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sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Humano desejo...

Somos feitas de tantas coisas... até daquelas que não nos é ainda permitido comentar...até daquelas coisas que não é prudente confessar... até do que gostaríamos de esconder. Somos mulheres.
Às vezes me toma um sentimento que mistura uma saudade do que conheci com o desejo de te ter ao meu lado, e num abraço amar-te e ser amada como se não houvesse amanhã, mas pudéssemos acreditar que seria para sempre.
   Então me conformo. Ainda bem que não estamos juntos neste exato momento! porque não suportaria que me falasses de possíveis  ou impossíveis realidades, nem que me olhasses como se eu não fora o mesmo pra ti... e então, ia querer sentir tua pele e cada pedaço dela, e amar-te e amar-te, como antes eu sabia amar... e talvez isto te sufocasse, como me sufoca este desejo que às vezes me visita.
E eu bem que me pergunto - Por que?

   Sou água e sentimento. Meu princípio é o da vida, e me faz lembrar como tenho sorte e o quanto da vida recebi... e meu impulso... apenas deixa à mostra a minha humanidade e o quanto sou igual a qualquer um...

foto e texto: Vera Alvarenga

domingo, 18 de março de 2012

Um dia, talvez...

 É faca de dois gumes o que vejo
de ti, em tuas reticentes palavras.
Quando responderias, aos clamores
e convites, e significarias mais do que
este teu tom de evasivas promessas?
Quando deixarias de nos impedir e
não precisaríamos mais recuar?
O que se sabe que não deve vir a ser,
não seria melhor, de vez, deixar ficar?
Talvez. E eu, quando cansarei de repetir
tua frase, que introjetei no pensamento?
A mesma que me nega, agora, o que
não me negaria ele, talvez, um dia...
E se eu jamais novamente permitir
que esta infame dance em meus lábios,
ou se acomode nos meus pensamentos?
Mas, se assim for, onde ancoraremos
o nosso barco durante as tormentas,
ou no tempo do sono e torpor que
nos rouba, dos dias, bons momentos?
Onde nos alcançarias, doce esperança?
Descansar, onde, nossa humanidade?
Desta arma que é branca e mortal,
é urgente que eu encontre o cerne,
ponto exato, fiel da balança, afinal
única forma para transformá-la
em medida para meu alimento.
Está bem, eu a deixo lá, por enquanto,
quieta no seu canto, e ironicamente,
de ti me servirei, algum dia, talvez,
como âncora para não me perder,
apenas para não me matar de fome,
para jamais deixar esquecer da lua,
que reflete nua, no mar dentro de mim.
Tudo bem, então, fiquemos assim!


Foto retirada do Google imagens
Poema: Vera Alvarenga



domingo, 14 de março de 2010

- " Está surgindo uma nova Humanidade "...

   Encontrei um texto que recebi por email em 2006, no dia Internacional da Mulher -  Nele, a autora comentava que a sociedade cobra de nós, mulheres, entre outras coisas, ter mil e uma utilidades, sermos lindas, "saradas" pois, alguns quilos a mais nos faria cair em desgraça, mesmo com os homens barrigudos!
   Quando eu era mais jovem, ouvia que mulher tinha que ser linda, e eu era bonita(hoje sei disto),mas nem sabia, pois na época a mídia impunha cada dia mais exigências. Diante dos padrões indicados, eu deixava a desejar.  Hoje, já nenhum homem vira a cabeça quando passo, pois uma mulher de quase sessenta  não chama a atenção, a menos que algo de extravagante aconteça com ela! Não se espera mais que eu seja sequer bonita, a menos que eu pretendesse namorar com alguém mais novo que eu! Hoje, a imprensa e os vídeos que se espalham pela net, já mostram as artistas em sua casa ou na rua, "ao natural" e se reconhece que a beleza que existe para agradar ao homem, a que depende da maquiagem é algo que acaba rapidamente,com o tempo. Então, a beleza no sentido de conjunto harmonioso, que soma intenção, olhar e elegância dos gestos está sendo enaltecida. Esta, não seria medida pelos quilos a mais ou aparecimento das rugas. Tomara que as mulheres estejam se libertando desta "prisão", ditada pela moda, que lhe tirava o prazer de viver cada fase da vida com a alegria de sentir-se suficientemente bela. Hoje ela caminha para ser feliz por ser o que é.
  O texto também contava como era esperado que a mulher fosse uma dona de casa perfeita, não importando se tinha que trabalhar fora ou de madrugada para atender aos filhos pequenos. Foi terrível  e desgastante crer que era uma obrigação fazer o melhor possível, o tempo todo e em todos os setores. Só aos 45 anos, dividi com meu marido algumas poucas tarefas da casa- foi uma mudança e tanto! Ele se rendeu a isto, talvez porque eu tenha lhe dado esta chance, afinal, com esta idade eu já comecei a aprender que não precisava ser 3 em 1. Hoje, as mulheres já fazem isto quando mais jovens, dividindo com os maridos até algumas tarefas relacionadas ao atendimento do bebê ou dos filhos, mesmo maiores. Tomara que não exagerem, para que os bebês não fiquem sem sua presença emocional, mas que também não tenham que retroceder, pois tanto o pai quanto a mãe necessitam  mostrar sua ternura e recebe-la de volta, na troca que ocorre com a vivência mais íntima com seus filhos. E também, porque é uma forma de ser valorizada a responsabilidade e trabalho imenso que é ser Mãe em tempo integral, dedicação exclusiva e sem reconhecimento e remuneração ! 
  Quase no final, naquele texto ainda podia-se ler a crítica ao absurdo de que nós mulheres teríamos que ser a "trepada do ano, caso contrário caímos em desgraça na boca da galera masculina" e terminava comentando que somos artistas e como o palhaço, por nossa sensibilidade, sabemos fazer quem está triste, sorrir!
  Não, não precisamos vestir a "carapuça" ou acreditar que estas "exigências" tenham todo este peso real sobre nós. Precisamos nos libertar destes exageros que nos prendem a uma situação que queremos mudar.      A luta da mulher contra os preconceitos é muito mais árdua no início, e então, como um pêndulo tem que ir para o lado totalmente oposto quando nossas atitudes perigam por ser preconceituosas também. A luta continua, e precisamos cuidar para não esquecer que a intenção é nos unirmos ao homem, num ponto mais próximo ao meio do caminho. . Eu, ainda que uma mulher da geração anterior, não costumava pensar que tinha que ser a "trepada do ano", porque sempre fiz sexo apenas com quem eu podia respeitar e, naquele momento, também queria me divertir, aprender, fazer algo gostoso! Por mais que quisesse agradá-lo, não fazia sexo só por ele. Acho que depende de nós, pelo menos se não estamos sendo estupradas, escolher neste momento se queremos ser objeto sexual ou parceira, com responsabilidade igual de dar e buscar seu próprio prazer, a fim de que o homem não sinta que deve algo a nós, como não queremos dever a ele. Esta atitude de igualdade na cena do ato sexual pode ser até mais forte e viva do que nas circunstâncias da rotina do dia a dia. Ainda estou aprendendo como lidar com as emoções e outros tipos de dependência. Todas estamos. Umas com mais facilidade se impõem e auto afirmam de um modo mais rápido e obstinado, outras com seu ritmo próprio, vão desbastando as arestas criadas pelas sociedades que tanto e por tantos anos descriminaram a mulher e a humilhou. Por isto, não desisto de lutar pelo respeito e a fim de manter no relacionamento o prazer verdadeiro por estarmos juntos, mas reconheço que algumas vezes é preciso baixar armas e dar um tempo para que o homem, moldado pelos conceitos arcaicos daquelas sociedades, assimile a mulher que ele tem a seu lado, hoje.
   Pelas lutas e mudanças conquistadas por nós da geração mais velha, vínhamos já caminhando para que a mulher mais jovem e atual possa continuar a transformar o mundo em um lugar mais digno e justo para se viver.   
  Nós mulheres, temos uma grande sensibilidade. Entretanto, há alguns anos atrás, vi o homem que amei por 37 anos e espero continuar a amar pelo tempo que ficarmos juntos, com lágrimas nos olhos quando falou de seus netinhos. Ele,um "inveterado machão", emocionou-se ao falar de seu amor por seus 3 filhos homens e quando afirmou que a única coisa que mudaria em sua vida, se fosse vivê-la novamente, seria ficar mais tempo em casa com sua família, quando todos nós ainda éramos mais jovens.
   Nossos filhos, homens jovens de hoje, tem mais oportunidade de assumir sua sensibilidade. Estamos conseguindo mudar a sociedade. Os homens estão mudando e para isto precisam de nós, de uma mãozinha companheira que lhes mostre o caminho, não para serem manipulados por nós. Então não podemos acreditar em cair na armadilha de "sermos a trepada do ano", sob ameaça, ou continuaremos andando mas desta vez, para trás. Precisamos insistir em caminhar juntos, mesmo apesar de nossas diferenças que afinal, nos valorizam como seres humanos que somos! 
   Desejo que nós,mulheres,tenhamos companheiros e amigos ao nosso lado (nunca deixarei de lutar por isto a meu modo e no ritmo que me é possível).
   Gostaria de poder transformar minha emoção, para que fosse como a Água, que vai penetrando em tudo, sensível, suave e mansa, mas decidida a molhar a Terra, para com ela formar um só corpo feminino, que se permita ser fertilizado pelas sementes do homem, trazidas pelo Vento. E que junto com a força masculina do Fogo do sol, ambos possamos criar um Espírito, ambiente própício para o nascer de uma nova HUMANIDADE, onde homens e mulheres estejam decididos a viver o Amor, acima de tudo, e a criar um mundo de mais Paz, Equilíbrio, Harmonia e Felicidade. 
   É nisto que acredito. Por isto sou capaz de lutar, brigar, calar, entristecer, ficar sózinha ou me render ao amado. Só por isto, minha fé se renova. E creio que o mundo não melhorará enquanto homem e mulher não se respeitarem e não se tornarem amantes, em sua intimidade.

autoria: Vera Alvarenga -                    março-2010
imagem: retirada do google-pode ter direitos reservados

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