Mostrando postagens com marcador política. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador política. Mostrar todas as postagens

terça-feira, 28 de outubro de 2014

Diálogo entre mãe e filho, sobre as eleições...Afinal, de que lado você está ?

   Ontem, acordei triste...
Quando votei eu tinha sonhos maiores..."Agora vou cuidar de minha vida" - é o que pensamos muitas vezes! mas é claro que em nossos atos diários cuidamos de continuar a respeitar os princípios de valor moral,ético e espiritual , pois estamos acostumados a fazer a nossa parte...apesar de tudo! E coloquei isto no Facebook.
  Então meu filho Roberto, em diálogo comigo, me chamou atenção para algo...
 - " Oi, mãe. Para te ajudar a espantar o pensamento que você menciona basta perceber que não há sentido nele. Milhões de pessoas do Nordeste votaram no Aécio. E muito mais pessoas votaram na Dilma nos estados do Sul e Sudeste (26,7 milhões de pessoas) do que nos estados do Norte e Nordeste (24,8 milhões de pessoas). Há um mapa colorido de vermelho e azul que vem sendo divulgado na internet como argumento para um pensamento separatista. Veja, tanto Minas Gerais como o Rio de Janeiro votaram majoritariamente na Dilma e eles não apresentam a ideia de deixar o Rio e Minas como parte do Nordeste numa eventual separação. A interpretação que estão fazendo deste mapa é estúpida ou mal intencionada. Tal interpretação mostra bem a falta de análise profunda de nosso povo como um todo e como é facilmente manipulado para formar aquele tipo de comportamento de grupo tão odioso. Além do mais, mãe, corrupção existe no nosso país desde sempre, literalmente. Não foi invenção deste ou daquele partido. Se está ou não mais intensa agora é uma afirmação absurda, pois a corrupção simplesmente não é contabilizada e qualquer prognóstico disso, nesta altura do campeonato, estaria munido de interpretação e interesses. Enfim, argumentar sobre uma separação do país por conta do resultado das eleições é uma grande piada desprovida da lógica mínima necessária para ser levada em consideração."

 - "Querido , tenho de dar-lhe a mão à palmatória...rs..(como se dizia antigamente), no sentido de que não devo sentir-me abandonada pelos que votaram diferentemente de mim. Valeu este diálogo e também, simplesmente porque, se eu for coerente com o que pensava antes... a maioria talvez esteja apenas indo atrás de suas esperanças de uma vida melhor! A gente se deixa levar pela emoção da decepção de expectativas, e isto pode ser perigoso,não é mesmo? Não foi por eu ter visto na mídia algo sobre pensamento separatista que comentei aqui sobre como me sentia - confesso a você que realmente me senti assim, como se quisesse dizer a quem me deu as costas: " Vocês querem continuar com este partido e com esta situação , pois que fiquem com ele!" Logo eu que não sou ligada a partido nenhum, nem sou afeita a grupos! Sim, eu vi o mapa e me desiludi com o próprio povo que eu defendia até uns dias antes da eleição...porque eu dizia então, que nós do povo não podemos ser culpados por nosso voto e boa fé, pelas falsas promessas que não são cumpridas pois que ao votarmos, acreditamos nelas porque é delas que precisamos - é a esperança de melhorias reais.     Ah! filho, bem sei como seria dificil para qualquer político de qualquer partido, conseguir sozinho administrar tendo olhos para tudo e acabar com a corrupção ( eu dizia isto a seu pai). Corrupção e violência sempre existiram mas parece que a coisa piorou muito! vivemos com medo de assaltos, de violência, de sequestros, de tiros dados por drogados que não veem mais o que fazem e a quem fazem, por balas "perdidas" que encontram o alvo errado, e pela violência gerada pelo próprio medo e impaciência. Não posso evitar sentir medo destas coisas, mais por vocês do que por mim.Como comentei, reconheço que estava querendo um salvador, alguém que tomasse nos ombros a responsabilidade social mais ampla de tentar efetivamente ajudar a sociedade a ter a proteção de seus direitos e a regalia de uma vida com melhor padrão de serviços públicos. Os chefes de Estado são como os pais, deveriam dar o exemplo pois sua prole observa e aprende...mas quando amadurecemos cada um de nós, "individualmente" tem oportunidades de se corromper, de roubar, de puxar o tapete de outros em seu único benefício, independente de partidos políticos, religião, etc.( mas nem tanto, pois não posso acreditar numa total independência do meio em que se vive).

    Assim, como comentei,enquanto pudermos fazer escolhas, apesar de tudo devemos fazê-las levando em conta os valores que julgamos morais, humanitários e justos... Ocorre que, os grupos sociais tem valores diferentes e se habituam com o que se torna comum em seu meio. Por isto, precisamos sempre que possível, perseverar no lado do que pudermos chamar honestamente de "bem" ". 

     Resumindo este momento de "pensar em voz alta" e dialogar com você Beto... sim filho, talvez não estejamos de lados opostos, nós do povo que foi às urnas... talvez estejamos como sempre gosto de pensar, do lado do ser humano... talvez quase todos nós estejamos apenas tentando nos agarrar à uma esperança de podermos levar nossa vidinha comum no nosso próprio ritmo quando possível, voltados às nossas próprias preocupações, às nossas famílias, ao nosso trabalho que nos dá um senso de participação e dignidade seja em nossa casa ou fora dela, e isto já seria o bastante - cada um fazendo o melhor no que lhe cabe fazer. Enfim, talvez todos nós que fomos votar ( com exceção, desculpe, dos vagabundos e folgados oportunistas de plantão é claro! e daqueles que desviam dinheiro das melhorias públicas e trocam favores que os mantenha num cômodo e alto padrão de vida) estejamos em busca de uma vida mais digna e feliz, participando como células de um todo, cada um à sua maneira, cada um com sua consciência. Beijo.


foto/texto:Vera Alvarenga e Roberto Alvarenga
l

sexta-feira, 30 de maio de 2014

Para quem vou torcer na Copa?

COPA DE 2014 – BRASIL
Não tive tempo de ler todos os comentários de um post que está no FACE. Não costumo adotar um dos lados dos extremos, mas nossa política chegou ao extremo da vergonha e corrupção nestes últimos anos. Se eu assistir a alguns jogos vou torcer pelo Brasil, é claro! mas pelo Brasil dos brasileiros, pelo time que deveria trazer sim, por que não? a alegria aos que amam o futebol e os esportes. O esporte é algo que pode servir também para educar as crianças, os jovens e tem o poder de ser usado para trazer melhorias, é claro! E deveria ser patrocinado por nosso governo não só na Copa, embora em vésperas dela seja providência correta em todos os países sede.
 Só não posso torcer ou aceitar o Brasil dos Políticos que estiveram nos enganando e agindo por seus únicos interesses, esquecendo a melhoria nos hospitais, serviços, educação, segurança e salários. Embolsando nosso dinheiro prejudicaram por demais todos os outros setores dos quais deveriam cuidar. Contudo, como protestar nas eleições??? Pergunto... COMO?? Não tenho certeza de que algum dos candidatos prováveis tenha, como diriam os homens, culhões de fazer as mudanças honestamente necessárias e MORRO DE MEDO do PT ser reeleito graças aos recursos que usa para enganar a população...fiquei impressionada com o comentário de Carmem Lúcia, você leu? Ela tem razão...lavar roupa suja em casa, penso eu, é coisa que só tinha honra antigamente, em alguns raros casos, porque na verdade como ela diz, é algo extremamente confortável para quem está violentando e abusando do direito dos que estão sob seu poder! Muito triste isto...

Vergonhoso que os políticos tenham conseguido silenciosamente e aos poucos como células doentes, espalhar seu mal por toda a nação, prejudicando o povo em todos os sentidos para se auto alimentar. Como podemos protestar nas eleições? Haverá realmente esperança? Sempre fui e sou contra a Ditadura!! mas ultimamente chego a pensar - talvez se houvesse alguns responsáveis honestos e honrados no exército, que não se deixassem comprar pelos poderosos petistas e outros da mesma laia, talvez o exército tomar conta de nosso amado Brasil para restituir segurança e respeito ao povo, talvez fosse realmente uma provávelmente boa solução para o momento. Ou, quem sabe se o ministro Joaquim Barbosa se candidatasse, com apoio do exercito e outros que sejam honestos e firmes como ele parece ser, talvez tivéssemos um bom governo. Na ocasião do julgamento do Mensalão cheguei a pensar que ele parecia um pouco "vaidoso". Quem sabe o que me pareceu nele, vaidade, seja apenas o orgulho de estar lutando com honra pelo que acha verdadeiro e correto. Ele parece ser um homem íntegro e, realmente nestes tempos de hoje, homens assim tem o direito de sentirem orgulho pelo que defendem, que é a Justiça. Contudo sabemos que homens assim sofrem pressões e por vezes ameaças, não só para si mas para seus familiares. Peço a Deus que o proteja ! É um momento difícil para nós, o povo brasileiro, e temo pela segurança de muitos, por nossos filhos e netos, pois sempre há aqueles arruaceiros bandidos mandados ou não, que se aproveitam dos protestos pacíficos para fazerem sua perniciosa bagunça. Sempre tive orgulho de ser brasileira, de viver num país em tempo de paz, com um povo trabalhador sim, alegre e de bom coração, e que tinha esperança de ir crescendo e resolvendo suas falhas internas como sinal de um progresso crescente. Hoje, o povo honesto precisa conviver com a criminalidade que se instalou, por conta da corrupção e descaso das autoridades do pais, em todos os cantos. Temos mais medo. Os que não trabalham e os que estão presos recebem, por vezes, mais atenção do governo do que todo o resto da população pobre mas que se sacrifica e trabalha honestamente. E estamos indignados ao saber que outros países possam pensar e dizer que somos um povo de "palhaços", desonestos e vagabundos!!!
Esta crise que traz indignação e revolta realmente mostra a que ponto vergonhoso chegou a corrupção e desmandos neste país.

Link do texto que aqui comento:
http://tiagoalbuquerque.jusbrasil.com.br/noticias/120902479/lei-da-copa-comeca-a-valer-veja-o-que-muda-pelo-brasil?utm_campaign=newsletter&utm_medium=email&utm_source=newsletter  

terça-feira, 22 de março de 2011

Feliz aniversário a você!

   Aos 67 anos, você é como um por de sol rubro!
   Tirei esta foto ontem e a paisagem me lembra você- sem flores mas com árvores cujos galhos não se curvaram e vão em direção a um objetivo, sempre com enérgica vida em si, e a cor é aquela da coragem, das lutas e da garra que acompanharam sua vida. A cor de marte e áries.
   Um menino que, de uma vida carente em recursos e possibilidades de estudo, foi se direcionando sempre aos objetivos de crescer, liderar, competir, vencer seus próprios limites,sempre orgulhoso de dar, com sua ação, exemplos de honestidade e trabalho.
  Quando digo crescer rs...não falo em altura, claro! rs... pois se orgulha mesmo de ser "um baixinho porreta!" Crítico ferrenho da desonestidade na política, este baixinho chegou, com coragem e confiança em si, o que parecia até presunção e vaidade extremas, a candidatar-se a governador de Santa Catarina. Não duvido que teria chegado lá, se tivesse mais estudo e preparo para não se deixar levar pela exacerbada espontaneidade sincera e, às vezes, "inadequada" neste meio. Mesmo assim, naquela ocasião, conseguiu ocupar seu tempo e espaço na TV e mídia, com questionamentos necessários na intenção de mostrar que acreditava na mudança da política para melhor.
   Contudo, não é do que mais me orgulho em lembrar de tudo que eu, sua companheira leal e presente, presenciei. Você sempre fez questão de "ser melhor do que o exemplo que seu pai deu em casa" e, por isto o admiro muito, seu pai teria orgulho de você, como eu e os nossos meninos temos! O que me deixou emocionada nos últimos anos, foi ver o quanto você tem mudado em relação a própria motivação emocional, e sou obrigada a rir junto com você, ao ver sua "resistência" no reconhecer..rs....que VOCÊ não é perfeito, nós não somos perfeitos, que temos sempre o que aprender. Eu e nossos filhos devemos muito a você, por tantos momentos em que nos ensinou a ver a vida com sua disciplina e determinação.
   Fui, durante uma vida toda (quase de 40 anos), sua verdadeira amiga, defensora, companheira leal e amante em todos os sentidos e sempre admirei sua coragem. Gostava sim, que você, meu herói, "tomasse conta de mim" (em alguns sentidos), como eu "tomava conta de você" (em outros). Foi com você que vivenciei e aprendi a amar, a ultrapassar meus limites, a perceber o tamanho de minha capacidade de amor e desprendimento, a reconhecer minhas fraquezas. Em nossa experiência de vida juntos, apesar de brigarmos pelo que eu também achava necessário e prioritário, apesar das diferenças, sempre fui (e serei) eternamente grata a você por todos os momentos que nos dedicou de seu tempo e trabalho  para nos fornecer estruturas que você mesmo não teve na vida.
   Parabéns pelo seu aniversário, hoje 22 de março! Desejo-lhe saúde, energia, disposição para a vida e para receber e dar amor, muitos momentos de tranquilidade ( se sua paciência permitir..rs....) e muitos momentos de alegria, junto às pessoas que você ama! Que você tenha da vida o que lhe faça feliz! você merece.
   Beijos a você, meu marido Cesar Alvarenga, a quem respeito ainda muito, e amo de uma forma que jamais poderia amar outro homem, mesmo que tivéssemos ainda mais 60 anos para viver.
    Texto e foto: Vera Alvarenga

   

sábado, 1 de janeiro de 2011

" Seremos tão tolos assim?"

Até onde podemos ir por amor? Quais nossos limites?

A importância dos nossos limites!" (Parte I)
  Pensando sobre a dificuldade de impor limites, li um texto importante que me fez refletir e colocou alguma luz para que entendesse melhor, a respeito de como somos levados por circunstâncias financeiras, pelo amor e até por nossos idealismos espiritualistas, a deixar o que somos de lado, por muito tempo. E a compreender o papel dos sonhos e apaixonamentos em nossa vida, como algo que, por vezes nos salva do esquecimento total do que ainda somos.
      Quando sabemos o que somos, e o que não somos,conhecemos nossos limites.Isto completa o que nos descreve, o que gostamos, o que nos faz bem, o que permite que sejamos felizes e nos sintamos seguros, as coisas e pessoas das quais queremos nos aproximar. Todas estas coisas fazem parte de um conjunto de “significados” que delimitam nosso espaço de segurança. Eu, sei facilmente o que “não sou” e não gosto, mas tinha dificuldade para ver os limites que tenho, como algo que teria de aceitar, pois fazem parte de mim, e que eu só deveria transpor no meu ritmo e quando estivesse pronta, sem atropelar a mim mesma.
     Se, por exemplo, sei que sou sensível e criativa, será mais fácil desenvolver e explorar minhas possibilidades,usando estas características nos artesanatos, música, fotografia, para escrever poesias, embelezar ambientes, criar filhos e educá-los, e no convívio com as pessoas. Certamente poderei influenciar positivamente na vida dos que me rodeiam, enquanto puder viver com os limites do que sou.Não me fará bem tomar muito sol e expor-me a muito barulho, brigas, permanentes discussões, agressividade. Se, além disto sou compassiva,  e dependendo do grau, talvez não seja indicado trabalhar em hospitais, com pessoas doentes ou pelas quais eu possa sentir compaixão, pois ao invés de ajudá-las a lidar com seus problemas apenas, talvez  me sobrecarregue se não souber preservar meus próprios limites. Experimentar e depois respeitar meus limites será sempre algo fundamental para o bem estar.
     Minhas características essenciais podem ser incentivadas, ou não, fazem parte das minhas digitais, me acompanharão para onde for, mas se forem negadas por outro, a quem eu respeito mais do que a mim mesma, seja pelo motivo que for, fico impossibilitada de desenvolver minhas potencialidades e sinto falta disto. Sentimos falta de viver podendo vivenciar os valores e crenças que temos. Se isto ocorrer por muito tempo, posso até esquecer parte do que sou! Pode ser por um período longo, mas será suportável se, meu companheiro de vida estiver, em nome do mesmo objetivo comum, tentando como eu, suportar algumas e vencer outras dificuldades que a vida apresenta. Por amor e somado a um caráter menos belicoso, podemos suportar qualquer dificuldade, desde que tenhamos fé e acreditemos não estar sozinhos nesta luta comum para enfrentar a vida e superar alguns limites ( não todos, porque estaríamos negando o que somos e nos convencendo de que seríamos melhores se fôssemos uma outra pessoa,com características diferentes do que as que são nossas. Se sou uma boa melancia, não preciso ser abóbora! E tomara que meu companheiro veja a coisa assim!).
    Quando casamos, somos duas individualidades a desejar caminhar “juntas”, lado a lado, enfrentando o que vier pela frente, com apoio mútuo. Contudo, terminadas as dificuldades, vencidas as batalhas por ambos, aquele que se caracterizava por ser o mais dominador na relação, deveria ter o bom senso de dividir com o outro o prazer que esta liberdade de ação pode trazer. Muitas vezes porém, ocorre o contrário ou ainda pior, quando este, pouco a pouco, sutilmente, foi deixando de proporcionar ao outro as oportunidades, que para si aproveita,ou negando-as, contando muitas vezes, exatamente com a sensibilidade e docilidade do que tinha estas características inicialmente.Quando, por egoísmo ou prepotência, deixa de dividir com o outro os direitos e passa a decidir tudo sem levar o primeiro em consideração, manipulando-o, negando-lhe o direito a igualdade, está manipulando a situação para preservar sua superioridade sobre o outro, de alguma forma. Aí estará surgindo uma vítima, e uma relação de dependência que não mais se justifica.
     Somos sempre nós que devemos impor os limites do respeito, como se repete modernamente? Toda culpa recai sobre a pessoa que é abusada, de alguma forma?(seja o “homem”, ou a “mulher” em se tratando de um casal). Mesmo alguns homens de ação podem ser “usados” ou “manipulados” . Seremos tão tolos assim que gostamos de nos tornar vítimas? Ou vamos nos enredando nesta triste condição aos poucos, levados por alguma característica natural nossa, e que o outro conhece, e usa para ter controle?
     Quando alguém grita ou protesta em voz tímida sua decepção quando teme ter percebido que foi manipulado, creio que é perigoso esta mania de apenas dizer:
     -" Acorda! Deixa de se fazer de vítima!”
     Claro que há variações em que estas coisas acontecem, e cabe a cada um no relacionamento, medir a proporção de sua parcela de responsabilidade.
     Penso que estaremos sendo um pouco algozes também, se colocarmos todos os que tiveram parte de sua chance de desenvolvimento impedida pela vida ou pelo outro, no mesmo balaio,rotulando todos igualmente de masoquistas, covardes, provocadores ou ignorantes, sem compreender o processo envolvido nesta questão. É o que fazem contra o povo quando vota em alguém em quem depositou sua total confiança e que depois se mostrou um governante que abusa do poder e tira do povo sua dignidade! E dizem:
    - " O povo tem o que merece!"
     Não podemos tirar dos ombros dos que abusam do seu poder ou negam ao outro viverem sua potencialidade e suas crenças, o quinhão de responsabilidade por sua atitude. Assim como a vítima vive com a consequência de sua ingenuidade, o outro precisa também compreender que um dia a "casa cai" e a moleza pode acabar! 

Foto e texto: Vera Alvarenga

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Olhou para ele, como se fosse pela primeira vez...


Um dia, após algum silêncio,olhou para ele e o viu como se o estivesse vendo pela primeira vez, nos últimos anos.
Toda aquela impaciência e agressividade não foram dirigidas a ela, especificamente. O olhar de raiva com que a olhara e que tantas vezes a magoara. Só agora compreendia claramente. Ele o dirigia a qualquer um que o interrompesse quando estava a fazer inúmeras combinações em jogos de loteria que certamente teriam chance de ser contemplados, quando assistia uma notícia política e se imaginava lá, mostrando como poderia resolver o problema ou mesmo quando, recentemente se descobriu poeta e estava a escrever poesias.
Mesmo que fosse uma questão de trabalho, ou uma frase amorosa dela, lhe oferecendo algo que ele gostava?! Por que me tratar assim?
Era a raiva com que inconscientemente recebia tudo que o despertava de seus sonhos!!
Não teria um homem o mesmo direito de sonhar, como tem as mulheres? Era o que ela se perguntava agora.

Não importava comparar diferenças entre seu modo de reagir e o dele. Não era novidade que eram muito diferentes. Ele sempre tivera um jeito mais agressivo de reagir ao mundo, e por sua história de vida acreditava que com força e crítica se conseguia aprender e ensinar mais, diferentemente do modo dela encarar as mesmas questões.
 O que importava a ela agora, era perceber que ao businar para assustar alguém que atravessava a rua sem prestar muita atenção, ele realmente acreditava estar lhe fazendo um favor, e se isto a aborrecia, era simplesmente porque ela estava ao seu lado, naquele momento. Que o olhar duro que lhe dirigia, não era para ela; ela apenas o acordara do sonho. Muitas coisas a vida negou a este homem, porque ele teve sonhos grandiosos! Esforçado, corajoso, decidido, dizia que era feliz, realizado, era amado por ela, pela família,mas ela percebia nele a inquietação de quem não tivera oportunidade de realizar muitos dos seus sonhos.Talvez ele não soubesse como lidar com isto. Portanto, já não tinha medo dele agora, olhava-o com maior compreensão sobre o que antes pensou que ele fazia para feri-la. Ela o via como ele era. 
Tinham algo em comum – a inconveniente inquietação dos sonhos que não puderam ser realizados. E ambos, continuavam a sonhar seus sonhos...
Texto : Vera Alvarenga
Foto: alterada no photoshop - pode ter direitos autorais

Clic para compartilhar com...

Compartilhe, mas mantenha minha autoria, não modifique,não uso comercial

 
BlogBlogs.Com.Br
diHITT - Notícias