domingo, 16 de junho de 2013

O trem não espera...

 
 Acabo de ler um texto muito bom de Paulo Roberto Gaefke que uma amiga postou. Fala de viagens, e malas...
  Sou aquele tipo de pessoa que precisa de tempo para se preparar para uma viagem - gosto mesmo de arrumar a mala com antecedência, embora sempre tenha tido bom humor com a vida, o que me fazia muito disposta para viajar. Bom humor é fundamental tanto para nós como para a pessoa que temos como acompanhante. Paciência, jogo de cintura, disposição para fazer dar certo apesar dos contratempos, também.
  Agora que estou mais velha, reconheço que ando meio comodista, cansada mesmo de tanta agitação e tanto mau humor com o qual, muitas vezes, tenho me deparado. Confesso que muitas vezes, ultimamente, me sinto  insegura e se alguma viagem não acontece por algum motivo, acabo pensando que foi bom, sinto até certo alívio.
  A vida é uma viagem, como nos diz Paulo em seu texto. E há alguns momentos na vida em que até ouço o apito do trem. Neste instante, sei que, se me demorar para decidir e não arrumar uma mala básica, o trem não vai me esperar.
  Em minha vida houve momentos assim. Eu arrumei a mala e decidi seguir aquela grande viagem - foram os momentos "de virada" em minha vida. Grandes mudanças, fortes momentos, com suas consequências e encantamentos. A última grande viagem foi quando disse ao meu marido..."estou ouvindo o apito do trem e sinto que devo ir. Vem comigo ou vai ficar por aqui?" E fomos, para conviver de novo com parte da família. E deu certo, e minha alma foi renovada com a brisa do amor, da ternura, do sentimento de cumplicidade e companheirismo dos quais eu sentia falta.
  Nem sempre a gente pode partir para uma nova viagem. Ainda bem, pois para mim, agora, é mais seguro ficar. A idade nos torna cuidadosos, mesmo que em muitos momentos ainda nos atrevamos a sonhar com alguém a nos convidar para a melhor viagem de nossa vida! Mais velhos, somos cuidadosos, mas ainda sonhamos!
  Apesar dos cuidados, há momentos em que é necessário partir para renovar o ar que se respira e recomeçar com nova disposição e possibilidades. Não me arrependo de meu espírito aberto para atender a intuição e chamado para as viagens que fiz. De qualquer modo, sempre que vou ou fico, minha alma procura pelas melhores paisagens e cantinhos onde eu possa me aconchegar - minha mãe dizia que sou muito conformada - não! apesar de comodista, acho que sou uma lutadora e faço tudo para, da minha maneira calma, conseguir encontrar o que me impeça de esquecer a ternura e sentimento de encantamento pela vida. Pois sei bem que não é fácil viver. É preciso ter coragem para mudar ou saber adaptar-se ao entorno. E, peço a Deus que sempre me permita ter boas intuições, ouvido atento ao apito do trem, e ainda a benção de uma boa companhia para as viagens, pois se há algo que acho um desperdício, é fazer uma bela viagem sem ter com quem compartilhar, com alegria serena e bom humor, os bons momentos que são bençãos mas não são eternos......

Foto retirada do Google imagens
Texto: Vera Alvarenga
E Texto de Paulo Roberto postado pela amiga Sissym :
 http://masquerade-sissym-blog.blogspot.com.br/2013/06/a-grande-viagem-e-mala-pequena.html?utm_source=feedburner&utm_medium=email&utm_campaign=Feed:+blogspot/NmNNk+(Masquerade)

5 comentários:

  1. Querida Vera,

    Eu tenho uma mala permanentemente pronta e básica.
    Estou pronta para mudanças e andanças. Contudo, voce tem razão, não estou nos melhores momentos.
    Eu sempre acreditei na justiça, na verdade, na vida, nos valores e nas pessoas, acontece que nada disso é tão seguro quanto sonhamos ser.
    Quando eu puder partir de fato, a liberdade será daqui 2 anos a partir de 13 de junho (e tem gente que reza tanto...), mas posso até mesmo partir para outra estação antes do trem lá chegar - pretendo ir para longe, enfim, viver.

    Beijos

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    1. Você diz: " nada disso é tão seguro quanto sonhamos ser".E é verdade, infelizmente.Nem o amor de toda uma vida, ou toda uma vida dedicada ao amor, é seguro no sentido de pelo menos ser o "lugar" onde a gente deveria poder retirar armaduras e confiar que não precisa se proteger. Quando as discussões são infindáveis e por qualquer motivo ocorrem devido a uma necessidade de se sentir o poder, a gente fica exausta, não é? Então, dá vontade de ir mesmo a pé, caminhando até a outra estação, onde quem sabe, com sorte, a gente possa pegar o trem certo, para uma vida melhor. Eu já fiz isto uma vez, mas capitulei.Outro jeito é se desensibilizar. Agora,hahaha...amiga, deixo isto pra você. E torço por você, desejando-lhe o melhor dos destinos. Beijos.

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    2. Vera, esqueci de agradecer suas palavras, voltei para deixar um beijo.

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  2. Oi Vera,tinha me esquecido de como é gostoso passar por aqui e ler seus textos.Ando meio longe da blogosfera,mas tirei uma folga hoje e vim aqui me deliciar nesse jardim perfumado.Adorei o texto!Bjim

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    1. Oi Vilma! que bom que veio tomar um cafezinho comigo.Também ando afastada, bem que gostaria de ler tantos textos de amigos da blogosfera, mas não dá. Só não posso deixar de escrever. Beijos e boa semana!

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