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quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Onde está ela?

   Me sinto doente. Disfarço para que não tenha de explicar o que sinto e porque. Talvez eu esteja como que suspensa no intervalo antes da cena final e perceba que esqueci as falas! Não sei se o que viria a seguir era o momento da virada onde a vida sairia vitoriosa, ou se tudo acaba com a morte.
  Sei que perdi parte de mim, talvez para sempre. A que foi, perdeu-se na estrada,não foi encontrada nem encontrou por si, o caminho de volta. Foi pura e ingenuamente de encontro ao desconhecido como sacrifício feito pela virgem que acreditava que seu gesto de amor salvaria os iguais a ela. Timidamente, levou consigo a alegria que também me animava. Mesmo ingenuamente, ela roubou-me algo de valor.
   Eu fiquei. Sinto sua falta. Esperei a cada dia que ela, encontrando enfim seu destino, viesse me buscar. Eu fiquei vazia dos sentimentos que ela levou consigo e,  fiel a ela, fui me distanciando mais e mais do que me cerca. Eu, que costumava estar inteira em cada lugar, estou em todos os lugares e já não estou mais em lugar algum. Porque eu fiquei, mesmo estando com ela. Por vezes me sinto oca, como se ela houvesse levado o que me pertence. E sem ele, o ser que sou já não é nada. Ausenta-se para fingir que é. A cada noite, embora sabendo que ela perdeu-se, chamo-a de volta. A cada manhã acordo pensando que ela voltou, só para perceber ao longo do dia, que ainda não estou plena.
  Então, na frente do espelho, jogo água em meu rosto para acordar-me, e com o toque frio e real me faço o mais consciente que possa de mim mesma, e do mundo que me cerca.
  - Deixa de ser egocêntrica! Olha para o lado, vê como antes, que outros sofrem mais que tu! mas cuidado, não te faças tão consciente que acabes por dirigir o olhar para si mesma, pois que então verás que tua tristeza é porque não tens mais teu coração...
Texto: Vera Alvarenga
foto: retirada do google images.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Quem disse que amizade entre nora e sogra é impossível?

Hoje à tarde,minha norinha Lika vai me levar a São Paulo. Vou com ela para aprender "como é fácil o caminho para lá!"(é o que ela diz, vamos ver!!) Assim, ficarei preparada para ir, quando houver um motivo importante.
Vou ficar lá no Shopping Morumbi,( pertinho de onde morei) enquanto ela vai ao dentista. Depois, vamos fazer hora, provavelmente no cinema ( ah, que sacrifício!hehehe) por causa do horário de rodízio de veículos. Nossa faz anos que não vou ao Shopping de lá e cinema (adoro), só vou com um deles(nora e filho)! Graças a isto, daqui a algum tempo, poderei visitar uma amiga que não vejo há anos!!
Bem, lembrando da amizade construída que temos e do respeito que precisamos ter à individualidade do outro, vou colocar uma cartinha que escrevi a ela ,há algum tempo, num outro blog que está abandonado...
CARTA PRA MINHA NORA"    
Você é nora..portanto..sou sogra(hii!.) 
    Amizade requer lealdade,carinho,cuidado e disponibilidade p/crer no outro.
    Amizade requer confiança p/ crer no que o outro diz, mais do que no que achamos que o outro quis dizer! 
   Dá trabalho..Requer empenho e nós estamos construindo isto juntas.(não é lorota não!..)sabemos o valor deste tesouro!
Uma boa amizade, nos faz uma pessoa melhor !

Conviver com você, em seus momentos de alegria, me faz feliz ! 
Após tantos anos, vivendo com e p/ homens (filhos e marido amado),conviver com você me permitiu intimidade com uma figura feminina, que me trouxe um espelho..Voltei no tempo e olhei com carinho,como nunca antes, p/ a jovem mãe que fui um dia. 
Então, com o mesmo sentimento amoroso que a abracei, em seus momentos difíceis, tomei a mim mesma em meus braços e num abraço, acolhi com amor a jovem mulher e mãe que fui e está pra sempre, dentro de mim. Pude ser generosa, porque você também é.
Sabe ser forte.. e doce...
Seja muito Feliz, minha querida Lika. Te amo. 







Beijo, Vera."

  A gente puxa o saco uma da outra, de vez em quando, mas sabem por que? Porque a gente acredita, ora bolas, que amar também é isto, é agradar, é notar o que o outro tem de bom, não apenas criticar, não é mesmo?  Se eu tivesse uma filha, me orgulharia que fosse como ela.
Texto e foto: Vera Alvarenga

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Olhou para ele, como se fosse pela primeira vez...


Um dia, após algum silêncio,olhou para ele e o viu como se o estivesse vendo pela primeira vez, nos últimos anos.
Toda aquela impaciência e agressividade não foram dirigidas a ela, especificamente. O olhar de raiva com que a olhara e que tantas vezes a magoara. Só agora compreendia claramente. Ele o dirigia a qualquer um que o interrompesse quando estava a fazer inúmeras combinações em jogos de loteria que certamente teriam chance de ser contemplados, quando assistia uma notícia política e se imaginava lá, mostrando como poderia resolver o problema ou mesmo quando, recentemente se descobriu poeta e estava a escrever poesias.
Mesmo que fosse uma questão de trabalho, ou uma frase amorosa dela, lhe oferecendo algo que ele gostava?! Por que me tratar assim?
Era a raiva com que inconscientemente recebia tudo que o despertava de seus sonhos!!
Não teria um homem o mesmo direito de sonhar, como tem as mulheres? Era o que ela se perguntava agora.

Não importava comparar diferenças entre seu modo de reagir e o dele. Não era novidade que eram muito diferentes. Ele sempre tivera um jeito mais agressivo de reagir ao mundo, e por sua história de vida acreditava que com força e crítica se conseguia aprender e ensinar mais, diferentemente do modo dela encarar as mesmas questões.
 O que importava a ela agora, era perceber que ao businar para assustar alguém que atravessava a rua sem prestar muita atenção, ele realmente acreditava estar lhe fazendo um favor, e se isto a aborrecia, era simplesmente porque ela estava ao seu lado, naquele momento. Que o olhar duro que lhe dirigia, não era para ela; ela apenas o acordara do sonho. Muitas coisas a vida negou a este homem, porque ele teve sonhos grandiosos! Esforçado, corajoso, decidido, dizia que era feliz, realizado, era amado por ela, pela família,mas ela percebia nele a inquietação de quem não tivera oportunidade de realizar muitos dos seus sonhos.Talvez ele não soubesse como lidar com isto. Portanto, já não tinha medo dele agora, olhava-o com maior compreensão sobre o que antes pensou que ele fazia para feri-la. Ela o via como ele era. 
Tinham algo em comum – a inconveniente inquietação dos sonhos que não puderam ser realizados. E ambos, continuavam a sonhar seus sonhos...
Texto : Vera Alvarenga
Foto: alterada no photoshop - pode ter direitos autorais

quarta-feira, 30 de junho de 2010

- "Como escolher o melhor caminho?"....


      A gente faz escolhas, que nem sempre são as melhores.  
      Hoje penso, que talvez,estivesse mais feliz, se tivesse agido de modo diferente em algumas poucas coisas. Sei que tenho responsabilidade sobre as escolhas que fiz. Uso minha energia para viver mais o presente, assim, não me ajuda muito pensar que talvez não tivesse momentos decepcionantes, se tivesse escolhido agir de modo diferente. O importante é não continuar errando, por falta de fé no meu próprio discernimento. Não convém esquecer que não tenho bola de cristal, não sou perfeita e não posso controlar tudo; todos tem direito às suas próprias escolhas. Quando o que tenho a resolver envolve pessoas que amo, ou a família, posso ficar muito tempo em cima do muro, analisando os prós e contras da situação;sei que o tempo vai passando, mas é este meu modo de tentar ver, os dois lados do problema e aprender algo com ele. Ou, simplesmente, é a minha maneira de me perdoar por não ser perfeita e aceitar o meu medo, diante do que efetivamente, me dá medo!

     Sei que a vida não é fácil de se viver, como sugerem aquelas frases prontas que parecem resolver tudo com uma receita. Também não posso aceitar fazer más escolhas sòmente como conseqüência das primeiras, como se eu estivesse sentenciada a me acomodar com uma vida sem significado, ou sem amor, por exemplo. Isto seria deixar-me engolir pela depressão! Às vezes, estou por um triz! E de repente me levanto e continuo lutando, pelo que acredito que vale a pena. Hoje, com quase 60 anos, isto é mais difícil, pois a jovem guerreira que há em mim, se assusta com a imagem da mulher cansada. Não pensem que é fácil! Aquela história de que a vida começa na idade madura, que as rugas são belas marcas de nossa existência, são frases para os jovens ! Meu Deus, a idade nada representa, mas a gente só se conforma com a velhice e as dores, porque não tem outro jeito, e porque tem dignidade! Entretanto, ainda não entreguei o jogo. Além disto, seria um desperdício de vida. E eu sou muito grata por tantos momentos que vivi  para desistir, totalmente; a menos que eu esteja doente e não tenha oportunidade de optar ... Para mim, o melhor a fazer é exatamente “procurar fazer o melhor” ! E,quando estou triste demais, recorro a Deus e peço que Ele ilumine meu caminho,peço um sinal;às vezes, insisto com Ele que use holofotes, pois temo não entender os sinais, pois tudo que flui fácil, leve e bem, me parece bom.
     E como sei o que é o melhor? Não sei. Por isto me assusto; choro raramente, me emociono muito, sinto medo, me envergonho de minhas fraquezas ou de perceber o quanto sou ainda terna e menina dentro de mim, ou quando me sinto dependente ou desejosa do carinho do outro, pois nada disto combina com a mulher madura,calma e serena que gosto de ser. A calma vem de uma visão espiritualista, mas também da impotência frente ao inevitável. Acredito de fato que ninguém vive sem apoios. A diferença, é que algumas pessoas sabem disto e reconhecem; outras sabem, mas fingem que não é verdade.
    Se me dessem de presente, 10 anos a menos e um novo amor para o meu coração, mesmo que fosse o antigo, revitalizado e verdadeiro, eu seria a mulher mais feliz do mundo! Dentro das circunstâncias em que me encontro agora, no presente, que é resultado das escolhas do passado, estão as sementes mães do meu futuro. Me esforço para crer em mim, ao fazer mais uma vez escolhas, que não estarão baseadas na certeza, mas na honestidade, e terão que ser coerentes com a verdade dos meus sentimentos e  valores. Preciso, contudo, aprender a me amar também, antes de tomar minhas próximas decisões, mesmo que, o futuro me surpreenda  mostrando que uma das opções que fiz , foi um erro, terei a certeza de que a fiz, por acreditar que era a mais correta e motivada pelo amor ou desejo de fazer o melhor, pelo menos para mais um, além de mim mesma. 
texto : Vera Alvarenga
foto retirada da internet-pode ter direitos autorais.

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