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sábado, 11 de julho de 2015

Lindo passeio ao Palácio de Queluz- Portugal


E um belo dia, seguindo o roteiro que fiz, depois do nosso café da manhã tranquilo, fomos à visita ao Palácio Nacional de Queluz.

 Fomos de trem a partir da Estação do Rossio.
 Pena que não tive a oportunidade de tirar uma foto desta estação à noite...fica para a próxima!

São apenas 15 a 20 minutos até Queluz e após uma caminhada, chegamos ao Palácio.




Tem a praçinha em frente ao prédio principal...com a estátua da rainha Maria I.

Uma parte, que parece uma igreja, e foi transformada em pousada...



 E então vem o Palácio, o prédio principal, cuja visão de entrada não mostra o luxo que vamos encontrar lá dentro! Estava com serviço de manutenção por fora por isso não tirei fotos.

Uma parte dele estava fechada para visitação, mas o que pudemos ver mostrava um pouco de seu antigo esplendor, do tempo em que Pedro III e Maria I davam suas festas no verão.


 Depois que a rainha Maria I foi declarada "louca", D. João VI foi declarado príncipe regente (1792).


Em 1807 , quando Napoleão invadiu Portugal, a corte foi transferida para o Brasil, e mesmo tendo sido saqueado nesta ocasião, podemos ver ainda hoje, o quanto foi maravilhoso!







     Em 1821, a corte retorna à Portugal, e D.Pedro (o IV de Portugal), filho de D.João VI, ficou no Brasil como regente.
Em 1822 D. Pedro proclama a independência do Brasil como Imperador Pedro I.
  Em 1826 o rei D.João VI morre e D.Pedro IV -
o "nosso" Pedro I, foi declarado rei de Portugal, mas abdicou em favor de sua filha Maria II, e permaneceu no Brasil.
 Em 1828 o tio de Maria II foi aclamado rei de Portugal.

Em 1831, Pedro I, abdicou o Império do Brasil em favor de seu filho Pedro II e retornou a Portugal para lutar para que sua filha retomasse o trono. Pouco tempo depois aconteceu mas D.Pedro morreu de tuberculose 1834, no "Quarto Dom Quixote" do Palácio.






Então, o "nosso" Pedro I ( Pedro IV em Portugal) viveu sua infância e morreu neste palácio.

















Adoro as marcas que o tempo faz nas coisas..
E a gente olha as coisas e, sob certos ângulos, vê mais do que a própria coisa em si...
E adoro janelas, e água, e vidros, e tudo o que pode refletir a luz e imagens, sobrepondo-as...
Isto me faz sentir, mais do que pensar,no que há além das aparências, nos mistérios e na importância da luz!







fotos e texto: vera alvarenga

sexta-feira, 10 de julho de 2015

Encontro em Lisboa, a 360º...

Então ali estava eu, em Lisboa. Não digo na minha ou na velha  Lisboa, porque não é minha mas dos meus irmãos portugueses, e não tenho intimidade para chamá-la de velha, sem que ela se ofenda. Aliás, como eu, ela não é velha mas cheia de histórias.
Por falar em histórias, vou contar uma pessoal, que vivenciamos eu e ela, no coração da cidade, entre o Rocio e a Praça da Figueira. Bem ali existe uma confeitaria maravilhosa, a Pastelaria Suíça. Possuindo quatro entradas, duas em cada praça, permite a seus clientes ir de uma a outra com facilidade. No meu caso, contudo, poder entrar de um lado e sair de outro, foi um pesadelo por alguns minutos. Vamos à história, mas do inicio, para que eu também não me perca aqui novamente.
Nesta confeitaria  vivi alguns momentos de apreensão testemunhados por duas mulheres , a balconista e a senhora do caixa, esta última por sinal muito simpática e solidária. Simpática porque, logo que cheguei fui pagar adiantado o café e deliciosos pasteis doces  para o lanche especial de final de tarde, e tivemos uma conversa animada sobre a vida em Portugal e no Brasil. Solidária, conto o motivo daqui a pouco. Ao pagar, eu lhe disse que o lanche era para mim e o marido que havia ido “rapidinho” até o outro lado da praça, comprar um sapato. Logo voltaria e queria fazer-lhe uma surpresa com os doces e não só a “bica”. Após vinte minutos de conversa eu a deixei e fui para a porta, local onde marcamos o encontro, bem em frente a D. João I em seu cavalo.
 Fui à porta e esperei, uma vez que marcamos do  lado de fora. Olhei para um lado e outro. O marido não vinha. Ah, como estava precisando sentar-me! Descansar de tudo que andei, mas fiquei com receio porque a praça era grande e havia barracas de artesanatos, que nos impediam a visão dela toda. Era melhor esperar bem em frente à porta. Meu marido havia tido um AVC um ano antes e, embora estivesse muito bem, sua memória o enganava muitas vezes, como fazia quase sempre, a minha, comigo. Minha bússola nunca fora mesmo exata. Facilmente eu me distraía com alguma imagem interessante, por isto criei o habito de salvar na memória um ou outro detalhe de referência, se não quisesse me perder. A dele, no entanto, antes do AVC  era  exatíssima, e a memória também. Aliás, quando teve o acidente vascular, eu percebi porque ele esqueceu-se do nome de pessoas. E isto não tinha sido um bom sinal.
Ele costumava ser objetivo e rápido em suas compras . Agora, com exceção da memória para certos detalhes, estava bem de saúde,  mas muito atrasado.  E isto podia não ser um bom sinal. Foi só então que percebi que a porta onde eu estava, não era a única que servia de entrada para a confeitaria. Havia outra! Alguém entrando por essa outra porta, poderia passar por outro ambiente, por trás do balcão onde eu estivera com aquela senhora do caixa, sem que eu visse ou sem me ver . E poderia sair na outra praça! A partir deste momento,  tentando manter a calma e disfarçar a agonia, fiz e repeti um circuito entre uma porta e outra, da Figueira ao Rocio. De d. João I a D. Pedro IV. E fui até a loja do outro lado da praça. E voltei. E aí aquela senhora simpática tornou-se solidária com minha apreensão. Já havia passado cinquenta minutos. Ela avisou-me que seria melhor falar com a polícia pois logo algumas lojas iam fechar, ia escurecer...  ele bem podia ter saído pela outra praça. De fato, como é um pouco impaciente poderia ter saído a minha procura. Poderia ter esquecido do ponto em que marcamos o encontro, afinal, tudo é muito parecido quando não conhecemos o lugar!
Meu coração ficou pequenino imaginando se ele estaria aflito caso tivesse esquecido do local do encontro ou coisa pior. Foi então que pensei que tinha perdido uma pessoa, exatamente no momento em que eu esperava que ela me encontrasse, ou ainda melhor, esperava me encontrar dentro do seu olhar. Seria como aquele encontro de alma, romântico como me agrada, que faz com que pessoas voltem a se aproximar de um jeito amoroso como se o tempo não tivesse passado e por algum motivo as distanciado um pouco. Este era um desejo meu, escondidinho. E agora acontece isto?! Ao invés de me encontrar ele teria me perdido?! Não, não era possível! Tentava me manter calma.
Olhei para as quatro portas, a Confeitaria me pareceu bem maior. E se ele tivesse ido mesmo para a praça onde D. Pedro IV, aquela estátua que não é equestre porque foi aqui no Brasil, como Pedro I que ele, em seu cavalo, veio gritar pela liberdade? Escolhi uma e fui novamente para a calçada. E lentamente, fiz um giro de 360 graus. Lá pelos 180 graus me imaginei telefonando aos filhos para dizer: - Perdi seu pai! Aos 270  minha índole positiva já tinha afastado este pensamento, eu não estava gritando como D. Pedro,  estava aflita por ele, eu estava orando:
- Ah! Não devia tê-lo deixado ir sozinho. Deus, proteja-o! Não deixa ele ficar aflito, coitadinho, pensei eu, tomada por uma onda de cuidado e carinho. Não deixe que nada lhe aconteça,  proteja-o e....
E então, aos 55 minutos e 360 graus de uma não tão remota intenção, o meu olhar aflito e o olhar despreocupado dele se encontraram.
- Eu demorei um pouco porque  fui ali na outra loja ver se encontrava meu sapato, disse-me ele. Eu poderia socá-lo se não fosse por aquela onda de cuidado e carinho, que me fez sorrir de alívio por ver que estava bem, sensação que muitos de vocês talvez já tenham sentido.

E fomos juntos, finalmente, tomar o nosso café.........
foto e texto: vera alvarenga

terça-feira, 7 de julho de 2015

Lisboa seria uma boa opção?

Quando meu marido finalmente resolveu me fazer companhia nesta viagem à Europa, me disse:
- Tudo bem, mas só vou se for para Portugal! Tem lá uma cidade, perto de Porto, que quero conhecer - a cidade que tem o nome "Alvarenga". Vi a cidade pelo mapa, as fotos no google, as informações de que não havia trens ou ônibus com exceção de um que saía do Porto...enfim... fiquei perplexa.
- Afinal, o que eu ia fazer em Portugal???? Tudo bem, deve ter lugares bonitos, mas meu sonho estava um pouquinho mais à leste e ao norte... lá por França, Alemanha, Holanda e Bélgica.
Então comecei a fazer um roteiro, a começar por Lisboa, um passeio até Sintra, e depois Porto e um passeio até a cidade "Alvarenga".
 Já pela internet ( maravilha de Google com fotos! e alguns blogs que falam de viagens!) fui conhecendo os lugares que poderíamos visitar, escolhi o aptº para alugar ( + barato que hotel e perto de tudo: shopping, supermercado, metrô e Pq. Eduardo VII).
Claro, é preciso cuidado!  E aconselho escolherem dentre aqueles que tenham mais comentários de gente que já foi. Acreditem que os comentários são muito importantes para a gente saber como é o lugar e os perigos ou aborrecimentos que outros já tiveram de enfrentar ali no aptº ou bairro.


Eu tinha que fazer opções de acordo com nossas possibilidades, limitações e gosto pessoal.

Portugal atravessa crise financeira e é possível ver, que muitos locais da cidade (por ex. de Lisboa e Porto),carecem da manutenção devida aqueles lugares que pretendem ser uma atração turística,e que lhes traria mais encanto e valorização dos monumentos. Janelas quebradas, vidros e paredes escuras não são sinônimo de cidade antiga,e uma comida não caprichada( caso só de Porto) em alguns restaurantes turísticos parecem desleixo de alguns comerciantes que, como pode acontecer em qualquer país, pretendem ganhar dinheiro do turista mas não investem em cuidados ou atenção aos mesmos.
Senti pena disto, tanto quanto sinto pena de, no Brasil, termos tantos lugares lindos mas cuja violência/ assaltos, roubos são um descuido e descaso das autoridades em relação ao povo brasileiro e ao turismo que poderia nos trazer mais possibilidades.
Aliás, sinto mais pena de nós, brasileiros, que nem ao menos podemos passear tranquilos nas praças de nossos bairros. E que poderíamos ter nos rios Pinheiros e Tietê, e nas suas marginais, um lugar para nós e os turistas aproveitarmos... como em Paris, Amsterdã, Bruges....


 LISBOA FOI EXCELENTE ESCOLHA!! Ótima PORTA DE ENTRADA para EUROPA, uma viagem que seria cheia de AVENTURAS E DESAFIOS para nós.
Bom pela facilidade da comunicação e para eu começar a entender como me virar no metrô.

Em Lisboa comemos bem! A comida em  lanchonetes ou mesmo em pequenos restaurantes me pareceu de melhor qualidade do que em Porto, pelo menos em se tratando de turismo mais econômico como o que fizemos.
E não só em Belém come-se o maravilhoso "Pastel de Belém", ou os "Travesseiros"! Também em Confeitarias do centro de Lisboa e até em 2 supermercados bons, encontramos pães e os "Pastéis" deliciosos! Bacalhau do Parque das Nações, estava uma delícia! Percebi maior cuidado com o "sabor"( foi a experiência que tive em 10 dias, mas confesso ter ficado apenas 3 dias e meio em Porto.)

E, por falar em Pastéis de Belém, vamos às fotos da Torre e do "Padrão dos Descobrimentos.

no blog:
fotoseimagensdomeuolhar.blogspot.com estarão as outras fotos deste mesmo passeio - Fotos do Mosteiro dos Jerônimos e da Catedral, ainda em Belém.

( clic nas fotos para ampliar)













texto e fotos: vera alvarenga

segunda-feira, 6 de julho de 2015

Castelo de São Jorge - Lisboa

No séc. XI, numa zona de difícil acesso e no topo da colina, foi construído o "Castelo de São Jorge".
Não teve como primeira função ser a principal residência real, mas sim, abrigar a guarnição militar e, em caso de cerco dos inimigos, também a elite que vivia na cidadela. É uma fortificação que podemos visitar em Lisboa, sem esperar ver sinais do luxo dos Castelos ou Palácios que serviram de residência, nem salões de baile ou de Espelhos. Quem visitar o Castelo, andará por suas muralhas e ruínas, verá vestígios arqueológicos de sua história e uma belíssima vista da cidade. E se tiver tempo, poderá parar num lugar mais romântico e divagar um pouquinho. Vale muito a pena a visita!
Por falar nisto, apesar do desconto que tínhamos devido ao fato de eu haver comprado com antecedência o Lisboa Card, meu marido não quis pagar para a visita e então preferiu ficar sentado na mureta da entrada, aproveitando para evitar cansar-se...rsrs... enquanto me esperava.... Deste modo, com a preocupação de não deixá-lo a esperar demasiado tempo, evidentemente tive de caminhar muito mais depressa do que gostaria e isto me cansou mais do que eu pretendia! Mesmo assim, acelerei os zoons e olhares, e pude tirar fotos que me agradaram e me ajudarão a relembrar. ( clic nas fotos para ampliar).
Sei que nos cansamos muito com as caminhadas que fazemos quando vamos em viagens de turismo, mas acredito piamente que, embora não possamos "perder tempo" é possível conciliar a vontade de ver tantas "novas" coisas com a necessidade de descansar "de quando em quando", pois se o cansaço vem, o bom humor não resiste. Vale mesmo a pena, se conseguirmos isto! Manter o bom humor e a disposição é questão importante, se quisermos nos presentear com uma viagem mais proveitosa, divertida e, ao mesmo tempo, cuidarmos de nosso bem estar. Afinal, prazer, disponibilidade e bom humor estão sempre de mãos dadas!

  - "Se eu soubesse... ah, se eu soubesse que esta maravilhosa viagem, oportunidade ímpar, num piscar de olhos viraria lembrança...kkk... eu teria andado um pouco mais devagar", diriam alguns.
   Não posso dizer isto. Gostaria de ter sentado mais vezes sim, para observar a vista ou as pessoas, ou para tomar um café sem tanta pressa, na mesinha de tantas calçadas nas deliciosas cidades em que estivemos, contudo, no meu caso, não tinha sempre esta opção. Gostaria de não ouvir tanto resmungo ou descaso nos meus ouvidos, ou repetidas vezes a mesma frase: - " Tudo é sempre igual em todo lugar! Não vou pagar pra ver ( ou fazer) isto!"
 
Algumas vezes isto me desanimava, e no inicio da viagem me stressei, me aborreci uma vez seriamente, confesso! Afinal eu também acho que não precisamos pagar pra ver tudo o que é considerado uma atração turística, que é chatíssimo entrar em todos os museus e por isto fiz algumas escolhas, para um roteiro agradável. Coloquei nele, algo que para nós dois é fundamental : parques e jardins onde podíamos ver natureza, água, pássaros. Tive, é claro, de adaptar ou modificar algumas coisas no roteiro.  


No entanto, conforme a viagem foi acontecendo, ou a cada vez que meu marido entrava num lugar que eu dizia já estar pago e saía dizendo que gostou muito,logo me lembrava que se não fosse também por ele ter aceito fazer-me companhia, eu não teria tido coragem de ter programado e feito tudo o que fiz. Eu simplesmente não estaria lá!   Minha opção então foi aceitar o fato de que cada um faz o que pode fazer. Ver um pouco mais, mesmo que em menos tempo e manter o meu bom humor porque a felicidade de estar lá era grande demais - isto foi a minha opção. Era o que eu podia fazer.

 E não desistir...mais uma vez, não desistir de tentar mostrar ao outro ( o que me dava a mesma chance de exercitar) que era legal tentar abrir a mente, o olhar e o coração para ver o que há de bom e agradável no que é diferente daquilo que estamos acostumados.
Ah não! Não podemos achar que tudo no mundo é igual ao que a gente conhece! Há tantas diferentes formas de mostrar semelhantes emoções. O ser humano tem tantas formas de expressar-se, mesmo que como humanos tenhamos tantas semelhanças.



Depois, à noite, tomar um remedinho para dor e dormir para acordar "nova em folha", no dia seguinte! ( aliás, até hoje não consigo entender bem este jeito de dizer: " pronta pra outra!"...rs.....)
   Esta viagem foi uma grande experiência em muitos sentidos. Cada um de nós, tenho certeza, mudou um pouco, aprendeu algo sobre si mesmo. Meu marido, inclusive, comenta hoje várias vezes que gostaria de poder fazer outras viagens, mesmo que pequenas e mais curtas... e desconfio que, se tivermos chance, se fizermos opções para economizar e priorizar a realização deste desejo, ele estará mais disposto para aproveitar e descobrir detalhes que antes passariam desapercebidos.

Cada um de nós, continuará tendo suas preferências, mas a "disposição" talvez mude. Algo sempre muda depois de uma grande viagem. Nem que seja apenas o olhar com o qual vemos nosso pequeno mundo imediatamente ao nosso redor.............

Então vamos a mais fotos aqui e no próximo post.( dá uma saudade...rsrs...)
















texto e fotos: Vera Alvarenga

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