Mostrando postagens com marcador direito. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador direito. Mostrar todas as postagens

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

"Que Deus me ajude a clarear o olhar da Justiça!"

Incrível como algumas fases se repetem em nossa vida! No ano passado, em novembro estava refletindo sôbre a Justiça, e escrevi no blog sôbre isto.Para quem quiser refletir junto, aqui vai o link : http://mulhernaidademadura.blogspot.com/2009/11/acordei-com-justica-ao-meu-lado.html

  Quero pedir aos meus amigos que me conhecem, que por 1 minuto façam uma oração por mim, pois nestas próximas semanas um processo estará sendo decidido e ameaça  penhorar minha casa.
   JUSTIÇA!  Devo confessar que ao refletir sôbre este conceito antigamente, eu o idealizava como algo incorruptível, e dos poderes, achava que era o mais importante, pois a Justiça nos defenderia de tudo que não fosse ela e garantiria nossa segurança diante dos que são oportunistas e aproveitam de sua demora por resolver os processos, para tirar vantagem própria, distorcendo a verdade que ficou camuflada pelas teias do tempo. Ultimamente sinto medo, pois os que tem seu trabalho dedicado a servir à Justiça, também podem ser corrompidos em seu nobre trabalho de representá-la - temos visto isto na TV - advogados espertos se habituam a defender os que querem "tirar proveito" dos que não tem muito dinheiro para contratar o serviço daqueles que saberão lidar com o que há de mais baixo no ser humano... e alguns juizes decidem como se não tivessem tido o trabalho de ler o processo todo, não tem tempo de chamar as pessoas e ouví-las, olhando em seus olhos e confrontando suas respostas com suas próprias contradições e mentiras.
   E, neste caso, um processo que chegou a ganhar a atenção devida em 2 instâncias, e tinha tudo para se resolver rapidamente( após 12 anos!), em última instância pode reverter a ponto de colocar quem estava cobrando uma dívida( nós), como o que deve pagá-la!! E tudo aconteceu porque nesta ocasião, nos desligamos do processo por estarmos enfrentando um período em que o artesanato e nossas viagens para vendê-lo foram afetadas pela doença do meu marido por um ano(reumatismo) e depois culminou numa cirurgia do coração ( 5 pontes), e pelo falecimento de minha mãe, após 2 anos de tratamento de um câncer e morando conosco. Neste período, não tivemos dinheiro para um excelente advogado, e nem muita disposição para pensarmos que era preciso mais do que os olhos da própria Justiça, sôbre o processo.Além diato, nunca nos habituamos a contar com o que não fosse nosso próprio trabalho para ganhar nossa vida com decência.  Mesmo ganhando por 2 vezes, quisemos fazer acordos, pois só queríamos o que era nosso, e não, enriquecer ilìcitamente. Eles prometeram que fariam acordo na frente do juiz, mas depois sumiram!(neste dia eu fiquei fora da sala de audiência). Tínhamos testemunhas, se não me falha a memória, que nem precisaram falar porque eles disseram que fariam acordos.
   Mas, isto não foi suficiente. Quem nos devia , foi conhecer nossa casa em Florianópolis, anos depois, e certamente encantou-se com a energia que havia nela e a localização privilegiada a 50 mts. da praia; conseguiram distorcer a verdade,com uma falsa alegação  de má fé (!!) que parece ter sido a única coisa a receber o olhar de quem nesta ocasião, pegou nosso processo em mãos com o poder de dar a última palavra.
    Após tudo isto, foi que finalmente entrei em depressão, minhas forças pareciam estar sendo sugadas pela terra e eu precisava do amor do filho, norinha e netinho que nos queriam junto deles. Foi quando viemos para o interior de São Paulo, provisoriamente, para tratamento de saúde e para dar e receber amor, ficando mais perto dos filhos. Nossa casa lá não poderia ser vendida, como precisamos para vivermos com dignidade e independência financeira, contudo, a mantemos lá como fonte de renda para nosso sustento, uma vez que a alugamos na temporada.E recebemos muito amor dos meninos( além do presente de convênios médicos).
    Foi neste tempo que estas pessoas mesquinhas e mentirosas aproveitaram para  "tirar vantagem", e pedir a penhora de nossa casa, para o pagamento da dívida que nunca tivemos,que é tudo o que temos após 40 anos de lutas e trabalho honesto, e tudo porque nem havíamos entendido que havia sido pedida a penhora! Não contestamos!! Não respondemos, a não ser, oferecendo terrenos em Paraty, que ela não aceitou. Tínhamos entendido que o juiz havia aceitado os terrenos!!
   Não, ele decidiu pela penhora e só soubemos disto na audiência (parece de conciliação) desta semana, em São Paulo! Foi um murro no estômago!
   Vocês não podem avaliar o que é ver uma pessoa ao seu lado numa audiência, querendo tomar o que foi seu lar e o que te garantiria dignidade e segurança na velhice, como se estivesse a falar de um pirulito, mas com olhos gananciosos e apoiando-se numa única mentira e...infelizmente, no julgamento da última instância(ocasião em que a justiça deveria estar realmente com a venda nos olhos!).
   Houve porém um milagre, que mesmo que tudo saia errado para nós, eu preciso contar aqui no meu blog, que é pra mim como um diário, onde escrevo sôbre o que me emociona! Eu tinha sido aconselhada a não abrir a boca, para não dizer besteiras e não complicar as coisas, pois sabemos que em presença da Lei, tudo que dissermos pode ser usado contra nós! quando não entendemos de leis e somos espontâneos!! Assim, eu me sentia como se houvesse ali uma rainha pronta a me cortar e fazer rolar minha cabeça! E que a juiza seria apenas sua executora. Contudo, a mulher que antes nos devia e me ameaçava agora, pediu a palavra e falou seus absurdos! A juiza disse que teria todo o tempo para nos ouvir! Ela certamente não queria cometer uma injustiça. Para mim, este foi o milagre! E agradeço a Deus, porque eu criei coragem e, desobedecendo ordens, pedi para ser ouvida também. Fiz o relato dos fatos. Não foi fácil falar, pois eu tremia muito diante da ameaça injusta e sem fundamento que é apenas causada pela poeira dos quase 15 anos desta espera e por nossa ingenuidade. Nos surpreendemos com a penhora. Meu filho e marido falaram também. E a mulher se traiu a si mesma, entrando em desesperada contradição por 3 vezes.

   Por meu marido querer cobrar uma dívida de 10 mil reais, estamos agora sendo ameaçados com uma cobrança de 270 mil!! Este é o risco que estou correndo por estes dias. A decisão vai ser tomada em menos de um mes. E tudo porque não ficamos com uma cópia de um pequenino documento que meu marido entregou ao advogado dela em confiança, porque não tínhamos advogado e meu marido é daqueles homens antigos que acreditam que negócios se fazem na palavra! Ele é um homem honesto.
    Eu tenho rezado e peço que meus amigos rezem uma só vez, comigo, para que Deus ilumine a mente desta juíza e dê sossego ao coração da mulher que quer fazer tanto mal com uma mentira e nem se apercebe disto!
Que ela encontre uma outra forma de "tirar vantagem".

   Texto Vera Alvarenga
  Foto: Catedral da Sé - Vera Alvarenga

terça-feira, 10 de agosto de 2010

MULHERES QUE NÃO SABEM COMO DIZER “NÃO” -


 Algumas mulheres tem dificuldade com esta palavra(confesso ser uma delas). Ela fica engasgada, às vezes na garganta, e não a podemos dizer, por medo, por falta de apoio de uma sociedade que se cala, ou simplesmente pela convicção de que temos a missão de sermos apaziguadoras, o que nos faz parecer permissivas demais.  Penso que, isto acontece principalmente àquelas, de minha geração, que não tiveram oportunidade de treinar ser auto-afirmativas! E como sê-lo? É preciso preparo, ter condições de apoio... não podemos simplesmente sair dizendo não, de repente, depois de tanto tempo convivermos com limites impostos por crenças e por um tempo em que fomos educadas, desde pequenas para sermos obedientes, cordatas, responsáveis pela manutenção da harmonia em nossos lares e no trabalho! Antes a mulher tinha que escolher entre o não e a família, e muitas vezes, entre esta palavra e seus significados, e o sonho de lutar por um amor maior que tudo! Sim, é verdade. Era nossa, a responsabilidade de entender que à mulher caberia o “colocar panos quentes” e o priorizar os valores espirituais, evitando provocar discussões simplesmente por questão de vaidade do ego, ou de mostrar que se tem razão. A mulher não precisava ter razão, mas tinha que ter força o bastante, para tudo o mais! À mulher não cabia a negativa. Foi nos ensinado, com exemplo e palavras que, quando um homem dizia “não”, era próprio dele, e, se tivéssemos certeza de que isto era impróprio, então teríamos que ir “com jeitinho”, e tentar com calma e carinho, fazê-lo refletir melhor sobre aquele assunto, para decidir se não valeria a pena se flexibilizar. Era nossa a tarefa de pensar, ponderar e da diplomacia.
   Estas três letrinhas podem parecer uma palavra dura demais, dependendo das circunstâncias, do modo como é dita e da sensibilidade de quem a usa ou ouve. Esta palavra nos ajuda tanto a nos proteger, mostrar nossos limites, esclarecer intenções, como a reconhecer o limite do outro,quando não o conhecemos ou mesmo, quando insistimos em avançar os sinais, que talvez já tivessem o mesmo significado, mas que não haviam ficado bem claros.
     Dependendo do histórico de vida e de seu modo de encarar frustrações, algumas mulheres tem dificuldade em aceitar, ouvir e receber este “não”, porque não sabem lidar com a frustração... Entretanto, não é sobre isto que quero comentar hoje, mas sobre a dificuldade que muitas mulheres, de minha geração encontram, para DIZER esta palavra tão difícil de ser dita, mas igualmente necessária. E isto ocorre, por vários fatores, mas principalmente por falta de exercício desta arte – a arte de dizer “não”, com firmeza e tranqüilidade! E, na minha opinião, isto está ligado a auto-estima e à auto-afirmação, que mulheres da geração atual, estão, finalmente, podendo aprender a exercitar.
     Evidentemente, este exercício significa que a mulher deve estar preparada, inclusive financeiramente, para arcar com os riscos e responsabilidades que isto implica. A maioria das mulheres de minha geração, não está! Mas estavamos preparadas para educar melhor nossos filhos,as filhas e netas, com pequenos exemplos dos primeiros sinais de uma maior consciência de nossos próprios limites e de que, não conseguiríamos ser para sempre violentadas, de diferentes maneiras, por uma sociedade que nos impedia a liberdade de aprender e usar esta palavra. A mulher precisa ser educada para se proteger, inclusive contra a violência da qual tanto se fala hoje e o uso da palavra, junto com a atitude de negar-se, é fundamental. Mesmo que a gente ainda queira manter a paz e a cordialidade, e bem por isto, aprender a dizer um “não” requer coragem, mas pode significar um largo passo em direção a uma sociedade mais consciente e humanitária. E, em conseqüência, mais feliz para todos.      
   Ouvi um relato de um policial, que muitos crimes e violência seriam evitados, se as mulheres ouvissem sua intuição e se sentissem seguras para dizer "não"! Outros abusos não físicos e prejuízo emocionais, frutos do uso que a sociedade faz da mulher e da família, também diminuiriam, pela educação da mulher a liberdade de decidir negar-se!
     Homens e pais conscientes disto, não os trogloditas do passado, certamente saberão apoiar e educar suas filhas e mulheres amadas, quando estas estiverem dando os primeiros passos para aprender o uso desta palavra, pois com isto, todos estaremos juntos aprendendo a construir um mundo mais justo e impedindo a violência e preconceito, em diferentes graus. 
texto : Vera Alvarenga
foto: pode ter direitos autorais - tirada de email recebido pela internet

Clic para compartilhar com...

Compartilhe, mas mantenha minha autoria, não modifique,não uso comercial

 
BlogBlogs.Com.Br
diHITT - Notícias