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terça-feira, 28 de outubro de 2014

Tem gente que não acredita em magia...

- Você está tão bem naquela foto! Parece que está serena, feliz.
- E por que não estaria? Há tantas coisas pelas quais posso agradecer...e sentimentos que posso resgatar na lembrança...
- Mas ontem à noite você... afinal, o que ainda a comove para que...
- Ah este mundo é mesmo feito de contrastes! quando nos sentimos impotentes diante de realidades difíceis de aceitar, seja na vida pessoal ou em aspecto mais amplo, é isto que acontece : a gente precisa sonhar! Mesmo que no final acabe dando de ombros porque não consegue fazer toda uma mudança sozinhos, mesmo que acabe voltando apenas para os pequenos sonhos do "um dia de cada vez"...é para isto que existem os sonhos, a imaginação criativa, pra gente recordar ou criar na mente imagens e felizes momentos, enfim, pra gente pensar naquilo que nos deixa a alma mais mansa.  
- Mas ontem... o que houve?
- Você não soube? Logo você, que não acredita em magia me diga, do que se tratou então?
- Explique-se ! Não estou entendendo patavina!
- Ora, aquela luzinha verde, aquela sensação boa que vinha junto com as palavras daquela canção, você sabe tudo era real! Você também ouviu, lembra?
- Sim, ouvi, e daí?

- Pois dizem que aquela cidade inteira desmoronou, como se tivesse sido implodida! Sumiu do mapa, virou poeira e depois...simplesmente sumiu!
- Mas como foi isto? Aquela cidade era imensa, tinha até aeroporto, indústrias, o que foi? Uma bomba? um terremoto?
- Não, minha cara. Apenas magia às avessas! Como se o mágico tivesse cansado de deslumbrar quem lhe dirigia aquele olhar de sonho, como se ele tivesse se cansado de ser afeto, de ser lembrança dos melhores sentimentos, de ser sorriso na boca dos inocentes, como se ele não quisesse mais inspirar...Pode pesquisar aí e depois me diga o que pensa a respeito.
- Estou vendo aqui na internet...é verdade! não está mais aqui já faz algum tempo. Fala sério! Onde está?
- Estou lhe dizendo...apenas magia, uma cruel magia que se transforma na mais pura, nua e crua realidade! uma cidade inteira sumiu! Tudo porque aquela pequena luz verde se apagou... eu não a vejo mais, nem ouço a canção dos pássaros, nem sinto o vento que me trazia as folhas de outono, nem os raios de sol da manhã... Eu não a vejo mais acesa, você a vê?
- Você tem razão. Agora acredito em magia, mesmo que seja às avessas...rs...como você diz.
- Pois eu, não acredito mais! E pra sempre vou ter cem anos de idade.....
- !!!???....


sexta-feira, 4 de julho de 2014

Bolinho de Chuva

Tem certas coisas que lembram bons momentos de nossa infância.
Sei que minha avó fez algumas vezes...minha mãe também... mas bolinho de chuva me lembra mesmo quando eu ia passar alguns dias na casa da minha madrinha " Fiica"( era um apelido porque o nome dela era Joana, mas só descobri isto quando era adolescente!). Para todos era Fiíca.
  Então, minha madrinha Fiica fazia estes "Bolinhos" e a gente "avançava". Mas ela fazia em quantidade suficiente pra guardar numa lata e a gente ( eu e minha prima Stellinha) podermos comer no dia seguinte. Eram ainda mais gostosos no dia seguinte! ( Já notaram que algumas coisas são ainda mais gostosas quando a gente as repete, com calma para sentir ainda mais prazer, no dia seguinte?...rs...). Voltando à receita, antes que eu mude de assunto...rs...
  Eu andava com vontade pois já fazia anos que não comia estes bolinhos. Os que minha mãe fazia ficavam redondinhos e com uma pontinha bem no meio... ela os chamava também de bolinho de pingar...
   Bem, finalmente juntei uma receita com um segredinho para deixar mais crocante, aliás aumentei a receita e fiz. Dá uns 35 bolinhos...deliciosos! Para quem quiser, aqui vai a receita:
Misture:
-2 copos não cheios de far. de trigo
- 5 colheres de sopa rasas de açucar ( pode por um pouco de adoçante se quiser evitar muito açucar)
- 2 ovos + 1 colher sopa de margarina
- 1 pitada de sal ( minha madrinha colocava bicabornato)
- 1 colher de sobremesa rasa de fermento em pó
- Cerca de 1/2 copo de leite para dar o ponto na massa que deve ficar como um purê não muito mole.
- 1 colher de sopa de Vinagre ( para ficar mais crocante e sequinho)!!!

Modo de fazer:
Misture tudo numa vasilha. Aqueça o óleo em fogo médio e vá colocando as bolinhas uma a uma, com uma colher de sobremesa da massa  e empurrando com a outra. Depois de colocar umas 8 bolinhas no óleo ( bastante para os bolinhos nadarem nele...rs...), balance com cuidado a panela ou jogue óleo em cima dos bolinhos com uma escumadeira ( ou espumadeira tanto faz..rs...).
- Vire os bolinhos conforme vão ficando dourados. Retire-os e coloque sobre papel para absorver o óleo.
-  Em um saco plástico coloque um pouco de açucar e canela em pó. Coloque os bolinhos lá e misture os bolinhos para o açucar e a canela grudarem neles, sem fazer muita sujeira...rs...
- Depois é comer... quente ou frio...e guardar alguns depois de frios na lata para o dia seguinte.

Dá uns 35 bolinhos de bom tamanho. De..li..ci..óóó...sos... kkk
Fotos/texto: Vera Alvarenga

sábado, 12 de outubro de 2013

Dia das crianças! Que bom, ele lembra!

 Dia das Crianças...
Todo mundo brincando no Face de colocar fotos de criança, ou dos filhos.
  Então fui nos arquivos do computador e peguei algumas. Amigos trocando comentários, foi legal.
Então veio um comentário de um de meus filhos, o Roberto, o menorzinho ( mas que hoje é o mais alto) o que está à minha direita, ou à esquerda na foto...rs... e que está lá longe, na França :
- " Mãe, que linda!!! Que maravilhoso poder crescer com uma visão tão linda como essa... um olhar como este... nos olhando nos olhos... expressando tanto carinho e amor... todos os dias... ao longo de toda uma infância..."

Bem, fiquei emocionada e feliz, porque eu bem me lembro que, mesmo na adolescência de meus filhos, eu gostava de sentar-me perto deles, olhar nos olhos e perguntar : E aí, filho, como você está?


Eu queria demonstrar a eles que estava disponível pra ouvir, mesmo que não soubesse como resolver todos os problemas. Quando eram crianças era fácil, depois que ficaram adolescentes, eu reconhecia que não sabia muito bem o que seria melhor dizer a eles...rs..e isto me deixava meio aflita, às vezes. Eu sabia disto, do meu desejo de demonstrar estar presente, mas e eles, se lembrariam?

Surpresa, vi que sim. Que bom! Porque meu amor foi a melhor coisa e a única que eu tinha segurança real de ser algo bom que eu podia dar a eles. Eu não tinha muita experiência de vida, não sabia muitas respostas, na ocasião desta foto já não trabalhava fora mais, portanto não podia ser a "provedora" de tantas coisas necessárias ( este papel era do meu marido), mas minha atenção e carinho pude dar. Que bom! Sou feliz por ter certeza que proporcionamos uma infância calma e sem grandes traumas para nossos filhos. Isto é bom, compensa por tantas vezes que eu me lembro que desejei ter algo importante e mais interessante pra lhes dizer, mas que não vinha à minha mente!...rs... 


  Texto e foto: Vera Alvarenga

domingo, 2 de dezembro de 2012

O refrão daquela música, lembra?

   Coloco o Lap-top de lado. Fecho a página de um texto que não escrevi e que era tão branca como é a saudade que não se preenche de novas palavras. E, talvez porque seja uma tarde de domingo, uma preguiça imensa toma conta de mim. E porque a reconheço, deixo estar, me deixo levar pela calmaria.
   Lembro de você, que me perguntaria - tudo em paz? Digo que sim. Apesar do vazio na brancura do papel, tudo, no momento, está em paz. No fundo das águas calmas sei que há um grito de um animal ferido, uma ave faminta, um riso, o desejo contido de  uma mulher sem idade, um sorriso e gesto gentis que queriam ser para sempre, seus. Arrumo as almofadas no canto do sofá, pego um livro, me deito de modo a olhar para as árvores em frente ao terraço. Visão agradável. Tudo aqui é exatamente como sonhei. O que poderia querer mais? Colho da vida, neste momento, uma paz que dissolve qualquer sinal das lutas e do anterior cansaço. Me vem à lembrança um refrão de música: - " Agora só falta você, ie,iee, agora só falta você!"
   Lembro de como inúmeras palavras me brotavam no pensamento a cada vez que você vinha. E tudo efervescia, mesmo no meu jeito calmo de ser. E me parecia, talvez porque eu sonhasse, que ia haver um futuro. E fui ousada, e quase não tinha medo.
   Porque hoje é domingo, bem que você poderia voltar... eu sei, esta paz então, iria embora, substituída por certa inquietação que me faria vibrar, e muitas coisas talvez tivessem de mudar de lugar e, mesmo assim, ao fim, ainda haveria tranquilidade, se eu pudesse finalmente confiar. Eu teria sem demora, tantas palavras e uma história a continuar a escrever...
  Mas hoje é domingo. "Tá tudo bem", tudo em paz. Me invade apenas a saudade que ainda não sei controlar e uma persistente brancura de papel....
Texto e foto: Vera Alvarenga.
Música do youtube com Maria Rita -

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