Até que um dia, você recebe o convite para um casamento do filho dos amigos mais queridos e, você não vai! Tudo porque, para seu espanto, você não tem coragem de enfrentar o “social”, naquela linda festa, onde você deveria ir de vestido longo. Você fica assustada por perceber-se tão frágil e ver que seu problema é não confiar em você. Sente medo do mundo, virou “um bicho do mato!”
Também pudera! Até aquele sonho, pelo qual você se apaixonou, te mostrou o quanto você acreditava não ter feito o bastante, para merecer a realização dele.
- “ O que eu tenho de importante para interessar alguém? Por que não consegui ser a mulher independente que tantos admiram hoje? O que eu sou hoje, além de uma mulher que se sente perdida sem um homem para amar e por quem ser amada?”
É evidente que, muitas vezes, os sonhos não se realizam, não porque a gente não tenha feito o bastante, ou por não merecê-los, mas por motivos alheios a qualquer culpa que a gente possa pensar que tem.
Ser forte, agüentar a secura de tempos e gestos áridos tentando não me deixar abalar demasiado por minha sensibilidade, eu consegui! O erro foi talvez pensar que pudesse me habituar a isto. Consegui ficar sozinha quase um ano e sei que não se morre disto. Apesar de tudo, reconheço que o que ainda me move, não é o desejo de ser independente, mas o de viver a vida com a alegria de ser amada e amar.
Já não me importa mais, no momento, porque sou assim, tão decepcionante e longe dos padrões que poderiam ser admirados! Estou cansada e não preciso saber de todas as respostas. Afinal, porque eu preciso produzir algo importante se quiser ser amada? Se alguém pensasse que estou a provocar elogios...é disto mesmo que se trata aqui, mas são auto elogios. Estou procurando o remédio para minha auto cura. É a mim mesma que quero convencer. É o peso de minhas próprias crenças limitantes que quero aliviar e, como é mais fácil falar do que realizar, preciso repetir muitas vezes, para mim mesma, o quanto preciso confiar em mim, e destruir esta crença de que ainda não fiz o bastante e que, não sei como, penetrou e tomou lugar em minha mente. Assim , decidi, por um tempo, diariamente me lembrar :
- “ Se sou capaz de gostar de outros, sem exigir tanto deles, incentivando-os a se valorizarem, porque não posso acreditar que mereço ser amada por mim mesma, e ser feliz, mesmo sendo a mulher simples que sou?”
E assim, estou trabalhando isto, repetindo para mim mesma, o que costumo fazer outros acreditarem sobre si. Se conto isto aqui, no meu amado Sr. Blog, por quem me apaixonei há alguns meses, é porque acho que muitas pessoas falam sobre o que é o ideal sentir, mas pouco sobre o que realmente sentem. Se para outros é fácil, para mim não é. É mais fácil falar, do que realizar em si...podem crer. Para mim, é um dos desafios do viver!
Texto: Vera Alvarenga
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