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sábado, 8 de janeiro de 2011

" Entre o desejo e o prazer..."

  O amor que oferecemos, se correspondido, permite que cada um possa desvendar-se, livres para experimentar o que podem ser e o que sentem, levando em consideração a 3ª pessoa formada pelo encontro = de nós.Isto proporciona alegria, segurança e tranquilidade e por isto, apesar da liberdade, faz com que um deseje estar mais tempo com o outro. Faz falta!
   Refletindo sôbre estas questões fundamentais da vida,li um texto que gostei tanto, que pela primeira vez, vou colocar partes aqui ( entre "aspas")...
    Ele diz que Deus nos criou livres para descobrirmos e vivenciarmos nossas potencialidades ( o bom e divino em nós) e que há pessoas que nos ajudam nesta descoberta, e através de seu amor,nos mostram outra realidade diferente às vezes, daquela que estava nos limitando. "É a forma como Deus nos ama através do outro que, nos promove!"
   Eu não havia pensado nisto! E concordo plenamente que, "quanto maior é o bem com que o outro me toca, maior também será o desejo que tenho de estar com ele", pois ele me faz sentir bem por  desvendar o mistério que sou, junto comigo. E isto não é egoísmo! (uma vez que o destino de cada ser humano é a realização do melhor que ele pode ser, sendo ele mesmo). Quando nos sentimos amados, nos transformamos para melhor, usamos nosso potencial e naturalmente podemos nos orgulhar do que sentimos pelo outro e oferecemos a ele. Junto com o outro nos sentimos mais fortes e melhor, mas não porque o outro tenha tentado destruir nossa individualidade, por egoísmo ou insegurança. Ambos fazemos concessões.
    Somos movidos por desejos e prazeres. Quando reconhecemos um amor que realmente nos faz  sentir bem e ter esperanças quanto ao que ainda temos para experimentar dos nossos sentimentos, queremos preservá-lo. É a força do desejo que manterá este amor(mesmo que não possamos compreender - é o melhor de nós,tentando se realizar).
    A busca apenas pelo próprio prazer nos cega em relação à dignidade do outro. O prazer, quando satisfeito, nos afasta porque queremos nos manter solitários, não sobra muito do encontro que realizamos! O desejo, ao contrário, pode nos levar a outros desejos focados na mesma pessoa, que vão se complementando num constante conquistar e se desvendar mutuamente.
    Se o relacionamento foi focado mais no prazer egoístico, o outro não aceita que não possamos satisfazê-lo em tudo, não aceita nossa imperfeição(carências!), e por isto critica exageradamente. Se eu gosto de você, sei que você precisa de mim, tanto quanto preciso de você, recebo e dou, e tudo se equilibra.Não transformei o outro num objeto do meu prazer!
     Já o desejo é uma motivação mais profunda, que aceita o real, o sacrifício e o desafio...só não pode aceitar o egoísmo, no qual uma pessoa não quer o encontro verdadeiro e se isola(não está a fim de dar de si)!
    Ao longo da historia o "desejo" foi associado ao "pecado". A Filosofia o associou à imperfeição pois "só deseja aquele que carece", portanto é imperfeito. O Budismo o aponta como obstáculo à realização humana.  
   O autor do texto retoma o contexto do desejo como algo que não se opõe nem à felicidade,nem à construção do outro como pessoa. Concordo com ele. Sinto que o desejo de estarmos com o outro nos salva, nos resgata, como a arte e o amor, e nos eleva para a realização. Assim, é ele que nos inspira, "nos mantém na estrada, mesmo quando nos deparamos com realidades adversas". O outro não transforma nossa vida num conto de fadas, mas traz alegria e tranquilidade para que possamos vivê-la da melhor maneira- e o desejamos ao nosso lado.
    " O que nos faz querer estar ao lado de alguém" é o desejo, "combustível da vida", que nos dá a sensação de estarmos cada vez mais vivos. Existem desejos temporários e há o que mantém o foco - " o outro mudou, foi transformado pela vida,mas continua sendo o foco do meu desejo".Sua permanência está ligada à preservação do mistério - " que não significa guardar segredos, mas manter a reverência que não permite a banalização"! O que foi focado no prazer não nasceu para ser definitivo; se durou longo tempo é porque um deles talvez se motivasse pelo desejo. O desejo é mais profundo,precisa de tempo para ser despertado e vivido,mas alimenta por mais tempo porque tem consistência, cria permanência porque acalma, e movimenta para novas buscas não porque estou descontente ( porque me devolve a confiança em mim),mas não desorienta.
    Claro que seria bom ter os dois juntos! O que foi focado só no prazer acaba, ou existe só para satisfazer este impulso rápido, enquanto uma das pessoas não se conscientiza disto - o relacionamento se transforma  em algo que possui em si uma "ausência", que não satisfaz. É como uma relação sexual que nunca encontra o climax, não se completa na paz. "O desejo nos faz respeitar a sacralidade do outro - é feito de vagarezas" - é assim como ter de caminhar muitos quilômetros, enfrentar uma viagem dura, mas por estarmos certos de que há um lugar que vale a pena chegar, onde o outro estará, onde nos encontraremos, o cansaço será vencido cada vez que nosso desejo for relembrado. É bom quando conseguimos criar e preservar este "lugar sagrado" onde nos encontramos com o outro, foco de nosso desejo, aquele que eu reverencio, por quem sinto mais desejo de estar vivo, para quem sinto desejo de voltar, de ser melhor e em quem posso repousar,sabendo que desta relação, ambos poderemos vivenciar e solidificar nossos melhores sentimentos.
    Quantas vezes me surpreendo a desejar estar com o outro ? Quanto é o bem que ele me traz e o meu desejo retribuir?

Texto e foto: Vera Alvarenga (Texto baseado no do Padre Fábio Melo)
Texto entre " aspas" : Padre Fábio Melo.

sábado, 27 de novembro de 2010

" É meu tempo de poesias..."

É meu tempo de poesias...
Não porque me envaideça
de saber em rimas o que dizer
ou por chamar a mim, poetisa!
É só porque eu vivo dias,
em que, se não escrevo,
sinto que me falta o ar!
Preciso a compreensão das palavras,
da luz, antes que anoiteça,
da esperança que não agoniza
enquanto a verdade transpirar.
   As palavras não me aquecem
   como um abraço o faria,
   as rimas não dão a sentença
   que só a justa Justiça daria,
   mas aliviam meu peito e a alma,
   e traduzem os sentimentos
   que brotam do meu coração;
   ajudam a assimilar  desafios
   que me sacodem em momentos,
   quando me assombra a indignação
   do que não consigo compreender.

Foto e Texto: Vera Alvarenga

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Permanecer casada por Gratidão... Vale a Pena ?




Eles estão enfrentando um período difícil! São um casal amoroso, cúmplices, um do outro, que no momento encara desafios e mudanças profissionais que os mantem separados, em alguns dias por semana. Sobrecarregados com trabalho e viagens extras, ainda tem que transmitir segurança aos filhos pequenos, que estranham tais mudanças na rotina de suas vidas.
Quem já passou por isto, sabe como é. Nós, mulheres, nos sentimos inseguras, quando nosso homem sai para uma nova e dificil "aventura" no trabalho, deixando-nos preocupadas e sozinhas com tudo o que antes, era dividido. Além disto, temos que aguentar o mau-humor que sempre "sobra" para aquela (nós), com quem eles sabem que podem desabafar seu stress, sem que a sociedade os julgue " uns fracos".
Eu posso ver claramente o quanto eles se amam e estão a desperdiçar o tempo com grosserias ou dúvidas a  respeito deste amor, ao invés de perceberem que o grande vilão é, na verdade, o stress que vem com toda grande mudança e desafia nosso desejo de mantermos nossa vida confortável e sob controle.
Afinal, se a guerra bate à nossa porta e nos derruba do leito ( onde amorosa e calmamente fazemos amor), há que se tornar forte, colocar armaduras e sair valente para a batalha !
E, convenhamos, assim transformados, tanto o homem como a mulher, para enfrentar o inimigo (entenda-se as dificuldades da vida adulta), vestidos de coragem e da armadura que nos endurece a pele, preparados para golpear e nos defender, armados até os dentes... bem, difícil não "sobrar" algum golpe desferido cegamente, contra aquele pelo qual, tudo vale a pena!
No fundo a gente sabe que, tudo sempre vai dar certo, "se nos mantivermos unidos", apesar de tudo. É neste momento que percebo a necessidade de chamarmos para entrar em cena, nosso maior aliado - um sentimento que pode colocar tudo a perder, mesmo que ganhemos a batalha, se ele não estiver presente no palco - a Gratidão !
Neste momento, em que parece que fomos abandonados pelo outro que até ontem, era cúmplice... que parece que ele (ou ela) está sòmente a se preocupar com sua própria batalha pessoal, vaidade e desejo de ser um herói...é, neste momento,  imprescindível levarmos conosco, por baixo da armadura e dentro do  coração, o item mágico, único capaz de evitar que a dureza do aço cole em nossa pele, para sempre - a Gratidão !
Se não formos capazes de senti-la, por tantos outros momentos que passamos juntos, por tantas pequenas coisas que recebemos um do outro até um momento antes da guerra... até pelas idas ao supermercado ou farmácia ( o que nos poupou deste trabalho cansativo)... pela ajuda com os filhos pequenos ou com cargas maiores ( quando nosso corpo pedia mais alguns momentos de descanso), pelos olhares e atitudes de cumplicidade que pudemos trocar ... pela coragem de enfrentar o que não pudemos enfrentar sòzinhos... pelo incentivo ou elogio que nos ajudou a levantar a cabeça, quando pensávamos que o pescoço já havia quebrado... pelo abraço silencioso quando precisávamos tanto de aconchego... pelo chacoalhar dos ombros, quando a gente estava se deixando abater pela vida... pela comida e contas pagas no final de mais um mes... pelo dinheiro que um emprestou ao outro, quando o salário não deu... pelo perdão recebido quando a gente sabia que tinha cometido um erro imperdoável...enfim... se não pudermos carregar em nosso coração, para lembrar, a gratidão, antes de tudo o mais, então, sinto muito, mas metade da batalha já estará perdida!
Vai ser muito difícil e já entraremos nela, parte derrotados, pois lutaremos 2 batalhas - uma com a vida e outra com a parte melhor de nós- aquela que até ontem, podia acreditar que era amada e podia dar amor. E exatamente quando resolvemos acreditar que não somos amados, plantamos uma semente da discórdia, que nos enfraquece e deixamos o inimigo entrar. Nosso maior medo terá tomado conta de nós ! O medo de estarmos lutando por algo, que não fará mais sentido se perdermos o que mais nos interessa!
Então, tudo se confundirá em nossa mente. Já não saberemos mais se estamos lutando porque a dificuldade bateu a nossa porta, já que nem tudo aconteceu como planejávamos idealmente para nós e quem amamos. Podemos ser levados a crer, que o outro tem razão em duvidar de nosso intento, já que demoramos um pouco a guardar as armas, quando o motivo da batalha deixou de existir.
Talvez por isto, nas histórias e lendas, seja importante o simbolismo do herói (hoje homem ou mulher), que vai à luta longe de sua amada ( de sua capacidade de amar, de entregar-se docemente), para que ela não presencie como ele pode ser rude, na batalha. E ele ( hoje ele ou ela), pode lutar com coragem e bravura, porque tem como objetivo, trazer para ela os louros da vitória e então desnudar-se novamente, para receber o verdadeiro prêmio por sua conquista.
Hoje, homens e mulheres batalham juntos. É necessário que, durante a batalha, principalmente nós, mulheres ( mas também os homens, em algumas circunstâncias), possamos saber nos afastar um pouco, para evitar recebermos golpes dados às cegas e que não é o momento propício, para esperar que, nosso herói, se dispa para nós ( a menos que estejamos em terreno seguro).
Durante a batalha, não podemos deixar que a dúvida, plantada talvez pelo inimigo, se aproprie do que é nosso! E ao término, seria melhor, pedir perdão se cometemos abusos e ao mesmo tempo, mostrarmos que, em nosso coração, sempre houve o reconhecimento pelo que o outro é em nossa vida. Então, colocaremos  aos pés do nosso amado(a) os louros da vitória.
No momento que a vida exige de nós, total atenção, seja porque um bebê que depende de nós pra viver quer nosso seio para mamar, seja por outro problema , não é o momento certo para nos sentir preparadas(os) para fazer amor. Mas, se tivermos pelo outro a gratidão, viva em nosso coração, ela manterá a chama acesa a tal ponto, que teremos cuidado com o outro e poderemos até " dar uma escapadela" para um momento de idílio. Nossa amada (simbolicamente a capacidade de amar) não estará abandonada à própria sorte e não se deixará levar por inimigos e, nós, heróis, sentiremos nossas forças redobradas, pois andaremos de cabeça erguida em meio ao inimigo, que não poderá nos roubar o premio maior.
Sairemos vencedores ao final, qualquer que seja o resultado.
Ao pensar nisto, lá fui eu, escrever um email para meus amigos( resumindo tudo em poucas frases, claro !) , para lembrá-los disto. Passando em frente a um espelho, olhei para mim mesma e então, perguntei:
- " Ah! então é por isto, não é ? É por gratidão, que você está com um homem tão diferente de você, há tantos anos e depois de tantas batalhas? "
Alguns poderiam se ofender com isto, mas eu não. Se meu marido me dissesse que hoje, após 37 anos de casados, sente por mim, também uma enorme gratidão, eu me sentiria feliz. As pessoas que não sentem gratidão, também não se sentem amadas, pois nada lhes parece satisfazer, e acabam tendo de enfrentar sozinhas, o seu maior medo ( o de ficar sozinhas) !
Claro que gostaria,que meu homem tivesse podido perceber mais cedo, quando os motivos para as batalhas já não existiam... ou quando entrava em batalhas que não eram as dele... ou que ele pudesse ter demonstrado, mais vezes, seu amor por mim... mas sei que ele me ama, pelas pequenas coisas que recebo dele e, não me passam desapercebidas, não!
Posso dizer que foi algo que aprendi com a maturidade : Se a gente não conseguir sentir gratidão o suficiente para ficar com alguém, talvez não valha a pena mesmo, continuar... e
Quanto mais gratidão a gente sente, porque decidiu perceber as pequenas coisas que recebe, mais a gente se sente amada ! (e talvez isto não seja apenas uma ilusão, mas apenas a disposição para ver e receber uma expressão verdadeira de amor, que o outro pode dar ! )

E o que escrevi, entenda-se que pode servir tanto para homens como para nós, mulheres.
Abraço. Boa Semana!


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