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segunda-feira, 10 de agosto de 2015

O verde muda rápido de tom...ou de cor...

 
O verde muda muito rápido de cor... Ante ontem, quando vim ao terraço olhei para cima. Entre onde eu estava e o céu, havia apenas o prédio mais na lateral e centenas de brotos, pequeninos botões verde claro, na árvore em frente. Ontem saí e nem cheguei ao terraço. Agora no final da tarde sentei aqui e, ao olhar para a árvore...
- Onde estão os botões eu não sei. Sumiram. O verde claro dos botões, claríssimo como costuma ser o verde da esperança, foi substituído por muitas folhas pequeninas de tom mais escuro. Entre eu e parte do céu agora, há uma renda esverdeada que, inclusive, me impede de ver as janelas de quatro andares do prédio do qual falei. Não é pouco! A mudança se deu,mas eu esperava por isto. São fases e nós, eu e a árvore, vamos nos relacionando assim, num estreito e significativo convívio. E não estou reclamando, porque bem gosto de me sentir como num ninho em meio às árvores. E ela sabe que tem todo meu amor e admiração, esteja nua, apenas com botões, coberta de folhas ou florida. Só constatei que as coisas vivas modificam nossa visão do mundo e até do céu, num tempo em que pertence a elas, e não a nossa vontade ou acomodamento. Isto me fez lembrar de outra coisa.
   Ainda ontem, quando eu via em meu blog uma luzinha verde acesa lá, numa determinada cidade, invariavelmente ficava feliz. Ela pertencia a alguém e tinha significado. Era uma felicidade pequenina, mas do tipo daquela que alegra a gente e vem lá de dentro, do coração, como se a gente estivesse mais perto do céu. E eu me acostumei com ela e ela me fortalecia. O tempo passou. Já não vejo mais aquela luzinha verde claro brilhando, e quando a vejo já não posso me alegrar porque não sei mais a quem pertence, há algum tempo que ela se desvinculou da presença à qual pertencia todo o significado. Na natureza, as estações tem suas características e sei o que posso esperar da árvore que me serve de ninho aqui, frente ao meu terraço, porque eu a conheço um pouco. Temos uma convivência franca e amiga já de mais de três anos!
   Seres humanos não se deixam conhecer assim. Não são nada previsíveis. Sua "natureza" nos confunde.
   Acabo de me lembrar que, uma luz verde hoje talvez só me traga a certeza de que é hora de atravessar a rua correndo porque logo ela estará vermelha e me sinalizando que, se eu não estiver à salvo, um carro mais aflito pode me passar por cima!  
foto e texto:vera alvarenga

domingo, 19 de julho de 2015

Onde você está?

As vezes a vida me coloca assim, frente a propostas ou idéias que me parecem querer tirar de mim, a tranquilidade do coração e a maravilhosa sensação de liberdade.
Eu sei que o Amor liberta! nos deixa ser o que acreditamos que podemos ser de melhor! O Amor constrói para os dois que se amam e respeitam, uma base sólida onde podem ancorar-se nos momentos difíceis.
Se eu o amo, quero o melhor para você e se você me ama...então estamos "feitos"!
... e quando estou então, frente a estes momentos em que me sinto assim pressionada...
...ah! a vida é assim...tem momentos complicados... então eu me pergunto:
- Onde está VOCÊ? Onde está VOCÊ,  Amor  maior, amor com quem sonhei?
E sinto saudades do sonho, do desejo, da fé em que tudo se pode realizar! Porque em presença do Amor, tudo o que não é amor mas apenas imitação ou arremedo, nos parece grosseiro.

Então eu olho através da janela, vejo as árvores e me perco no infinito do verde das folhas, e meu olhar perdido está, porque não te encontra.
- ONDE ESTÁ VOCÊ? Em quem você está? Como conhecê-Lo, se não através do outro nos braços de quem gostaria de estar?
- Quando poderei estar em sua presença e ser o melhor de mim? E deitar em teu ombro e me sentir em paz? Quando poderemos olhar para o mesmo infinito, e sentir que a tranquilidade do mundo nos pertence? Quando eu poderei me sentir livre por ser amada por Você?




música : por Jota Quest
texto: vera alvarenga

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

O pêndulo...

   Uma vez ele lhe perguntou:
- Você existe?
- Claro que sim, respondeu.
E sabia que existia! porque naquele instante começava a pesar-lhe sua existência. Ela, que sempre tivera asas, vergava agora, diante dele e pesava-lhe  sua simplicidade e mais algumas características que a faziam sentir-se mais concreta e deslocada do que nunca.
   Engraçado como quando a gente se sente parte atuante na construção de um sonho, ou quando a gente ama e se sente amado sem que para isto precise renunciar a alegria que pode acompanhar tal experiência, tudo parece encaixar-se, tudo se torna mais leve, inclusive nós. E o contrário, é consequência de vivermos o momento em que descobrimos que estamos vivendo no mundo de dualidades e opostos. E nele, experimentamos os dois lados da moeda, embora alguns tenham a sorte de descobrir um terceiro. Porque o amor pode ser leve, ou pesado, conforme o modo como se ama ou que se é amado. Por vezes é uma escolha.
   Para ela, era impossível duvidar de sua própria existência, porque debatia-se e por isto, sentia cada limite do seu ser. Isto a tornava bastante concreta.
   Uma outra vez, ele lhe disse:
- Com toda certeza posso afirmar-lhe que você é insubstituível para mim.
  Aquelas palavras eram dirigidas a ela e assim, teve certeza de que poderia libertar seu coração. E logo, era ele que se tornava insubstituível para ela. E quando ele lhe falou que, algumas vezes, a sentia junto a si porque ela parecia adivinhar o que acontecia, sorriu. Porque ela o trazia sempre junto a si, em seu coração, e conversava com ele, e todos os dias dizia-lhe bom dia e boa noite.
   Quando já nada mais esperava, ele era como uma doce promessa, que naturalmente se realizaria em breve, algo que seria como colher o fruto que já está maduro - o melhor sabor, o melhor cheiro - a promessa da leveza de poder ser. Então, ela passou a viver entre o sonho e a realidade, entre a esperança e a desistência, alternando sentimentos de impotência e poder, limite e liberdade - o desejo da liberdade de caminhar livremente, não por estar só, ao contrário disto, por sentir-se plenamente reconhecida e capaz de ser. O sonho parecia mais real do que tudo o mais, porque refletia o que estava nela.
 Chegou o dia em que ela viu que nossa vida pendura-se, por vezes, no pêndulo do relógio do Tempo. E o tempo não parou para ela descer, nem recomeçou. No pêndulo, ora estamos de um lado, ora em seu oposto.
  Agora, era ela que perguntava novamente:
- E você, ainda existe?
Mas não ouvia mais nenhuma resposta.
  E, com as pernas penduradas no ar, sentada no grande pêndulo do relógio da vida, observava. Talvez nunca mais descesse de lá e se adaptasse por fim, ao balanço ritmado. Sentiu a brisa no rosto. Seria o vento que leva tudo? Mesmo que antes ela não acreditasse nisto, reconhecia agora, que era possível que ele tudo levasse. Ainda assim, ela procurava o equilíbrio, mesmo sabendo que o pêndulo jamais pararia enquanto ela vivesse... a cada dia ela o cumprimentaria pela manhã e se despediria, com um beijo, à noite...
Foto e texto: Vera Alvarenga
  

domingo, 18 de março de 2012

Um dia, talvez...

 É faca de dois gumes o que vejo
de ti, em tuas reticentes palavras.
Quando responderias, aos clamores
e convites, e significarias mais do que
este teu tom de evasivas promessas?
Quando deixarias de nos impedir e
não precisaríamos mais recuar?
O que se sabe que não deve vir a ser,
não seria melhor, de vez, deixar ficar?
Talvez. E eu, quando cansarei de repetir
tua frase, que introjetei no pensamento?
A mesma que me nega, agora, o que
não me negaria ele, talvez, um dia...
E se eu jamais novamente permitir
que esta infame dance em meus lábios,
ou se acomode nos meus pensamentos?
Mas, se assim for, onde ancoraremos
o nosso barco durante as tormentas,
ou no tempo do sono e torpor que
nos rouba, dos dias, bons momentos?
Onde nos alcançarias, doce esperança?
Descansar, onde, nossa humanidade?
Desta arma que é branca e mortal,
é urgente que eu encontre o cerne,
ponto exato, fiel da balança, afinal
única forma para transformá-la
em medida para meu alimento.
Está bem, eu a deixo lá, por enquanto,
quieta no seu canto, e ironicamente,
de ti me servirei, algum dia, talvez,
como âncora para não me perder,
apenas para não me matar de fome,
para jamais deixar esquecer da lua,
que reflete nua, no mar dentro de mim.
Tudo bem, então, fiquemos assim!


Foto retirada do Google imagens
Poema: Vera Alvarenga



sábado, 27 de novembro de 2010

" É meu tempo de poesias..."

É meu tempo de poesias...
Não porque me envaideça
de saber em rimas o que dizer
ou por chamar a mim, poetisa!
É só porque eu vivo dias,
em que, se não escrevo,
sinto que me falta o ar!
Preciso a compreensão das palavras,
da luz, antes que anoiteça,
da esperança que não agoniza
enquanto a verdade transpirar.
   As palavras não me aquecem
   como um abraço o faria,
   as rimas não dão a sentença
   que só a justa Justiça daria,
   mas aliviam meu peito e a alma,
   e traduzem os sentimentos
   que brotam do meu coração;
   ajudam a assimilar  desafios
   que me sacodem em momentos,
   quando me assombra a indignação
   do que não consigo compreender.

Foto e Texto: Vera Alvarenga

sexta-feira, 25 de junho de 2010

- " Estou aprendendo a gostar e respeitar você..."

- Vera, você tem um minuto?
- Olá amiga.Estou trabalhando,mas podemos falar um pouco.
- Acho que tô apaixonada.
- Ah, que maravilha de notícia!então você tá feliz!
- Hoje não. Tô com saudades. Não falei com ele.
- Por que?
- É horrível estar apaixonada outra vez.
- Eu não acho...
- ..quando só você está, é.
- Xiiii...o que aconteceu? Ele sabe?
- Ele disse, outro dia, que não sabia.
- Bom, mas agora,sabe,não é? E então? Espere um momento..meu celular...preciso atender..
...................................................................
- O que você tava "falando"?
-  Que eu não queria que isto acontecesse, mas, aconteceu. E nem quero que ele faça nada. Só gostaria que não deixasse de fazer...
- O que ? Não entendi.
- Depois que falo com ele, meu dia fica mais alegre, parece que tudo fica mais fácil. Eu, às vezes, me pego sorrindo sòzinha. Coisa pra lá de boba. Ele é especial para mim. É como aquilo tudo que vocês escrevem nos blogs...não só ele, mas, o que sinto...
- Ué! E não é bom ficar assim mais alegre? Será que, para ele você é especial?
- Ele está sempre comigo, me manda uma flor,quase todos os dias ,ultimamente.
- Nossa, que lindo! Não é o que você queria? Mas,qual é o problema,então? Viva o momento!
- É fácil falar! É que...sabe tudo o que você escreveu sôbre ter auto-estima...ir só até o meio do caminho? ele me elogiou, me disse que eu sou especial porque dou carinho e não cobro...
- Xiii..... e daí?
- Acho que não sei receber elogio..não estou acostumada.. Fiquei sem graça, hoje não sou uma mulher tão desprendida assim, acho que estou mesmo uma mulher sem esperança..não gosto quando digam que não cobro nada, como se esperar retribuição fosse errado. Só que, somos só amigos, e tá bom assim.
- Olha só, isto é problema de auto-estima baixa. Gozado isto, né? Alto, auto, baixa...
- Não tô entendendo!
- Desculpa,amiga.Tava aqui só divagando...
- Falei umas coisas, até para elogiá-lo também,sabe, mas não sei se ele entendeu.Falei que até na amizade, a gente só pode ir até o meio do caminho!Lembrei do que você escreveu naquele lindo post! Exatamente porque ele está vindo sempre até o meio do caminho. Você pode achar pouco, mas isto me faz feliz!
- Preciso tomar mais cuidado com o que escrevo! Você só pode falar do que VOCÊ  acredita.
- Eu acredito! Sei que é isto mesmo. Não é só você que é uma mulher madura, né? Mas tenho que tomar cuidado com o que falo.
- Você é jovem,mas te conheço há algum tempo e você toma cuidado com o que fala! Bom, e daí? Tô ficando agoniada!
- Eu também, porque ele,às vezes some. E, é aí que me dá esta saudade toda. Sinto falta do sorriso dele, da flor. Não tô cobrando, mas sinto falta. É horrivel estar carente assim !
- A gente fica tanto tempo sem receber carinho,daquele espontâneo, que quando recebe, fica assim. Dá até raiva desta fragilidade toda. Olha, querida, eu vou te dizer uma coisa.. será que não era mesmo melhor você ver se esta sua amizade vale a pena?
- Nem diga isto! Já não te falei que ele é como você diz, lá no seu blog... o raio de sol da minha manhã? Eu fico mais feliz, fico mais resistente, eu não preciso mesmo muito mais do que isto, sabe? Pode me chamar de tola, de ingênua, sou uma "bundona" mesmo! Não sei se você pode me entender...Você é uma mulher madura, forte, experiente, muito mais velha que eu...
- Vixiii... Calma! Claro que posso te entender. Você nem sabe como posso te entender.
- É um sentimento tão bom. Receber um elogio, incentivo, um sorriso, uma flor dele! Você sabe que isto cura um coração que estava machucado, não é? E você sabe que o meu estava. Eu estou com medo de ficar sem nada disto, apesar de todos acharem que aparentemente, tenho tudo.
- Olha, eu tenho que desligar agora. Não fica triste. Eu não posso te ajudar, mas posso compreender,viu?
Vou colocar umas rosas bem bonitas no meu próximo post, só pra você. E vou torcer pra você se curar logo e poder ser feliz (com ele ou sem,amiga).
- Prefiro com... eu devo cultivar só a amizade...assim, vai poder ser pra sempre...que lindo...É isto mesmo! Como vocês falam lá nos blogs! E, sem dependência! Bem, isto é difícil...
- Hãn..A gente fala, você faz! Você é mesmo romântica! Sabe, eu estou aprendendo a gostar muito de você e te respeitar, viu amiga? Queria ter a sua idade e sua esperança! Tchau, fica bem!
- Vou ficar...mas torce pra ele continuar querendo, de coração, me dar aquelas flores, tá bem? Se forem de alumínio, também não interessa, né? Se esta amizade for pra sempre, acho que vou ficar feliz. Beijos.
- Beijo.

sábado, 19 de junho de 2010

- " Minha Caixa de Pandora carrega uma maldição?"

Ontem, pela madrugada, lá fiquei eu novamente, macambúzia. Pronto, reconheço, não consigo aceitar a morte!...de nada,talvez... nem da flor que murcha e cai,porque já penso na que vai brotar amanhã... nem das pessoas que eu tanto amava, pois imagino que seu espírito está agora, ainda mais próximo a mim.
  Apesar de admirar as mulheres fortes que conheci, que tem a coragem de romper com aquele ou aquilo que não lhes dá o que merecem receber, apesar de ter no sangue os genes de uma delas, eu, não consigo romper com nada, ou quase nada. Mesmo que concorde que seria o mais correto, em alguns casos.
  Sabem aquela história que sempre repeti para amigos? - " O vazio assusta, mas é necessário deixar esvaziar o copo, para poder enchê-lo novamente e saborear um vinho melhor!" Eu realmente acredito nisto e, queria que alguém dissesse o mesmo para mim, quando eu precisasse ouvir. Só que, não consigo ver o meu copo vazio! O meu, está sempre meio cheio, ou pelo menos guarda lá um "bouquê"...até que eu possa sentir o aroma do próximo vinho.
   Não consigo perceber quando o jogo terminou...talvez porque queira me iludir, que o jogo nunca termine? Ou porque sou covarde demais para enfrentar o resultado?  Nem deixo de querer saber "como você está", mesmo que você há tempo, não pergunte mais de mim, a menos que eu ache que posso estar incomodando(porque então, me afastarei). E já não sei se isto é uma característica minha, ou uma fraqueza. Pensei esta madrugada sôbre estas coisas, fiquei triste, e logo, ao acordar,  só cheguei à conclusão que, embora não me orgulhe disto, sou assim. Se você quiser que eu me afaste mesmo de você, tem que deixar isto muito claro, tem que me magoar de fato, de tal modo que, no dia seguinte, eu não pense que aquele seu aceno de agora, quer dizer que fui eu que não soube compreendê-lo. Serei assim, porque meus olhos passaram muito tempo vendo uma contradição? Gestos que não pareciam demonstrar amor, de alguém que me dizia que me amava, e era eu que estava enganada ao ver o que via? Crianças podem ser assim manipuladas, ou convencidas. Até quando eu fui criança? Ou será que apenas vi no outro, toda a insensatez e insegurança que o fez não saber amar? Claro que, por vezes sinto tanta raiva que, apesar de ser naturalmente terna, gostaria de agredí-lo com toda a força de meus tapas, porque me sinto pressionada e agredida, por esta estranha estupidez que é o desperdiçar a vida, deixando-a passar ali ao lado, fria e vazia de significado maior. E então, onde estará minha ternura?  
   Porque tudo pode ser interpretado de duas maneiras, alguns diriam que sou positiva, tenho fé, que estou certa em pensar que só para a morte não há jeito (talvez por isto eu a tema, de verdade). Os pessimistas diriam que eu...bem, melhor nem saber!
   Serei de fato uma pessoa terna, que acima de tudo vê o amor porque o tem em si e na sua história de vida, ou serei uma vítima de minha tola incapacidade de ver a realidade da vida, como ela é? Com que critério podemos julgar as pessoas e como elas reagem diante do que mais querem, para sua vida?
   Acho que, esta tal  "Caixa de Pandora" que carrego comigo desde a maturidade,como disse ao criar este meu blog, traz dentro de si algo perigoso, como diz a lenda. A ESPERANÇA, será um presente nobre deixado para a humanidade de cada um, ou será minha maldição?

texto: Vera Alvarenga
Foto : Vera Alvarenga

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