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segunda-feira, 24 de outubro de 2016

Enquanto ainda houver.....

  Não me diga que a vida não é feita só de sorrisos, nem de flores são todos os nossos caminhos.
  Eu já sei!

Bem por isto não consigo olhar somente para baixo, andar todo o tempo nas sombras, pisar apenas na lama, sem me sentir deprimida. Se ao meu lado houver uma possibilidade de perceber o belo que Deus colocou em meu caminho, vou dirigir meu olhar para ele, nem que eu tenha de tropeçar ou cair porque me distraí por momentos, e esqueci o buraco no caminho.

Se eu pisar torto, cair e me machucar, provavelmente vou reclamar da dor, ou quase chorar se estiver com muito medo, mas vou levantar, nem que seja um pouco, o meu olhar à procura de uma flor, ou de um córrego de água limpa. Se não os encontrar, pensarei em algo. Construirei em meu pensamento livre, um pequeno oásis e eu mesma colocarei esta imagem na ponta daquela vara seca na qual tropecei há pouco. E vou segurá-la apontando para frente, bem ali na frente do meu nariz. Darei um sorriso amarelo e disfarçado pra mim mesma, pois é claro, vou reconhecer a tal história da cenoura em frente do nariz do burro. E seguirei adiante.

Se não puder criar meu oásis para transformar-se na minha cenoura, vou buscar no passado, em meu coração, lembrar de você que fez parte da minha vida e que foi uma das partes boas, diga-se de passagem. E seguirei em frente.
Ah! também sei que futuro e passado nada resolvem, mas minha determinação de continuar é sempre presente.
E se nada me consolar porque, hoje em dia, confesso, estou meio sem sonhos, sem desejos nem fantasias, talvez minha cara caia de cara na lama, com os olhos protegidos pelas mãos e então, só então, talvez chore, pois reconhecerei mais uma vez o quanto minhas vontades e sonhos, minha força e determinação podem ser inúteis muitas vezes. Vou chorar porque tenho em mim uma compaixão da humanidade que temos e de qualquer desperdício da vida, que é tão efêmera, tão delicada, tão vulnerável... E minhas lágrimas limparão meu rosto no momento mesmo em que eu estiver pensando em Deus, porque crer nele, é sentir que sou amada, que tenho um apoio, que tenho dentro de mim uma centelha dele o que me fará acreditar que há esperança. A brisa que sentirei em meu rosto vai me refrescar e tirar o pó dos meus olhos, e me fará olhar na direção de uma pequenina flor, ou verei alguém a quem oferecer um gesto, mesmo em pensamento, de compaixão. Talvez, receba outro gesto de ternura de uma pessoa qualquer que, como eu, aprendeu que a vida não é feita apenas de caminhos floridos e por ser tão frágil, é uma benção que não pode ser desperdiçada se tivermos qualquer coisa boa, por pequenina que seja, com beleza suficiente para nos abrandar a alma e preencher nossos gestos.
veraalvarenga  

terça-feira, 3 de junho de 2014

Coisas pra dizer enquanto é tempo...

Eu já tive muita coisa para dizer, e dizia, as vezes.
Já tive muita coisa que queria escrever, mas não tinha tempo.
Veio o tempo em que eu encontrava tempo para escrever, e precisava fazê-lo porque os sentimentos estavam efervescendo. E eu escrevi, e escrevi, e escrevi por vezes como quem estivesse falando para alguém em quem confiava, e que compreenderia. Contudo,  pessoas são desconfiadas e nem sempre compreendem quando a gente abre o coração e desnuda a alma, como criança feliz quando não tem medo de nada.
A maioria das pessoas inteligentes são também muito desconfiadas. Pensam que se derem ouvidos aos corações eles vão querer mais do que elas podem dar. Isto é um pouco triste, ou pelo menos deixa saudades. Porque algumas pessoas as vezes se afastam, com medo, como se lhes fosse faltar um pedaço se nos mandassem o mesmo abraço de volta. Mas eu também sou assim, as vezes me afasto das pessoas porque penso que não posso dar nada de importante a elas, então dou meu coração em pensamento e pretensiosamente tento enviar a algumas, uma energia boa, em forma de luz... é uma luz que esquenta mas é invisível.
Agora tenho todo o tempo do mundo, mas não estou mais tão ligada ao mundo, eu acho. Estou com preguiça. E, apesar de algumas vezes sentir saudades de alguma coisa, estou em paz.
  É tanta paz que não preciso escrever tanto. Mas isto me assustou por algum tempo, porque nem queria mais ler. É como se meus sentimentos estivessem dormentes ou talvez ao contrário, tenha voltado meu coração em direção a algo que não pode me abandonar, se eu não quiser - um amor que temos incondicionalmente porque depende unicamente de nós mesmos, em certo sentido. Depende da fé. Aliás eu sempre tive fé nas pessoas, mas nós somos complicados.
De qualquer modo, meu coração queria tanto sentir uma outra forma de amor que ao me dirigir para ele, talvez minha capacidade de amar a vida como ela é tenha me trazido de volta um bocado de carinho que não me passa desapercebido, de jeito nenhum, é claro.
Ainda sonho, mas não como quem deseja e sim, como quem lembra.
Então, quem é o filho do amor? O próprio amor. Quem seria a mãe do Amor? A vontade de amar e ser amado. Ou a fé...ou a auto ilusão, diriam alguns mais desconfiados.
Mas tudo está tão tranquilo, que  quase me assusto, mas acho bom. Tudo está tão tranquilo que até esqueço que estou envelhecendo e desta vez, é pra valer! Tudo está tão tranquilo que as vezes tenho de afastar o medo com meus bons pensamentos. Então lembro de alguém ou alguma coisa que me faça sorrir.
   Será que as pessoas sentem isto que sinto quando estão envelhecendo e pisando nas folhas do outono?
Tudo está tão tranquilo que até me esqueço que sinto saudade...Penso que as transformei em lembranças.   E lembranças eu não esqueço. Sei que há buracos pelo caminho cujo fundo nem mesmo consigo ver e que parece que nunca serão preenchidos. São assim os caminhos. Nem tudo é apenas encantadora paisagem. Não estou mais triste. Digamos que só fico triste porque acho que não é bom sentir saudades porque alguém foi embora. A gente devia poder abraçar, de vez em quando, as pessoas de quem sente saudades. Mas, desconfio que mais uma vez, adocei meu caminho, e mesmo no silêncio parece que estou encontrando favos de mel. Quando era menina, comia uma parte de uma flor porque sabia que era doce. Ainda bem que meu olhar não se amargou. Que bom!
Não quero ficar eternamente no silêncio ou hibernando como uma mamãe ursa. Quero deixar aquele meu beija flor sair do meu peito em direção ao sol. E quero ter fé, porque só assim se recebe aquele tipo de amor que não nos abandona. E se o amor preencher nosso coração, como uma coisa leva a outra, a gente recebe mais amor de quem ainda não quiser nos deixar apenas saudades...
Foto e texto: Vera Alvarenga

terça-feira, 3 de abril de 2012

Uma caixa, meu presente pra você...

 Hoje pensei em você e lembrei de como gosto de caixas. Sei quantas coisas podem caber nelas. Então resolvi dar-lhe esta de presente. Ela tem a aparência de uma caixa para os amantes da música, do jazz, talvez para DVDs, ou sei lá!
De propósito! só para não lhe constranger..rs... parece pequena, mas cabe muito aí. Nela encontrará ataduras e unguento, para ajudar a curar feridas, caso ainda estejam latejando. Sim, eu sei, algumas doem para sempre,mas o unguento, dizem , tem poderes de colocar a dor no lugar de honra onde deve ficar sem que nos impeça o viver, embora seja companhia constante, e em alguns casos, algo que nos ensina sobre nossa fragilidade e heroísmo.
Hoje, senti sua presença tão forte ao meu lado, como se tivesse estado aqui pouco antes de eu chegar! Então, coloquei também sementes. São como aquelas que a gente colhe dos sonhos mais íntimos, até daqueles que ninguém mais sabe onde está a árvore que um dia plantamos. Mas nós sabemos e, às vezes, envergonhados, vamos até lá. Pois lhe trouxe algumas para que não esqueça de dar atenção amorosa a seus sonhos. Basta tomá-las em suas mãos e soprá-las, com o mais puro e decidido desejo de as lançar no solo. Dizem que, jamais decepcionaram alguém, pois delas, ninguém ficou sem colher frutos. Não tenho garantias quanto aos frutos, mas virão.
Ah! e tem um pó aí...não, não é nenhuma droga alucinógena,não! É para assoprar sobre sua cabeça. Sim, é preciso olhar para o céu, levantar a cabeça! em seguida, abaixá-la e de olhos fechados pedir humildemente o que mais deseja. Eu mesma experimentei. Dizem, que o tal pó tem certa magia, mas eu lhe aviso que pode demorar para a gente compreender o que fará com nosso desejo. Ainda estou tentando, mas você sabe... eu escorrego, levanto, me adapto por um tempo, mas não me conformo, então, guardei os óculos, aqueles das lentes azuis. Ele sempre me ajudou a procurar o amor ao meu redor, e agora a compreender a resposta que desconfio, estar bem no meu nariz! Tomara que sim, porque não pretendo procurar nada que não esteja ao meu alcance. Meu óculos ficou com uma lente só. A outra, está nesta caixa, pra você. Use-a, se precisar! Posso garantir que se sentirá algo mais feliz, com ela.
 E as asas, claro, também estão aí!  Há dois pares para que não precise voar só.
Há duas luvas também. Assim que você as puser, penetrarão em sua pele e não te deixarão mais esquecer de afagar, carinhar aqueles que você diz gostar. Ou mesmo de dar aquele abraço apertado, meio seco mas sincero e cheio de afeto,sabe?
O mais são conchas do mar, areia, bobagens que gosto, que acredito, bobagens de mim como tudo o mais que está nesta caixa. Só que, desta vez, eu não a trouxe à sua porta. Eu a deixo aqui, há algumas quadras, porque temo que só assim, se vier buscá-la, você realmente a abrirá. Então, receberá meu presente, que leva também meu afeto e este meu jeito de desejar o melhor para aqueles que amo. Tomara que não precise usar quase nada de tudo que está nela, mas lembre que pode fazer mágicas. Que você tenha sempre a disposição de acreditar e não desista! É o que desejo a você. Ah! quando a fechei, fiz uma oração para Deus diretamente, sem intermediários de religiões, para que Ele, seja como for, e estando em todos os lugares, cuide de você! Isto seria o melhor, para cada um de nós!

Fotos e texto: Vera Alvarenga

quinta-feira, 28 de julho de 2011

A árvore antiga e a andorinha...



 Eu estava à certa distância e os observava.
   Ela, era mais jovem que ele. Podia adivinhar que os gestos discretos continham uma juventude e alegria que ousaria mostrar-se em circunstâncias favoráveis, em momentos resguardados de intimidade. Tinha uma ansiedade de ser. E seu olhar dirigia-se a ele,como se lá estivesse o que buscava.Ele, beirando já os sessenta, mantinha-se sério, aparentemente calmo mas ciente do fardo que carregava com sua tristeza e algum tédio que, por vezes, lhe amortecia a alma.
   Ora, ele mais combinava comigo,que com ela. Com exceção do tédio, que chego a pensar seria uma benção para mim, no resto éramos parecidos. Minha inquietude não é ainda tão preguiçosa, conformada e suave como o tédio. Provavelmente, no futuro que se aproxima,será.
Mas não era para mim que ele olhava e sim, para ela. E, dos dois, quem mais buscava o outro com olhar apaixonado, era ela. Ela era jovem e tudo lhe era permitido, até apaixonar-se.
   Ela sabia o que queria. Ele, talvez não quisesse saber. Mas estava lá e, gentil a olhava , alimentando nela aquela visível dedicação.
   E eu me perguntava por que motivos ela olhava com tanta ternura e adoração para aquele homem? Via-se que não era olhar apenas de luxúria, embora houvesse fome no seu olhar. Sinal de que o relacionamento não tivera tempo de satisfazer as necessidades de cada um. Será que ele saberia compreender a fome que ela tinha? 
   E eu, sabia?Ora, eu sabia, sim! Sabia que não poderia ser eternamente jovem, nem crédula, que este tipo de juventude quando se eterniza vira tolice, é tormento que não se pode carregar. Eu tinha experiência de vida para ensinar a ela o que só eu sabia - que só se pode contar com o real, palpável, ao alcance da mão. Na maturidade provamos este saber com gosto um tanto amargo, de quem sabe que remédio não pode ser sempre doce. Como ela ousava ainda ser tão jovem quando o tempo passou tão rápido para mim?
   Ver a fé que a movia, fazia-me lembrar da recente descrença que me abateu e me encheu de medo. Fazia-me desejar o unguento mágico que cura até mesmo as feridas que, de tão repetidamente cicatrizadas, tornaram-se invisíveis aos outros, mas sensíveis ao toque.
   Ela, em sua teimosia ingênua, me fazia lembrar da troca do olhar amoroso que a tudo cura e que eu mais temia carecer para sempre. Ela parecia gritar para mim acusando-me de não ser mais capaz de amar ingenuamente, a não ser que voltasse a ser como ela. Impossível. O tempo passou para mim e eu me feri no espelho quebrado.
   Para distrair-me de mim e esquecer-me dela, tentei virar-lhe as costas, deixá-la. E lá permanecia ela, como encantada - feito pé de jabuticaba nova que foi podada e parece que nunca mais vai crescer e amadurecer frutos, com aquele olhar que não se incomoda com o tempo porque ele lhe parece eterno...
   Olhei para trás...lá permanecia ela, como andorinha ou anjo de asa quebrada, que em sua fé ingênua olha a árvore frondosa e sonha ali se aninhar e ser feliz. Por que o tempo não passou para ela, só para mim?
   Se continuar assim, ela nunca será como árvore madura, resistente, calma e farta, que oferece frutos doces e sombra para quem a tem em seu quintal...para quem lhe deu estrutura de um modo ou outro. A árvore que frutifica por amor, também o faz por gratidão.Talvez algumas frutifiquem apenas porque é de sua natureza frutificar.
  Pensando bem... quem disse que a árvore não poderia abrigar uma andorinha em seu ninho, e um dia, por amá-la, sua alma não poderia ganhar asas para voar?
   Acho que vou voltar, perdoar esta jovem que tanto me provoca com sua juventude e desrespeita minha antiguidade e vou tentar amá-la, mais do que alguma vez tentei... talvez ela amadureça e não me torture mais....talvez ela envelheça, e isto me deixe triste... talvez ela me ame e nunca me deixe, e possamos seguir em paz...
 
Texto e fotos: Vera Alvarenga
   

sábado, 23 de abril de 2011

Outono...Páscoa - morrer ou renascer!

  O outono tem suas belezas, mas é triste. É como um belo por de sol em que a gente sente nostalgia do que de melhor já passou.
   Como é diferente quando vemos uma outra ave voar e sentimos que podemos ir com ela, por termos uma mesma intenção - nosso melhor destino, aquilo para o que fomos criados! São novos dias que a promessa nos traz  e ao lado do/a companheiro/a desta aventura, não estamos mais sós.
    No outono, quando já o inverno nos é anunciado, não raro algumas aves, apesar de suas tentativas de mantê-los, deixarão para trás ninhos inconsistentes que já se esfacelavam. A nostalgia do que não foi, poderá trazer o desprendimento e a liberdade da reconstrução.
     Quando voarmos, então, nos agarraremos a este novo sonho com fé em nós mesmos e no que virá! Mesmo apesar do medo do desconhecido.
     Deverá ser sempre o amor a nos elevar aos céus, em busca de novos horizontes por acreditarmos que assim estaremos realizando o melhor de nós mesmos, que viemos realizar. Só isto nos trará a tranquilidade de confiar em nós e no outro que nos acompanhar, e no nosso próprio discernimento ao escolher as prioridades. Esteja sozinha ou com companhia, o voo da ave experiente é mais lento, cuidadoso, e como um entardecer de outono, não leva ao brilho excessivo do sol de verão no dia seguinte. Após o outono, é o inverno que chega e a ave  acompanhada por sua escolhida, fará seu ninho preocupada em resguardarem-se, para se conhecerem, em silêncio unirem seus corações e planos de voo para a próxima estação, se ela vier. Na intimidade em que serão obrigadas a viver neste período, solidificarão confiança, planos e sonhos, acumularão energia, se farão fortes e construirão juntos, o futuro, certas de não desperdiçarem a oportunidade de um novo renascer como Fênix, das brasas e cinzas do outono.
     Por isto, o outono,apesar de triste, traz um convite - a oportunidade de se construir nova vida a ser gerada em segredo, nas entranhas do inverno. E mesmo que o verão não chegue nas formas deste mundo, para estas aves que assim se unirem em intimidade verdadeira pelo amor, este amor as preservará e nele, viverão.... E serão eternos, pois só o amor sobrevive a tudo o mais... e diante do amor, tudo o mais se torna grosseiro.
Beijos a todos e Feliz Páscoa!
Foto e texto: Vera Alvarenga
     

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Amor, paixão e amizade....

 Estive pensando... Às vezes, a gente esquece o que é ( ou fica triste quando ninguém nota o que podemos ser).
   O amor é algo sóbrio, construído aos poucos com a convivência, requer tempo, transpõe abismos, para no final ir nos ensinando a nos "dissolver" no outro, nos doar sem esperar retribuição, enfim, é algo difícil de se conseguir, se pensarmos no amor com seu significado maior. E, se o amor dissolve a gente... talvez, quando a gente morrer, o espírito, que é o divino em nós,um dia perderá sua individualidade para se dissolver no todo. Este é o amor espiritualizado. Outro tipo de amor, que a gente consegue viver com o/a companheiro/a, precisa de alimento para manter-se - amar faz a gente querer o bem para o outro e isto nos faz bem,mas a gente deseja ver o outro perto, quer também ser tocada por ele.
   E o apaixonar-se? Por que seria de menor importância? A gente se apaixona por quem nos faz bem, nos faz sentir especial. É intenso.
Quando alguém vê o que temos de bom, faz a gente se sentir especial, como na verdade a gente pensava que era. Se a gente se apaixona então, deve ser algo egoístico porque estamos a olhar, através do outro, para nós mesmos? Estamos só readquirindo a fé no melhor que há em nós? Não, porque também vemos o melhor do outro, é uma comunicação de coração a coração, ao qual o corpo responde e traz bem estar. Mas isto é maravilhoso, porque é a fé que pode nos mover nas melhores direções! E, às vezes, é este olhar posto em nós, o que nos salva! É reconhecer o divino que há em cada um.
   Muito semelhante a quando temos fé nos preceitos de uma religião, ou em Cristo que olhará para nós e nos salvará - é poder crer que temos em nós uma centelha divina, que nos faz sentir em estado de graça. Acreditarmos que não estamos sós, que Ele nos vê é, guardadas as proporções, algo semelhante a termos nosso apaixonamento correspondido. 

  A amizade,é uma das coisas mais fabulosas, embora frágil, não é? Frágil porque amanhã pode já não estar lá, não nos pertence e nem conhece sua força.Fabulosa, porque um amigo oferece a nós e nos trata com o melhor que crê ter em si. E crendo em nós, também nos devolve a fé. E quando há confiança e convivência necessária, crendo que é recíproca a amizade, se sentirá livre para eventualmente nos mostrar até alguma fraqueza, porque amigo oferece apoio e seria natural não temer pedi-lo. Então, crer que temos um amigo verdadeiro, nos fará viver um ideal do sentimento que pode nos elevar até onde nossa fé recuperada possa alcançar, e ao mesmo tempo, pode nos trazer de volta à terra, aos limites, sem que precisemos atolar na negatividade da crítica! 
  Se o amor é divino... apaixonar-se é fundamental ! ...mas como é chama, não pode arder eternamente! ora, então seria bom que aprendêssemos( todos os casais), a nos reapaixonar, reacender a chama! (quando possível)
   E a amizade, sem sombra de dúvidas agora percebo, seria o melhor sentimento a ser trazido para o relacionamento e preservado entre um casal, porque este sentimento permite o divino e o real, permite aceitar o outro como ele é mesmo que nos mostre suas falhas, nos traz um bem estar que se traduz em um sorriso que não conseguimos impedir que brote espontâneo no rosto, e ainda pode conter momentos de amor e paixão. A amizade acolhe mais docemente o que o outro é...ou será que é a bondade, que faz isto? Já não sei!! Kkk..................
    Conheço uma jovem mulher que me disse outro dia, que chegou a se questionar quando percebeu que todos viam a ela e ao marido, como grandes amigos,mais até do que marido e mulher. Pois, penso que felizes os casais que tem na amizade seu maior ponto de apoio! Tomara que tenham consciência da benção que tem nas mãos! 

Texto e foto : Vera Alvarenga

sábado, 26 de junho de 2010

- " Saúde, presente de inestimável valor..."

   Outro dia duas amigas contaram que estavam indo a hospitais,porque vão se submeter a cirurgias. Claro que a gente deseja que tudo corra bem e procura levantar o moral com mensagens e um pensamento positivo.
   Contudo, foi difícil deixar passar em brancas nuvens! Não consegui deixar de pensar: -" coitada"... eu bem sei o que é estar no hospital, naqueles longos minutos enquanto aguarda a cirurgia, tentando se fazer de forte, enfrentar o medo e se segurar para não sair correndo, feito louca, corredor e porta afora do hospital. Quem me viu,nestas ocasiões, sabe que consegui controlar o medo e, na hora "H", o que ajudou mesmo, foi aquela conversa íntima com Deus, na qual a gente se entrega nas mãos dele e pensa: "O máximo que poderá acontecer é eu morrer. E aí vou saber se existe algo além desta vida, para o meu espírito e até que ponto ainda serei eu, ou terei lembrança desta vida. Se existir, não tenho com que me preocupar. Se não existir, não adianta me preocupar agora, porque esta droga de vida seria então, muito curta, frágil e sem significado para os humanos, que tem tanta consciência de si. Então, Deus, eu não queria morrer agora, me entrego em suas mãos e ilumina o anestesista e o cirurgião, por favor!"
     Sim, foi meditando assim, que consegui me segurar ali, naquela sala de cirurgia gelada, numa maca estreita, enquanto alguém mascarado me pedia para contar de trás para frente. Foi assim também, que me entreguei, humildemente, nas mãos de outros seres humanos e D´Ele.
     Entretanto, pior que estar ali na sala, é ficar ao lado,acompanhando, sem anestesia, tudo que acontece com um filho ou a pessoa que você ama e vê ser levada para lá. Meu Deus, me lembro quando meu marido foi fazer a cirurgia que resultou em 5 novas "pontes", das quais ele se vangloria, dizendo que com ele, não poderia mesmo ser qualquer coisa menos importante! rsrs.... Claro que é sua maneira de brincar com algo que foi sério. A sensação de impotência que a gente tem, neste momento, por mais que deseje proteger, ajudar, é horrível, mas nos mostra que, nem tudo podemos controlar e que, nestes casos, cada um de nós estará sòzinho, com sua dor e medo, a não ser, pela companhia de Deus. A dor que a gente sente junto, o medo, a consciência de que a vida não pode ser desperdiçada com mesquinharias, é imensa, mas é a nossa dor, e cada um a sente de uma maneira única!
      Depois deste acontecimento, há pessoas que recomeçam a vida de onde pararam, contudo com uma nova visão, um novo olhar para as prioridades. Também aí, os valores diferem, para cada um. Mas ninguém passa por isto, sem um renascer diferente.
     Evidentemente, quando foi minha vez, tudo correu bem, porque estou aqui,agora, aflita por uma amiga que talvez tenha que fazer uma cirurgia no coração. Que Deus a proteja também! E que ela se restabeleça logo, e volte a sentir a vida em toda a sua plenitude e do modo que a faça mais feliz e em paz.

texto: Vera Alvarenga
foto: retirada da internet. pode ter direitos autorais.

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