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terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Ainda tenho tempo...

 
 Não adianta a gente querer explicar porque se apaixonou...nem porque ainda ama apesar de tudo, ou mesmo porque de vez em quando desejaria não amar só pra não sofrer decepções.
 O amor é um desejo antigo, superior até mesmo àquela atração que a gente sente de início e nos arrebata. Amar é uma atitude que demonstra aquilo que temos como semente em nós e está ali para florescer, apesar das frustrações, ou do tempo, ou mesmo da ausência.
 Se Deus é amor, e está em nós, o desejo de sentir amor é como o de reencontrar com Ele, de alguma forma. É como se tivéssemos nostalgia de um sentimento tão puro e bom que um dia conhecemos e nos preenche.
  Hoje acordei pensando ... Deus quer que o amemos acima de todas as coisas, mas talvez não acima das pessoas pois que é através delas também que podemos amar a Deus, e conhecer um pouco do seu amor. Se desenvolvermos nossa capacidade de amar então, estaremos nos aproximando dele.
  Mas também penso que sorte temos por estarmos aqui a pensar sobre estas coisas... e me lembro das paisagens destruídas pelas guerras de todos os tipos, pelas vidas ceifadas por falta de amor, pelas pessoas que vivem numa realidade tão difícil na qual não escolheram viver, pelos que viram seus filhos morrerem como plantas cortadas antes de dar frutos... As guerras não afetam diretamente a minha pequena vidinha individual, embora me tragam um desconforto na alma, mas a falta de amor, seja como for, afeta a todos nós.
- Ah meu Deus! que estejas aí com seus braços de amor para todos nós, quer tenhamos a oportunidade de amar quer não, porque, na verdade, todos ansiamos por um Amor maior. Que venha então de ti ! Que seu amor seja mais belo que tudo o que podemos nomear como beleza no mundo que conhecemos. Que seja mais confortável do que o paraíso para receber aqueles que amamos... do contrário, a quem os entregaríamos, e para onde iríamos nós no fim do caminho?
 Mas ainda não é o fim do "meu" caminho... e ainda tenho tempo para amar sua criação...

Fotos e texto:Vera Alvarenga 

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

O pêndulo...

   Uma vez ele lhe perguntou:
- Você existe?
- Claro que sim, respondeu.
E sabia que existia! porque naquele instante começava a pesar-lhe sua existência. Ela, que sempre tivera asas, vergava agora, diante dele e pesava-lhe  sua simplicidade e mais algumas características que a faziam sentir-se mais concreta e deslocada do que nunca.
   Engraçado como quando a gente se sente parte atuante na construção de um sonho, ou quando a gente ama e se sente amado sem que para isto precise renunciar a alegria que pode acompanhar tal experiência, tudo parece encaixar-se, tudo se torna mais leve, inclusive nós. E o contrário, é consequência de vivermos o momento em que descobrimos que estamos vivendo no mundo de dualidades e opostos. E nele, experimentamos os dois lados da moeda, embora alguns tenham a sorte de descobrir um terceiro. Porque o amor pode ser leve, ou pesado, conforme o modo como se ama ou que se é amado. Por vezes é uma escolha.
   Para ela, era impossível duvidar de sua própria existência, porque debatia-se e por isto, sentia cada limite do seu ser. Isto a tornava bastante concreta.
   Uma outra vez, ele lhe disse:
- Com toda certeza posso afirmar-lhe que você é insubstituível para mim.
  Aquelas palavras eram dirigidas a ela e assim, teve certeza de que poderia libertar seu coração. E logo, era ele que se tornava insubstituível para ela. E quando ele lhe falou que, algumas vezes, a sentia junto a si porque ela parecia adivinhar o que acontecia, sorriu. Porque ela o trazia sempre junto a si, em seu coração, e conversava com ele, e todos os dias dizia-lhe bom dia e boa noite.
   Quando já nada mais esperava, ele era como uma doce promessa, que naturalmente se realizaria em breve, algo que seria como colher o fruto que já está maduro - o melhor sabor, o melhor cheiro - a promessa da leveza de poder ser. Então, ela passou a viver entre o sonho e a realidade, entre a esperança e a desistência, alternando sentimentos de impotência e poder, limite e liberdade - o desejo da liberdade de caminhar livremente, não por estar só, ao contrário disto, por sentir-se plenamente reconhecida e capaz de ser. O sonho parecia mais real do que tudo o mais, porque refletia o que estava nela.
 Chegou o dia em que ela viu que nossa vida pendura-se, por vezes, no pêndulo do relógio do Tempo. E o tempo não parou para ela descer, nem recomeçou. No pêndulo, ora estamos de um lado, ora em seu oposto.
  Agora, era ela que perguntava novamente:
- E você, ainda existe?
Mas não ouvia mais nenhuma resposta.
  E, com as pernas penduradas no ar, sentada no grande pêndulo do relógio da vida, observava. Talvez nunca mais descesse de lá e se adaptasse por fim, ao balanço ritmado. Sentiu a brisa no rosto. Seria o vento que leva tudo? Mesmo que antes ela não acreditasse nisto, reconhecia agora, que era possível que ele tudo levasse. Ainda assim, ela procurava o equilíbrio, mesmo sabendo que o pêndulo jamais pararia enquanto ela vivesse... a cada dia ela o cumprimentaria pela manhã e se despediria, com um beijo, à noite...
Foto e texto: Vera Alvarenga
  

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

O tempo traz, o tempo leva tudo!

   Era uma vez uma senhora quase bem velha, que já fora uma mulher e também uma jovem e antes disto, uma dócil menina. Menina já não era há muito tempo, mas desta ainda trazia em si o olhar curioso, a esperança de que as portas do mundo lhe fossem abertas um dia, e ela pudesse, sem medo, habitar nele. Da jovem, tinha certeza, vinha o inconformismo diante dos que, em grupo e por serem iguais, julgavam tudo o que não estava estabelecido e todo aquele que não caminhasse com igual passo carregando consigo iguais medidas para medir o mundo, como algo ou alguém que devesse ser rejeitado ou desconsiderado. Desde bem cedo aprenderam, a menina e a jovem, que era perigoso perguntar ou ousar ser diferente. Caminhavam, no entanto, sem atropelos a jovem e a menina, com a convicção dos que aceitam prontamente o que estivesse estabelecido, desde que se lhes fossem dados argumentos convincentes. Mas ambas guardavam sua docilidade e com olhos de esperança e deslumbramento olhavam o mundo ingenuamente. E se tornaram mulher.
   Sua docilidade transformou-se em mansidão, e submetia-se ao seu próprio desejo de agradar a quem amasse, mas jamais deixou de ser apaixonada e de viver por convicção - convicção de que haveria um significado maior para tanta coisa sem sentido. E a mulher apesar de mansa, e meiga ou suave, e acima de tudo crédula, persistente em seu desejo de crer que o mundo podia ser uma extensão de seu quintal, também podia ser forte, e corajosa e resistente. A mulher tinha fé e cada vez mais tornou-se decidida a ser leal à sua própria crença de que os significados estavam lá, mesmo que não pudessem ser a ela claramente revelados.
   Ela resistia como guardiã, aos reveses do tempo. Um dia, veio um vento forte e mais insistente que seus próprios argumentos, e finalmente quebrou as janelas, arrancou as cortinas e abriu as portas de sua casa. Parecia-lhe que nenhum canto mais podia ficar na penumbra. O vento era constante e a luz que entrava era dura, quase cegando-lhe a visão, a poeira voltava a sujar os cantos que, por sua também persistente mansidão ela ainda arrumava caprichosamente e com gosto. Sua casa ainda era o seu lugar de aconchego e ela nunca desistia de conservá-la de modo a afastar os bichos ou sujeira que vinham pelos portões abertos do mundo. E foram assim envelhecendo, numa missão que ela pensava fosse de maior amor, embora já não cantassem mais de alegre inocência, aquelas que em si ainda eram a jovem e a menina de outrora. Ela tornou-se tristonha e cansada, sem ânimo para seus antigos ou novos projetos. Nos espelhos de sua casa, já não se reconhecia. O cansaço que tomou conta de si e não era físico, embora depois sim, deixou-a confusa. Todas elas, a menina, a jovem, a mulher e a que envelhecia estavam exaustas, exauridas de sua antiga força que antes as sustentavam a todas, numa estrutura coesa e íntegra. Ela já não era mais um todo. Estava aos pedaços. Talvez porque sua capacidade de amar tivesse sido comprovada, mas o argumento, o significado que antes a mantinham em pé, tivessem se diluído. E ela se diluía com eles. Confusa. Não havia explicação racional para o que ocorria.
  Mais uma vez o tempo trouxe o vento. E este veio do norte e, como brisa lhe refrescou a pele. Desta vez, lhe trazia o cheiro da grama e de pétalas de flores junto com as últimas folhas do outono e do inverno que findavam. A luz do sol era dourada e agradável. Tudo parecia renascer em sua alma e no seu quintal. E ela ouvia o canto de pássaros.
  A velha lembrou-se que um amigo, certa vez, dissera que o tempo leva tudo. Inconformada e sabendo que haviam coisas, como o amor que aconchegara no peito por quase toda uma vida e à toda prova, que o vento não levava, não quis aceitar.... Tal argumento era para os que não tinham, talvez, a sua persistência e a sua fé. Foi o que ela pensou naquele momento em que, ao mesmo tempo que tinha total conhecimento do amor maduro comprovado e já indelevelmente marcado em seu coração, tinha também e ao mesmo tempo o desejo de realização de si mesma e de um sonho que agora, era o seu. E esta realização,desta vez, não viria principalmente através do amor que era capaz de dentro de si mesma para um outro e para sustentá-la, mas viria também, como um presente e surpresa já não esperada, de fora, de um outro para si. Era como se a Primavera que se atrasara, tivesse chegado enfim, com aquele vento brando à sua janela. A Primavera estendia-lhe os braços ofertando-lhe o mais belo ramalhete de coloridas e perfumadas flores. Devia ser um milagre! E seriam bem vindos, este e a Primavera, mesmo fora do tempo.
   Ah, o tempo! Mas o tempo leva tudo! E a senhora, a desta história, enfim envelheceu levando consigo o amor dentro do peito, aquele que foi o argumento que a sustentou por tanto tempo e, ao lado deste, agora, o sonho, aquele que tinha parecido trazer em si finalmente, toda a possibilidade, todo o significado....
 foto e texto: Vera Alvarenga
          

sábado, 2 de julho de 2011

Uma ponte para nós...

 Caminhamos nas margens
      de um mesmo rio.
 Em lados opostos estamos.
Quando de longe nos olhamos
      não nos sentimos sós.  
   Nos trechos do caminho
   onde a distância é menor,
 semelhanças nos aproximam,
quase por magia nos tocamos.
Haverá em algum tempo e lugar
      uma ponte para nós?

Poema:: Vera Alvarenga
Foto: Ponte de Sant´Angelo in Roma -
retirada do site planetware.com

segunda-feira, 7 de março de 2011

O tempo, a mulher e o vento...

O tempo, a mulher e o vento...
Olhava através da janela. As árvores, balançando loucamente seus galhos e folhas ao lado da casa, mostravam que a ventania  que estava prevista havia chegado. Ela já aprendera a notar seus sinais e tinha de se proteger, mas não o fez. Deixou vir...
Chegou, contudo, antes da hora! Olhou para dentro de si, a areia, as marcas. Alguém já dissera que o vento leva tudo, apaga as marcas, destrói castelos. Não faz mal! pensou. Não eram os castelos de areia que ela queria preservar, eram as marcas. Queria escrever uma história com elas, sob a areia, na terra sólida, na pedra.  Algumas marcas tinham sido feitas recentemente, palavras escritas "a dedo", escolhidas entre os sentimentos que vem para ficar.
Olhou novamente para fora. O tempo havia trazido o vento, que sacudiu tudo. Só folhas novas e vigorosas permaneciam no lugar. Em seu coração agora, o vento se acalmava. Depois que varreu a areia, deixou tudo igual - um deserto feito de pequeninas ondas brancas, sem nenhuma forma a se destacar, sem outra cor, só o puro branco e o azul do céu.
Queria sair ao vento e gritar:
- Então, era isto que queria? Depois de levantar poeira, misturar tudo, sacudir minha vida, era esta calmaria sem gosto, sem cheiro, perfeitamente asséptica que me enviaria nas mãos do tempo? Era isto que seu mensageiro tinha guardado pra mim? Foi você que o enviou, não foi? Venha você mesmo me dizer! Não vê que não posso ser como a terra infértil do deserto e fazer de conta que não fui fertilizada? Simplesmente não posso ser assim! Olhe pra mim! Sou toda carne e osso, pele permeável, contaminável, sinto o que me toca, sou real, dou frutos, me quebro, envergo, quase morro; o que apodrece em mim, descarto, cultivo o que traz sinal da vida... minhas marcas eu reconheço!
- Me responde, fala comigo! Não passe como se fosse apenas a brisa indiferente, depois de feito o estrago. Não foi o vento que o tempo trouxe, mas teu silêncio que doeu em mim. Fala comigo. Eu, ainda não estou morta!
Voltou seu olhar outra vez, para dentro de si. Nada podia fazer. Antes de abrir seus olhos porém, desejou ardentemente que ali pudesse ver o que, em seu coração, acreditava - o vento podia vir, misturar tudo, varrer lembranças, mas jamais apagaria algumas marcas e algumas raízes permaneceriam, da vida que recomeçaria dali, com a história que ainda seria escrita.
 E ela apenas podia desejar que não precisasse escrevê-la sozinha.

Texto : Vera Alvarenga
Foto: retirada do Google imagens  
   

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

" A arte é luz que resgata..."

Hoje,relembrando descobri,
que das vezes que senti medo
e achei que quase me perdi,
em todas eu reagia,
me debatia,reclamava,
me conhecia, me reencontrava,
e estancava naquele degrau,
apoiada por minha teimosia
providencial.
E ali ficava, criando algo belo
e esperava...
até a tempestade passar.
Foi a arte que me resgatou
quando eu não podia te amar!
Foi o trabalho honrado,
foi o sorriso tantas vezes dado
junto com os meus meninos!
Foi o modo de não prostituir
minhas crenças, de não me sabotar!
                                                            
Então, até quando me senti                    
vazia e sem sentido,
não foi porque tivesse me perdido!
Pois ainda me vejo aqui,
e em mim, em tudo me reconheço.
Ah, mas você me roubou algum tempo
que me pertencia,
e muitas vezes calou a alegria e o canto,
no instante que já quase brotavam,em mim.
Mas, o dom de poder criar,
era a luz que me resgatava,
me elevava a outro patamar,
só hoje compreendo.
Eu ainda estava ali,
só não sabia!
O que me apavorava era
a ausência de luz do amor
que naquele momento,não podia sentir
por quem não olhava pra mim.
Mesmo assim, eu ainda era eu.
Começo a perceber que não me perdi...
O tempo? inexoravelmente passou,
e foi o teu rosto, que em algum canto
do meu coração se perdeu....

Fotos e Poesia : Vera Alvarenga

sábado, 20 de novembro de 2010

"Quanto tempo ainda tenho?..."

Quanto tempo ainda tenho
pra brincar?
e pra te ver franzir o cenho
quando trago do que sou e tenho,
os gestos que te fariam sorrir,
se tua face não trancasse
o sorriso que queria vir?
  Quantos dias eu podia
ainda tentar?
sem que o tempo me envelhecesse
sem que eu mesma me perdesse
no inglório afã de te resgatar
se na redoma te isolavas de novo
e a cada vez, após me amar?


Quanto tempo ainda tenho
de esperar ?
Pergunta a mulher, que sonha em mim,
cumprir seu destino, feliz enfim
de entregar-se a sorrir e amar,
por ser amada, não só na palavra
mas nos gestos e no olhar!
     Quanto tempo será... que ainda tenho?....
      para o que não depende de mim... pra viver a vida que não se vive só.
    
Foto e Poesia: Vera Alvarenga

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

"Cadê você, mulher perfeita?"

- Dou um doce se me disser no que estava pensando!
- Ah, você está aí?
- Não disfarce! me diga o que lembrava do passado que a fazia sorrir deste modo tão delicado?
- Não era no passado que eu estava...só estava imaginando coisas...ia ser tão bom, se acontecesse o que de repente me vem a mente,de vez em quando.
- mmm..... você parecia leve e feliz como uma pluma a deixar-se levar pela brisa. Por que esta cara agora?
- É porque você me fez voltar e, isto me traz saudades.
- Ah, agora está a lembrar de algo que viveu no passado! eu sabia que ele viria, mais cedo ou mais tarde, roubar-lhe o tempo, momentos preciosos que a gente só pode viver se entender que a vida só se faz aqui, no a..go..ra, no presente, mulher! Olhe para seu rosto, no reflexo do vidro do carro. Tá vendo? Olha bem. Esta é você. Aliás, sou sua fã, você é legal. Aceite o presente e viva nele. Não importa que sua pele esteja um pouco menos jovem, seca como esta folha...é o que você é, é sua vida, é você!
- Pare com isto,senhora maravilha! Você é chata! Sei o que sou e como estou. E, se quer saber, não estava a lembrar nada do passado, não senhora!
- Como não? Saudades a gente só tem de algo ou alguém com quem viveu momentos no passado!
- Vou lhe explicar...só desta vez. Sempre vivi, digamos, uma convicção - só podia viver daquela maneira, sentindo as coisas daquele modo. Contudo, o amor, a vida, nem sempre são como a gente pensa que deveriam ser. Não era tão real então, certo?
- Ah, sempre lhe digo isto! Realizar é bem diferente do que apenas sonhar!
- Sei disso, realizar, claro que seria melhor...nossa, como seria! Viver isto seria, seria... como somar as experiências todas, só para levar em conta as prioridades, entende? Seria como descobrir um segredo que todos querem, bem, não importa agora. Ilusão por ilusão, prefiro a que me faz sorrir, embora logo depois me traga esta saudade, que me deixa triste por uns minutos. Mas aí você sempre vem, e eu caio na real! Tá satisfeita agora?
- Estou sim. Seja ponderada. A gente só é feliz quando a alma está no presente, junto com o que se tem.
- Pois vou lhe dizer, não estava vivendo no passado, recordando o que não posso mais reviver! ...estava vivendo um sonho...que é real a cada vez que, por um segundo, me vejo nele...com ele, e então é tempo presente, e me deixa feliz, e o relógio para, não temos corpo, nem peso, a brisa sopra, nos sentimos leves e a magia se faz, como se o destino estivesse em nossas mãos, em meu coração, e minha alma se ilumina. Não posso evitar. Não preciso esquecer ou perdoar o passado, enquanto eu não precisar apagar o sonho presente.
- Você é tola! não tem juízo! Esqueceu tudo o que já estudou? Só se vive o presente, o que se tem na realidade...
- Você está surda? O que eu tenho, no presente, na realidade é unicamente este sonho! Não vê? Enquanto eu tiver forças para sonhá-lo, mesmo sem poder tocá-lo...é o meu sonho! Quando eu deixo que este sonho me toque , eu vivo, respiro em meu corpo, e ele reflete o que de melhor sempre houve em  mim. Sacou? E aí?....cadê você mulher perfeita!?...o que tem pra me dizer ainda?

Texto e foto: Vera Alvarenga

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