sábado, 5 de março de 2011

Um oceano dentro do peito...

   Ao ouvir aquela música, todo aquele sentimento que ela pensou que já se tornara parte dela, de sua história, como algo que se assimila, se dissolve no sangue e se dilui pelas células, bateu forte no peito. Pulsava ainda vividamente, como se não houvesse perdido nada de si, como se tivesse vida própria, ou imprópria como era desde o começo!
  Colocou a mão no peito como se o pudesse conter, surpresa por ver que ainda estava inteiro. Como era possível isto? Agora, que tudo começava a ficar em paz, novamente, por que este sentimento ainda resistia? Porque permanecia dentro dela como tatuagem que entranha na pele e faz parte! Que teimosa agonia esta de permanecer vivo,mesmo que tímido,quando nada há que o alimente. Por que não conseguia esquecê-lo? O que ele representava? Já nada era mais em si mesmo, a não ser sinais, signos de uma linguagem, que algumas vezes ela quase cansou de interpretar. E era então, que ele a trazia de volta. A voz dele se fazia ventania e lhe desvendava pequenos tesouros, claras palavras que a deslumbravam e a prendiam ali naquele quase desértico sambaqui - ponto exato de intersecção entre duas histórias distintas, campo arqueológico em que ambos procuravam sinais de vida, que lhe dessem razão para uma outra, mais rica.
   Não conseguiu tocá-lo,embora ele tivesse dito que sim. Só ele a tocara, só ela se deixara tocar verdadeiramente, por todo este tempo? Exatamente um ano. Olhou para os lados. Ninguém ousaria supor adivinhar seus pensamentos. Como alguém podia fazer uma música falando de si, se nem a conhecia? Queria sair dali, mas a música a envolvia mais e mais.
   Tinham um jeito próprio de se tocar, de se abraçar...era como se algo dentro deles soubesse o caminho, apesar de tudo. Quando a dor de cada um se misturou com a letargia e tudo parecia se dissolver, foi que se encontraram. Uma vez, ele lhe disse que sentia sua falta, que ela se tornara real. Ele sempre fora real e ela  o ouvia chamar. Os céus sabiam que já estava na hora, os anjos eram testemunhas do quanto ela se surpreendeu ao perceber que, ao seu chamado, voltara a sonhar,desejar e respirar, porque vivia! Não soube como controlar a vida que assim nascia.
  Quando ele a abraçava com o seu olhar e lhe desejava um bom dia, tudo parecia ficar bem e ela esquecia de tudo que não era bom, e sorria, porque não precisava mais esconder a luz do sol que agora brilhava.
   Lembrou de quando morava à beira mar. Sentiu os pés na areia molhada.
   No horizonte, a lua nascendo, cheia, feminina, levantando-se do leito de seu amante-amigo que era dono de seu brilho, pois era para ele, só para ele, que ela ousava ainda brilhar.
  O mar estava em seus olhos, descia por suas faces, inundando seu peito, ou ela se afogava no mar? Ou seria a lua, que de saudade chorava?
Texto : Vera Alvarenga
Vídeo youtube.- David Gray cantando

9 comentários:

  1. ola minha rica guria
    nossa senti ate o friozinhu na barriga aki
    me imaginei abraçada olhada pelo meu amor q hj se encontra distante... e q linda canção minha rica
    divinooooo reações q nos deixam exatamente com um oceano no peito

    bjim minha rica guria

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  2. VERA PARABENS POR ESTE BELO TEXTO,TUDO QUE FALA DE AMOR DE SAUDADE TUDO SOBRE O MAR,AREIA NOS NOSSOS PES A AGUA FRESQUINHA A NOS ENVOLVER,SÓ PODE DAR POESIA,LINDO LINDO,,VENHA CONHECER MEU NOVO CANTINHO,(MIMOSESELINHOS.BLOGSPOT.COM)
    FICAREI FELIZ EM RECEBE-LA,TENHA UM LINDO DOMINGO
    BJS MARLENE

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  3. Adorei sua escrita, bem profunda e íntima. Parabéns. Estarei seguindo seu blog e sempre por perto para apreciar novas palavras.
    Abraços
    Thai

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  4. Eu acho que estou precisando disso: ler romances.... sonhar.... e a musica, hummmmmm
    Vera: amei!

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  5. Querida combinação perfeita... lindo parabéns! bjoo

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  6. Olá amiga vera, lindo texto e acanção também.
    Parabéns pelo post.
    Beijo.

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  7. Queridos amigos, adorei vocês aqui!
    A música é maravilhosa não é mesmo? e adorei sua companhia.
    Beijos,Vera.

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  8. É de sentir, bem na alma, o gosto que isto tem.

    Mas, um amigo me disse uma vez, e agora repasso a vc:

    “Nunca se esqueça: quando Deus quer enlouquecer uma pessoa, realiza TODOS os seus desejos”.(FDMA)

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  9. Com certeza, Valéria, sua frase vem complementar aqui...
    Por que nos rebelamos e não permanecemos ingenuamente, como cordeiros no espaço sem desejos que nos conduz a um paraíso, seja qual for? rs...

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