sábado, 12 de fevereiro de 2011

Carta a um amigo...



Carta a você, meu amigo Toninho...
   Nossa, como o tempo passou rápido,meu amigo!
   Sinto tanto saber que você está sofrendo de alguma forma! Outro dia mesmo, mais uma vez lembrei de vocês e pensei:
   - Como é que o Toninho conseguia trabalhar com o Alvarenga?! hehehe...lembra como vocês brincavam sobre aguentar um ao outro? Ah, tempos bons, né ? ( depois que ficamos bem de grana, claro!?) Nós 4 fomos mesmo, heróis nas nossas vidas. E ríamos muito juntos, lembra? 
   Quero que saiba, meu querido Toninho... sempre vou ser grata a você, por seus primeiros convites e insistência para o Alvarenga me levar para jantarmos juntos em tantos restaurantes,lembra? Foi você que começou isto, com aquele teu jeito social! Você sabe, cá pra nós, o Cesar tinha aquele jeito de não me convidar para as coisas sociais, não dava o braço a torcer, mas era ciumento, possessivo ..kkk......
   Com a Valéria, então, aprendi bastante e a admirava, pois eu tinha vindo lá de Bragança, onde passei anos dentro de casa, sem empregada, só cuidando da casa, marido e filhos.. e com Valéria, aprendi ( ela não sabe disto, pode contar, viu!) que tinha o direito de me vestir melhor ( pelo menos ir no Shopping e comprar roupas no C&A!!), e que mulher podia dizer o que pensava,  até nome feio ou contar piadinhas, não era feio não! Bem, pra ela não ficava feio ( sou fã dela!), eu nunca tive jeito pra contar piadas, levava a vida muito à sério ( tonta!!hehehe), mas com vocês, ria muito, lembra?
   Depois, começamos a sair para dançar no Restaurante Metrô, em Moema,lembra? Ôh, tempo bom! Então, eu e o Cesar criamos este "bom hábito"! Agora não posso mais dançar não...rs....você sabe, a artrose dói aqui e lá também! rs....... Mas é isto que eu queria lhe contar, Toninho. Sem que você soubesse, você foi muito importante para mim ( e Valéria) e será sempre! Não foi só um amigo do Alvarenga, meu amigo lindo, mas aquele que por ser amigo do Cesar, deu-lhe uma incentivada a acordar para o bem que nos faria sairmos juntos. E foi sempre muito bom, para nós quatro! As viagens e tudo o mais onde estivemos juntos, foram bons momentos e é isto que faz a nossa vida valer a pena, não é mesmo? Lembrar que vivemos bons momentos e fizemos a diferença na vida das pessoas.
   Mais uma coisinha, meu querido amigo. Quando moramos 10 anos em Floripa, longe dos filhos e amigos como vocês, eu me sentia muito solitária, ia para o meu jardim e ali, vendo as flores, observando-as em suas texturas, nas infinidades de cores e formas, padrões de seus desenhos e perfumes característicos, admirando-as quase em meditação, pude sentir, pela primeira vez na vida, a presença de Deus próximo a mim, como jamais antes tinha sentido! Não era uma coisa que eu pudesse pensar ou explicar, só sentir. Por isto, meu querido amigo, sugiro... se é que não está tomando ainda, tome FLORAIS DE BACH. A vida deste médico é muito emocionante! Peça para Juliana te contar sôbre ele. E ele conseguiu compreender que nas flores, estão essências que podia usar para as dores da alma e das nossas emoções. Ele tinha cancer e percebeu que, as flores tinham em si, o que era mais sublime, espiritual e desenvolvido, digamos assim, das coisas da natureza... acho que uma energia do bem e do belo, que tem reflexo também dentro de nós e na própria energia divina.
   Bem, meu  amigo, quero te abraçar carinhosamente,beijar seu rosto e lhe dizer, obrigada Toninho, pelas inúmeras horas que passei de alegria em minha vida, na companhia de vocês!! Abraço também a seus filhos e à especial Juliana, que tenho certeza, são bençãos na vida de vocês dois.
   Para você, Valéria, meu carinho e solidariedade de mulher que compreende o quanto seu coração deve ficar espremido aí no peito, quando vê seu querido sofrer.
   Beijo, Toninho, fiquem com Deus...e meu desejo de que você consiga tranquilizar seu coração e que dores não te judiem, meu querido. Tenha a certeza de que seu amigo Cesar te gosta muito também.
  Beijos a todos
  Vera Alvarenga.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Aprender a nadar,aprender a viver...

   Como era bom estar na água novamente!
   Final de uma tarde muito quente. A água estava na temperatura ideal. Envolveu seu corpo, proporcionou prazer. Conseguiria atravessar a piscina? Há meses que não nadava e mal havia aprendido! Ainda tinha medo. Uma vez, engoliu um pouquinho de nada de água mas como não dava pé, tossiu, se engasgou, foi horrível. Não queria lembrar. Não podia lembrar, ou não chegaria do outro lado! Afinal a piscina não dava pé, a não ser no início...ou no final de todo esforço.
   Deu uma braçada e mais outra. Estava indo bem.    
   - Engraçado isto! No início as coisas são fáceis, não parecem oferecer risco.Sim, era uma armadilha, sedução, um convite que parecia levar à ventura desejada, mas então no meio do caminho, tudo ficava mais difícil, quase impossível. Ela tinha certeza de que não dava para desistir...tinha que chegar até o final. O final, apesar de tudo,sempre traz uma possibilidade de sucesso e é seguro novamente, mesmo quando tristemente for apenas o final. Mas é preciso chegar lá, ver a linha de chegada claramente, ver as possibilidades. É impossível ficar em luta o tempo todo, para se manter na superfície e não se afogar...calma...mais um pouco, mais um pouco e você consegue.
   - Nossa, como isto cansa, vou desistir... seguro na borda,descanso e saio daqui. Respiro aliviada, no meu ritmo, volto para minha rotina e pronto. Não, não posso! Concentre-se. Sinta o corpo, pense nele, na sensação boa que vai ser poder entregar-se sem medo. Como é bom isto!
   Ela pensou nele. Por que não? Serviria de incentivo. Fazer algo bom para si mesma, a fez lembrar dele.
   - Dele quem? Do corpo? Atenção, calma, respire... Pra que fui inventar isto?
   - Ora porque é bom! pense, como é gostoso sentir o corpo cheio de vida, fresco...
   - Quem é gostoso? Ele ou o corpo? ou estar com ele?
   - Nada disto, estar aqui! Quase se engasgou...teve vontade de rir de si mesma. Valeu! O escuro da raia demarcada, dos limites estabelecidos, tinha terminado. Então, faltaria apenas mais uma braçada, duas e ...
   Não aguentou, parou antes do final. Frustrada,tirou a cabeça da água, como se há muito não respirasse! e respirou como para se devolver à sua própria vida. Ar é pensamento,raciocinar... precisava respirar devagar...recobrar o controle dos sentidos, acalmar seu coração que disparava quando nadava e também ainda quando pensava nele. Pensar nele ainda a fazia sorrir dentro de si. Sentiu-se frustrada. Não queria desistir. Disto não! Mas não queria fazer feio, engasgar, passar ridículo... Ora, para o inferno seus medos! Olhou para frente. Piscina quase vazia. Liberdade para tentar, errar. Como era difícil aprender a nadar ( e a viver!), como era difícil coordenar a respiração, o racional, com a água, tão teimosamente macia e perigosamente emocional! Contudo, valia a pena. Se conseguisse  sentir-se segura, se pudesse entregar-se totalmente a ele, sem medo...
   - A ele quem?
   - Ao coração, ao corpo, ao amor... juntar tudo e ela mesma, à vida, à emoção, à água... seria tão bom.
   Respirou fundo, procurou o salva vidas, estava lá, lá longe. Colocou novamente nos olhos o que a faria enxergar melhor dentro de tanta água, tanta emoção e foi, entregou-se ao seu exercício em busca do prazer de viver! Mesmo que tivesse de aprender a nadar sòzinha!

Foto e texto: Vera Alvarenga
   

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Edgard me convidou para este MEME...

Amigos, Edgard nosso amigo que gostamos tanto me indicou, então eu fui “taggeada”.Agradeço pelo carinho  deste sorridente prof. de Tai Chi, que trata a todos aqui com consideração, sempre com palavras de alegria!

O Tagged é: "Tag" é uma brincadeira em que você "toca" na pessoa e faz um "está com você", assim você tem que colocar coisas a seu respeito no post.
As "regrinhas" que não são bem regras, mas questões:
1- Você coloca a foto de tagged no post.
2- Falar 10 ou mais coisas sobre você (qualquer coisa), 5 ou mais manias (esquisitices) suas, 5 ou mais coisas que te irritam, 5 ou mais coisas que você adora, 5 hobbies seus; 5 coisas que ninguém sabe sobre você; seu maior sonho; seu maior medo; as coisas mais importantes na vida pra você.
3- Você ‘taggeia’ mais 5 pessoas para participarem da brincadeira!

 Os meus indicados são: Jackie,Márcia Canêdo,Vera Luz, Edson Gil e Fátima.
- 10 ou mais coisas sobre mim:
   1- Amo minha família. Tenho o maior orgulho de meus filhos e apesar de ter tido uma crise com o mau humor do meu marido e sua impaciência, eu já aprendi muito com ele e o admiro por muitas coisas!
   2- Apesar da pouca altura( estou copiando o Edgard nesta), tenho só  1,46cm. descobri que sou uma grande mulher, em algumas coisas...e uma nanica ainda em outras...rs.... E também jogava volei no colégio!
   3- Já publiquei 2 livros infantis nas Ed. Paulinas, que tiveram 5 edições e isto significa que pelo menos 12 mil crianças leram cada um dos livrinhos. Eu adoro pensar que pude fazer isto. Um dos livros era para ajudar as crianças a não temer pesadelos.
   4- Geralmente minha vida não tem tédio... não dá tempo.
   5- Meu jeito introspectivo e mais calmo de ser me proporcionou a chance de vivenciar uma criatividade efervescente que tenho dentro de mim ( agora muito menos,claro).
   6- Escrevo desde menina, poesias, músicas,enfim, se não escrever ...não sei...preciso escrever!
   7- Hoje em dia, minha pele do braço é tão sensível, que fica logo vermelha e descasca, por poucos minutos ao sol...mas sempre fui " à flor da pele" , mesmo que disfarce.Assumo meus sentimentos ( mas não sou chorona, nem fico magoada nos cantos. Me afasto, se estou triste, até passar.)
   8- Catástrofes me assustam, mas pessoas que manipulam a ingenuidade e crianças, me assustam muito mais!
   9- Adoro tirar fotos, mas não sei nada de técnicas. Meu filho uma vez disse que eu não servia para tirar foto de acidentes de automóvel, por exemplo, porque quando tirei do carro em que ele se acidentou, parecia mais bonito do que tinha sido, parecia arte! kkk..... Realmente, tenho interesse pelo belo, ele me atrai, mesmo que seja num gesto ou em algo que não se vê, logo de cara! Ver o ângulo melhor da vida ou das pessoas, está no meu olhar tanto quanto a cor dos meus olhos.
   10- Tenho uma vida prática. Sempre procurei conseguir algum (ou muito) prazer nas tarefas que tenho de realizar, assim, hoje comemos todos os dias em restaurante por quilo, adoro ter frutas ou sopa para o lanche, e sempre opto por algo que possa fazer de modo eficiente e mais rápido, para sobrar tempo para outras coisas que gosto. TENHO VOCAÇÃO PARA A FELICIDADE e a quero, hoje, acompanhada de tranquilidade e relativo conforto.
   11- Adorava dançar e cantar. Agora, tenho artrose e não consigo dançar mais, contudo, entrei numa aula de canto e vou participar de um coral. Muitas e diferentes pequeninas coisas, podem me fazer feliz...já fui feliz até com quase nada!
   12- A vida, para mim, é um presente, mas sem amor, não vale a pena! Tenho de amar, por convicção e sobrevivência! Seja uma pessoa, seja um projeto de trabalho, sejam os netos, ou um sonho... Sou uma pessoa apaixonada.
   13- Sempre fui extremamente leal e fiel, e hoje, é ainda mais um gesto meu, que será oferecido por convicção e não obrigação.

 5 manias ou mais esquisitices que tenho:
1- Gosto de começar a dormir sentindo meu companheiro ali ao lado, me abraçando( por alguns momentos).
2- Não gosto de ambientes escuros e fechados.
3- Em restaurantes,gosto de sentar-me de costas para a parede e em local onde, de preferência, possa ver as pessoas ou a paisagem, e não a cozinha!!
4- Quando vou dormir em hotel, gosto que o quarto seja claro e preciso olhar nos cantos para certificar-me que tudo está limpo e não tem baratinhas ...hehehe... Limpeza é um conforto que gosto de ter.
5- Gosto de encontrar as minhas coisas no escuro se eu precisar, portanto, tenho mania de organizar minha bagunça, para que isto seja possível.
6- Não consigo dormir se puder ouvir o tic tac do relógio! Preciso colocá-lo em baixo de almofadas e odeio acordar com o som estridente de um despertador!

5 coisas que adoro:
   1. Adoro beijo, abraço, cócegas nas costas e demonstração de carinho ou um gesto de gentileza quando menos espero....
   2. Adoro poder conversar com alguém que possa confiar, com quem possa sorrir e observar as coisas da vida com bom humor, com quem saiba que podemos ter opiniões diferentes, sem que isto seja motivo para sentir-se desafiado, porque eu gosto de aprender e só se aprende sendo flexível.
   3. Adoro a liberdade... de poder acordar mais tarde(8:30hs durante a semana e quase as 10 hs.no final de semana); de trabalhar na minha casa ou do meu jeito para render mais e poder ser criativa; de poder criar meus horários e agenda com flexibilidade; de escrever o que sinto; de comer o que tenho vontade, mesmo que seja uma fruta antes do almoço...( como sou feliz!!)
   4. Adoro fazer as coisas no meu ritmo, pois acho que já trabalhei muito e conquistei este direito.
   5. Adoro terraços, ou lugares onde eu possa sentir um pouco de vento e sentar para conversar, jogar baralho ( ou para ler,sozinha) e observar outras pessoas em seu movimento, sem que minha liberdade seja tolhida.

5 coisas que me irritam:
   1. Conversar com alguém que finge querer conversar, mas só quer fazer prevalecer suas idéias, ou se sinta contestado a cada pergunta que eu faça.
   2. o EGOÍSTA = Atitudes de mau humor com a vida e tolerância zero à frustração, querendo logo culpar alguém quando as coisas não saem como planejou, ou me pressionar para fazer as coisas num ritmo que não é meu,principalmente quando estou fazendo um trabalho pelo qual sou responsável.
   3. INTOLERÂNCIA- Alguém me ofender ou me julgar mal ( ou fazer isto com pessoas que eu gosto) porque não reagimos à vida, da mesma maneira que ela, e então tentar com isto,pressionar. Me irrita profundamente a incoerência de quem usa deste tipo de violência e diz estar defendendo o bem ou a paz.
   4. FALTA DE LEALDADE- alguém a quem confiei um sentimento,receio ou ponto fraco meu, e que fala disto sem nenhum respeito com outras pessoas, ou em voz alta, sabendo que como sou discreta.
   5. Gente que manipula a generosidade ou amorosidade que sabe que eu tenho - me conta coisas tristes para me impressionar, ou diz frases de efeito que sabe que vão me deixar ligada a ela de alguma maneira - é aquela pessoa que manipula, não tem nada verdadeiro para lhe dar mas quer prender você a ela, naquele momento que isto lhe interessa. Me irrita pessoas falando de amor com muita facilidade, banalizando o amor que a gente sente, para mudarem para uma atitude oposta, assim que lhes convém e sem motivo que não seja seu egoísmo.

5 Hobbies meus :
1. Escrever e meus blogs.
2. Tirar fotos.
3. Ler.
4. Refletir e Conversar.
5. Ouvir música e cantar.

MEU MAIOR SONHO:
 - Sentir a alegria de amar e compartilhar a vida com paixão, tranquilidade e respeito - e fazer uma viagem onde eu possa sentir tudo isto.

MEU MAIOR MEDO:
- Prejudicar alguém (principalmente as pessoas que amo) com minhas atitudes, ou com o meu modo de ser, pois gostaria de levar coisas boas para a vida das pessoas com quem convivo.

COISAS MAIS IMPORTANTES PARA MIM:
- Deus, Família, Amor, o homem que amo, saúde, amigos sinceros, e Gratidão - ser grata por tudo e cada coisa boa que tenho, por pequena que seja, pois, o dia que eu não puder mais reconhecer estas coisas, então estarei amarga ou muito infeliz.

sábado, 5 de fevereiro de 2011

A bicicleta...

     Eu vejo meu vizinho, em algum momento de quase todos os dias, ali em frente, na calçada, conversando com algum amigo, ou limpando seu próprio carro, ou trazendo a mulher e os dois meninos de algum lugar, uma consulta talvez. São um casal de vida simples e ela está sempre atarefada com casa e família; quase nem saí ali fora. Ele faz compras, traz o gás. De vez em quando estaciona do outro lado da rua, os meninos descem do carro, e ele invariavelmente fala firme:
   - "Êh! olha a rua, garoto!", ou ainda "pera ái, menino"!
   Muitas vezes fala bravo e demonstra impaciência, chamando a atenção de um ou outro quando começam uma briga. E, às vezes, grita com um deles, mandando ir logo para dentro.
    No final desta tarde de sábado quente e preguiçoso, lá estava ele, com o filho maior, a ensinar-lhe a andar de bicicleta. Pela primeira vez eu o vi sem camisa. Devia saber que a tarefa a que se propunha, seria um exercício que lhe faria gastar calorias e suar em bicas. E como todo aquele que ensina um filho a andar de bicicleta, iniciou aquele vai e vem interminável  pela rua, empurrando e segurando a bicicleta com as duas mãos, dizendo algumas poucas palavras de incentivo. Eu tinha coisas a terminar no computador, mas era impossível deixar de olhar, de vez em quando.
   A porta de vidro do meu escritório que dá de frente para a rua, fica bem atrás do monitor. Notei que após algum tempo, ele já se distanciava mais, colocando apenas uma das mãos no banco, e de vez em quando abria os braços, feito galinha abrindo asas para proteger os pintinhos. Olhava para trás, quando o menino se desequilibrava ou vinha mais para o meio da rua e imediatamente, colocava a bicicleta na direção correta. Difícil tarefa, que requer coordenação, mas os pais geralmente estão preparados para ela. Tão mais fácil é corrigir a direção dos primeiros vôos dos filhos! A gente mora numa rua sossegada, mas bem numa curva, onde é preciso muito cuidado para não se surpreender e jamais se pode atravessar a rua ali, sem olhar atento para ambos os lados. Contudo, o pai fazia isto por ele e pelo menino, que ia afoito ultrapassando os limites do mundo, olhar fixo adiante, sem nem imaginar que não tivesse ali um anjo a cuidar da retaguarda.
   Até eu me preocupei. De vez em quando passam lá alguns carros ou motos barulhentos e numa velocidade que não combina com a calma do lugar. Contudo, as coisas correram como o esperado. Após muitas indas e vindas e dois tombos, pelo que percebi, o menino já andava sozinho.
   - Mãe, olha eu! E plóft, um tombo!
   E lá ia, novamente tentar, e feliz mesmo com o joelho levemente dolorido. Lembrei-me que foi minha prima que me ensinou a andar de bicicleta. Ela tinha quinze anos, eu sete. Caí, quando percebi que não estava mais me segurando,mas logo tentei novamente e consegui. A bicicleta era enorme para mim, e estávamos em um corredor do quintal. Quando eu dava impulso na coragem e nos pedais, e começava a sentir o vento no rosto, lá chegava o portão,quase a bater na minha cara. Tinha de coordenar a freagem com o rápido colocar os pés no chão, ou eu ia por terra. O mundo,naquele tempo, parecia menor, mas os quintais eram maiores! Para este garoto a sensação era de maior espaço e liberdade, pois a rua que sempre lhe fora proibida, agora era algo a explorar e a bicicleta, sendo apropriada a uma criança, por certo lhe proporcionava maior segurança.
   Notei que o pai estava cansado, mas orgulhoso. Não saía de traz do filho, lhe dando retaguarda, protegendo-o mas permitindo os dois tombos que presenciei. O menino se sentia cada vez mais confiante... e livre.
   - Pai, já sei í sozinho!  E foi mesmo, cheio de si. Por um segundo, o pai parou, coçou a cabeça, depois foi novamente atrás, protegendo.
   E pensei:
   - É pai, agora teu filho já sentiu o gostinho... e começou a te dizer adeus...o mundo hoje é bem maior...

Imagem: Google internet
Texto: Vera.
             

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

"Qual vida me será tirada agora?..."

 Mais uma viagem a trabalho.
 Recostou-se, fechou os olhos. Melhor cochilar para não ficar enjoado,não pensar em nada, descansar o corpo e a mente dos acontecimentos dos últimos meses.Tanta ansiedade,consultas,médicos,hospital. Detestava o cheiro que existe nos hospitais,mesmo naqueles que não havia cheiro, mas ele o sentia assim mesmo! Sentia-se mal com a realidade ali presente, a tristeza e a preocupação estampadas nos rostos, e pior ainda, no rosto daquela que era sua companheira por tanto tempo, e agora, parecia tão frágil. A vida viria roubar-lhe mais uma vida? Ele chegou a perguntar-se se foi necessário esta ameaça para que acordassem para o fato de que já não se pertenciam há muito tempo... a doença era uma ameaça, ou também um sinal que mais vidas estariam se perdendo ali? Vidas que não eram vividas, como se o tempo pudesse ser desperdiçado. Dizem que após grandes traumas, uma pessoa começa finalmente a viver... seria na mesma direção ou em outra? Teria de ser na direção da vida verdadeira, ou tudo seria mais uma vez inútil! Mas a verdade é tão simples, é tão mais leve como talvez só o amor o seja, e por isto, às vezes passa tão despercebida!
   Aquele que quase morre, mas se recupera e vive, tem uma experiência única e dá um novo sentido à própria vida, mas não necessariamente a daquele que o acompanhou. Então, levará consigo o outro com quem já compartilhava uma vida, ou apenas levará um refém, junto de si ?
   Ele não queria mais se permitir pensar sôbre isto.Tinha decidido! Ia ficar ao lado dela,apoiá-la, fazer o que era certo, tentar amá-la e rezar para que não ficasse sem seu amor, no futuro(fosse este amor, de que tipo fosse, pois era o que tinham entre si). Virou a cabeça para outro lado. Queria esquecer de si mesmo.Bom seria saber meditar,não pensar em mais nada, tornar-se leve,flutuar...como daquela vez em que, depois de desabafar um pouco da dor escondida no peito há tanto tempo, sua amiga lhe colocou a mão suavemente na direção de seu coração e falou baixinho:
- Vamos, respira.Solta este peso junto com o ar, você consegue...deixa sair. E encostou seu rosto perto do dele, e foi respirando com ele, mostrando-lhe como fazer...até que um soluço escondido saltou-lhe pela boca. Quis segurar, foi impossível. Ia se afastar, se recompor, mas ela docemente o abraçou e as lágrimas sairam teimosas, até que ele as libertou de vez, e chorou no abraço dela.
   Naquela única vez que estiveram assim juntos, ele se perguntou quem era aquela mulher, que tinha se aproximado dele a ponto de derrubar aquela parede,há tanto tempo construída? O que seria dele sem sua fortaleza a apoiá-lo? Como fechar as comportas do que começava a jorrar? Julgava a si mesmo um homem bom, contudo seria agora, também um tolo, um fraco?
   Não precisou preocupar-se com isto. Eram amigos, podia confiar nela. Fizeram amor, mas desta vez, de uma forma mais branda, embora também intensa. Ao contrário do que pensou, sentiu-se forte e potente, e como se tivesse dez anos menos, possuiu da vida todo o prazer que ela podia lhe dar. E, conduzido pela experiência da maturidade, deu àquela mulher o amor que ela sonhava receber. Como se não houvessem nuvens escuras no céu, sentiu-se tão leve, que podia voar. Por alguns momentos ambos flutuaram juntos, como ela sempre havia acreditado que fariam.
   Voltaram, aos poucos, à realidade. Ele sabia que já não era jovem. Sua barriga, seus músculos, já não eram mais ...
   - Adoro estar assim, deitada no macio do seu corpo. Sim, ela escondia partes de seu próprio corpo, também não era jovem mas sabia como fazê-lo sentir-se único e bem.
   Ele percebeu que ela enxugou uma lágrima. Tinha certeza que aquela mulher estava apaixonada por ele e isto,ùltimamente lhe dera ânimo para tudo o mais. Sabia que ela sonhava com um amor onde houvesse respeito e cumplicidade.Ele mesmo lhe havia dito, que merecia ser amada assim. Ele, com a experiência da vida e de tudo que já perdera, sabia mais do que ninguém que a ausência de amor é um preço muito alto a pagar, seja por que motivo fosse, então,se o desejasse saberia amá-la. Se colocassem a vaidade e orgulho de lado... o orgulho que faz com que seres humanos desconsiderem os próprios limites, o saudável desejo de viverem um amor verdadeiro e desistam de tudo que permita que alguém possa lhes acusar de terem cometido um erro...o orgulho que tanto teme não ser perfeito...o mesmo orgulho que faz com que se arraste uma vida em comum, sem que se note nela a alegria espontânea inerente da própria vida, a não ser pelo esforço de um só. Se a vida pudesse mostrar a eles, de algum modo, que não se pode controlar tudo,ou tudo sacrificar, que não se pode segurar uma vida nas mãos, quando já não é plena, pois que escapará, de uma forma ou outra...que só depois de reconhecer um erro é possível seguir-se inteiro numa escolha honesta em outra direção, que estarem corretos nem sempre é mais importante do que aquilo que sentiram naqueles momentos, nem mais do que o bem que a presença de um fazia ao outro, verdadeiramente... Se a vida pudesse lhes contar sôbre a falta que sentiriam um do outro, pelo que não tiveram a chance de construir, enquanto outros tem a chance e não o fazem....
  Pela primeira vez, depois de tanto tempo, ele estava sentindo seu corpo e coração vibrarem como um violoncelo afinado, tocado por mãos suaves da musicista que sabia tirar dele o som harmonioso, para o qual foi criado. Quando tudo parecia tão sem vida ao redor de si, tanta vida lhes foi dada!
   Depois daquela tarde, ele se perguntara se estaria certo em mudar sua vida... e se chegara finalmente o momento de aprender a se amar, deixar-se amar e amar na mesma medida. Queria entender como ela podia estar se tornando uma presença tão importante... algo que lhe trazia a sensação de tranquilidade e iluminava suas noites. Mas então, aquele problema maior surgiu, que lhe trouxe mais uma vez o medo da perda e era preciso controlar a situação. Era preciso, desta vez não cometer nenhum erro, dedicar-se por inteiro a resolver o problema,nem que para isto, tudo o mais tivesse de ser esquecido. Como ele poderia estar presente na vida de duas pessoas que gostava tanto? Será que sua amiga compreenderia se ele lhe contasse sôbre estes sentimentos tão seus? Talvez, só bastasse dizer a verdade...mas a verdade é tão....
   A aeromoça  servia o homem sentado ao seu lado e ele despertou. Balançou a cabeça, afastou os pensamentos e, com o mesmo olhar triste que trazia há algum tempo, aceitou o que ela lhe oferecia, pelo menos lhe confortaria o estômago....
Texto e foto: Vera Alvarenga                                                                          

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

" O velho do rio..."

    Estavam indo para casa.
    - Estaciona aqui, por favor! Só um minuto, prometo.
   O marido estacionou o carro ali mesmo, na avenida, à beira do rio que passava dentro da cidade. Ela pegou a máquina fotográfica e caminhou uns poucos passos.Tinha visto patos na água. Duas ou três fotos, era do que precisava. Estava descobrindo o prazer de fotografar aves na água, com seus reflexos e cores que se ondulavam formando desenhos incríveis. A buzina a chamou, mas as fotos já estavam ali. Podia voltar ao carro.
   De repente o viu.
   E foi chegando mais perto. Tirou apenas uma foto, pois lhe veio a mente um cuidado..
   - Até que ponto poderia tirar fotos de uma pessoa, sem pedir-lhe licença? Mas ele estava recostado ali na árvore, cochilando. O lugar era público e ela não o exporia ao ridículo, não estava lhe fotografando para expor sua pobreza, mas simplesmente porque ele era belo. Ali naquela luz, naquele lugar, naquele exato segundo, ele era belo.
   A buzina tocou novamente. E ela se foi,querendo ficar. Entrou no carro perguntando ao marido:
  - Você viu que lindo?! O marido a olhou espantado.Ela completou - A figura dele, é interessante, não acha?
  Decidiu que iria pesquisar sôbre a ética na fotografia e que procuraria saber sôbre o homem. Na tarde seguinte, o marido disse que perguntou por ali e lhe contaram algo que parecia mais um boato. O homem, disseram, falava alguns idiomas e tinha sido importante profissional projetista, até que a mulher o deixou e.... Que história! Se ela fosse jornalista,seria uma história e tanto,mas ela não queria saber de sua vida, queria apenas fotografá-lo.O marido contou mais, que perguntou a uma assistente social, na Prefeitura, e que ela dissera que ele era "maluco", que tentaram ajudá-lo, tirá-lo da rua, mas ele era agressivo, dizia besteiras e não aceitava ajuda. Não havia para quem pedir licença para fotografá-lo, a não ser para o pobre louco.
   Outra tarde, estavam voltando do almoço e lá estava ele novamente. Ela desceu do carro e, com sua câmera se aproximou. Tirou uma foto. Ele estava desenhando! Desenhava num papelão. Chegou mais perto e assustou-se! O cão que estava deitado ao lado dele,levantou-se e latiu, como para avisá-la que ela não poderia se aproximar mais. Havia um limite a ser respeitado. Mesmo assim, ela arriscou perguntar a ele, se podia fotografá-lo. Sem olhar para ela, o homem ouviu, continuou desenhando e fez um gesto com os ombros, como para consentir. Seria mesmo maluco ou apenas um pobre homem, pobre? Ela quis conversar um pouco e ele respondeu, a maneira dele, com palavras que pareciam desconexas e que ela não podia compreender, por mais que se esforçasse. Então, ele disse algo como "homem nu" e ficou um pouco agitado.
    Ela o deixou em paz, com pena de ter de se afastar por medo e por não conseguir se comunicar com ele.
Afinal, disseram que era louco e podia ficar agressivo e ela não queria ser ferida, mas também não queria ferí-lo, nem invadir sua vida...pois talvez, ali debaixo daquela árvore,aquele cantinho fosse o seu espaço íntimo e, aquele momento que ele dividiu um pouco com ela, fosse seu momento de entrega a si, a suas lembranças ou a sua loucura.
   - Adeus, senhor. Obrigada.
   Só então ele olhou pra ela, levantou o papelão mostrando o desenho e, num instante,voltou ao seu mundo tão particular, como se nada mais existisse ali, além de seu cão amigo,sua arte e sua história.


 Texto e fotos: Vera Alvarenga                                                                        

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

" As duas faces da solidariedade..."

- Acudam! Me ajudem por favor!
- Venham ajudar Dona Maria!
Verônica,no telefone com a irmã, contava como estava feliz de ter escolhido aquele tranquilo bairro para morar, onde muitos se conheciam,eram amigos,quando ouviu gritos pedindo ajuda.
- Mana,parece que aconteceu uma tragédia. Não gosto de me meter, mas a coisa é séria.Tão me chamando no portão.Vou desligar.
- Ô Dona Verônica, a senhora viu? Levaram Dona Maria.Tá muito mal, acabou de saber que os 3 filhos, mais a irmã,cunhado e sobrinhos, todos morreram naquele ônibus que caiu no rio!
- Meu Deus! Dá licença, vizinha, que meu telefone tá tocando... Quando atendeu, Verônica ouviu a voz entrecortada da Dona Maria, que deixara um recado na secretária, pedindo que rezasse por ela e pelos seus,que se foram. A linha caiu e quase que ela cai junto.Um arrepio corria pelo corpo todo; tremia por dentro. Como é que a Maria ia aguentar isto?!
Saiu apressada.Encontrou um grupo de pessoas conversando na calçada,em frente.
- Não adianta irmos lá, ela está acompanhada pelo marido.
- Na certa vão tomar providências cabíveis no momento senhores.Vamos aguardar.Não há o que fazer agora.E a gente nem sabe se não se trata de boato!
- Ô seu Oswaldo,parece que num tem coração! A mulher perde a família toda e o senhor aí, parece que num acredita! Tá querendo o que? A gente sempre foi unido, temos de dar apoio agora!Vou lá oferecer meus préstimos. Sei lá se precisam de alguém com carro...não é mesmo,Dona Verônica? O que a senhora acha?
- Pessoal, ela acabou de me deixar um recado! É muito sofrimento pra uma pessoa aguentar sozinha! Assim que passarem alguns dias, vamos visitá-la, levar flores,telefonar... sei lá, vocês que são mais antigos no bairro, amigos dela, é hora de oferecer seu carinho...respondeu Verônica, antes de se recolher,como todos os demais fizeram,em demonstração de respeito. Era o que a situação exigia.
Dona Maria não apareceu naqueles dias.Ninguém sabia se estava no hospital ou acamada em choque, mas amigos e vizinhos se faziam presentes. Eram novenas que Dona Helena tinha encomendado para o vigário, eram flores que os vizinhos levavam ao portão, bilhetes carinhosos, gestos de solidariedade, comida pronta... O bairro todo ficou de luto. Até seu Agenor, aquele que nem religião tinha, comparecera na novena,na igrejinha da esquina. Todos choravam imaginando a dor de Dona Maria,e ao mesmo tempo agradeciam a Deus por não estarem na pele dela.Muitas luzes ficaram acesas naquela noite, no bairro. Verônica,romântica, achou até bonito!
Na tarde do segundo dia, outro alvoroço. Gente brigando,discutindo,gritando,chingando...E lá foi Verônica, assim que viu em frente a casa,duas amigas que queria bem.Por um momento, ninguém mais se doía pelas vítimas do acidente, pois eram eles, as vítimas agora.
- Tudo mentira! Desavergonhada!
- E eu que fui até rezar! reclamava seu Agenor.
- Eu bem que avisei que era muito estranho...Viu, Dona Helena? A senhora acredita em tudo!
Dona Helena magoadíssima, se afastou de seu Oswaldo, aquele a quem ela tinha dado seu coração, sem que ele soubesse ainda...
- Pessoal calma! A gente não sabe direito o que houve - disse Verônica. Será que vocês não estão se precipitando? Afinal, a família dela estava naquele ônibus,não estava? Estas notícias se atropelam.
Dona Helena aproveitou o dito e completou:
- A coitada,só depois ficou sabendo que a família sobreviveu.Credo! Parece que vocês preferiam que tivesse sido verdade, só pra não gastar vela à toa. Vão crucificar a pobre,porque ela demorou pra avisar que a família estava em segurança?!
- Ah,ela brincou com nossa boa fé.Você não entende tudo que está em jogo? Sai daqui, beata!
- Tem gente sonsa mesmo! Pior do que aqueles que mentem, só mesmo os que ficam defendendo, acobertando. Estes deviam ser linchados!
Ui, será que era com ela, ou com a Beata? Pelo sim, pelo não, Verônica resolveu entrar, porque neste momento, quem não está com a maioria, pode levar tiro daqueles que escapam quando os ânimos estão exaltados e vai tiro pra todo lado.Entrou,mas não se sentia protegida do próprio pensar - era seu jeito de ser, não acusar as pessoas - mas,ficou lá dentro, dando tratos à bola. Se sentiu enjoada. Que coisa! ou morriam os familiares da outra, ou morria a confiança e a solidariedade que as pessoas precisavam ter, para viverem em paz? Será que não tinha meio termo, nesta história toda?
Verônica, só agora ficou mesmo de luto...não sabia mais no que acreditar.A família da dona Maria não morrera, mas alguma coisa morrera ali! Foi para o quintal, no meio de suas flores e ficou lá a meditar... e meditou...e meditou muito para tirar aquele nó do estômago, que teimava em ficar entalado ali.
O tempo, sabido como ninguém,passou indiferente a tudo e a todos, e as coisas começavam a voltar ao normal. Os que se envolveram nesta história,estavam mais certos agora de que, para se morrer, bastava estar vivo! Afinal, muitos morreram mesmo, naquele outro ônibus! E havia ainda a certeza de que, era repugnante,até odioso,tudo o que pudesse abalar a boa fé das pessoas de bem.
Afinal, como poderiam viver suas vidas, se não pudessem confiar?
Verônica agradeceu a Deus por não ser advogada, promotora ou juíza. Olhou pela janela,viu Dona Maria passando tranquila do outro lado da rua, como se nada a tivesse afetado, e pensou:
- Bem, quem tem a consciência tranquila age assim. Depois lembrou que, as pessoas que costumam mentir,ou exagerar para chamar a atenção sôbre si,também se saem bem destas situações. Comentou com a irmã ao telefone:
- Eu preciso da minha fé nas pessoas, mas confesso que neste caso,não posso mais confiar. Também não gostei do exagero nas acusações...nunca vou saber se estou sendo injusta,mas não me interessa mais...tá além do que eu posso.
Ao que sua irmã respondeu:
- Todo mundo sabe que há pessoas que vão nos mentir. E daí? Sigam a vida! Acho que quem ainda está triste, é porque não se conforma é de ter cometido este erro de "se deixar enganar", ou porque está aí com uma ponta de dúvida,como você irmã...e ninguém quer cometer um erro deste... Ninguém é perfeito, mana! Esquece. Nem sempre a gente pode ter certeza de tudo. Vai pro computador e escreve uma crônica, uai!
- E aí, não vão dizer que estou me aproveitando deste episódio deprimente,para aparecer?
- E está? Você não diz que só escreve quando algo te emociona, ou precisa organizar as idéias? Vai lá maninha...

Texto: Vera Alvarenga

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