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sexta-feira, 13 de novembro de 2015

O desejo que vai na alma...

 O amor é feito criança
que tímida se esconde
mesmo querendo brincar.
Adolescente desajeitado, tal e qual,
troca os pés pelas mãos
ao lidar com algo delicado
e do seu jeito querer se afirmar.
O amor é assim,
sei que nasceu comigo,
mas por vezes se esconde de mim
O amor teme envelhecer
se não conseguir se conter.
Vem seu bôbo,
larga a fantasia de super homem
e a armadura de soldado,
sai deste porão antigo
- a sua infância já vai longe!
Coloque-a neste baú de lembranças
eu também já fui criança,
e feliz, mas solitária.
então, vem brincar comigo.
Já trabalhamos duro
proveitosas manhãs e longas tardes,
arando e semeando, cada um, a sua terra.
Vem, antes que a noite venha para nós
apenas como eterno descanso.
Despojados de tudo
que não é mais relevante,
sigamos! Vem viver a vida!
Olhar para frente, nova paisagem.
Vem brincar de amar.

foto/texto:vera alvarenga


quarta-feira, 23 de outubro de 2013

O nó da gravata e o lamento...

Não, não quero falar sobre como uma gravata bem escolhida pode contribuir para a elegância de um homem, mesmo porque, a elegância também está nos gestos
e num conjunto de coisas...
 Nem entrar em considerações de que ela seja considerada um símbolo fálico, ou dizer do prazer que um homem deve sentir ao poder relaxar e desapertar o nó da gravata para em seguida tirá-la...
   Por falar em "nó da gravata", é este exatamente o nome do livro de crônicas de Gióia Júnior que eu peguei emprestado outro dia. E, dele quero falar. Folheando-o resolvi começar a ler uma página que me chamou a atenção logo de cara, pelos inúmeros "ais" com os quais ele começava cada frase desta página. O título da crônica não podia ser outro : - lamento.
  E então ia o autor se lamentando, contudo devo dizer que o fazia com bom humor. E eu ia acompanhando-o em seus lamentos. Em alguns sorria, em outros como os que ele se lamentava por não estar no aparthotel Meliá à hora do café da manhã ou lembrava o azul do mar da Grécia, eu pensava...- pudera! até eu! e substituía alguns pelos meus momentos especiais. Não que eu costumasse me lamentar, mas até que neste tipo de nostalgia bem humorada eu podia embarcar...sorrindo.
  E ele falava da poesia de Neruda, dos canários perto de sua máquina de escrever, dos meninos de Viena cantando a Flauta Mágica de Mozart, e até de Paris. Ah! esta frase, quase a coloco aqui, porque confesso, o invejei quando ele fala de acordar numa cama macia em Paris, ao lado da pessoa amada sabendo que se teria ainda muito tempo para se "curtir", um dia, uma semana, um mes, uma vida! Ah!...ou seria melhor eu dizer também...- Ai !
   Eu seguia com ele, mas imaginava o que ele dizia sem na verdade conhecer de fato a experiência. Contudo no final, o último parágrafo quando ele começava assim: " Por que me machucais lembranças minhas?" Ai! E neste momento me vem uma das raras e fortes saudades que recentemente tenho...do que parecia tão perto e, como ele diz em parágrafo anterior -"distante agora, ausência sem remédio".  No último parágrafo ele de fato colocou aí exatamente o que já experimentei e já escrevi sobre, com alguma diferença pouca nas palavras. O sentido, porém, o sentido não apenas das palavras mas o que foi sentido por mim e por ele foi, acredito, algo muito semelhante! Semelhante demais! Sei o que é. Adorei a crônica! Sorri do bom humor dele, algo que tenho de aprender em relação a esta nostalgia.
   É neste ponto, na alegria, na dor ou em especiais sentimentos que nós, seres humanos, apesar de muito diferentes e de termos cada um uma única digital, um único conjunto de experiências, é aí nestes sentimentos que, apesar de tudo e de toda a diferença, quase nos igualamos... agora, como cada um de nós reage, bem, isto vai depender das nossas digitais...

Foto retirada do Google imagens
Texto: Vera Alvarenga
Inspirado na crônica " Lamento" do livro " O nó da gravata" de Gióia Junior

..."Por que me machucais lembranças minhas? E no entanto eu não saberia viver e nem a vida teria motivação um minuto sequer, sem a vossa presença." !!!!!!
 

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Sobre a morte...

 Quantas lágrimas a gente já chorou diante dela?
 Quantas vezes nosso orgulho se desfez diante dela?
   Ela vem por vezes tão inesperadamente, que a gente nunca sabe o que esperar dela. Algumas vezes é tão estúpida, injusta, outras vem de manso e a gente está tão triste de ver aquele que ama sofrendo que chega a bendizê-la. Sei que ela é necessária, de algum modo para renovação de tudo que há neste mundo. Mas de qualquer modo, é inexplicável sempre para mim. E ela sempre vem, infalível, eficiente, inadiável, cumpre seu papel e se vai, sem direito a apelação, sem emoção, sem nenhum sentido para quem fica. Daquela fonte, não podemos mais beber,daquilo que morre não poderemos mais nutrir a vida que há em nós.
   Quem fica é que cai de joelhos, chora rios, ou esconde tempestades no peito. Quem fica é que sente toda a incoerência de estarmos aqui, ao mesmo tempo que percebe como é necessário refletir no modo em que vive a vida, enquanto aqui estiver. Porque quando ela vier, tudo que conhecemos se acabará e não sabemos, de fato o que virá.
   Sim, eu sei, alguns sabem, ou assim acreditam. Que sorte a deles! Eu ainda não sei, procuro crer, há momentos em que realmente creio e outros em que sinto que é melhor nem pensar a respeito porque não posso aceitá-la, a não ser através de minha fé ou crença, que construa para mim, o que me salvará do medo que tenho dela. Porque ela é implacável e soberana, e tão superior a tantas outras verdades relativas, que iguala a todos nós, de todas as raças, de todas as crenças, de todos os amores. Ela vem e acaba com qualquer dúvida, e mostra que enquanto existirmos, ela existirá, e tá acabado!
Por isto, prefiro nem pensar nela e tenho de desprezá-la. Não me entenda mal, por favor, senhora, reconheço sua soberania sobre tudo e todos que conheço, sobre o reino fincado neste solo de tantas mães gentis, e até por isto, e por reconhecer-me impotente, deve desviar meu olhar de si e seguir em frente com sua opositora, feliz da vida enquanto posso sorrir e esquecer-me de sua existência. Perdoe-me por isto, mas é o que posso fazer... levar comigo em meu pensamento, nas boas lembranças, todos os que a senhora levou para não sei onde. É o que posso fazer, o carinho que lhes posso dar. E minha fé em que um dia vou reencontrá-los de alguma forma, sei lá como e isto nem importa, é o que me consola. E lembrar que temos tido pequenas evidências de que, o que vai consigo não é tudo o que temos, e mesmo o que levará um dia de mim não será tudo o que sou, me traz certa tranquilidade ao coração. Só assim, apesar da dor que fica quando perdemos alguém, só assim podemos imaginar que um dia, humildemente estaremos de alguma forma pisando em sua cabeça com algo que será eterno, mas reconheceremos então, que a senhora fazia parte apenas complementar no mundo de opostos, do que a gente chamava de vida! Quem sabe a Vida tenha sido mais esperta e numa tática do preservar o sempre existir, tenha se dividido em duas e, apenas uma de suas partes veio se colocar neste mundo de dualidades de igual força. Assim é que vida e seu oposto seriam apenas uma ilusão, apenas reflexo de uma vida perene. Como seria isto? Evidentemente não espera que eu lhe responda,não é senhora? Afinal, esta é a parte de mim que também não compreendo, mas que, ao contrário de si, ela não se dá a conhecer e ninguém que eu saiba conhece seus segredos. Por isto, não há o que possa destruí-la, perca as esperanças!

   Que os que perderam seus queridos possam ter alguma tranquilidade no coração e jamais desistir de viver a vida de modo a transformá-la numa benção, enquanto for possível beber desta fonte.
Texto e fotos: Vera Alvarenga   

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