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domingo, 17 de janeiro de 2010

- "É preciso ver, refletir, compreender..."

Este é um vídeo muito comovente e lindo, que vi no blog da Mariana Fulfaro, terapeuta ocupacional.
Vale a pena ver. Vocês vão se emocionar.

       
   Pouco mais de 1 mes antes de ver o vídeo, por perceber que minha memória,que nunca foi lá grande coisa,estava me deixando na mão, fui a um neurologista, que me pediu um exame. O exame era moderno, caro, com um bonito nome e serviria para poder medir o funcionando da minha memória,além de outras coisas : "Ressonância Magnética do Cérebro com Espectropia do Giro do Cíngulo".
   Fico maravilhada com toda tecnologia moderna e grata por estar trabalhando e poder pagar por isto, pois me disseram que este exame, não era coberto por meu seguro saúde.
  Dias depois, na sala de espera, durante mais de uma hora, pude ver pessoas que tinham problemas mais sérios do que o meu - isto, se eu não estivesse com o início de uma doença que apavora a nós todos, que beiramos os 60 anos, e que sabemos agora, pode se instalar mais cedo do que pensávamos antes. Frente ao neurologista, homem sério e solícito, pude ver o quanto eu estava apreensiva pois, assim que  me afirmou que "tudo estava bem" e me certifiquei que não estava com a doença, me levantei e dei por encerrada a consulta .Saí do consultório feliz.
  Ao contar o resultado à norinha, depois ao marido, mais tarde ao filho, fui ficando novamente preocupada, pois me lembrei de algo que o neurologista disse, ao comentar sôbre o número que media exatamente o funcionamento da memória ( o que mais me preocupava), e era mais ou menos assim: ... "e seu resultado aqui é 6.9, e está dentro do normal."  Maravilha,tudo resolvido, pensei ! Contudo, logo depois ele comentou que só começavam a se preocupar, com o resultado acima de 7.0.
 Por que minha memória não "apagou" esta última frase? ela ficou martelando em minha cabeça durante parte da noite e metade da manhã, do dia seguinte, enquanto eu tentava trabalhar. E eu não iria deixar uma minhoquinha virar serpente (como dizia minha avó). Logo me vi tendo a coragem de repetir, pausadamente para o médico, ao telefone : " Então, doutor, o que me separa de ter que ficar preocupada com o mal de Alzeimer é apenas este.... 0.1 ??? " Já me pesava o medo de não poder mais trabalhar, ou manter minha independência para fazer coisas simples, e acima de tudo, de "dar a quem nos ama, mais trabalho do que podem aguentar."  Não é este, o medo de todos nós?
  Gente, vocês tem que convir que, 0.1 de alguma coisa com as consequências de uma doença como esta, não é algo que se possa passar batido, não é? É MUITO POUCO! UM QUASE NADA!
  Como sempre quero ver um lado bom das coisas, brinquei  com meu marido, que ele teria  que finalmente, deixar de se fazer de durão e, todos os dias, tentar me conquistar, dizendo o quanto me amava, ou eu poderia gritar quando ele viesse para a cama à noite ( ou vice e versa). Feito aquele filme, sabem? Romântico, não?! (certamente, ele não teria jeito pra isto!) E sei, pelo que comecei a vivenciar com minha mãe, quando veio morar conosco e começou com os sintomas, e pelo que já li a respeito, que esta fase romântica é logo substituída por outra, na realidade, menos interessante.
  Só me despreocupei quando o médico me esclareceu que, em se tratando desta medição , 0.1 era uma distância "quiloméééétriiiica!" e que eu não deveria me preocupar.

  Fiquei grata por poder contar com esta péssima, mas adorável e saudável memória, que me faz esquecer de certos detalhes, mas não dos sentimentos, de nomes, mas não das impressões que me causam,que é ruim há tanto tempo que já montei minhas rotinas e aprendi a respeitar a organização para ser eficiente , que me faz viver muito mais no presente, do que no passado e me ajudou a desprender-me daquilo que não vale a pena querer segurar. Minha mente sempre foi tão repleta de tantas idéias, sensações, vida e cores, que talvez, esta memória assim deficiente, seja apenas mais uma característica da minha "boa adaptação", ao mundo como ele é, e faça parte até de meu caráter.
  De qualquer modo, ainda estou aqui para os que eu amo e os novos amigos e isto, pra mim, é maravilhoso.
E quero passar para vocês, antes que eu me esqueça, um conselho que o neurologista disse que foi a melhor
descoberta, até hoje (no último congresso), como prevenção. Receita ?
  " LER  UM LIVRO( ou equivalente)  DE 200 PÁGS. POR MES !"  E isto serve para os mais jovens também!

 Quero comentar como é maravilhoso  o trabalho de um terapeuta ocupacional!
Parabéns a ela pelo Blog e obrigada por divulgar um vídeo tão importante p/ conscientizar nossos jovens a cultivar a paciência e o cuidado para com aqueles que, já não tem mais a carinha inocente da criança, mas podem habitar seu mundo.

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