- O que você é... uma mulher ou um rato!?
- Um rato! Um rato e me deixe
em paz!
Há todo tipo de rato...e há todo tipo de
mulher, mas certamente eu não seria, de verdade, um rato! Simplesmente porque
odeio ratos, tenho horror a eles. Só gostava um pouco do Mickey e daquele outro
magrinho que sabe cozinhar.
- Ta certo, talvez seja covarde em alguns aspectos. Quando
fiquei sozinha, por exemplo, quase não saia para encontrar companhia. Não ia em
busca de alguém, embora fosse em busca do que acredito. Vai ver que eu queria
tranqüilidade mesmo e gostava da minha companhia, e dos poucos amigos daquela
época. Mas sim, faltava alguma coisa e aí está minha covardia – faltava o meu
homem pra eu amar. A vida não teria a menor graça, sem isto – o amor.
Engraçado
lembrar que nunca fui de ir atrás de alguém. Afinal o que eu acreditava? que
Deus enviaria a pessoa certa pra mim? Que o que é do homem o bicho não come? A
respeito das pessoas, acho que eu pensava bem assim mesmo. Devo ter me
enganado. Talvez, no tempo certo, a gente devesse procurar aquilo que mais nos
convém, mais do que ser “encontrada”, “conquistada” e crer que no Universo tudo
conspira sempre para nosso bem...rs....
- Mas, em tudo o mais, eu ia em busca ou
tentava agir de acordo com...
- huummm...mentira!
- Ta bem, pelo menos, sou coerente, se quero
ser feliz e ter uma vida tranqüila, insisto, faço tudo para cooperar com este
objetivo e, se quero ser amada, amo! Mas reconheço, deixei a meio caminho
muitas coisas que poderiam ter dado certo... cantar na TV, ser compositora, pintora,
talvez algo de sucesso se tivesse no DNA o necessário para conquistar,
desbravar, competir, brigar sozinha.
E será que era o sucesso que eu queria ou
sou tão comodista que evitava ser o centro das atenções? Como saber se o
talento me levaria longe? Talento sem briga e muito trabalho...não sei
não...dizem que também tem a sorte da pessoa certa te descobrir no momento
certo. É de tudo um pouco.
Um amigo que me conhecia bem, me disse que
eu era do tipo que ficava atrás das cenas, e me divertia cooperando... bem
possível isto! Sempre tive mesmo uma ponta de certeza de que eu não estava
renunciando a nada, de fato. Que em qualquer coisa que fizesse haveria a possibilidade de me
realizar e ser feliz no processo, dependendo do processo. Isto me dava uma
tranqüilidade que eu gostava, uma discreta alegria espontânea, como quem conhecia
uma liberdade maior do que aparentes limites. Não me importava de ficar atrás
das cortinas... desde que, é claro, a alegria também fosse para lá. Na verdade,
o melhor pode ocorrer nos bastidores, dependendo das pessoas que se encontram ali,
na intimidade e fora das luzes, dispostas a comemorar a vida juntas.
Então, acho que estou mesmo mais para gato. Um
gato que aprecia solidão, mas gosta de se aconchegar com alguém especial. Sim, pensando
bem, não sou um rato! QUE ALÍVIO! Sou comodista e mansa como um gato. Sou capaz
de me apegar ao dono tanto quanto me apego ao que torna minha existência feliz
– a minha casa. E, pra mim, lar é amor, é estar em casa. Onde estiver o amor,
estará meu dono... do contrário, estarei em maus lençóis e me confundirei, e
pensarei que sou a caça, e... me esconderei num buraquinho escuro, tremendo de
medo, com meu rabinho fininho e feio,entre as pernas!Texto: Vera Alvarenga
Foto retirada do Google, ass. por Fotosearch e vista no post de um site cuja historinha, muito legal, recomendo - http://abrangelog.blogspot.com.br/2011/03/o-rato-e-o-gato.html