domingo, 22 de julho de 2012

Levando tombos...

   No inverno, e quando se mora em apartamento, é preciso sair um pouco para caminhar e melhor, quando se pode aquecer ao sol. É o que fazemos aos domingos. Claro que preferiria ir ao Parque Ibirapuera, caminhar entre as árvores, ao lado do lago... mas, é tão difícil estacionar por lá, então, uma grande volta no quarteirão já tá de bom tamanho.
  No caminho da volta, a rua é toda arborizada. Agradável de se andar nela, não na calçada, que a cada laje de concreto de um metro há duas canaletas de uns 15 cm., uma próxima da outra, que atrapalham bastante o caminhar. É necessário andar olhando para o chão para não se torcer o pé. Sabendo disto, costumo ser atenta.
  Geralmente venho pela rua e só entro na calçada quando a rua se estreita por conta dos carros estacionados. Hoje, me distraí. Vinha vindo tranquila, com minha câmera pendurada no ombro enquanto um lindo cão preto vinha do outro lado da rua e eu, por um segundo olhei para ele. Já tinha dado uma daquelas espiadas rápidas para reconhecer o terreno à frente, já tinha visto que havia uma placa de cimento um pouco levantada, mas não imaginava que logo após havia uma canaleta sem terra, buraco no qual a ponta do meu tênis enfiou-se, prendeu-se e me levou ao desequilíbrio, em seguida, ao chão.
  Tive consciência de que num milésimo de segundo estaria estatelada na calçada, mesmo assim, deu tempo de puxar a câmera fotográfica tentando protegê-la, depois, mãos para frente e plunft ! Já era. Lá estava eu com dor nos joelhos e mãos, esparramada na calçada.
  Recebi pronta ajuda de quem estava comigo- a mão estendida para me ajudar a levantar. Que bom!
  - Detesto andar nesta calçada com todos estes buracos! Desabafar me fez bem, naquela situação.
  - Mas aqui não tem nada, foi falta de atenção! Ouvir isto me fez mal.
  - Claro que tem, olha ali onde enfiei meu pé! Meu tênis com a ponta esfolada também comprovava. Pronto, lá estava eu sentada na calçada, tentando explicar. Queria que ele tivesse conseguido ficar calado, embora não tivesse sido o culpado do meu tombo. Por que há pessoas que nos chamam a atenção quando a gente ainda está estatelada no chão?
  - Ela está bem? A mulher na calçada em frente lhe perguntou. E, simpática, olhando pra mim : - Você se machucou? Ah! que frase maravilhosa de se ouvir numa situação daquelas.
  - Não, obrigada. Só o susto. E é desagradável cair na rua, não é? Sorrimos, uma para a outra.
  Claro, é desagradável cair em qualquer lugar, mas em público e numa calçada áspera, mais ainda.
  O homem com o cachorro, andando mais depressa, já ia longe a cuidar da própria vida.
  Interrompi os resmungos do meu companheiro de caminhada. Sim, eu sabia que tinha sido culpa de minha falta de atenção, embora nem estivesse tão distraída assim buscando o que fotografar, como ele dissera. Apenas não queria ficar olhando sempre para o chão!
 - Por que você não me perguntou se eu me machuquei?
 - Porque eu me assustei!
 Eu também tinha me assustado! Então, éramos dois. Contudo, fora joelhos e mão ralados, roupa, câmera e tudo o mais estavam bem. Maravilha, não torci o pé. Apesar do tombo, tive sorte.
 Lembrei de quando uma criança cai ao nosso lado e a gente logo vai atender, e para sermos solidárias, brigamos com a porcaria da calçada que a fez cair! Cumplicidade faz bem. Logo depois a gente ensina que é preciso mais cuidado. Bom ser criança... Mas, talvez, quando o susto é grande, por vezes a gente acabe por querer ensinar o outro a se proteger, naquele exato momento em que bastava o apoio... sei lá. Isto não é necessariamente falta de carinho. Acho que depende do momento, e depende de cada um.
  Interessante perceber o que fazemos quando nos assustamos e não temos tempo para pensar.
  E interessante lembrar que, mesmo sendo adultos, quando menos esperamos, podemos cair no chão, na calçada, da pose. Melhor na calçada do que por uma rasteira na vida. E sempre se aprende... se você quer fotografar, se distrair ou levantar a cabeça em sua caminhada, vá em seu ritmo, com cuidado, devagar... e se cair, o jeito é levantar, sacudir a poeira e seguir em frente. 
Texto: Vera Alvarenga
Foto: retirada do Google.
  

6 comentários:

  1. Eu sou campeão de tombos... Já levei cada um que se filmado daria pano para as mangas... rsrsr
    Mas é isso aí - cair, levantar e dar a volta por cima...
    Beijinhos e meu carinho, menina!!!

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    1. Ah! meu carinho também pra você Malu!
      Faz um tempão que não vamos até Cabreúva. Espero que você esteja bem. Boa semana!
      Beijos

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  2. Vera, onde eu moro, numa ilha, tudo é calçado, mas com pedras todas irregulares, como é terrivel andar aqui com algum salto! Super perigoso! Tem horas que penso que chão batido de barro é menos pior! rssss

    Sobre tombos, depois da fase de menina, quando era especializada em ralar os joelhos, fiquei mil anos sem cair, até que tomei um tombo ridiculo por erro de uma loja, aí... God, torcer o pé foi pior do que quebrar!


    BEIJOS

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    1. Pois na Ilha que morei por 10 anos, eu andava mais na areia...rs... Sissy, acho que desde os 10 anos que eu não caía! Logo eu que sonho tanto...kkk... Desta vez aprendi...quem quer ficar olhando para os pássaros, para o céu, que coloque suas asas ou então seu tênis e vá observar pássaros no meio da mata, sentada de preferência! kkk.... Beijos e uma boa semana pra você!

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  3. Ninguém quer cair, mas acontece! Nessas horas eu costumo levantar o mais rápido possivel, até para não chamar muito a atenção. Sabe que um garoto tropeçou na calçada da casa da minha mãe - onde tinha uma rachadura provocada por carros pesados que passam pela rua - e a minha mãe foi notificada pela prefeitura a consertar, pois o pai do garoto abriu um processo contra a minha mãe. Além do que, ela teve que pagar uma consulta e comprar óculos novos para o garoto. Pelo exemplo, a calçada não estava viável para uso e algumas pessoas sabem que alguém tem que pagar por sua falta de atenção. Se todo mundo agisse como o pai desse garoto, não haveriam tantos lugares perigosos para andar. Melhoras!! Boa semana! Beijus,

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    1. No caso de sua mãe, que não tinha culpa dos carros pesados que passam na rua, pode ser até um pouco injusto, mas sabe que, no final das contas, com sua história, fico a pensar... se cada um cuidasse de sua calçada, responsabilizando-se por mantê-la em bom estado, seria bem melhor, mas acho que a Prefeitura teria de ajudar também. Aqui na rua, a calçada com as valetas é em frente um belo condomínio. Seu comentário me inspirou - não vou processar ninguém mas vou lá pedir que coloquem mais terra e grama nas valetas que fizeram para a calçada ficar bonitinha esteticamente falando, esquecendo-se da segurança de quem caminha por lá. Obrigada, beijos e boa semana!( a foto não é da minha rua,é só parecida..rs...)

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