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segunda-feira, 13 de abril de 2015

Apaixonar-se

Amar...alguém...estar apaixonada é...
É assim, vem manso como brisa e depois, inesperadamente como vendaval ou tornado, assusta, embaralha o que está solto, deixa o coração batendo forte, surpreso, sensibilizado, emocionado por tanta vida.... e varre tudo ao  redor.
E tendo varrido tudo, o que se vê então claramente, é o que resta daquilo que se tinha. O que se sente é o pulsar da vida ainda nas veias, o que se deseja é amar e é apenas o que importa, o que se sonha é tudo, o que falta é o que estava vazio... E a gente se sente bela e capaz de qualquer coisa.
O sentimento era tão forte como a ventania que batendo em nosso rosto nos impede de respirar porque em presença dele mal podemos tomar fôlego.... tão forte, que até hoje, ao lembrar-me reavivo o sentimento, e me falta o ar.
Quando a gente está apaixonada... alguns dizem que nos tornamos tolos, fazemos coisas ridículas, rimos ou choramos por pouco! ah... é como deixar-se carregar pelo vento e como uma folha, rodar e dançar e rodar até voar... e alçamos altos vôos e tudo podemos alcançar!
O mundo parece nos importar porque, quando amamos, de tudo somos capazes e cada detalhe da vida é vivido como... apenas como um detalhe, natural do próprio caminhar. Porque o que importa de fato, não é o viver... o que inspira, o que dá força , o que se deseja é amar...e amar...
O engraçado é que, se alguém já não ama mais, se por qualquer razão se desapaixonou ou ainda, se o elo que une na vida a fugaz paixão ao eterno e verdadeiro amor se quebrou antes do tempo de se consolidar, então, tudo perde um pouco da cor.
Para alguns, a presença de uma paixão que veio e se foi como ilusão, só pra mostrar o que restava de suas vidas, acaba por inspirar uma transformação, por exigir uma resolução. Como o vendaval faz constatar que o que ficou não se compara ao sentimento que inspira à vida, então a vida parece nos gritar de suas próprias entranhas que precisa ser vivida mais vividamente em cada detalhe. E cada detalhe precisa encher-se de uma importância que antes não tinha, e alguns neste caso, até tentam agarrar coisas e supervalorizá-las, ou dedicar-lhes um olhar mais condescendente. Seria esta uma grande ilusão? Ou não, apenas uma outra forma de resolver a realidade. Tudo, na verdade, pode trocar de lugar....  alguns passam a valorizar mais a vida... alguns buscam um sonho que podem jamais encontrar, outros decidem voltar a amar... a viver o verdadeiro amor onde este possa estar.

texto: vera alvarenga 

terça-feira, 11 de março de 2014

Quem não bebeu desta água ?


Quando a gente já viveu alguns anos, muitas experiências, criou filhos, andou por muitos caminhos, carregou muitas mudanças nas costas e tantas vezes que chegou a pensar que até ficou lá nos ombros, afinal de contas, um caracol feito ninho portátil...
Quando a gente já teve muito medo, mas mesmo assim continuou, e andou, e andou, pensando estar quase sozinho só para então lembrar que o mundo tem muito mais gente como nós, e que mais além há muito mais do que nosso próprio umbigo, mas mesmo assim, ainda teve coragem de assumir a própria fraqueza, penalizar-se das próprias mazelas e rir-se de nós mesmos no final...
Quando a gente já perdeu um amigo e pessoas que amava, e sonhos, e já sentiu saudades, e já lutou por princípios, e já lutou para conquistar bens não só por nós, mas também...
Claro que a gente sabe que não é perfeito!!

  Mas...chega mais perto...quero lhe perguntar uma coisa... - Sabe aquele momento na vida, não importa onde estejamos ou com que idade e é sempre depois que amadureceu,em que a gente mesmo com toda a tal experiência, começa a ver o mundo com outros olhos, e mesmo estando cansado tem a incrível idéia de recomeçar? E então começa a sonhar de olhos abertos, mas pensamos que desta vez muito realísticamente porque afinal, já somos maduros, e sente que mesmo não sendo perfeitos ao encontrar a pessoa certa a gente até pode vir a ser? Tudo porque parecemos encontrar, ou talvez reencontrar, a pessoa que nos permite ser, e por consequência nos inspira a ser o melhor da gente mesmo, e retribui o que sentimos, aquela pessoa que desejamos tocar, com quem desejamos conversar, namorar, beijar, fazer e viver o amor de tantas maneiras quantas ainda nos for possível ...
  Ah! então é porque o amor voltou a nos tocar. E mesmo silencioso, não se sabe por que porta entrou, dá um tapinha nos nossos ombros já meio caídos, pega a nossa mão e com um sorriso deliciosamente sedutor nos diz:
- Nossa! Em que mundo você estava vivendo que não me percebeu?! Como resistiu? Vem!
E aí, não importa se ele nos apresenta suas credenciais ou se nos prova ser confiável, se a gente pode ter certeza de que realmente não é uma ilusão... mesmo com todo cuidado, é muito dificil  não lhe darmos a mão e não sairmos com ele por aí, nos sentindo leves e ridículos como adolescentes apaixonados pela vida!
Porque afinal... ele só veio atender ao chamado do fundo da nossa alma que ansiava por amar de novo!

foto e texto: Vera Alvarenga.  

domingo, 23 de outubro de 2011

Apaixonar-se? outra vez?

Estava lendo um texto sobre o apaixonar-se que fala de um modo divertido sobre as agruras por que passam os apaixonados.
Então me lembrei que já me apaixonei poucas vezes, na maioria, reapaixonei-me".
Pensava assim: Se conhecesse outro homem e me apaixonasse,  desejaria dar ao relacionamento todas as chances, teria paciência, valorizaria nele só as coisas que me agradassem, não é?. Então pensava, se a vida é um jogo, é preciso aprender a jogar com as cartas que ela nos dá. Alguém me dissera que a vida era um jogo. Não queria jogar para blefar, nem guardar cartas na manga. Pensava em "jogo da vida" para entendê-la como algo positivo que nos desafiava, que trazia surpresas, tinha regras, mas podia dar prazer a dois parceiros que jogassem com honestidade,pelo prazer de estarem juntos para se divertir, apesar de tudo. Eram, na verdade, dois parceiros a jogar unidos, o jogo que a vida lhes apresentasse! Não deveria ser um contra o outro. Deste modo, quando a rotina nos distanciava eu tentava embaralhar as cartas, trocar dados viciados, usar a criatividade.Olhava para aquele que estava comigo há anos e me perguntava o que eu gostava mais nele, o que nele me atrairia, e o que eu podia fazer para virar o jogo a nosso favor. Assim, nos seduzíamos, e não era difícil para mim, sentir-me novamente apaixonada, porque era bom, a não ser pelo fato de que demonstrava minha insegurança - tudo ficava tão bom que eu temia que acabasse. Portanto, outrora, nunca me arrependi deste sentimento. Talvez muitos casais façam o mesmo. De vez em quando tudo se repetia como num disco quebrado. Eu devia estar fazendo algo errado, embora resultasse certo. Pois apesar de a cada vez colhermos recompensas, parecia que era eu que devia proporcionar as condições para que tudo ficasse azul e em paz, como é o céu dos apaixonados.
Com o tempo, surpreendentemente, me reapaixonar ficou mais difícil, embora antes não fosse sacrifício nenhum, porque gostava de estar apaixonada, pelo mesmo homem. 
Estar apaixonada era desarmar-se, entregar-se, uma coisa pra lá de boa! E era fazer sexo, com frescor e juventude algumas vezes por semana. Bom demais, para ambos!
Contudo, falar em apaixonar-se já numa idade em que a gente está um pouco cansada de só receber quando agrada,  e começa a querer receber mais, numa idade em que a gente
se olha no espelho e não vê mais uma mulher cuja aparência seja coerente com o que ainda sente, numa idade em que o espírito ainda é mais alegre do que o rosto consegue demonstrar, apaixonar-se, entregar-se a este sentimento que nos lança no escuro já que estamos meio "cegos" como dizem alguns, apaixonar-se com romantismo, sem a imediata retribuição, pode nos fazer fugir ou tremer na base. É uma faca de dois gumes que mais se pareceria com uma ferradura, com as duas pontas voltadas para o ser apaixonado. Nesta idade, apaixonar-se é sofrer é arriscar-se demais, por isto muitos ficam anestesiados. 
E é bem nesta idade que a sociedade mais nos cobra que tenhamos maturidade para sabermos que nesta vida, "não há certezas"! Bobagem! A sabedoria da maturidade não nos garante maior segurança, pois o sentimento de apaixonar-se é o mesmo de quando estávamos mais jovens, mas o corpo então, podia fazer movimentos livres, soltos e mais sedutores, e não tínhamos medo! O nosso espírito quer, mas o corpo não é o mesmo. Ah, dirão alguns, mas no amor...
Sim, respondo eu, no AMOR, o corpo não importaria tanto! 
Mas e quando é preciso apaixonar-se ou reapaixonar-se primeiro? Afinal ele, eu, estaremos envelhecendo e sabemos, é preciso outro tipo de sedução, confiança. Penso que o desejo é movido pela alegria de estar junto, não mais por um corpo escultural ou sedutor.
Pois é, na maturidade é preciso coragem e decisão! Decidir não desperdiçar a vida, decidir assumir comprometimento, decidir resgatar ou valorizar a amizade e o carinho que começarão a ter uma importância infinitamente maior. Alguns homens se afastam, outros ficam amargos ou se fecham devido a insegurança que sentem quanto às mudanças no funcionamento de seu próprio corpo. Embora tudo pareça culpa da mulher, e se faça até piadas a este respeito, o que acho de extremo mau gosto, na maior parte das vezes, é ela que precisa sublimar desejos. Sei que alguns homens, sem precisarem se iludir,  mantem um relacionamento de amor e sexual satisfatório mesmo após os 65 anos de idade, mas certamente são os que tem um relacionamento no qual AMBOS ainda sentem a alegria de desejar proporcionar ao outro e a si, momentos de brincadeira e isto só pode refletir o prazer que sintam em viver juntos - e assim, comemoram a vida. Muitas vezes, mesmo quando o ato sexual não seja mais possível para o homem, como antes, se houver alegria no coração de AMBOS, corpo e  mente encontrarão uma maneira criativa de enfrentar mais este desafio.Então estarão juntos com uma qualidade de vida que transparecerá no brilho do olhar, apesar de envelhecerem juntos. 
Se apaixonar-se é loucura, na idade madura é ainda pior! não é fácil. Nem para um homem, nem para uma mulher, a menos que este apaixonar-se leve junto a alegria, e à descoberta do amor, carinho e grande amizade, pois é disto que precisamos ainda mais do que da paixão, após os sessenta e poucos. Embora apaixonar-se após os sessenta nos encha de uma vida que pensávamos não ter mais, e quando correspondido possa levar ao amor, é um sentimento que dá medo, eu acho, porque pensamos que não temos mais tempo de não ser correspondidos, não queremos mais ser manipulados justamente quando estamos talvez mais prontos e maduros para o amor, que voltará a ser leve, à sua própria maneira. 
O texto do qual falei no início termina dizendo que a loucura da paixão passa e ..."a alma que parecia apartada de tudo retornará dando vida ao corpo e então, você poderá compreender tudo isso e esperar que um amor de verdade chegue".
Pois eu não sei do que se trata esta ausência de minha alma, que há tempo demais está não sei onde! Se é medo ou o que. Queria minha alma de volta pra mim, para viver uma realidade que eu pudesse tocar, carinhar, reconhecer e por ela ser reconhecida, com a equivalente medida de carinho que dou. Compreendo muito bem agora, quem deseje fugir disto( como comenta a Sissy). rs....
Apaixonar-se é mesmo loucura, não é tão bom assim.rs... Amar sim, pois amar é atitude responsável e individual, mas o que resulta do verbo, o amor, é algo construído a dois, lenta e cuidadosamente. Amar é ser chamado porque o outro quer nossa companhia para as coisas boas também, porque o outro nos quer em sua vida e sente que nos ter é um tipo de presente, é retribuir este sentir naturalmente, é velar o sono do outro porque ele é jóia rara e delicada. Penso que é assim que se cuida de quem se ama. Quero voltar a sentir, calma e seguramente de novo, com todas as rotinas deliciosas e bem vindas, um apaixonamento que se descubra amor! Na minha vida, me reapaixonei tantas vezes. Onde estará minha alma agora? Minha alma amorosa e crente era o melhor de mim e sinto falta dela!
Por que agora é mais difícil? Por que agora somos mais condescendentes com tantas coisas e mais exigentes com poucas outras? rs... Por que deixamos nos escapar pelos dedos, como areia, o prazer de viver que ainda podemos sentir? Vejo o tempo e a areia escorrerem na ampulheta num ritmo diferente do meu, que desejo e sigo com mais calma, do que a pressa que ele teima em mostrar. Quero agarrar minha chance, mas tenho medo. Com a idade, enxergamos menos, mas sentimos mais?
Como avisar ao espírito que só ele não tem idade e que só para ele tudo é possível? Como acalmá-lo e dizer-lhe que tudo está bem, apesar das coisas que passamos a conhecer? Talvez por isto o "velho" volte a ser inocente, porque se desprende do que lhe era importante e muda seus valores,mas eu queria poder fazer isto por opção consciente,por ser feliz de fato, não apenas porque a vida é mesmo assim. Há velhos que apenas carregam a vida ou desistem e outros que flutuam em sua leveza!

Por isto o ser humano tem de sonhar. Se não puder sentir-se especial por qualquer motivo verdadeiro que alguém compartilhe consigo, ele acaba por inventar um, se não puder sentir-se  capaz de ainda viver um sonho, a vida a partir dos 60 seria como minha madrinha recomendava para minha mãe: 
" Vá pegar no terço e rezar!"..rs......

Texto: Vera Alvarenga
Fotos retiradas do Google
Texto citado da amiga Marcela no link:Paixão é navegar em barco de papel. 

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

" ..então serei a mais corajosa das mulheres"!

Comentei algo no post de uma amiga (Jackie), que falava sôbre a importância de reagirmos e não nos fazermos de vítimas de nós mesmas.Quis trazer este comentário aqui.
Quando eu disse que aprendi muito este ano, não quis dizer que aprendi a dar a volta por cima e me transformei numa mulher mais forte!..kkk......ainda não, embora esteja muito melhor, ainda estou inconformada comigo mesma! Eu vejo todo mundo dizer aqui que se julgava vítima,agora descobriu que não é por aí,reagiu,ficou forte, aprendeu.. Comigo foi o contrário, fui na contramão !- A vida inteira fui forte,nada era suficientemente pesado, tudo podia vencer, eu tinha tudo!! ( mesmo quando por pouco tempo, só coloquei na mesa arroz e vagem, ou um peixe espada comprado com a moeda que encontramos na praia).Eu nunca fui vítima, porque achava que vivia a vida como uma aventura, com todas as consequências intrínsecas! Eu era apaixonada! e apaixonada pela vida!
Eu tinha tudo(mesmo quando lutava pelo amor) enquanto tinha fé e amor no MEU coração! Eu amo meu amado com todo o meu sentimento, com toda a nossa história, com todo o meu carinho,não preciso perdoá-lo, POIS SOU GRATA A ELE, POR TANTAS COISAS, mas preciso reencontrar minha paixão( esta palavra não exprime bem o que eu gostaria de dizer, porque "paixão" é conceito desvalorizado e estou falando de FÉ pela vida, algo que nos sustenta interiormente)!
Quando, aos quase 59 anos, não encontrei mais no MEU coração aquilo que me sustentava, me fazia renascer no meu próprio jardim, então me assustei e comecei a me ver como vítima, de mim, do outro, do meu próprio modo de levar a vida. Mais ainda quando me apaixonei por um sonho! O chão me faltou, tudo começou a me parecer sem sentido, e eu me vi como sou - tola, fraca, tão acostumada ao amor que eu sentia, que não sei ser , sem ele. Cheguei a desejar voar para outro jardim, achando que esta era a atitude a tomar. E não adianta tapar o sol com a peneira.Foi isto que ocorreu quando me cansei de "amar e respeitar" o outro mais do que ele me amava! Então, decidi que era tempo de amar a mim mesma! Outra ilusão...serve para colocar os pingos nos "is" e distrair o tempo, mas não "sustenta" (não a mim!) 
O que aprendi foi isto, a gente é vítima, quando não sente amor pelo outro como antes! Uau!! Será que é mais importante então, amar do que ser amada??? Que surpresa!!Claro que eu quero ser amada sem tanto egoísmo, com atitudes coerentes com as palavras, pois se deixei de amar como antes, porque não o era! Mas, juro, preciso REAVIVAR A PAIXÃO, encontrar em mim a alegria de poder entregar o amor em total confiança, e portanto, amar com "paixão", a ponto do amor poder sustentar-se a si mesmo, talvez! Que contradição!  A vida é tão boa pra mim, quero partilhar isto!   
     Então, ainda me emociono quando penso que me apaixonei por um sonho( e o que será esta vida, senão uma ilusão?), mas não vou me entregar... estou aprendendo, não a encontrar a lutadora que sempre fui, NÃO! mas a reencontrar dentro de mim mesma o amor, aquele sentimento de amor especial (ilusão ou não), que me sustentava interiormente, e que eu oferecia ao outro, pois minha natureza se acostumou a isto, a ser feliz, e sou mimada a este respeito, quero sentir-me de fato feliz como eu era, eu me fazia feliz porque acredito na felicidade! É a minha verdade! Quando eu não precisar mais apenas sonhar, e reencontrar esta minha essencia que me capacitava para amar do modo que eu amava, totalmente confiante e entregue, eu nem precisarei buscar a mulher lutadora dentro de mim, porque novamente estarei em paz, e terei a alegria serena que me fazia ser a mais corajosa das mulheres, embora saiba que não precisarei mais lutar!
Texto e foto : Vera Alvarenga

domingo, 31 de outubro de 2010

Mulheres na casa dos 40( comentado pelas de 60!)

Hoje, no blog da Márcia, estávamos comentando sôbre o tema:" Mulheres na casa dos 40!"

Meu comentário ia ficar longo então, trouxe para postar aqui.

Desculpem mas agora vou abrir o verbo!
  Ah, meninas, entrar na fase dos 40 é muito bom!(Só que eu só sei disto agora!!) Eu tinha quase 10 kgs. a menos, era inteligente e muito mais corajosa. Os homens me achavam bonita e eu nem olhava pra eles, (nem de rabo de olho!!).Era bonita e não sabia !(baixa auto-estima é uma merda!!).Eu já havia me separado do meu marido por um ano, e havíamos voltado. Me sentia mais mulher e sexualmente mais amadurecida; sabia o que me dava prazer e conhecia muito mais o meu corpo do que antes- sexo passou a ser muito melhor do que até então!! Ao entrar nos 40,eu tinha voltado para a faculdade, tinha planos e tempo para concretizá-los!
   Pessoal, meninas...acordem!! Podem crer que entrar na fase dos 40 é uma maravilha!! Não é o tempo só de semear amizade e cumplicidade com o homem com o qual decidimos envelhecer! É o tempo para olharmos com respeito para nós mesmas e visualizarmos os frutos que já temos que começar a colher, para preparar as compotas que nós dois iremos apreciar, depois dos 60! Ou agora, ou teremos que nos conformar com o que tiver na despensa!
  Aproveitem com olhos bem abertos a fase dos 40!! rsrs..........(ninguém me avisou). Aos 60, cá pra nós, nem sempre nossa alma e vontade entendem muito bem esta coisa de terceira idade e do corpo que emagrece e não volta mais para o lugar! Lembrando o comentário de Veríssimo,eu tenho " flexibilidade e posso brincar com meus pés" ..rsrs.... mas,preferia brincar mais de fazer amor e de sorrir ( não que não faça isto, mas,tudo ficou muito mais sério,rs...). E não me venham com a história de que a terceira idade é a melhor idade!! Todas as fases tem coisas boas, mas "melhor" idade, já é demais!! Nesta fase dos quase 60 a gente começa a perder pessoas e coisas...e percebe que não deveria ter abandonado os planos para ajudar o outro só nos planos dele. Na fase dos 40, se você se apaixonar por outra pessoa, ainda poderá reconstruir sua vida, sem parecer ridícula! O apaixonamento é lindo em qualquer idade, mas garanto a vocês que é mais lindo aos 40 anos. Eu, na ocasião, conversei comigo mesma e me reapaixonei por meu marido. Faria tudo outra vez, por que fiz por convicção...mas,o importante é perceber se estamos acompanhadas no processo ou se vivemos dourando a pílula, pois aos sessenta, isto será cobrado, de um jeito ou outro!
  Gente, a fase dos 40 pode ser o auge em muitas coisas,e é bom encontrar tempo para unirem-se aos companheiros e não para continuar a renunciar, por eles! Claro que não devemos ser mesquinhas, mas não podemos perder tempo da nossa vida, que é um bem precioso, acocando amores egoísticos demais. A amizade, cumplicidade deverão ser semeadas nesta fase, mas também é o momento de garantirmos nosso espaço e de compreendermos e mostrarmos nossos limites, se não o fizemos até então...isto sim, é o que garantirá uma vida muito boa aos 60!! Pois, se continuarmos a pensar que somos capazes de suportar muito mais coisas, estaremos criando uma ilusão - e ilusão não é culpa do marido, não!! Ilusão é pensar que teremos tempo mais tarde, para olhar com respeito para nós mesmas. O tempo passa depressa. Se não nos respeitarmos aos 40, aos 60, convenhamos, sem dinheiro, sem um apaixonado a nos valorizar, será quase impossível! rsrs.........Aos 40 é hora de, com maturidade e perseverança, garantir a "aposentadoria" de modo a curtirmos tudo na melhor companhia...Nada de acreditar, como eu, que um dia os frutos cairiam do céu porque seu amor iria respeitar você , finalmente, mais do que você mesma se respeita.
   Se não nos prepararmos com consciência na fase dos 40, inclusive financeiramente, então nos restará rezar para que Deus nos dê depois dos 60, discernimento para suportar com dignidade e amor, o que não pudemos mudar, e que nos ajude a evitar a depressão e a preencher nosso coração com o amor pela beleza que houver em cada flor ou gesto, em cada passo do caminho. Só assim sobreviveremos e conseguiremos ainda manter um pouco da doçura da alma. 
  Um brinde à fase dos 40!! e a todas as coisas boas que pudermos ainda fazer, depois dela!! rs.....

Texto e foto : Vera Alvarenga

sábado, 12 de junho de 2010

- " Sôbre estar apaixonado e amar..."

 Acabo de ler um texto que fala sôbre a diferença entre o que um homem sente quando ama e quando está apaixonado. Me fez refletir bastante.      
Concordo que quando a gente ama é algo que depende mais do que temos em nós, do que daquilo que o outro nos está oferecendo, no momento. E acho que o amor vem com a maturidade do relacionamento. E é imenso,sim, mas não tão aparente..é mais discreto, do que a paixão!
Só que, estamos falando da CAPACIDADE DE AMAR, de cada um, claro. O apaixonar-se pode nos levar ao amor. E, que maravilha quando isto ocorre e pode ser vivenciado a dois!Porque, quando pensamos no amor entre um casal, e no sentimento que os une, então, este precisa ser alimentado por ambos e cultivado, sim, e até por ser "entre os dois", precisa de ambos,não pode existir só pra um. O texto comenta que "Quem ama, continua a amar, mesmo em presença da traição". Sei disto, quem ama, perdoa.E foi assim que "eu" sabia amar. Contudo, aqui está onde discordo em relação à repetição desta atitude, pois traição pode ocorrer de várias formas.O sentimento de uma pessoa que é traída pela outra, de diferentes formas, não pode perdurar como amor incondicional,pra sempre... O amor existe, mas o sentimento muda e não é mais tão nobre, leve e belo.
  Na minha história de amor, eu sinto que meu sentimento por ele vai perdurar para sempre,de uma forma ou outra, mais do que os 40 anos de nosso relacionamento, mas, o sentimento que nos une, o que caracteriza o relacionamento "entre dois", infelizmente não é tão bonito, altruístico e não conseguiu ser cúmplice. Meu companheiro diz que me ama e acredita nisto...mas, em minha opinião, como o texto tambem afirma, o amor é algo que, quando existe, é, está lá , brota do coração naturalmente, em atitudes nas quais nem se cogita mais em traição no momento de se escolher entre a pessoa amada e outro objeto qualquer de desejo egoístico. E esta é uma decisão intrínseca que traz a tranquilidade de nunca se estar "sacrificando" por amor, pois não é sacrifício fazer uma escolha natural.
  E, neste caso, uma pessoa pode não saber o que fazer com sua capacidade de amar, então pode direcionar este sentimento para outras formas de amor e de se apaixonar, até que encontre a cumplicidade e comprometimento que pode valorizar imensamente a vida. E este sentimento pode ser oferecido a uma pessoa, muitas ou a uma ação, onde o amor possa florescer.
  Quem ama de verdade, quem tem a capacidade de amar, pode ter este sentimento de amor às vezes, ameaçado por uma atitude egoística,oposta e constante do outro. E, quando isto se dá, o sentimento "entre os dois", pode perder sua força, e a pessoa que realmente amava, pode desejar sim, amar outra pessoa, que perceba que este sentimento poderá trazer a cumplicidade e uma vida imensamente mais significativa, para os dois. Então, apaixonar-se pode ser este caminho, na tentativa de realização deste "amor entre dois" que não se realizou da primeira tentativa..
  Porque, penso que o amor, aquele que vive em nosso coração, se não é alimentado pelo outro, só pode perdurar apenas dentro do coração, e não no relacionamento. Amor totalmente incondicional, na minha opinião, é algo que o ser humano só alcança sentir, mas não consegue vivenciar dentro de seu relacionamento com o seu companheiro(a), porque mesmo que não queira, vai desejar ver-se refletido no outro. O amor, em presença do persistente egoísmo se retrai, ou vira em outra direção para poder brilhar e distribuir suas bençãos.

texto: Vera Alvarenga
foto : que tirei da foto lindíssima, que ficou em 2º lugar no Concurso (Re) Tratando o Rio Sorocaba.
 A foto é de Carlos Alberto Muzzili.

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