um dia como outro qualquer,mas ela se sentia um pouco cansada! Trinta anos, agora. Já não era uma menina !
Seus 3 filhos brincavam lá fora.Tantas coisas tinha ainda, para fazer !
Ela se olhou mais uma vez e disse para si mesma :
" Ao te ver assim, no espelho, tão diferente do que sou,
fico perplexa e até desejo desferir-te um golpe mortal,
cuja dor seja tamanha, que possa arrancar-te, de vez, de minhas entranhas.
Menina tola, doce inocente, que teima em viver em mim!
Seria, penso, mais decente, livrar-te desta agonia lenta,
já que tentas sobreviver e não percebes que o tempo te mata aos poucos.
E como os loucos, neste momento
em que a morte está em meu poder,
sinto divididos o coração e a mente,
que de repente,ficam entre nós duas
- se sou a mulher, deste lado do espelho,
vejo e ainda amo a menina que fui um dia.
Novamente desisto e me acovardo,
poupo-te a vida, querida, não te livro do fardo,
e talvez por amor, perpetuo em mim, tua agonia."
autora :Vera Alvarenga.
imagem: foto meu espelho em mosaico
Gostei do post
ResponderExcluirÉ bom para refletir
o momento em que estamos passando.
bjs
Obrigada pela visita,amiga.
ResponderExcluirQue maravilha!
ResponderExcluirLinda poesia!
Um forte abraço!