que peles negras também são sensíveis, se não tiverem proteção ficam esbranquiçadas, rachadinhas. Parece que os extremos tem problemas. 
   O bom para resistir ao sol, seria mesmo uma pele morena, assim como a de minha mãe. Podia ter herdado uma pele com uma boa mistura dos dois,mas tinha de "sair ao pai"..italiano. Ela, pele mais grossa, resistente, pele de índio e brasileiro, como ela dizia, ou como a do meu marido, pele de espanhol, mouros, índios, negro,tudo misturado eu acho. Seriam pessoas menos sensíveis? Cheguei a pensar isto confesso, contudo, ao olhar o caderno de desenho de minha mãe que guardo até hoje, vejo como ela desenhava e penso que não poderia ser insensível. Meu marido, há um ano anda escrevendo... até poesias! Certo que sua preferência são textos críticos e poesias políticas, mas evidente que mostra sua sensibilidade em algumas cujo tema é mais apropriado ao romantismo ou espiritualidade. Como ficamos, então? Não sei. Há pessoas de pele mais sensível que outras.Tenho certeza de que, a forma como lidamos com a sensibilidade interior, é uma questão de grau e oportunidades, e que a textura da pele é, de fato, algo que indica nossos limites. Ela é o nosso próprio limite e  cada um tem de aprender como lidar com isto.
   Nossa própria pele, nos ensina muito. Quem é muito sensível,seja de que modo for,com qualquer uma das inúmeras cores de pele, precisa criar “uma pele mais grossa” para proteger-se contra o que pode ferir... “pero, sin perder la ternura, jamais”! Pois é ela nosso primeiro contato, com ela afagamos nossos amados, sentimos o outro, somos afagados, sentimos o quanto o ambiente em que estamos nos aconchega ou nos re..pele. Ela é nosso limite mais externo e o que primeiro partilha do que somos, mesmo com os desconhecidos.
   Por isto a pele de quem amamos ou queremos amar, quando está longe, vem a nossa mente e imaginamos um afago em seu rosto, um beijo na face. Temos saudades ou desejo deste contato.
   Este contato, como já foi repetidamente comprovado cientificamente, nos mantém vivos. Sem afagos, pele a pele, criancinhas não desenvolvem todo o seu potencial. Ao mesmo tempo, podemos lembrar como uma palavra ou agressões físicas, nos ferem passando pela pele, indo até a alma.
   Divaguei. Viajei na minha pele, em lembranças e em saudades. Lembrei até o cheiro “de pele” que sentia na mão de minha mãe, quando eu dormia num bercinho ainda.
   Sabe de uma coisa? Talvez nossa pele devesse ser capaz de se tornar lisa e macia ao toque, quando a oferecêssemos ao afago daquele que a gente ama, e escorregadia quando em outras ocasiões, se fizesse necessário... e rugosa, quando triste, e áspera, quando...enfim, talvez a pele pudesse mudar de textura, a um comando do pensamento!
   Será que se eu pusesse novamente em mim, aquele olhar de zoom potentíssimo, não veria isto acontecer, em alguns momentos?  
Foto e texto: Vera Alvarenga

sexta-feira, 2 de julho de 2010

-" Cuidado ao tocá-la...Hoje ela é uma Gueixa!"....

Cuidado! Frágil!...
Ela nunca sabia a que horas ele ia chegar, mas tinha lhe reservado uma surpresa.
Como uma gueixa, que se prepara lentamente num ritual para receber aquele a quem iria agradar, ela olhava ao redor para confirmar que tudo estava em ordem. A bacia, o sabonete, a toalha, os chinelos... O necessário para a cerimônia que havia imaginado.. A almofada onde sentaria próxima do seu homem para lavar seus pés cansados;  o creme para a relaxante massagem a fim de que seu herói pudesse despir-se completamente de sua armadura. O quimono de seda preto tinha delicadas flores de cerejeira bordadas. Tudo estava em ordem.
A música tocava um ritmo agradável, suave e baixinho, pois ele não era muito ligado a estas coisas e ela não queria forçar muito a barra. Apenas seu coração batia descompassado. Será que ele iria gostar?   Claro que sim... só não poderia demorar muito nos rituais, afinal, ela também era fruto de um clima tropical.
Agora, era esperar que ele chegasse.
Para estes momentos raros e envolventes, há comportamentos intuitivos que  todos sabem, seria preciso respeitar, se alguém quisesse vivenciar este presente. No ar, parecia haver um aviso : " Cuidado ao tocá-la ! Frágil, delicada!"
Quando ela se vestia assim, de gueixa, se despia de tudo o mais. Forte, se mostraria frágil, e ainda que firme em seu propósito de agradá-lo, seria delicada como uma beija-flor! Portanto, era preciso ser cuidadoso ao tocá-la, embora ela pudesse resistir a tudo.
Quando  uma mulher dá  este  presente,  é  necessário ser paciente  ao desfazer o laço, com  gestos seguros e calmos, para  enfim descobrir  seu  segredo. Não  é  como receber  uma caixa de bombons quando se  adora chocolate, ou  uma  lata  de  cerveja  geladíssima, quando se está sedento! Nada havia ali para ser devorado ou sofregamente bebido.
Um  presente especial requer alguma sensibilidade ao abrí-lo, para não  assustar  a beija-flor que  lá pode estar contida, ou quebrar a jóia rara escondida na pedra de aparência comum. Há, na intenção do presente, o desejo secreto de oferecer um diamante. Dependendo de  quem  o  receba,  prolonga-se um momento de raro prazer.
Ela sabia de tudo o que representava o ritual ao qual se entregara. E precisava disto.
Se ele se entregasse ao encanto que o presente trazia em si, e olhasse também com encantamento para os olhos daquela gueixa, compreenderia todo o sentido. Ela queria  acender a chama do apaixonamento por ele, tanto quanto sempre estivera apaixonada pelo amor. Até o tempo iria parar por alguns instantes, conivente com o viver de um sonho, cuja lembrança ficaria no corpo e na memória, para ser resgatada nos tempos mais difíceis e menos férteis de um inverno futuro. 
Se ele se entregasse ao encanto... mais que tudo, permitiria que a gueixa vivesse nela, para sempre, com toda a sua disciplina e os seus dons.
Lá fora, o barulho do carro. Logo depois, a porta se abriu.
Trêmula de amor e medo, desejou que ele compreendesse o presente que estava para receber, que sentisse o aroma da flor de cerejeira e que percebesse o aviso que pairava no ar, leve como uma beija-flor... “Cuidado ao tocá-la, hoje ela é uma gueixa...”

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Texto : Vera Alvarenga
Foto : retirada de email da internet. Pode ter direitos autorais.

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