quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

- " Hoje, fui ao Circo...ou ele veio a mim?"

  Hoje eu fui ao Circo e
  nem pude crer no que vi!
  Tudo estava trocado,
  quase que endoideci!
 
       Sentados no picadeiro,
       em cadeiras de almofadas,
       os palhaços assistiam atentos
       o show nas arquibancadas!

   Um grande coelho branco,
   tirou de sua cartola
   um mágico assustado,
   preso, numa gaiola!

           Mil crianças sorrindo
           e aplaudindo com amor
           um velho e meigo leão,
           que engoliu o domador!

   Um belo trapezista
   aplaudindo de pé,
   o povo que é artista,
   e pensa que não é!

             Hoje eu fui ao circo
             e aos poucos percebi :
             nem tudo estava errado,
             das coisas que vi ali!

      Vera Alvarenga  - 1981

                    

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

- "O homem, herói desnudado..."

Dois homens diferentes... tão diferentes que agiam de modo oposto, em lugares distintos. Inseparáveis há tanto tempo, que Mauro já não sabia mais contar os meses desta “amizade” assim tão estreita, na medida certa, indispensável. E não era coisa de “bicha”, não! Ele nem tinha nada contra quem fazia esta escolha, mas no caso dele, não se tratava disto. Era uma convivência equilibrada, Mauro pensou, pois conseguiam viver independentemente e com total liberdade, cada um dos dois, seus próprios momentos, cada um dos dois com seus pensamentos e mesmo assim, inseparáveis.


Quando se encontravam, as diferenças pareciam não importar.

Há muito tempo que se entendiam bem, por isto, tinham consciência que de todos, de todos aqueles que formavam o seu mundo, eles eram a “dupla” perfeita – o que para um, era inconcebível, para outro era apenas uma questão de idealizar e fazer acontecer. O que para um, era motivo de precaução ou reverência, para outro era apenas agir e seguir em frente. Compreendiam-se, admiravam-se e havia amor entre eles, se é que é possível imaginar o que sentem dois heróis numa guerra, que sabem que colocaram nas mãos um do outro, seu maior tesouro: a própria vida!

E agora, pela primeira vez, eles brigaram. E a coisa tinha sido muito séria. E tudo por causa de uma “mulher” !

Mauro caminhava a esmo. Era noite, não era hábito seu, sair a caminhar pelas ruas, sem rumo, mas não suportaria ficar nem por mais um minuto, preso entre paredes. Era preciso respirar, pensar. Sentia-se pela metade. Incompleto, como se fora rasgado desde a cabeça, de alto a baixo, como folha de papel, com um segredo ali gravado que alguém quer destruir rapidamente.

O golpe fora fatal ! Golpe cruel, sem que se pensasse nas conseqüências, um tendo acusado o outro da pior coisa com que, homens poderiam se acusar : traição! Traição daquelas que mexem com a honra, com o cerne do ser humano. Traição que leva à uma ruptura que não se consegue reparar, jamais.

Com tantos anos e histórias que viveram ou sabiam, juntos, mesmo que estivessem atuando em lugares diferentes, era difícil caminhar agora, assim sozinho. Parecia que andava capenga, o chão balançava, sob seus pés. Sentia-se tonto, em alguns momentos, como se estivesse com o equilíbrio alterado, como se estivesse com o labirinto destruído! Sim, era isto! Sentia um pouco de enjôo, até. Precisava sentar-se, encontrar um lugar quieto, silencioso, onde pudesse sentar, beber e colocar a cabeça, e não só ela, no lugar, para poder pensar no que fazer para sobreviver.

Foram anos de acordos entre ambos. Ora um, ora outro tomava a frente nos negócios, junto à família, ou amigos... afinal, eram sócios em quase tudo. Quase tudo!

Só com esta mulher, esta maravilhosa mulher, que se tornara tão importante para ambos, quase ao mesmo tempo, só com ela não haviam conseguido entrar num acordo.

E tudo porque houve uma traição! Eles eram diferentes. O sentimental, cedeu primeiro aos encantos dela, que era tão terna e forte ao mesmo tempo, o que o encantou. Reconheceu e confessou que estava apaixonado, “caiu de quatro”, escravizou-se por aquele olhar, logo de início, pois apesar de ser “homem”, era sensível e romântico, e carente de uma companhia assim feminina, que fosse cúmplice dele, em suas aventuras pela vida!

O outro? Tentou dissuadi-lo, chamar-lhe à razão :” Não podes entregar-se assim, homem! Ou pelo menos não o demonstre, ou vais sofrer danos.” E ele, que sempre andara um pouco à sombra do outro, não por ser covarde, mas por achar mais conveniente não se expor, cedeu à pelo menos parte do conselho – e tratou de evitar entregar-se por inteiro, diminuiu os elogios, guardou as demonstrações de afeto para ocasiões em que não houvesse risco de pensarem, ela e outros, que era um “fraco”.

Entretanto, o outro,dentro daquela couraça que o protegia, aquele que era dos dois o mais forte aparentemente, tinha um coração de manteiga. Admirava nela uma e outra coisa, até que percebeu que era melhor tomá-la logo pra si, antes que outro o fizesse. E já que não era muito de mandar recado, era um homem de ação, agiu a seu modo, rápido, como cavaleiro heróico, tomou-a nos braços, possuiu sua rainha e prometeu-lhe seu império! Ela se deixou envolver e passou, a partir dali, a viver para satisfazer seu herói. Tudo fazia para agradar-lhe. Ampliou seu jeito terno, perdeu aparentemente sua força e cedeu aos caprichos daquele que arrebatou seus sentimentos. E ele o fez, não por ser semelhante a ela, mas por ter a coragem que ela não tinha e ser tão decidido, que ela lhe entregou, sem pensar, o seu destino.

O outro calou-se de início. Depois, compreendeu que era melhor assim. Tudo se encaixava bem e eles conviviam com ela, no que parecia ser o mais conveniente. ela fazia sexo com os dois. O tempo passou e Mauro percebeu que ela definhava. Ela, que antes perdera sua força, perdia agora um pouco do brilho, perdia também a ternura, lutava, debatia-se para não morrer. Então ele reconheceu nela, as lutas que ele próprio já havia travado, e perdido ou ganhado. O outro a estava matando? Então seria sua 2ª traição e isto ele não podia suportar! Precisava tomar uma atitude. Foi quando ela partiu. Foi embora.

Eles eram muito diferentes, quase opostos. O mundo rodou, abriu-se o chão sob os pés daquele homem, um tanto rude e sarcástico, forte e decidido, crítico e possessivo, que tinha dentro de si, um coração sensível. Ele já não sabia mais como ser inteiro, como juntar suas partes, como demonstrar a ela, que era terno e ainda era o seu homem. Não se acostumara a demonstrar amor !... a não ser, no leito. E, ultimamente, era sempre aquele, o que cedia, que ela preferia para deitar-se com ela, como se quisesse deixar fora do quarto a armadura junto ao rude herói . E ele, lá se entregava, como um menino... e a amava, como um homem pode amar quando vê além de si mesmo. Amava verdadeiramente e tudo valia a pena!

Agora, ele estava com o coração partido. Ela se foi.

Em frente ao copo vazio, na mesa do bar, ele sabia que naquele momento teria que tomar uma decisão. Ele nunca mais demonstraria seu amor novamente a outra mulher, nem a ela !... ou, quem sabe, por ela, ele ainda tentaria unir os dois homens que havia dentro de si – dois homens tão diferentes, ainda unidos pelo coração.

Crônica/pequeno conto - de Vera Alvarenga



segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

- "Um Poema e Lindas Flores..."

Olá, estou chegando... e pra iniciar a semana,
Um Poema e Lindas Flores pra contar pra vocês, sôbre um de meus amores!


Hoje eu quero o verso e o poema.           


Soneto? Não vale a pena.

Quero a palavra,mas não em prosa.
















Da vida? quero a beleza,

que com certeza,

não vem da Rosa.



Fiz minha escolha. A opção?              


Por certo vem do coração,

segura,sem qualquer risco!



Lhes mostro em várias cores,

Um de meus lindos amores

O nome? Chamem-no : “Hibisco”!

 
 

domingo, 17 de janeiro de 2010

- " No Espelho..."


Ela se olhou ao espelho...
um dia como outro qualquer,mas ela se sentia um pouco cansada!                                                          Trinta anos, agora. Já não era uma menina !
Seus 3 filhos brincavam lá fora.Tantas coisas tinha ainda, para fazer !
Ela se olhou mais uma vez e disse para si mesma :

                 
" Ao te ver assim, no espelho, tão diferente do que sou,
fico perplexa e até desejo desferir-te um golpe mortal,
cuja dor seja tamanha, que possa arrancar-te, de vez, de minhas entranhas.

Menina tola, doce inocente, que teima em viver em mim!
Seria, penso, mais decente, livrar-te desta agonia lenta,
já que tentas sobreviver e não percebes que o tempo te mata aos poucos.

E como os loucos, neste momento
 em que a morte está em meu poder,
sinto divididos o coração e a mente,
que de repente,ficam entre nós duas
 - se sou a mulher, deste lado do espelho,
vejo e ainda amo a menina que fui um dia.
Novamente desisto e me acovardo,
poupo-te a vida, querida, não te livro do fardo,
e talvez por amor, perpetuo em mim, tua agonia." 

autora :Vera Alvarenga.
imagem: foto meu espelho em mosaico

- "É preciso ver, refletir, compreender..."

Este é um vídeo muito comovente e lindo, que vi no blog da Mariana Fulfaro, terapeuta ocupacional.
Vale a pena ver. Vocês vão se emocionar.

       
   Pouco mais de 1 mes antes de ver o vídeo, por perceber que minha memória,que nunca foi lá grande coisa,estava me deixando na mão, fui a um neurologista, que me pediu um exame. O exame era moderno, caro, com um bonito nome e serviria para poder medir o funcionando da minha memória,além de outras coisas : "Ressonância Magnética do Cérebro com Espectropia do Giro do Cíngulo".
   Fico maravilhada com toda tecnologia moderna e grata por estar trabalhando e poder pagar por isto, pois me disseram que este exame, não era coberto por meu seguro saúde.
  Dias depois, na sala de espera, durante mais de uma hora, pude ver pessoas que tinham problemas mais sérios do que o meu - isto, se eu não estivesse com o início de uma doença que apavora a nós todos, que beiramos os 60 anos, e que sabemos agora, pode se instalar mais cedo do que pensávamos antes. Frente ao neurologista, homem sério e solícito, pude ver o quanto eu estava apreensiva pois, assim que  me afirmou que "tudo estava bem" e me certifiquei que não estava com a doença, me levantei e dei por encerrada a consulta .Saí do consultório feliz.
  Ao contar o resultado à norinha, depois ao marido, mais tarde ao filho, fui ficando novamente preocupada, pois me lembrei de algo que o neurologista disse, ao comentar sôbre o número que media exatamente o funcionamento da memória ( o que mais me preocupava), e era mais ou menos assim: ... "e seu resultado aqui é 6.9, e está dentro do normal."  Maravilha,tudo resolvido, pensei ! Contudo, logo depois ele comentou que só começavam a se preocupar, com o resultado acima de 7.0.
 Por que minha memória não "apagou" esta última frase? ela ficou martelando em minha cabeça durante parte da noite e metade da manhã, do dia seguinte, enquanto eu tentava trabalhar. E eu não iria deixar uma minhoquinha virar serpente (como dizia minha avó). Logo me vi tendo a coragem de repetir, pausadamente para o médico, ao telefone : " Então, doutor, o que me separa de ter que ficar preocupada com o mal de Alzeimer é apenas este.... 0.1 ??? " Já me pesava o medo de não poder mais trabalhar, ou manter minha independência para fazer coisas simples, e acima de tudo, de "dar a quem nos ama, mais trabalho do que podem aguentar."  Não é este, o medo de todos nós?
  Gente, vocês tem que convir que, 0.1 de alguma coisa com as consequências de uma doença como esta, não é algo que se possa passar batido, não é? É MUITO POUCO! UM QUASE NADA!
  Como sempre quero ver um lado bom das coisas, brinquei  com meu marido, que ele teria  que finalmente, deixar de se fazer de durão e, todos os dias, tentar me conquistar, dizendo o quanto me amava, ou eu poderia gritar quando ele viesse para a cama à noite ( ou vice e versa). Feito aquele filme, sabem? Romântico, não?! (certamente, ele não teria jeito pra isto!) E sei, pelo que comecei a vivenciar com minha mãe, quando veio morar conosco e começou com os sintomas, e pelo que já li a respeito, que esta fase romântica é logo substituída por outra, na realidade, menos interessante.
  Só me despreocupei quando o médico me esclareceu que, em se tratando desta medição , 0.1 era uma distância "quiloméééétriiiica!" e que eu não deveria me preocupar.

  Fiquei grata por poder contar com esta péssima, mas adorável e saudável memória, que me faz esquecer de certos detalhes, mas não dos sentimentos, de nomes, mas não das impressões que me causam,que é ruim há tanto tempo que já montei minhas rotinas e aprendi a respeitar a organização para ser eficiente , que me faz viver muito mais no presente, do que no passado e me ajudou a desprender-me daquilo que não vale a pena querer segurar. Minha mente sempre foi tão repleta de tantas idéias, sensações, vida e cores, que talvez, esta memória assim deficiente, seja apenas mais uma característica da minha "boa adaptação", ao mundo como ele é, e faça parte até de meu caráter.
  De qualquer modo, ainda estou aqui para os que eu amo e os novos amigos e isto, pra mim, é maravilhoso.
E quero passar para vocês, antes que eu me esqueça, um conselho que o neurologista disse que foi a melhor
descoberta, até hoje (no último congresso), como prevenção. Receita ?
  " LER  UM LIVRO( ou equivalente)  DE 200 PÁGS. POR MES !"  E isto serve para os mais jovens também!

 Quero comentar como é maravilhoso  o trabalho de um terapeuta ocupacional!
Parabéns a ela pelo Blog e obrigada por divulgar um vídeo tão importante p/ conscientizar nossos jovens a cultivar a paciência e o cuidado para com aqueles que, já não tem mais a carinha inocente da criança, mas podem habitar seu mundo.

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

- "Hoje vou botar pra quebrar!"

 Algumas coisas me distraíram ultimamente - coisas novas, pelas quais estou me apaixonando devagar.
 Então, fui deixando pra lá, para um amanhã, que ia dormir sem presenciar a realização da promessa feita a mim mesma desde há 3 meses atrás. Mas hoje decidi ! VOU BOTAR PRA QUEBRAR !

  ...e botei! Quebrei em cacos, que espalhei sem medo. Deixei minha mente vagar sem rumo, mas de repente, ela voltava para o mesmo ponto, preocupada com a dor de um amigo virtual, que perdeu um filho. Eu imaginava, que a gente é impotente diante destas coisas, me percebia balançando a cabeça e lembrando do que eu digo algumas vezes, para os filhos e noras, quando os vejo meio atrapalhados com o inesperado:
- " a única coisa que não tem jeito, é a morte!"
   Sim, a vida é assim... as vezes a gente se desmancha em cacos, que mais cedo ou mais tarde, tem que catar e transformar em outra vida. Após alguns minutos, olhei para os meus, e os peguei, e os aparei e os juntei novamente.

  Cacos... retratos de momentos esparsos... pedaços sem eira (com beira) ... ai ! alguns machucam com suas beiradas cortantes. Outros perfeitos, sem necessidade de aparar, quase parecem fazer sentido por si só, mas não, não fazem. Sòzinho, cada caco é apenas lembrança, do que já foi . E o que foi, não será jamais igual.
Embora seja importante, sòzinho, cada caco é apenas... um caco!
   Sòzinho, já não tem mais sentido. Tá morto, acabado !
   Hei, mas espere aí ! ( ai,ai,ai, lá vou eu, de novo... é uma mania que tenho...juntar aqui, ali, transformar... porque há em mim um grito de sobrevivência, uma compassividade ou esperança de que, tudo ainda poderá viver, mesmo que de outra forma).

  Então vou juntando, de novo. Antes mesmo da ação, o que me moveu foi a inspiração, a idéia de que é possível, a fé na minha criatividade e na criação. Em minha mente eu planejo, idealizo, vislumbro e os cacos, ao meu olhar já fazem sentido, não estão mais soltos, nem me parecem desconexos. Às vezes, nem fui eu que os quebrei, mas com carinho, eu os cato, junto em meu colo, limpo, recrio, transformo, construo, dou a vida...uma nova vida. Isto eu posso fazer! Recriar. É minha opção me deixar, ou não, ser movida pela fé em minha habilidade de consertar, curar, criar beleza, mesmo que seja só no meu mundinho, porque amo o bom e o belo. O que me move não é apenas vaidade, mas querer "enfeitar" o mundo ao meu redor...porque preciso.

  Por isto gosto dos cacos e do mosaico - ele nos faz lembrar a vida,  a importância que cada um tem no quebra cabeça, no mosaico do trabalho, da existência. Gosto do transformar : o que parece velho com sua textura carcomida pelo tempo, com suas rachaduras e rugas, em algo com novo significado... por isto tenho o vício de procurar o que há de belo, e de juntar os opostos. Uma de minhas primeiras esculturas, premiada em Taubaté, foi feita com um pedaço de pedra, metade de uma máscara e um copo de vinho, que uma amiga quebrou em meu aniversário. Ela e eu, imediatamente corremos para pegar o copo - ela para o jogar no lixo e eu, para salvá-lo, pois estava quebrado de uma forma tão interessante, que logo vi que seria algo belo... e esta escultura chamava-se : " Brindando a Vida!"
  Vou colocar sua foto aqui.

   Bem, e agora, vou voltar para o meu mosaico, que vai demorar alguns dias para ficar pronto. É um espelho e uma pequena penteadeira, para minha netinha.  Quando estiverem prontos, coloco a foto aqui, se eu lembrar!
   Mas, antes de parar, me pergunto... se eu...que sou um nada,nadica mesmo, um caquinho neste mundão, que faço os mosaicos mais simples... sou capaz de sentir assim, uma ternura em minha alma quando estou a criar... imagine só Deus, se existir, ( como eu  necessito ardentemente acreditar), quanto amor deve ter sentido, quando imaginou a idéia e teve fé em sua criação !..... Imagine o quanto de energia amorosa, o quanto de seu próprio espírito, estão lá, no mais íntimo de cada uma de suas obras....



segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

- "Certamente ele vai morrer esta noite! "


 Lendo o poema " Entardecer" no blog de uma amiga do diHitt, é inevitável pensar que, a gente deixou vez ou outra, coisas para trás, que poderiam ter sido feitas, mas que foram adiadas para um amanhã qualquer.
  O poema, escrito por Victtoria Rossini, faz pensar.
  Bom seria, que pudessemos lembrar a cada manhã de um novo dia, de o vivermos como que fôssemos quase morrer, ao dormir à noite. Porque, o dia, com certeza, terá acabado para sempre... e ficaremos nós, lembrando as coisas que fizemos, ou não.
  Melhor aproveitar cada dia, não com a ansiedade de pensarmos que será o último de nossa vida, porque então, a gente fica escrava do medo de "perder o tempo" (que na verdade nunca pode ser "nosso"). Contudo, é quase isto!
  Ao nos aproximarmos dos 60 anos de vida, com certeza, mesmo que tudo esteja bem, talvez já tenhamos notado, que o tempo escorre pelos dedos das mãos, se o tentarmos agarrar, e que, ao mesmo tempo, não pode mais ser desperdiçado, pois o amanhã é menos importante do que o hoje e viver cada dia, no ritmo que nos convém, é a melhor coisa a fazer.
  Mesmo tendo tido a tendência a valorizar muito mais o presente, do que o futuro ou passado, pelo menos para mim, a vida passou a ser vivida passo a passo ...  e o dia ? 
   ...bem, tento estar nele  com a consciência que o estou vivendo do melhor modo que escolho viver "este" dia, ou pelo menos as horas em que sou livre para fazer opções. Sou hoje plena e irremediavelmente consciente de que ele será único e que morrerá ao nascer de uma nova manhã!
   Por isto, mais que nunca, estou inteiramente presente nele- no agora !
   Nem sempre a gente pode escolher tudo o que fazer, a cada dia, mas certamente, posso escolher como agir e me sentir, diante da maior parte das coisas, que não puder controlar . Será maravilhoso se pudermos aprender como sentir que não estamos desperdiçando nosso dia, porque o estamos vivendo plenamente e dentro dos padrões de nossas escolhas, sempre que possível, não é?

  Boa semana, meus amigos. Vera.

Obs.: o site onde vi o poema é o da Rose Nakamura.

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