Andam me contando histórias..e elas me fazem pensar.
A daquele anjo, por exemplo,que levou 4 rabinos ao céu, onde eles contemplaram algo tão maravilhoso que ao descer do Paraíso para a terra novamente...
... o primeiro, após ter visto tanto esplendor, enlouqueceu e passou a perambular espumando de raiva até o final de seus dias. ( e bem assim estava eu, há pouco tempo, espumando de raiva e me sentindo culpada por isto). Que destino cruel o dele. Não quero isto pra mim.
... o segundo rabino encarou tudo com cinismo: - -
- "Ah, eu só sonhei com tudo, só isto, nada aconteceu de verdade. Foi só sonho!" ( que pena! eu bem pensei assim também. Nunca pensei que seria cínica na minha vida, mas algumas vezes é uma saudável opção agir como a raposa que diz - as uvas estavam verdes! outra, que pelo cinismo se salva da loucura e se cura da raiva.)
... o terceiro passou a falar incessantemente sobre o que havia visto, demonstrando sua total obsessão e assim, perdeu-se e traiu sua fé. ( Assim diz a história. Eu penso que tudo o que ele sentiu pode ter sido tão grandiosamente simples e maravilhoso que ele não podia conter dentro de si. Contudo, a obsessão talvez tenha sido a de continuar a desejar, e desejar colocar tudo na realidade palpável. O que não seria erro, se fosse possível. Afinal depois que nos inspiramos, e foi assim comigo, a gente quer trazer à realidade, e dar a ela um maior sentido.)
... Bem, o quarto rabino, este era poeta e usou toda a sensibilidade despertada nele, pegou um papel e uma flauta, sentou-se junto à janela e começou a compor uma canção atrás da outra, elogiando a pomba do anoitecer, sua filha no berço e todas as estrelas no céu. E daí em diante passou a viver melhor.
Pensei sobre este rabino em particular.Como ele me lembra o que eu fui e fiz desde o começo de meus tempos, desde menina quando a sensibilidade e um amor puro transbordavam de mim. E me lembrei que, chega um dia em que, na maturidade, a gente quer ver transformada a realidade que nos toca de perto, e quer sentir o amor chegar de fora pra dentro, e nos tocar como milagre surpreendente. E os olhos vêem o mundo de outra forma. Então, após decepcionar-se e depois quase tocar os céus por instantes, a gente fica como os 3 rabinos anteriores, esquecendo-se do que é ou não sabendo mais como sê-lo! Isto aconteceu comigo, sem dúvida!
Ainda mais me convenço de que..." diante do que é o sentimento do amor, todo gesto que não vem inspirado por ele, e tudo o que não é mais o amor, nos parece sem vida ou grotesco!"
Sabe de uma coisa? Esta história me lembrou que preciso voltar a ser poeta! ainda que esta história não tenha me ensinado como me conformar com o andar sobre pedras, quando podia estar deitada na relva macia de um jardim florido que vislumbrei lá no paraíso....
texto: Vera Alvarenga
foto retirada do Google, onde não estava nomeado o autor.
A daquele anjo, por exemplo,que levou 4 rabinos ao céu, onde eles contemplaram algo tão maravilhoso que ao descer do Paraíso para a terra novamente...
... o primeiro, após ter visto tanto esplendor, enlouqueceu e passou a perambular espumando de raiva até o final de seus dias. ( e bem assim estava eu, há pouco tempo, espumando de raiva e me sentindo culpada por isto). Que destino cruel o dele. Não quero isto pra mim.
... o segundo rabino encarou tudo com cinismo: - -
- "Ah, eu só sonhei com tudo, só isto, nada aconteceu de verdade. Foi só sonho!" ( que pena! eu bem pensei assim também. Nunca pensei que seria cínica na minha vida, mas algumas vezes é uma saudável opção agir como a raposa que diz - as uvas estavam verdes! outra, que pelo cinismo se salva da loucura e se cura da raiva.)
... o terceiro passou a falar incessantemente sobre o que havia visto, demonstrando sua total obsessão e assim, perdeu-se e traiu sua fé. ( Assim diz a história. Eu penso que tudo o que ele sentiu pode ter sido tão grandiosamente simples e maravilhoso que ele não podia conter dentro de si. Contudo, a obsessão talvez tenha sido a de continuar a desejar, e desejar colocar tudo na realidade palpável. O que não seria erro, se fosse possível. Afinal depois que nos inspiramos, e foi assim comigo, a gente quer trazer à realidade, e dar a ela um maior sentido.)
... Bem, o quarto rabino, este era poeta e usou toda a sensibilidade despertada nele, pegou um papel e uma flauta, sentou-se junto à janela e começou a compor uma canção atrás da outra, elogiando a pomba do anoitecer, sua filha no berço e todas as estrelas no céu. E daí em diante passou a viver melhor.
Pensei sobre este rabino em particular.Como ele me lembra o que eu fui e fiz desde o começo de meus tempos, desde menina quando a sensibilidade e um amor puro transbordavam de mim. E me lembrei que, chega um dia em que, na maturidade, a gente quer ver transformada a realidade que nos toca de perto, e quer sentir o amor chegar de fora pra dentro, e nos tocar como milagre surpreendente. E os olhos vêem o mundo de outra forma. Então, após decepcionar-se e depois quase tocar os céus por instantes, a gente fica como os 3 rabinos anteriores, esquecendo-se do que é ou não sabendo mais como sê-lo! Isto aconteceu comigo, sem dúvida!
Ainda mais me convenço de que..." diante do que é o sentimento do amor, todo gesto que não vem inspirado por ele, e tudo o que não é mais o amor, nos parece sem vida ou grotesco!"
Sabe de uma coisa? Esta história me lembrou que preciso voltar a ser poeta! ainda que esta história não tenha me ensinado como me conformar com o andar sobre pedras, quando podia estar deitada na relva macia de um jardim florido que vislumbrei lá no paraíso....
texto: Vera Alvarenga
foto retirada do Google, onde não estava nomeado o autor.
Vera, eu vim lhe deixar uma abraço afetuoso e um beijio estalado. Não li nada, estou escassa de inspiração até para escrever. Estou meio triste, meio frustrada. Mas amanha... será um outro dia.
ResponderExcluirBeijos
Como já lhe disse de outro modo, concordo com você: amanhã é mesmo e sempre um outro dia, ainda que não seja totalmente diferente traz a luz da manhã que clareia o que não compreendíamos bem... e um amanhã após o outro acaba por trazer a mudança.
ResponderExcluirUm bom amanhã pra você!
Beijos.
Vera, voltei.
ResponderExcluirAcho que hoje estou mais para poeta, mesmo quando estou triste. Transformo tudo em palavras. Mas creio que vivenciei as passagens diversas, especialmente quando fiquei um pouco fixada na dor e sem ver saída. Acho que isso é normal. Talvez vivemos estágios do que vivemos de bom ou ruim. Eu me esforcei muito para melhorar comigo mesma e então, voltei a compor. Faço por mim.
Beijos