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segunda-feira, 22 de abril de 2013

Rotinas, "espontâneamente" cultivadas, são fundamentais...


Viver dá trabalho. E viver sem rotinas dá mais, para qualquer um, aposentados ou não, todos precisamos das rotinas que nos facilitam as coisas. Mas estou pensando naquelas que vem de uma atitude que um dia foi novidade e espontânea, e depois virou rotina que só existe porque faz a vida ficar mais gostosa. Pequenas rotinas...
- Não é importante, diriam alguns. Se não leva a nada, pra quê?
- Ah! é sim! se é! são bem destas coisas que a gente sente saudades ou lembra com um sorriso, como se fosse uma trégua ou intervalo pra relaxar no meio a tudo o mais.
   Como a rotina que eu e meu amigo Antonio Carlos tínhamos uma vez por semana, ao voltarmos do atelier de escultura do Calabrone. Eu dava carona a ele até minha casa e ele continuava dali, sozinho o resto do caminho, não sem antes, durante o trajeto, conversarmos sobre nossas coisas. Falar de um projeto, comentar o tema em aula e mais raramente sobre algo mais importante da vida de cada um. Coisa rara a gente poder falar com alguém sobre o que quiser. E a gente tinha isto.
   Quando parei o curso, esta rotina foi abandonada. Normal, vida corrida pra cada um de nós e, quase já não falávamos mais. Que pena. Que mania a minha de não gostar de telefonar, de ser meio bicho-do-mato. E naquele tempo não tinha emails. Agora, o que não temos mais é o contato a não ser em pensamento. Ele, lá no céu, fazendo esculturas para São Pedro e eu aqui, não fazendo mais escultura nenhuma e há muito, sem meu atelier. A gente bem que podia ter mantido contato, só pra dizer um "Oi", "Bom dia!" o que anda fazendo, como foi a semana? Ah, tudo bem por aqui e não estou fazendo nadinha, já seria de bom tamanho. Ou, eu estou confuso, ou doente, vem me ver... Como eu gostaria de ter sabido.
   Tem coisas que fazem bem e não custam muito, e como eu costumo dizer às vezes, "põem um sorriso na nossa cara" e a gente bem que devia continuar a fazê-las. Não estou me referindo a uma porção de emails e frases vazias, no meio de uma correria só para se manter antenado ou ligado com milhões de pessoas ao mesmo tempo. E gosto muito de poder ter amigos virtuais, pois que entre eles, alguns se tornam especiais, mas isto é outra coisa. Estou falando daqueles por quem a gente tem um especial carinho, que a gente sente que são parte da nossa vida, e são a boa parte. Com eles sempre vale a pena a gente cultivar uma troca gentil de gestos que adocem a boca.
   Algumas rotinas bem que deviam poder continuar... Algumas valeriam a pena a gente criar...Ah, não faz mal que a gente tenha de criá-las, trabalhar nelas, se comprometer...é por isto que são boas.
   - E aí, vamos assistir a um filme por semana, bebendo vinho? Que tal um joguinho de cartas? Um bom dia pela manhã, uma vez ou outra, contando as novidades? Ou como aquela à qual, em casa, nos habituamos. Antes de sentarmos para o café da manhã, tem um abraço que gosto de dar... por tantos motivos e nem que fosse por apenas estarmos começando vivos um novo dia.
E um dia começou a ficar meio rápido... e é aí que a gente tem de ficar atento. Não vale fazer só por fazer, é como beijar olhando o futebol na TV!...rs....
   - E aí, dormiu bem? Uma simples mas interessada pergunta. E a mão, que nas costas tem de descer um pouquinho, interessada no abraço. Sim, assim mesmo que é bom, é assim que eu gosto. E entre sorrisos ele lhe dá um tapinha...de leve, e foi espontâneo. Viu só, como é bom "cobrar" pequenas atenções? Como à noite, antes de dormir, aqueles primeiros minutos no início do sono, deitada no ombro do homem que é nosso companheiro. Se não fosse isto, do que teríamos saudades quando um viaja e o outro fica? das brigas, grosserias, discussões? Claro que não. E do amigo que sumiu ou morreu, nos lembraríamos do que?
   Algumas rotinas, como o cafèzinho com minha mãe em casa dela, deixam uma saudade boa... sempre valem a pena, porque são especiais. É a melhor coisa que fica do que vivemos com alguém. São as boas lembranças, que dão mais sentido e nos confirmam que estávamos comprometidos com os que queríamos bem. Não é?

Foto e texto: Vera Alvarenga 

sábado, 8 de outubro de 2011

Vim apenas lhe abraçar...

 Ela sabia que ele estava lá,em algum lugar,mas há algum tempo não recebia notícias. E naquele dia, quando ela já ia partir,com os ventos da primavera, as recebeu. Vieram nas asas do pássaro que entrou pela janela. Seu coração encheu-se de felicidade e o sorriso apoderou-se de todo o semblante.
  Mas o pássaro estava machucado, debateu-se  um pouco antes de sair em seu voo novamente silencioso e cansado. A saudade, que antes tinha sido sua companheira algoz e transformara-se há pouco em oposta alegria, logo vestiu-se com a palavra fria que não consegue descrever os sentimentos, como um abraço ou o olhar melhor fariam. E, como estátua, agora congelara e continha dentro de si, o impulso da vida, pois diante do oposto que lhe foi revelado,era o que lhe cabia. Nada podia fazer para evitar que ele sofresse. Não tinha o poder de protegê-lo, nem ele viera para ser protegido. Encontravam-se como sempre, por algum motivo que não ficava claro, além do querer bem, apesar de tudo e da distância. Quantas lágrimas ele tinha chorado outra vez e ela não pode enxugar? Era assim a vida.
 Mais uma vez, ela o abraçou ternamente. Isto, às vezes, bastava. Contudo, neste período das chuvas de primavera, gostaria de tomá-lo em seus braços, curá-lo de seu ferimento, ou quem sabe, ambos se curariam do que quer que ali houvesse que os machucava de maneiras distintas. Sim, ela também queria ser tomada nos braços, mas não por um momento. Apesar de saber do caráter efêmero de tudo, o que a curaria tinha de estar vestido da certeza do que é verdadeiro por estar ali para se realizar em gestos e olhar...como se fosse para sempre. Só o despojamento das vaidades e a disposição para viver o eterno, seriam capazes de curar os espíritos feridos pela morte, em suas diferentes roupagens. Era sonho. Talvez se encontrassem apenas para darem-se este abraço dos que sabem que não serão julgados.
Antes de sair, ele pediu-lhe um sorriso para lembrar-lhe de que a vida continua... e ela, ao fazê-lo pensou em como isto era difícil quando aquele que amava inconsistentemente do modo como era possível, sofria. Assim, ela aprendeu na carne, porque alguns amam e apesar de tudo, não conseguem proteger o outro. Era um desafio mais uma vez sorrir de encantamento, quando o que parecia realidade era oposto ao que parecia sonho. Por isto ela sabia que era impossível para o ser humano deixar de sonhar. Por isto ela permitia que sonho e realidade se confundissem, por vezes...
Fotos e texto: Vera Alvarenga

domingo, 14 de novembro de 2010

" O poeta ,,,"

   Estava molhando as plantas do jardim, como fazia três vezes por semana. Um dos bons momentos de seu dia, quando abstraía-se da realidade e concretude de seu dia a dia, e tornava-se parte da natureza que a rodeava. Antigamente era seu hábito, ao se aproximar das flores, aproveitar para meditar,enviar luz em pensamento para as pessoas que amava ou pensava estarem precisando de energia. Ela acreditava nestas coisas.
  Ultimamente porém, não conseguia ser tão bondosa, pois seu coração estava lhe pregando peças - ali no jardim, ele parecia criar asas e a fazia voar...quando isto ocorria, ela sorria, e logo balançava a cabeça como a reconhecer e se perdoar porque estivera assim divagando.
   Naquela tarde, por segundos, chegou mesmo a sentir estar sendo abraçada por ele...era o abraço sonhado, maduro, que parecia poder conter o mundo e todas as promessas que ambos já tinham desejado um dia e não pensavam mais poder colher.
   Era o abraço que os faria saber que, dali em diante, não precisariam mais procurar, pois teriam finalmente se encontrado!
   Sorriu e suspirou fundo, mas desta vez constatou com alguma tristeza que seus pés estavam novamente na terra molhada...e terra é realidade. O ar, a brisa, já não levavam suas asas a lugar nenhum. Ouviu um cumprimento... uma voz calma que parecia vir de um sonho, como o dela:
- Boa tarde, moça. Como é belo o amor!
  Era aquele senhor que vira algumas vezes, a tomar sol ao entardecer. Estava alí na calçada do outro lado da rua.
- Ai, meu Deus! o que diz este homem? estaria lá há muito tempo? Será que ele me "pegou" sorrindo assim feito boba, do nada? Que vergonha. Não, ele tá velhinho, nem me vê direito, me chamou de "moça"! Eu, com meus quase sessenta...
   Ela, recompondo-se do susto, respondeu com um aceno. Tinha notado, já outro dia, aquele senhor de olhar bondoso, a olhar para ela como se quisesse adivinhar seus pensamentos. Qualquer dia, ia atravessar a rua e conversar com ele. Parecia tão solitário como ela se sentia, às vezes. Logo, uma mulher veio buscá-lo e lá se foi o velho, mais velho que ela, em sua cadeira de rodas.
- Até logo, moça!
- Ah...até ...senhor!
   Dois dias depois, no final da tarde, do outro lado daquela pacata ruazinha do interior onde morava há poucos meses, ela viu a ambulância sair. Uma das vizinhas, parada bem em frente ao seu portão, lhe disse:
- A senhora viu que pena? Tão lúcido ele era ainda! Esta doença é assim mesmo.
- O que houve?
- O poeta, dona. O poeta morreu!
   Então ela soube. Teve certeza de que, mais do que ninguém, ele realmente a tinha visto. Só mesmo um poeta poderia tê-la compreendido.

Texto e foto: Vera Alvarenga

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Quem disse que amizade entre nora e sogra é impossível?

Hoje à tarde,minha norinha Lika vai me levar a São Paulo. Vou com ela para aprender "como é fácil o caminho para lá!"(é o que ela diz, vamos ver!!) Assim, ficarei preparada para ir, quando houver um motivo importante.
Vou ficar lá no Shopping Morumbi,( pertinho de onde morei) enquanto ela vai ao dentista. Depois, vamos fazer hora, provavelmente no cinema ( ah, que sacrifício!hehehe) por causa do horário de rodízio de veículos. Nossa faz anos que não vou ao Shopping de lá e cinema (adoro), só vou com um deles(nora e filho)! Graças a isto, daqui a algum tempo, poderei visitar uma amiga que não vejo há anos!!
Bem, lembrando da amizade construída que temos e do respeito que precisamos ter à individualidade do outro, vou colocar uma cartinha que escrevi a ela ,há algum tempo, num outro blog que está abandonado...
CARTA PRA MINHA NORA"    
Você é nora..portanto..sou sogra(hii!.) 
    Amizade requer lealdade,carinho,cuidado e disponibilidade p/crer no outro.
    Amizade requer confiança p/ crer no que o outro diz, mais do que no que achamos que o outro quis dizer! 
   Dá trabalho..Requer empenho e nós estamos construindo isto juntas.(não é lorota não!..)sabemos o valor deste tesouro!
Uma boa amizade, nos faz uma pessoa melhor !

Conviver com você, em seus momentos de alegria, me faz feliz ! 
Após tantos anos, vivendo com e p/ homens (filhos e marido amado),conviver com você me permitiu intimidade com uma figura feminina, que me trouxe um espelho..Voltei no tempo e olhei com carinho,como nunca antes, p/ a jovem mãe que fui um dia. 
Então, com o mesmo sentimento amoroso que a abracei, em seus momentos difíceis, tomei a mim mesma em meus braços e num abraço, acolhi com amor a jovem mulher e mãe que fui e está pra sempre, dentro de mim. Pude ser generosa, porque você também é.
Sabe ser forte.. e doce...
Seja muito Feliz, minha querida Lika. Te amo. 







Beijo, Vera."

  A gente puxa o saco uma da outra, de vez em quando, mas sabem por que? Porque a gente acredita, ora bolas, que amar também é isto, é agradar, é notar o que o outro tem de bom, não apenas criticar, não é mesmo?  Se eu tivesse uma filha, me orgulharia que fosse como ela.
Texto e foto: Vera Alvarenga

segunda-feira, 8 de março de 2010

- " Respeitem a Natureza e Salvem as Mulheres !"


RECEBI POR EMAIL  ESTE TEXTO, DE   

UM HOMEM  INTELIGENTE ... FALANDO SÔBRE  MULHERES :
  Salvem as Mulheres !
  O desrespeito à natureza tem afetado a sobrevivência de vários seres  e entre os mais ameaçados está a fêmea da espécie humana.   Tenho apenas  um exemplar em casa, que mantenho com muito zelo e dedicação, mas na  verdade acredito que é ela quem me mantém. Portanto, por uma questão  de auto-sobrevivência, lanço a campanha 'Salvem as Mulheres!'  Tomem aqui os meus poucos conhecimentos em fisiologia da feminilidade  a fim de que preservemos os raros e preciosos exemplares que ainda  restam:  

 Habitat  Mulher não pode ser mantida em cativeiro. Se for engaiolada, fugirá ou morrerá por dentro (nossa, como é verdadeiro!). 
Não há corrente que as prenda e as que se submetem  à jaula perdem o seu DNA. Você jamais terá a posse de uma mulher, o que vai prendê-la a você é uma linha frágil que precisa ser reforçada diariamente. 
  Alimentação correta  Ninguém vive de vento. Mulher vive de carinho. Dê-lhe em abundância. É coisa de homem, sim, e se ela não receber de você vai pegar de outro ( sem comentários ...).
Beijos matinais e um 'eu te amo' no café da manhã as mantém viçosas e perfumadas durante todo o dia. Um abraço diário é como a água para as samambaias. Não a deixe desidratar. 
Pelo menos uma vez por mês é necessário, senão obrigatório, servir um prato especial( hum, huumm....) 

  Flores  Também fazem parte de seu cardápio - mulher que não recebe flores murcha rapidamente e adquire traços masculinos como rispidez e  brutalidade.

 Respeite a natureza  Você não suporta TPM? Case-se com um homem( kkkk...). Mulheres menstruam, choram por nada, gostam de falar do próprio dia, discutir a relação... Se quiser viver com uma mulher, prepare-se para isso.
 Não tolha a sua vaidade.É da mulher hidratar as mechas, pintar as unhas, passar batom, gastar  o dia inteiro no salão de beleza, colecionar brincos, comprar sapatos,  ficar horas escolhendo roupas no shopping. Só não incentive muito  estes últimos pontos ou você criará um monstro consumista.   

    Cérebro feminino não é um mito  Por insegurança, a maioria dos homens prefere não acreditar na  existência do cérebro feminino. Por isso, procuram aquelas que fingem  não possuí-lo (e algumas realmente o aposentaram! ).    Então, agüente  mais essa: mulher sem cérebro não é mulher, mas um mero objeto de  decoração. Se você se cansou de colecionar bibelôs, tente se  relacionar com uma mulher. Algumas vão lhe mostrar que têm mais massa  cinzenta do que você. Não fuja dessas, aprenda com elas e cresça. 
E  não se preocupe, ao contrário do que ocorre com os homens, a inteligência não funciona como repelente para as mulheres..  
  Não confunda as subespécies Mãe é a mulher que amamentou você e o ajudou a se transformar em adulto.  

  Não faça sombra sobre ela  Se você quiser ser um grande homem tenha uma mulher ao seu lado, nunca atrás. Assim, quando ela brilhar, você vai pegar um bronzeado. Porém, se ela estiver atrás, você vai levar um pé-na-bunda, tem gente que já sentiu isso na pele. Aceite: mulheres também têm luz própria e não  dependem de nós para brilhar.. O homem sábio alimenta os potenciais da  parceira e os utiliza para motivar os próprios. Ele sabe que,  preservando e cultivando a mulher, ele estará salvando a si mesmo.( e o planeta! Já pensaram se sua mulheres perdessem a ternura ?!)

Adorei, e vocês ?
 Abraço carinhoso, Vera. 
texto: recebido por email sem menção do autor
imagem: google-pode ter direitos autorais

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