domingo, 18 de março de 2012

Um dia, talvez...

 É faca de dois gumes o que vejo
de ti, em tuas reticentes palavras.
Quando responderias, aos clamores
e convites, e significarias mais do que
este teu tom de evasivas promessas?
Quando deixarias de nos impedir e
não precisaríamos mais recuar?
O que se sabe que não deve vir a ser,
não seria melhor, de vez, deixar ficar?
Talvez. E eu, quando cansarei de repetir
tua frase, que introjetei no pensamento?
A mesma que me nega, agora, o que
não me negaria ele, talvez, um dia...
E se eu jamais novamente permitir
que esta infame dance em meus lábios,
ou se acomode nos meus pensamentos?
Mas, se assim for, onde ancoraremos
o nosso barco durante as tormentas,
ou no tempo do sono e torpor que
nos rouba, dos dias, bons momentos?
Onde nos alcançarias, doce esperança?
Descansar, onde, nossa humanidade?
Desta arma que é branca e mortal,
é urgente que eu encontre o cerne,
ponto exato, fiel da balança, afinal
única forma para transformá-la
em medida para meu alimento.
Está bem, eu a deixo lá, por enquanto,
quieta no seu canto, e ironicamente,
de ti me servirei, algum dia, talvez,
como âncora para não me perder,
apenas para não me matar de fome,
para jamais deixar esquecer da lua,
que reflete nua, no mar dentro de mim.
Tudo bem, então, fiquemos assim!


Foto retirada do Google imagens
Poema: Vera Alvarenga



4 comentários:

  1. É urgente Vera, que a humanidade encontre a medida exata para a paz mundial, que ninguem pense que pode fazer e acontecer por graças divinas (ahhh... eu li as barbaridades sobre o tal Joseph Kony).

    Querida, não sei se contei, mas saí do dihitt, me sinto melhor assim.

    Ontem foi o Dia do Blogueiro, vim parabeniza-la. Pois atraves deste mundo encantado, eu tive a oportunidade de conhecer voce. Tudo de bom! Eu desejo sucesso com este seu lindo trabalho.

    Beijocas

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    Respostas
    1. issy,quando alguém nos diz esta frase ou a trazemos lá da memória coletiva..."Um dia, talvez..." me parece mesmo uma faca aliás, com um dos lados mais afiados e nos "prende em esperanças", embora não se dê um primeiro passo, não se queira comprometer-se. E então, algumas vezes ficamos assim: um dia talvez a Justiça, um dia talvez o amor, um dia talvez eu lhe dê o que, de mim, você precisa AGORA!

      O que soubemos sobre este Joseph Kony e também sobre ONGS que dizem representar e trabalhar pelo bem de crianças em situação de extrema necessidade( mas que gastam mais de 70% com vídeos e propaganda de si mesmos), também me traz tristeza e pavor, por elas. Pois que deste modo vemos que, para muitos, não há esperanças.

      Não sabia que saiu do Dihitt!
      Muito obrigada pelo cumprimento. Que possamos estar recebendo notícias uma da outra. Estarei sempre torcendo por você!Nosso mundo encantado de brincadeiras, sorrisos, não pretende esconder que, como seres humanos, somos capazes do bem e do mal,não é? Mas é bom brincar com o encantado, o belo, para nos lembrar de como podemos ser mais leves.
      Beijos. Sucesso também!

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