Mostrando postagens com marcador livros. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador livros. Mostrar todas as postagens

terça-feira, 16 de setembro de 2014

Tuas palavras...


De que é feito o teu dia?
Tens, na tua história, eu sei, muitas palavras. Falo de tuas palavras...
Certamente muitas foram ditas, escritas ou lidas para um outro ouvir, mais algumas discutidas. Poucas ficaram no ar, talvez o vento as tenha levado e alguém as tenha apanhado pensando ou sonhando que era pra si. Erro que alguns cometem.
   Imagino que nem sempre tuas palavras foram compreendidas, talvez até algumas tenham sido mal interpretadas, superestimadas. Com palavras escreveste um livro que não li. Com elas também por certo ensinastes muito das coisas que aprendeste em tua vida. Amigos teus, quem sabe tenham saudades de tuas palavras ou dos efeitos que elas podem causar. Tuas amizades vivem também de tuas palavras.
   Palavras saíram de tua boca como oração, em alguns momentos talvez como sufocado lamento. E eu lamento não ter te abraçado nesta ocasião.
Tuas palavras por vezes podem ter incentivado alguém, haverá casos em que magoaram, outros mais raros, que elas ajudaram a elevar a auto estima de uma pessoa enquanto eram dirigidas a ela. Sei que muitas palavras se calaram em tua boca.
   Acredito que em voz baixa tenhas confessado algo de teus sentimentos a quem podias confiar, e sussurrado algumas das mais preciosas bem perto de quem as merecia ouvir. Tem sorte aqueles que ouvem palavras de um querer bem maior que nossas palavras podem descrever!
   Tanto falei em palavras que lembrei que por vezes tive sede daquelas que chegam como bálsamo ou beijo morno quando estamos feridos. Ah! eu gosto de palavras com significado, e sinto falta também de algumas leves porém sinceras, daquelas cujo significado não vai além do desejo de simplesmente alegrar nossos dias e a vida.
   Mas volto a ti, pois é de tuas palavras que falo.
   Onde estão agora? De tua vida, como será agora o livro que escreves e que eu não posso ler?

foto/texto Vera Alvarenga

sábado, 19 de outubro de 2013

Doando livros...e enfrentando a tentação...

 Hoje, antes do almoço estávamos dando umas voltas de carro nas ruazinhas do bairro à procura de um serralheiro e eu estava entediada. Queria voltar logo pra casa, para curtir meu escritório. Então, eis que vejo uma Biblioteca Volante do SESC, estacionada em frente a Casa de Cultura Cora Coralina.
- Olha só! Pára, pára! Vamos ver!
- Vamos doar uns livros aí?
- Claro, vamos. E fomos. E levamos 3 livros que andam agora em nosso carro para doarmos sempre que houver chance. Meu marido perguntou como faríamos para doar, e a resposta me trouxe um problema. Era coisa simples, disse o funcionário gentil, só deixar os três livros ali sobre a mesa redonda logo na entrada, para que as pessoas pudessem levar para casa o que lhes interessasse.Aproximei-me, como mosca sobre um pingo de mel...
  Eu estava com os livros. Difícil demais para mim, apenas deixar os três livros ali.
- Não acredito, olha só, um livro de José Mauro de Vasconcelos! Esse não li! E olha aqui que interessante este de Reinaldo Pimenta - a Casa de mãe Joana.
- Vera. Viemos aqui para doar! Falou meu marido, sério.
Ele tinha razão. Comecei a me afastar da mesa como criança que a mãe ensina a dizer -não, obrigada - quando lhe oferecem uma bandeja de doces na casa de alguém que ainda é estranho. Ao meu lado, um pouco mais à frente, sentou-se no chão, indiferente, uma gata preta. E o funcionário às minhas costas, chamava-a para comer, enquanto ela, indiferente parecia alheia, cega e surda.
Eu a chamei. Ela me olhou com lindos olhos verdes e mostrei a ela, apontando, o seu provável dono que já balançava a vasilha com a ração da bichana. Falei com ela incentivando-a a olhar pra ele - que oferecia algo tentador. Sou boazinha, sempre incentivo outros a aproveitar o que a vida lhes oferece. Ela parece que acordou então, e não resistindo à tentação, foi correndo em direção a ele.
Eu pensei - meu marido diz isto porque não gosta de ler e ao mesmo tempo ouvi o funcionário que dizia:
- Pode pegar! E eu e a gata pegamos.
Ah! como ela, também não resisti à tentação. Corri para a mesa. O marido já saía pela porta mas eu ainda tive tempo de pegar também um de Crônicas! Tentação demais! Tudo acabou sendo apenas como uma troca. Elas por elas....rs...

Claro, passamos por lá na próxima semana e levamos mais 3, assim meu marido ficará contente, afinal estará "realmente" doando. Eu já fiquei contente no ato. E isto me fez pensar que talvez a troca, de um modo ou outro seja mais a minha praia, porque acredito que a gente sempre acaba dando e recebendo, como é na vida, nos gestos, no sexo, independente da intenção, não costumo crer que a gente apenas dê alguma coisa, e saia de mãos vazias. De um jeito ou outro, trocamos fluídos, energia, presentes ou saímos pelo menos com algum aprendizado a cada vez que "doamos" algo de nós.
- Tá bem, tá bom, pode ser até que devolva um deles, depois de ler. ( esta sou eu, respondendo ao meu grilo falante)....rs....
Foto retirada do Google
Texto: Vera Alvarenga

quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Embaraços de uma pretensa escritora...

Escrevi mais um livro infanto juvenil, já há algum tempo. E ele é bom. Sim, podia virar filme... e dirigido por Spielberg ficaria maravilhoso!
Tem 80 páginas e se trata de uma aventura encantada, onde a garota...bem, não posso contar, ainda.
Há dias, meses, que o estou preparando a fim de enviar a algumas editoras. Então, fui seguindo passo a passo, primeiro revisando, depois registrando na Biblioteca Nacional, depois procurando por editoras que estejam recebendo originais...porque algumas não estão, outras podem demorar até 2 anos para dar uma resposta, e um amigo me disse que o setor editorial está em crise... mas enfim, escolhi uma, para a primeira tentativa. E ela pede exclusividade por algum tempo. É justo.
Contudo, hoje me deparei com um problema que me deixou "presa" entre uma palavra e outra. Por ignorância minha, lá fiquei eu a olhar surpresa para as duas palavras que fazem parte de uma exigência que devo cumprir, sem saber o que fazer - pedem-me uma "sinopse" e um "sumário". E eu que pensei que fossem dois modos diferentes de dizermos a mesma coisa, ou coisa bem semelhante!
Mas, certamente não é, ou não teriam me pedido isto, não é mesmo?
Então, lá fui eu, entre uma providência e outra do dia a dia de quem está finalizando uma reforma de apartamento, procurar no Google, Dicionário, Wikipédia, Fóruns, etc.. o que cada coisa significava.
Complicado isto. Wikipédia começa assim: " um sumário, por vezes chamado de sinopse"...Ui ! mas lá aprendo que são diferentes de um resumo. Já é um passo.
Uma coisa leva a outra e, entre uma saída e outra, vou lendo sobre o assunto em diferentes lugares, em diferentes momentos, até quase tratados sobre o assunto ( o que em parte me alivia porque descubro que não sou só eu que não sabe distinguir muito bem a diferença). E é claro, é preciso que eu saiba o que fazer "EXATAMENTE" porque se eu não cumprir com as "normas" para avaliação do original, o meu pobre livro, pobre porque deixado nesta situação, mas muito bom por sinal, nem ao menos irá para avaliação.
Bem, sonhar é possível, e é coisa para os sonhadores como nós, artistas ou escritores. Mas, dá uma sensação de impotência já que desde o início da tentativa não sabemos, na verdade, o que é exigido exatamente de nós, uma vez que há divergências no modo como nos indicam que deva se fazer cada coisa...    E há textos tão complexos que não compreendi. E também li que..." os grupos de revisão podem desenvolver políticas próprias sobre o processo de elaboração de sinopses". Isto em parte é bom, porque se eles podem, penso eu, que eu também possa...rs... Mas não, não é assim.
Mais um dia passou num piscar de olhos e fico pensando que, na próxima encarnação, vou nascer com sensibilidade artística novamente mas... vou começar a ler desde criança, talvez meu pai seja o dono de um sebo ou livraria... rs...além de incentivar minha sensibilidade como já o fez este que tive... terei uma excelente memória e quero ser uma grande escritora. Tão grande que meu editor não me peça uma sinopse! Tão boa que não eu, mas minhas palavras é que vão emocionar, e estarão perfeitamente arrumadas em contos e textos que encantarão uns, farão outros refletirem, divertirão ainda mais alguns e sempre lembrarão um pouco do belo e de amor aos que as lerem. Além disto, pelo menos 2 livros se transformarão em filmes que vão emocionar ( eu me emociono com alguns livros e filmes, principalmente como os encantados ou como o " A menina que roubava livros").
Bem, mas enquanto este tempo não chega, lá vou eu aprender o que fazer destas duas palavras.

Uma coisa é certa. Se meu livro não for aprovado para publicação em nenhuma editora, de todo modo, para servir de consolo, eu poderei pensar que talvez...só talvez... ele não tenha sido nem considerado e levado para avaliação só porque eu não soube, de verdade, o que eles queriam de mim, além da minha história...rs...

Texto e foto: Vera Alvarenga
Para pesquisa sugiro, entre outros... : http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-86501998000200011
Achei um tanto confuso...: http://www.sitedoescritor.com.br/sitedoescritor_professor_virtual_perguntas_00092.html

segunda-feira, 27 de maio de 2013

50 tons de cinza... uma opinião.


Resolvi escrever sobre algo que tenho evitado, embora já tenha conversado com algumas pessoas a respeito. É sobre o tema desenvolvido no livro : 50 tons de cinza.
  Meu marido comentou comigo sobre uma entrevista em algum lugar, com alguém que ele não se lembra, onde se falava que as mulheres gostam de ler livros do tipo, e porque.
  Nada tenho contra o livro, é uma fantasia e foi feito para vender. Lê quem quer. O que me assusta é a interpretação.
  Uma vez que minha opinião é diferente da opinião de alguns,já vou avisando que li o livro sim. A gente lê esperando encontrar na próxima frase algo que nos satisfaça o romantismo, o desejo de sermos desejadas e amadas ao mesmo tempo! Contudo, esta frase não vem. É frustrante e talvez, por um truque comercial, a gente compra o 2º livro esperando o mesmo. Gostei de ter lido, mas fiquei tremendamente preocupada! Comprei o 2º há mais de 5 meses e ainda não o li. Vou fazê-lo quando e se tiver tempo sobrando. Mas confesso que espero um pouco mais de conteúdo, pois em se tratando apenas de pornografia, então há filmes e estes, só para ver a dois, seriam melhores ( embora não se aguente por muito tempo...rs..).
  Afirmo, então, que minha opinião não é a de uma mulher recalcada, complexada sexualmente falando, ou que desvaloriza a vivência e o prazer sexual como algo pecaminoso, ou de menor valor. Ao contrário, sou plenamente realizada neste assunto. Se algum dia pensasse em me separar de meu marido, como já aconteceu, nunca seria por este motivo, por sentir-me insatisfeita por este motivo, uma vez que o relacionamento sexual tornou-se com o passar dos anos, um dos pontos altos de nosso relacionamento. Muitas vezes, era graças a isto e ao amor, é claro, que as dificuldades quanto às outras diferenças eram vencidas ou contornadas, além do carinho, evidente, que sempre senti por meu marido.
   Então por que me assustei com a leitura do livro, e alguns comentários no Face, de alguns rapazes mal avisados e a amadurecer ? É porque fiquei com muita pena de ver que um passo para trás está sendo dado em relação à qualidade de relacionamento entre homem e mulher, qualidade esta que foi duramente conquistada pelas mulheres de minha geração e das que vieram antes de nós.
  Se eu tivesse uma filha, o que lhe diria, então??? Que é verdade o que andam dizendo após a leitura deste livro?  Que mulher gosta de ser tratada como lá está escrito? Que se um homem a tratasse desta maneira, ela deveria agir como a moça do livro e pensar que isto é o correto, ideal pelo que devemos lutar e sonhar?
  Claro que não! E é claro que sei que alguma pornografia, fantasia ou algumas palavras ligeiramente picantes tem certo efeito, no local e hora apropriados, é claro. Mas não é o caso de se ter um relacionamento onde nada mais exista ou una o casal a não ser o sexo onde a mulher é humilhada, desrespeitada, e pior, seduzida a acreditar que isto é legal, uma vez que acaba sendo gostoso e ela aceita. Quantas crianças são seduzidas e estupradas pelo pai que soube explorar o fato de sexo poder ser "gostoso" ou por saber da dependência emocional de suas crianças?
  Para minha filha eu diria que, a dependência emocional sempre existirá, impossível que a evitemos totalmente e é coisa de ser humano, mas que será sempre melhor a opção de nos apegarmos emocionalmente a alguém que nos trate com respeito, carinho...muito carinho...e que, para sentir prazer e mesmo chegar ao auge do gozo do prazer, não precisa fazê-lo às custas de humilhar a companheira. Isto jamais se justifica! Que à mulher se deve o prazer, tanto quanto proporciona! E diria mais à minha filha! Que não confunda abuso com acordo... e jamais se cale a respeito disto.
  Peça ajuda a uma pessoa de sua confiança para conversar e esclarecer as coisas, e ajudá-la a pensar, se isto estiver lhe acontecendo. Pois somente os mal intencionados pedem-nos segredo de suas ações "contra" nós. Uma mulher sem experiência sexual ou da vida, pode aceitar muitas coisas que em nada as dignificam como seres humanos que são, tão valorosas quanto é o valor que a sociedade tem dado aos homens. Segredos entre os casais é algo delicioso e confirma o comprometimento e cumplicidade, mas então, não caberia aqui, que a mulher fosse humilhada, ou seduzida a fazer o que, de outro modo não escolheria para si. E ser humilhada, seja em que assunto for, acaba por plantar uma semente de raiva que, a despeito da presunção de uma mulher em pensar que está acima deste sentimento, mais dia menos dia, vai desencadear um alvoroço e sofrimento, e culpa.
  Quando o sexo não for mais tão importante, ou mesmo que for, não puder mais ser exercitado com antes (o que acontece com todos..rs...), o que sobrará de um relacionamento que se constrói apenas nestas bases?
  Assim, para  minha filha eu diria...Sexo é bom, muito bom, uma das maiores gostosuras da vida!
  Mas, se você quer ser amada ou respeitada, não alimente atitudes que lhe pareçam abusivas ou grosseiras, que não lhe dêem prazer sem diminuí-la como pessoa, porque o preço será alto. Você é que se tornará fechada e grosseira, com o tempo.  Sexo, carinho e emoção são coisas que nós mulheres costumamos juntar numa receita que nos deixa apegadas emocionalmente e, com nosso instinto maternal, nosso dom para o romantismo e nossa compaixão acaba por se transformar em amor. Fantasiar e fazer sexo não é algo para nos deixar envergonhadas. Só nos sentiremos assim, quando no fundo soubermos que estamos vivenciando um abuso. Porque a vergonha vem da culpa de não conseguirmos nos afastar de uma situação que não nos deixa felizes e serenas.
  Minha filha, diria eu, faça tudo para proporcionar prazer a seu companheiro, mas tudo é o que dá a VOCÊ prazer em viver, e o que te faz sentir-se segura e sair pisando em nuvens, com seu olhar para o alto, e não para baixo. E se pergunte: Por que, em nossa brincadeira sexual, meu companheiro não pode sentir prazer por estar comigo, a mulher que ele escolheu, sem precisar me desprezar como faria com uma puta da qual ele nem se lembraria o nome?
  Então, meu receio é que esta juventude que está aí, já tão carente de limites comece a pensar que toda mulher quer ser abusada, e passar a não acreditar mais quando uma jovem ( ou nao) se negar a fazer o que ao homem parecer indispensável para que ele sinta prazer. Então estaremos muitos passos voltando para um tempo em que mulher era apenas um objeto!!! E é preciso responsabilidade e cuidado pois este tempo não deveria voltar jamais!!!
  Não é porque os absurdos estejam acontecendo, que devemos aceitá-los, não é?
Texto: Vera Alvarenga  

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Minha visão de mundo...

Li, na semana passada o livro de uma jornalista, Saíra Shah, contando sua viagem ao Afeganistão e região, numa busca pessoal por suas raizes e mitos. Impressionantes relatos que ela faz de sua viagem, do que viu em meio às atrocidades das guerras (diferentes guerras,com diferentes motivos) e sôbre as mulheres e homens num mundo de cultura tão diferente da nossa, e tantas coisas mais. Na verdade, devorei o livro em 2 dias, porque ia dá-lo a minha norinha, no aniversário dela. Conheci o mundo que ela descrevia, através do olhar dela  em " A filha do contador de histórias ".
  Estou lendo, já há mais tempo, devagar como quem vai aos poucos se reconhecendo dentro das páginas, um outro livro também cheio de histórias, mitos e arquétipos e que estou adorando ler. Eu bem podia tê-lo escrito, com tanta coisa ali semelhante ao que penso, ou senti, ou ainda sinto, ou reconheço! Poderia, se tivesse a formação desta psicóloga e me dedicasse,como ela fez, ao cuidadoso estudo e cansativo trabalho de concatenar as palavras corretas, na sequência ideal para falar sobre emoções, psiquê e alma, com tanta propriedade como ela fez, de um modo que fica tão mais fácil de compreender do que outros livros com o mesmo tema. Não é pra qualquer um. Ela fala também de mitos e contadoras de histórias que, sob a interpretação e visão dela, transformam-se em símbolos e ferramentas que nos ajudam a compreender um mundo que nem sempre é de fácil compreensão. Ao contrário do outro livro, me reconheci nele, me reencontrei em alguns momentos e percebo que decidi penetrar suas páginas no momento certo, exatamente logo após ter aprendido o sentido de muitos conhecimentos que a autora compartilha conosco, ali. O livro " Mulheres que correm com os lobos" é muito bom, nos ajuda a sentir mais do que pensar, e nos apoia para que não nos deixemos mutilar de nossas melhores e mais raras qualidades, só porque nem sempre são as reconhecidas, como nossa intuição e força protetora que surge quando algo põe em perigo a segurança de nossos filhotes, de nosso companheiro, ou dos que pertençam a nossa "turma"! Num mundo que está se tornando frio, mortalmente insensível e inconcebivelmente individualista, este livro é atual, embora não tenha sido escrito recentemente. Nele a gente se vê no espelho e sente orgulho de não ter desistido, e deixa a vergonha de lado em relação aos ataques decididos que aprendeu serem necessários nos momentos de sobrevivência da vida ( interior ou física), ou da necessária resistência silenciosa, algo que muitos hoje confundem com simples comodismo!! A autora fala de como é perfeitamente normal que tenhamos "fome" e assim sendo, um dia sintamos urgência  de encontrar alguém da "nossa turma", que possa nos reconhecer, aqueles que falarão nossa linguagem e nos oferecerão do alimento que precisamos para vicejar, porque compreendem o gosto e necessidade do mesmo alimento! Ao ler este capítulo lembrei-me de alguns posts onde eu repetia e repetia as histórias de fomes e sedes que levam pessoas a buscar por uma fonte dentro de seu mundo, ou fora dele.
Ela fala também de como esta mesma "fome" pode levar-nos a cair nas mesmas arapucas! É preciso bom humor para ler sobre isto, para podermos sorrir ao lembrar, se for o caso, dos nossos próprios percalços do caminho, e com certeza ler não nos fará sábios, contudo penso que sempre nos relembra o sentimento de compaixão, o que nos faz mais humanos. O livro é de Clarissa Pinkola Estés, e o recomendo aos homens também, pois ajuda a compreender o que é mais natural na vida e como ela seria mais rica se pudéssemos, homem e mulher, caminhar como amigos que complementam suas forças, ao invés de competir .
  Fico pensando como é maravilhoso que eu possa enxergar, para ler e ver o mundo através de outros olhares, e depois possa sentí-lo através da minha própria visão interior. E o interessante é que, no primeiro livro, apesar da cultura tão diferente da nossa, percebemos coisas que todas as mulheres tem em comum, como o cuidado com seus filhos, ou sofrem em comum, como a incompreensão e desrespeito aos seus direitos e sentimentos, mesmo embora cada uma demonstre de maneira diferente, pois que estamos todos, de certo modo, um pouco engessados dentro do que nossa cultura "permite".
  Me sinto grata por poder, a esta altura da vida, ainda ler com meus próprios olhos, aprender e refletir sobre um mundo que é tão grande e diversificado, e que ao mesmo tempo tem tantos pequeninos pontos em comum.
  Não sei mais se o ideal é tão simples como o desejar menos preconceito no mundo e mais respeito pelas diferenças, pois que aí vejo o perigo de que tudo então, deveria ser aceito!? Tenho preconceito contra um pensamento que vê a importância da mulher só pelo número de filhos que ela possa parir, ou que lhe corte o clitóris num ritual em nome de não sei que crença que pensem ser justificável. Não ter preconceito seria aceitar tudo isto, como se justo fosse? Ou pensar que nossa cultura é superior? Pois neste ponto acho que sim, mas em outros sabemos que não. Estamos todos caminhando no deserto, em busca de um oásis, ou de provar que os nossos heróis são verdadeiros, e mesmo assim, caímos e nos esfolamos, aqui e ali, e quase morremos de sede mesmo não estando usando a burca. Quem julgaria o que é justo? Por certo não seria nenhuma religião, no sentido em que elas se proliferam hoje em dia. Que tivéssemos, cada vez maior compatibilidades e mais respeito à humanidade que é o que nos distingue dos animais e poderia nos unir, apesar das diferenças, isto sim, seria bom. Sabemos que não é fácil apresentar soluções, nem para os que estão no campo de batalha, nem para os que a vêem através de vidros blindados. O que nos resta é aprender, refletir e transmitir "aos nossos", aos que estão sob nossa responsabilidade, o respeito aos direitos humanos, à humanidade, e a extrema necessidade de agirmos de modo coerente sempre que possível, a cada oportunidade no nosso entorno, para ampliar este conceito como coisa viva que possa se multiplicar, como pasto verde no campo, ou cardume de peixes nos rios, para alimentar todos os famintos.

Texto e foto: Vera Alvarenga.

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Você leu um destes livros?

 Os Embaixadores da Galáxia e Fábrica de Sonhos foram 2 livros meus que a Ed. Paulinas publicaram em 1987. Foram 4 e 5 edições de 2500 livros cada uma. Faz 24 anos isto e hoje recebi um email que me deixou sensibilizada e mais uma vez pensei em como devemos ser cuidadosos com aquilo que escrevemos para crianças.
  As crianças que leram meus livros devem ter agora por volta de 30 anos  ou pouco menos, a idade aproximada de meu filho mais novo.
 Os Embaixadores da Galáxia é a aventura de um garoto raptado por uma nave espacial. Nela, ele encontra os Embaixadores da galáxia que estão reunidos para o julgamento da Terra, torna-se amigo de uma garota e volta, como as outras crianças, para a terra,com uma missão importante, porém esquecido de sua aventura. Dei o nome de meu filho mais velho Rodrigo, ao personagem principal.
  O livro Fábrica de Sonhos conta sobre um outro menino que tinha pesadelos e numa noite é visitado por outro garoto, "Nosbór" o "avesso " de seu nome, e com ele entra em seu cérebro para compreender como são feitos os pesadelos. Ao personagem principal, dei o nome de Robson, meu filho do meio, porque ele na época estava tendo muitos pesadelos. O meu filho mais novo, Roberto, me ajudou a ilustrar mais um livro infantil, junto com seus colegas da escola.
  Bem, os livros estão esgotados na Editora, mas quem sabe um dia eu possa reeditá-los, continuando com outro projeto que tenho para editar livros ilustrados pelas crianças. Quero agradecer muito ao Alexandre Brito por seu carinho em me enviar email, e por suas palavras generosas. Fiquei muito feliz, pois para quem escreve principalmente para crianças, é delicioso saber que levou uma boa influência para aquele que leu. Gostei de saber de você, menino Alexandre ( hoje um homem,claro! rs...)Aqui vai o email do Alexandre:
 "Entrei no seu Blog!
Hoje estava tentando lembrar do primeiro livro que comprei... Era um feira de livros do colégio que eu estudava, quando eu ainda estava na 1ª série, ainda era um criança... Me deparei com a capa do livro "A fábrica de sonhos" Comprei-o, e desde daí, me tornei um apaixonado por livros... Ou seja, vc fez eu me apaixonar pela literatura, e graças a internet, tenho a oportunidade de agradecer por teres feito parte de minha história, mesmo que nas páginas de um livro já antigo...
Queria saber por onde anda este livro, já que o com o tempo, foi perdido ou deixado em algum lugar, e isso é uma "pena"
Abraços e bjus!
                    Alexandre Brito
 
  E VOCÊ, leu um destes livros? Mande notícias, vou gostar de saber.
  Beijos a todos.
  Vera Alvarenga.

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Um homem, uma mulher e suas poesias

 Vou contar-lhes a história deste livro.
Como foi bom abrir a caixa entregue pelo correio e ver ali nosso livro publicado! Ainda mais que eu ia receber amigas para comemorar aniversários, e ele chega exatamente um dia antes!!
 Meus amigos sabem que gosto de escrever. Poesias,letras e músicas escrevo desde menina! Cantei em programa de TV, (o Circo do Geraldo Rodrigues) algumas composições minhas e a música "Com açucar,com afeto" do Chico! Dali, convidada para cantar algumas semanas no programa da Xenia. Depois,no rádio!! Um futuro promissor talvez, neste meio artístico...hehehe, mas tudo parou por aí. Com 13 anos,não pude atender convites, não tinha um adulto que me acompanhasse.Naquele tempo,tudo era difícil para uma menina sem conhecidos no meio,sem desejos de carreira ou independência! rs.....
   Em mudanças de residência, perdi, me desfiz de cadernos de poesias. Depois de casada parei de escrever por um tempo. Mais tarde,quando os meninos iam pra cama e esperava o marido voltar à noite, voltei a compor, por necessidade, exigência das emoções e sensibilidades...hehehe..
  Ainda com filhos pequenos,publiquei 4 livros de contos infantis e parei novamente. Tenho o sonho de publicar mais livros. Mas,não costumo seguir focada em um objetivo que lute por alcançar de qualquer maneira. Ter foco é bom, nos protege de certa forma,como com um escudo de força. Contudo, a vida para mim, é algo surpreendente, apaixonante, cheia de movimentos. Tenho a tendência a esperar pacientemente por alcançar um sonho, quando por escolhas, preciso me adaptar e desviar-me nas curvas do caminho, mesmo que tenha de enfrentar as emoções que ser flexível assim,pode trazer...rs...
  Há dois anos atrás, voltei a escrever, fiz meu blog, emoções precisando transformar-se em palavras. Meu marido,o Cesar, não compreendia como eu podia perder tempo com estas coisas..rs.. Há pessoas que precisam ter a chance de vivenciar as coisas para compreendê-las. Eu o convidei para participar de um concurso de poesias comigo. Como na época em que o convidei a experimentar fazer esculturas, ele experimentou escrever, e gostou! Deixou aflorar mais uma vez sua sensibilidade e logo, sendo o homem de ação que é, disse: - "Vou publicar meu livro!"
  Confesso que fiquei feliz,pois "ganhei" um marido mais tranquilo..rs... e ao mesmo tempo espantada!
 - Como publicar?com que dinheiro,se tudo parecia ter de caminhar tão econômicamente sempre!? pensei eu.
Talvez com um pouco de inveja da capacidade que ele tem de concretizar o que quer fazer, decidi aprender com ele e então, publicamos juntos! Dividimos gastos, espaço,somamos tempo, juntamos algumas de nossas poesias e marcamos um encontro nas páginas deste livro.
   Não escolhemos publicar nossas semelhanças,( certamente as temos depois de 39 anos de casados..rs..), ao contrário, marcamos este encontro neste poetar entre nossas individualidades e apesar de tudo que nos diferencia.
   Convido vocês,meus amigos, para participar deste encontro! Puxe uma cadeira.Sente-se conosco. Deixe o tempo passar...vamos apenas poetar!
 
  Meu email: mulhernaidademadura@gmail.com
  Estou muito feliz com mais este pequeno sonho realizado.
  Meu carinho a todos.
 
  

sexta-feira, 29 de abril de 2011

Testemunha de um encontro íntimo...

Quando me sinto mergulhada assim
tão profundamente,nesta imensa preguiça,
que finalmente me vence e que
de tão grande deve ter
algum especial significado,
mas que passa ao longe
de minha evasiva compreensão,
penso que deve ser o fruto desta união
tão íntima, de mim com meu cansaço,
o lamento de um caráter apaixonado,
cujo coração fiel perdeu o rumo -
preciso buscar encontrá-lo. Isto dói!
Por isto, hoje, quero ficar quieta aqui
no silêncio de mudas palavras,
na ausência dos meus desejos,
que machucaram, doeram...
Então,que vida surpreendente esta,
quase nunca a compreendo!
Pois quando deste modo me encolho,
e só eu sei que tristeza me consume,
parece que me transformo em alguém "ideal" !?
O que um homem vê nesta mulher
além de um momento de rendição?
Perceberá na quietude, a sua tristeza?
Ou verá apenas mistério e encantamento?
Não notará que nos seus olhos
apagou-se o brilho, a alegria da festa?
Quando nada mais se quer, é nisto que
reside a atração? Que bobagem é esta!
Que entenda como quiser,
hoje sou eu que não quero pensar!
Me sinto tão dentro de mim,
que nada mais me interessa,
nem ingênuos sonhos me confortam.
E se for egoísmo, sinto muito
mas fico hoje assim, são momentos
nem sempre fáceis de encontros comigo.
Ausente o som que me despertaria,
é  prudente dar-me uma trégua,
abrir um livro, única testemunha
de meu encontro íntimo,
e pelas palavras de outra história,
contada por outra mulher,
emocionar-me, surpreender-me,
reconhecer-me, e me deixar encantar...
Poema: Vera Alvarenga
Foto: retirada do Google images.








quarta-feira, 23 de junho de 2010

- " Neste inverno estarei em gestação"...

Também a natureza precisa um tempo para se adaptar.Aqui onde moro,no primeiro dia do inverno,dia 21,ainda havia sol que aquecia muito e parecia que o inverno estava com preguiça de chegar. Mas,ontem à noite, depois de falar sôbre livros com um amigo,sentada em frente ao computador,eu o percebi chegar. De repente. E veio de dentro de mim e de fora. A gente pensa em tomar um banho quentinho e ir para a cama mais cedo, se encolher, ou se aconchegar. O inverno pede aconchego, calor do cobertor, luz suave só para leitura ou ainda menos se for para namorar. Chá quentinho, chá com vinho ou só o vinho! Inverno pede companhia, ou introspecção. Refleti sôbre o amor...o amor de Inverno.
O amor de inverno, pede a presença do outro, porque as asas querem se aquietar no ninho quentinho e é hora de descobrir se é real este amor; a gente se encolhe e o outro aconchega, porque está lá; o abraço é macio, a gente pode rir, ou chorar todas as lágrimas, no peito daquele que se faz presente de fato, em nossa vida. E tem o vice-versa, porque sem isto, é só corpo,coberta e frio.
   No inverno, dá até preguiça de tirar a roupa e fazer amor, com o mesmo ímpeto que temos no verão. No inverno é preciso namorar, seduzir,conquistar, brincar de esconder e achar,mas o amor floresce mesmo assim, e também de outras maneiras, tão lindo como o Ipê Rosa ou Amarelo. É bonito de se ver e sentir. E aquece toda a natureza ao redor, só com sua presença verdadeira. Como é bom ter alguém no ninho, com quem possamos fazer este milagre da natureza acontecer!
   O amor de inverno, não precisa do mundo, só de dois...  de livros para se ler e depois comentar, e de compreensão, do chá ou vinho, e do avaliar, da existência de poucos e verdadeiros amigos e do planejar como se vai dividir este amor, com eles. O amor de inverno não precisa do mundo, porque está gestando, em si, o que dois conceberam (ou não), fruto do seu mais íntimo querer, e é ao redor deste querer, que viverão os dois, cúmplices e maravilhados, todas as outras estações do ano, revigorados pela força do que tiveram a coragem de juntos, conceber!
  No inverno, no aconchego da intimidade resguardada de todos os olhares, pode ocorrer o milagre e, um e outro descobrirem, um no outro, sua razão de viver, uma vida mais plena em todo o seu potencial.
  Neste inverno, eu preciso de você ou só restarei eu mesma, para mim. Contudo, sei que estarei em gestação daquele que contará seu segredo e se abrirá para o mundo, porque não poderá mais conter em si, o que é lícito compartilhar! Neste inverno, estarei grávida do nosso amor ou de mim mesma. Queria que fosse de nós.
texto : Vera Alvarenga
Foto : retirada da internet e pode ter seus direitos reservados.

sexta-feira, 23 de abril de 2010

-"Uma Gde. Mudança - P.III - Preparando um cantinho para Compartilhar"

  " Preparando meu cantinho para Compartilhar com os Amigos" -
   Enfim,esta foi uma grande mudança, tão grande que pensei que ia morar em Sorocaba e, no entando, estou em outra cidade! Acreditam?! É que a casa que alugamos fica na divisa das duas cidades, mas já em Votorantim! Vim de coração para Sorocaba, onde passei dias da minha infância, e me entrego de peito aberto a Votorantin. De qualquer modo, daqui a algum tempo, vou pedir pra fecharem a "porrrta", que eu tô tomando um "leiiiTE quennnTE"! Cresci ouvindo este sotaque interiorano característico daqui.
   Foi em Sorocaba que fui ao meu primeiro baile com minhas primas e coloquei meu primeiro salto alto!Aqui viveram alguns tios, tias, primos, avó. Fazia mais de 20 anos que não vinha para cá! É uma bela cidade! Agradável, culturalmente organizada em eventos a que temos fácil acesso. Uma cidade onde filhos e netos convivem habitualmente numa praça ou em suas casas.
   No ano passado, foi em Birigui que decidi aprender a nadar, por minha conta. E consegui! Como tenho artrose,com a natação minhas dores sumiram e a cada vez que entrava naquela linda piscina rodeada de coqueiros, me sentia renovada e orgulhosa de mim, por ter "vencido" meu medo de água.rsrsrs...
  Sorocaba é muito grande, comparada a Birigui e eu estava preocupada por ter que deixar pra trás a natação, que fizera tão bem à minha saúde!! Imaginem o que descobri outro dia!! que alugamos a casa exatamente na rua paralela à do SESI de Votorantim. Só não podemos frequentar a piscina até outubro por causa do frio, mas no verão, estarei lá, com certeza. Não é mesmo destes pequenos milagres da vida?!
   Agora já sei que vou poder continuar a trabalhar para o meu filho...Graças a Deus haverá trabalho! estou feliz!! e muito grata.
  Nunca temi mudanças. Sempre temi apenas não ser amada, não poder amar ou não saber sorrir com gratidão para a vida. Hoje sei que o amor não deve limitar-se a uma só forma. Pessoas mais velhas precisam de amores diferentes, ou seja, de todas as possibilidades de amar e serem amadas.
   Há mudanças acontecendo também na minha mente e coração. Continuo a crer que não devemos magoar as pessoas ligadas a nós, mas agora sei que posso alegrar minha alma com o que seja imprescindível para o significado na minha vida.
   Continuo a ser uma pessoa leal, compassiva, carinhosa, mas hoje é claramente espantoso constatar que o tempo passa depressa, e não volta jamais para compensar o que não fizemos pelos outros e, principalmente por nós mesmos. Está mais claro também pra mim, que se por um lado devo ser mais responsável pela minha felicidade, e não só o outro, então eu também preciso deixar que o outro aprenda as consequências de suas escolhas. Não devo querer proteger aqueles que amo o tempo todo, pois parece que isto seria pretensão maior do que o limite a que posso ir.
   Estou inteira nesta cidade, Sorocaba ( hiii, mas com um pé em Votorantim! Meu coração terá 2 lugares para se aconchegar). Tenho que aprender a sair sozinha, de vez em quando,  para o teatro, zoo, tirar fotos, shows de graça na praça, nos domingos, enfim, colher da vida o que nem preciso pagar para ter.
   Afinal, sentar numa cadeira confortável à sombra de uma árvore, numa bela praça daqui, ouvir música, ler um jornal, ver as pessoas e sair de lá apenas na hora e ritmo que for o meu, deve ser algo muito bom que talvez valha a pena aprender a fazer. Claro que seria melhor ter companhia, mas não posso mais insistir com o outro ser humano que está a meu lado, só porque EU acredito que isto seria bom para ambos.
   Só agora percebo que passei muito tempo da minha vida tentando controlar tudo, pois não percebia que algo só é bom para "dois", quando "ambos" desejam espontâneamente a mesma coisa, ou decidem se revesar no comprometimento! E, desistir sempre das coisas que gosto, levaram-me a ter uma história bonita e dramática de amor, me ensinaram a dominar minhas vontades, a viver de modo realista, porém não me levaram a viver um amor  daqueles onde as duas pessoas crescem e ajudam o outro a se tornar uma pessoa melhor.
   Continuo de olhos atentos para as coisas boas.Em frente à minha casa há um pé de amora, onde vi um casal de Saíra de cor turquesa! Olhem só que lindo!
   Eu e meu marido adoramos pássaros, soltos.
   Coloquei uma mesinha para dois no terracinho  - para jogar baralho, ou para quem queira vir e conversar. Minha Rainha da Noite, abriu uma bela flor diferente de cada vez, por quatro noites seguidas, só pra me dizer que continua misteriosa e imprevisível, como a vida! e que nada se repete igualzinho o que foi!! Cada coisa, que perdemos,era nossa única chance de ter tal tesouro.
   No quintal, sem nenhum pedaço de terra, coloquei quase 30 vasos que trouxemos da outra casa...é meu cantinho, meu jardim para compartilhar com os amigos que vierem para tomar uma limonada conosco, uma cervejinha rsrs... que quiserem ver os beija-flores que começam a vir ou para aqueles que quiserem apenas conversar comigo, ouvir música,ou ficar em silêncio, se necessário...  Sou tímida, mas não sou mais orgulhosa, preciso de amigos para ser uma pessoa melhor...
Tem jaboticaba, mexirica, lichia... e flores!
   Meu lar sempre foi algo que eu mantinha "protegido", um ninho para a intimidade resguardada e disponível para o amor entre dois, e seus filhotes amados. Nele deveríamos poder pendurar nossas pesadas armaduras de pais heróis e confiar uns nos outros. O amor tem várias formas e fases. Crescemos, amadurecemos.
   O amor verdadeiro, se e quando existe, igualará os direitos, respeitará as fraquezas de cada um e as diferenças, multiplicará as bençãos, nos fará capazes de amar a muitos outros, de outras formas, não precisará mais do isolamento e florescerá mais quando dividir a alegria, que poderá ser compartilhada com quem vier em busca de amizade.
Os amigos do coração são importantes pra mim! e são os meus convidados. Serão sempre bem vindos por quem me amar e pela minha família!
 E hoje tenho alguns amigos especiais novamente.
Quero resgatar o sonho que tinha desde que me casei - viver o refrão que canto há anos!...
" Eu quero uma casa no campo ou em qualquer lugar, onde eu possa plantar meus AMIGOS, minhas "músicas" e livros...e nada mais!"  e quero poder sentir o amor por tudo, a gratidão, é claro, porque sem amor, nada vale a pena, e as flores murcharão....!
Somente o sentimento de amor e amizade, acalmam o coração do ser humano.
Com carinho, aos amigos do coração, ofereço minha casa.
texto:Vera Alvarenga

Clic para compartilhar com...

Compartilhe, mas mantenha minha autoria, não modifique,não uso comercial

 
BlogBlogs.Com.Br
diHITT - Notícias