sexta-feira, 30 de maio de 2014

Para quem vou torcer na Copa?

COPA DE 2014 – BRASIL
Não tive tempo de ler todos os comentários de um post que está no FACE. Não costumo adotar um dos lados dos extremos, mas nossa política chegou ao extremo da vergonha e corrupção nestes últimos anos. Se eu assistir a alguns jogos vou torcer pelo Brasil, é claro! mas pelo Brasil dos brasileiros, pelo time que deveria trazer sim, por que não? a alegria aos que amam o futebol e os esportes. O esporte é algo que pode servir também para educar as crianças, os jovens e tem o poder de ser usado para trazer melhorias, é claro! E deveria ser patrocinado por nosso governo não só na Copa, embora em vésperas dela seja providência correta em todos os países sede.
 Só não posso torcer ou aceitar o Brasil dos Políticos que estiveram nos enganando e agindo por seus únicos interesses, esquecendo a melhoria nos hospitais, serviços, educação, segurança e salários. Embolsando nosso dinheiro prejudicaram por demais todos os outros setores dos quais deveriam cuidar. Contudo, como protestar nas eleições??? Pergunto... COMO?? Não tenho certeza de que algum dos candidatos prováveis tenha, como diriam os homens, culhões de fazer as mudanças honestamente necessárias e MORRO DE MEDO do PT ser reeleito graças aos recursos que usa para enganar a população...fiquei impressionada com o comentário de Carmem Lúcia, você leu? Ela tem razão...lavar roupa suja em casa, penso eu, é coisa que só tinha honra antigamente, em alguns raros casos, porque na verdade como ela diz, é algo extremamente confortável para quem está violentando e abusando do direito dos que estão sob seu poder! Muito triste isto...

Vergonhoso que os políticos tenham conseguido silenciosamente e aos poucos como células doentes, espalhar seu mal por toda a nação, prejudicando o povo em todos os sentidos para se auto alimentar. Como podemos protestar nas eleições? Haverá realmente esperança? Sempre fui e sou contra a Ditadura!! mas ultimamente chego a pensar - talvez se houvesse alguns responsáveis honestos e honrados no exército, que não se deixassem comprar pelos poderosos petistas e outros da mesma laia, talvez o exército tomar conta de nosso amado Brasil para restituir segurança e respeito ao povo, talvez fosse realmente uma provávelmente boa solução para o momento. Ou, quem sabe se o ministro Joaquim Barbosa se candidatasse, com apoio do exercito e outros que sejam honestos e firmes como ele parece ser, talvez tivéssemos um bom governo. Na ocasião do julgamento do Mensalão cheguei a pensar que ele parecia um pouco "vaidoso". Quem sabe o que me pareceu nele, vaidade, seja apenas o orgulho de estar lutando com honra pelo que acha verdadeiro e correto. Ele parece ser um homem íntegro e, realmente nestes tempos de hoje, homens assim tem o direito de sentirem orgulho pelo que defendem, que é a Justiça. Contudo sabemos que homens assim sofrem pressões e por vezes ameaças, não só para si mas para seus familiares. Peço a Deus que o proteja ! É um momento difícil para nós, o povo brasileiro, e temo pela segurança de muitos, por nossos filhos e netos, pois sempre há aqueles arruaceiros bandidos mandados ou não, que se aproveitam dos protestos pacíficos para fazerem sua perniciosa bagunça. Sempre tive orgulho de ser brasileira, de viver num país em tempo de paz, com um povo trabalhador sim, alegre e de bom coração, e que tinha esperança de ir crescendo e resolvendo suas falhas internas como sinal de um progresso crescente. Hoje, o povo honesto precisa conviver com a criminalidade que se instalou, por conta da corrupção e descaso das autoridades do pais, em todos os cantos. Temos mais medo. Os que não trabalham e os que estão presos recebem, por vezes, mais atenção do governo do que todo o resto da população pobre mas que se sacrifica e trabalha honestamente. E estamos indignados ao saber que outros países possam pensar e dizer que somos um povo de "palhaços", desonestos e vagabundos!!!
Esta crise que traz indignação e revolta realmente mostra a que ponto vergonhoso chegou a corrupção e desmandos neste país.

Link do texto que aqui comento:
http://tiagoalbuquerque.jusbrasil.com.br/noticias/120902479/lei-da-copa-comeca-a-valer-veja-o-que-muda-pelo-brasil?utm_campaign=newsletter&utm_medium=email&utm_source=newsletter  

quinta-feira, 29 de maio de 2014

Meu aniversário...

 Ontem foi meu aniversário!
 Por isto quero oferecer flores aos meus amigos, amigos/as virtuais presentes através de seus recados carinhosos e também ao meu especial amigo que está ausente, e aos familiares presentes e ausentes que fizeram do meu dia de aniversário, um dia especial. Obrigada!
  E quero contar como foi o meu dia ontem. Foi um dia feliz. Apesar do susto e da correria...
   Estava frio. Fui a pé encomendar o bolo e depois ao supermercado comprar flores para a nora que amanhã comemora aniversário de casamento.
É uma ladeira até lá e como caiu uma inesperada chuvinha, fomos mais depressa, o que afinal, serviu pra esquentar. Ao chegar em casa já era tarde, quase 16 hs., não tínhamos almoçado. Precisava telefonar, pedir o almoço e atender o celular que tocou ao mesmo momento. E tinha outras providências a tomar antes do jantar a convite da nora, para comemorar o meu aniversário e o deles.  Logo mais, no quarto, ao trocar as bolsas...Céus!... não consegui encontrar minha carteirinha com meus cartões de crédito.. Onde deixei? Onde está? ONDE?? No supermercado, com certeza! Lembra Vera, quando você pegou o cartão pela última vez? eu me dizia... Ah, já sei! no balcão bem quando levei as flores para embalar.
- Você tem de ter mais cuidado, mais atenção! É muito desligada...
- Mas você tava com pressa... Quem já se deu conta algum dia de ter esquecido documentos e cartões de crédito em algum lugar público, deve saber como me senti. É uma sensação de urgência que nos faz agir por impulso e em direção a qualquer coisa que possa reverter os aborrecimentos que viriam caso se confirmasse a perda.
 No caminho fui orando para que Jesus me ajudasse a encontrar a carteira e pensei:
- Poxa, no dia do aniversário perder documentos... e crédito?! ... não era bom sinal!!
   Estava cansada mas voltei, a pé, ladeira acima em busca de encontrar a carteirinha, meu único tesouro mesmo que os baús no banco estivessem quase vazios.... sabe-se lá o que faria quem encontrasse meus cartões! Ainda que não pudesse sacar, sei lá, há gente tão "esperta" hoje em dia que está tão acostumada a ver corrupção e roubos impunes, que se aperfeiçoou em extrair dinheiro até mesmo de poços sem fundo!
  Cheguei ao supermercado quase sem fôlego, mas me controlei e falei calmamente como é meu hábito. Por dentro havia a certeza que eu teria a sorte de reaver o que quase perdera. Para minha aflição, disseram que não encontraram nada. Fiquei mais aflita. Sugeri afastarmos um pouco o balcão afinal, não sou de desistir. Fui até o caixa. Logo em seguida, para meu alívio, uma senhora que me ouviu perguntar à moça do caixa, foi logo se apresentando. Ela havia encontrado a carteira! Ah, que bom! Foi comigo ao balcão de atendimento afirmando que a entregou lá. Mas, infelizmente a moça do caixa perguntou-me: - É uma roxa, deste tamanho? Não! então tive de dizer - não era a minha.
   Saí do mercado desanimada e o cansaço só não me abateu mais porque estava preocupada com o trabalho e providências que teria de tomar, ligar aos Bancos etc .... Hei, espere aí! Me deixa ligar pra casa novamente e ver se o marido não a encontrou na sacola do supermercado..Não sou de perder as coisas! Ao contrário, sempre fui boa para ajudar a encontrar coisas perdidas, como iria desistir e me entregar à decepção.... Alô, então, você...Ah! Pois ele a tinha encontrado! Estava lá. Que alívio!
  Estava já para atravessar a rua a caminho de casa, mas voltei ao Pão de Açucar para agradecer e contar aos funcionários que me atenderam, muito bem por sinal, que o que fora encontrado, nem tinha se perdido! Ou vice versa.  Cheguei em casa às 17 hs. muito cansada, com dor nas costas e frio, pois tinha tomado mais chuva. Contudo, o alívio era grande e, de qualquer modo, meu coração provou ser resistente! O marido perguntou se eu queria descansar, suspender o jantar.
  De jeito nenhum! Afinal, se a gente encontra forças para correr na chuva, embora o coração quase saia pela boca, andar de cá pra lá e de lá pra cá por conta de uma preocupação, por que não encontraria forças para ir comemorar meu aniversário com ele, os filhos, netos e nora??? Se a correria me fez esquecer que tinha deixado a carteirinha no lugar errado,e o medo me fez correr atrás do que não estava realmente perdido, a aflição acabara no momento em que tive a boa notícia.
- Graças a Deus! meu "pequeno tesouro" estava seguro em casa, e "eu ainda tinha crédito" ! Era isto que importava. A lição que tive de aprender? Bem, tenho de reconhecer que estou numa fase em que é necessário respeitar meu ritmo, muito mais tranquilo agora. Não estou mais no tempo em que eu conversava com um filho, mexia a mamadeira com uma das mãos, enquanto segurava um dos outros bebês no colo e ao mesmo tempo era capaz de pegar algo pequeno que houvesse caído no chão, com um dos pés. Hoje em dia, ser apressada em fazer muitas coisas ao mesmo tempo, dispersa minha atenção. Uma coisa de cada vez é melhor...rs...
   O tempo passou muito depressa! Já tenho sessenta e tres anos!
   A comemoração? Foi ótima! O jantar maravilhoso! Vinho harmonizando com a entrada, vinho harmonizando com a carne... e outro com a sobremesa. Tudo para a norinha treinar o que estivemos aprendendo na noite anterior, num jantar com degustação de vinhos ao qual fomos com eles, a convite da nora. Mas isto é uma outra história...
  - Huummm... Tudo muito bom...e tudo regado a bom humor, carinho e tranquilidade.

Foto e texto:Vera Alvarenga


segunda-feira, 19 de maio de 2014

sábado, 17 de maio de 2014

A viagem da sua vida...


 Finalmente ela se via no reflexo da porta de vidro e constatava - estava, de fato, no aeroporto.
  O filho trazia a mala com rodinhas que ela havia comprado há muito tempo para uma ocasião assim. A nora, alegre como sempre, segurava seu braço e máquina fotográfica com a qual já havia tirado a foto que para sempre marcaria em sua memória, que aquele dia era real. Seria mesmo? Ela trazia a bolsa a tira colo, um frio na barriga e nas mãos, a passagem e o passaporte.
  Ninguém poderia imaginar o quanto lhe custara chegar até ali, não propriamente em relação ao custo da passagem e excursão, pois tinha algumas reservas e toda a viagem fora presente daquele mesmo filho e nora, mas quanto a outros valores.
   Quantas noites ela dormira excitada por aquela perspectiva de conhecer Paris! E Viena ou Amsterdam em plena Primavera naquela terra distante, no mes de seu aniversário! E sonhara estar à tarde em um café na calçada, conversando alegremente e observando as pessoas e tudo ao redor. Ela e o companheiro de viagem decidindo calmamente o que fariam no dia seguinte. Mas...que companheiro de viagem?
  O marido não pode aceitar o presente. Não se sentia à vontade após um problema de saúde. E ela, ainda que tivesse tentado fazê-lo entender que estavam bem, que o tempo passava depressa e a vida se ia embora se não quisessem aproveitar a oportunidade, talvez não tivessem outra, ainda assim, decidira parar de insistir. Foi quando pensou que talvez pela primeira vez, ele estivesse inseguro. E ela, que tinha seus medos, precisava respeitar isto. Seu marido comentara :
- Nunca fui muito animado, você sabe. Não tenho a vontade que você tem de conhecer estes lugares, não seria um bom companheiro. Arrume uma outra companhia e vá. Aproveite você.
   Como ela iria sem ele? O filho tinha sugerido a excursão com guia brasileiro. Era uma boa solução e a vida era uma só, por que não fazer esta viagem, a que seria a viagem de sua vida?! Como deixá-lo sozinho? Não! ela não conseguiria. Mas ele estava bem e não costumava mudar seus planos ou sair de seu ponto de conforto, mesmo em favor de algo mais abrangente.
   Não gostava de ser assim covarde e solitária, mas assim era. Para outras coisas não fora covarde, mas para viajar sozinha...Ou será que era apenas coerente com seu jeito de escolher de que forma as coisas teriam valor? Poucas vezes tinha viajado sozinha. Não se imaginava a ver lugares bonitos sem ter com quem compartilhar. Ah, a excursão era um ponto a favor da segurança, mas dividir o quarto com uma pessoa totalmente estranha, por quem não sentisse nada? Ser talvez a única em meio a outros casais. Não era pessoa de traquejo social. Valorizava uma boa companhia em primeiro lugar, alguém com quem se sentisse à vontade na intimidade, e então tudo o mais seria uma consequência feliz.
   Então, o que a levara a aceitar o presente, e depois a todos os preparativos e expectativas até aquele instante em que se via no aeroporto?
   Ah! foi ele. Aquele que se tornara seu amigo secreto, com quem muitas vezes ela imaginava estar conversando, ou em um teatro, ou ouvindo uma orquestra, ou bebendo um café e comentando sobre as pessoas, sobre o mundo. Era um amigo invisível como são aqueles das crianças, que a aceitava com todos os seus receios e toda a sua coragem. E mesmo assim a admirava e desejava o seu bem. Ela amava seu amigo quase sem rosto e seria a companhia perfeita, sabia disto. Não precisaria nem ao menos planejar nada, bastaria estar com ele, dar-lhe a mão e ir. Então poderia ir ou ficar em qualquer lugar. Bastaria estarem juntos. Seu coração ora batia descompassado, ora parecia que levava um susto.
  - Hei! você está tremendo? perguntou a nora, rindo. Você merece, aproveita! a vida é uma só!
  Respirou fundo. Sentiu medo. Devia estar maluca de ter se metido nesta aventura! Teve vontade de sair correndo para não sentir mais aquele frio na barriga. O que ela estava fazendo ali? Olhou ao redor e então ela o viu! Ele estava no meio daquela gente estranha que se juntava em volta do guia da excursão. E ela suspeitou que aquele sorriso dele, era para ela. Estaria doida ou o melhor de todos os companheiros de viagem estava mesmo ali, esperando por ela? Seria um sonho? Só assim para criar coragem para sua última viagem! Então beijou os parentes e com as pernas trêmulas e um sorriso tímido, se despediu.
  E foi....

No aeroporto talvez estivesse tocando naquele dia, aquela música...


foto retirada do Google
texto:Vera Alvarenga

   

domingo, 11 de maio de 2014

O meu Dia das Mães.


 Meu dia das Mães foi maravilhoso!
 Lembrei de você mãe, como lembro em muitos outros dias e tive vontade de tomar um cafezinho daqueles que tomava em sua casa, quando conversávamos então sobre algumas coisas e depois eu voltava para meus afazeres e filhos.

 Você ia ficar orgulhosa de seus netos, mãe!
  E de suas noras! E de seus bisnetos!


Eu bem queria que você estivesse aqui hoje participando de meu dia.
Tive um dia maravilhoso! Um almoço delicioso feito com amor pelo Robson, as palavras generosas ditas por amor pelo Rodrigo que mora em outro Estado, e o Roberto que está num outro país, eu também tenho certeza que me traz sempre em seu coração! Tomara que você tenha se sentido abençoada por seus filhos como eu me sinto por ter os meus em minha vida!
 Sou grata a Deus pelos filhos que tive, 3 filhos homens,que trouxeram tanta mudança, aprendizado e amor para minha vida. Filhos são bençãos, e os netos...rs....ah! são um presente que nos dá a oportunidade e a delícia de revivermos os bons momentos em seus sorrisos. Tenho sorte de ter noras também que trouxeram para minha vida uma outra visão sobre as coisas. Acima de tudo olhar para elas com generosidade e o desejo de me aproximar com sinceridade, confiar nelas e acompanhar alguns de seus passos sob o ponto de vista do feminino, da coragem que demonstram e também da maternidade ( no caso de 2 delas), me deu a oportunidade de olhar para mim mesma e relembrar o que eu fui. E assim, aprender a olhar com um olhar mais amoroso não só para os homens da minha vida, mas para as mulheres também. Isto me deu ainda mais a certeza de que homens e mulheres quando pretendem se amar, devem procurar se completar, reconhecendo um no outro as virtudes que tem usando-as em benefício de um relacionamento fértil de amor e alegria.
  E me deu a certeza de que, enquanto mães, temos de ter pulso forte muitas vezes sim, mas jamais economizar os gestos amorosos, porque tudo vale a pena!
fotos e texto: Vera Alvarenga

quinta-feira, 3 de abril de 2014

Em pele de lobas.....


 Não importa como sejamos, baixas ou altas, aparência forte ou frágil, recém chegadas à fase adulta ou ainda mais velhas e é evidente que a experiência solidifica um pouco mais o fato, mas por assim dizer, em todas nós há uma "loba"...
   Que caminha e enxerga no escuro, que tem faro para encontrar e descobrir as coisas antes mesmo de ser apenas surpreendida por elas, que age por instinto e pelo coração mas que desta vez permanece em foco quando é necessário para defender a matilha, o que e quem amamos, inclusive um outro membro do grupo a quem antes aceitamos como um de nós.
   E por vezes é por instinto de preservar estes que são "nossos" que somos capazes de nos tornar fortes, vencer distâncias em segundos e saltar quando necessário para ficar à frente. Evidentemente estou comparando com o instinto das lobas, esta força que vem de nosso interior, colocada lá, penso eu, por Deus, à nossa disposição para dela fazermos uso quando necessário. Dizem que é mesmo por amor ou paixão que conseguimos nos flexibilizar para agir nem sempre apenas dentro dos padrões confortáveis do que estamos acostumadas, mas por um objetivo maior do que nosso conforto.
   Em algumas ocasiões, nós mulheres enquanto lobas reconhecemos outras e com elas vamos a um passeio pela mata, ou lambemos uma igual que está ferida, ou trocamos sabedorias ou apenas caminhamos juntas para não nos esquecer que temos esta força em nós. É quando a vida nos ensina também através dos nossos limites a ser compassivas e que, ter auto estima é importante para passarmos confiança à matilha e para a própria sobrevivência.
   Por vezes ouvimos o rosnar de alguma loba... o rosnar rouco e tão próximo vem daquela que se postou à frente de algo em atitude de defesa ou ataque se preciso e, de repente de entre os dentes dela caem umas gotas da saliva e enquanto a gente ouve o som percebe que as gotas molham nossa própria boca.... que são nossos os pelos da nuca arrepiados e que desta vez, somos nós que estamos ali ...

Foto retirada do Google images
Texto:Vera Alvarenga

quarta-feira, 2 de abril de 2014

Conversa entre duas amigas inseparáveis...

 - Como foi seu dia hoje?
- Ãhn? ah, é você? Bem, teve uma parte dificil, quando tive de explicar tres vezes porque precisava levá-lo ao médico, e depois quando precisei explicar que não era longe mas estávamos quase atrasados, e ainda quando tive de dizer mais tres vezes onde era o lugar apesar dele me dizer que eu não queria dizer o endereço a cada vez que me perguntava. E quando tive de vestir a pele de loba, rosnar, mostrar-me forte ao invés de companheira amigável e dizer que ele devia parar de me ameaçar descer do taxi no meio do caminho porque precisávamos da orientação do médico.
- E aí, deu certo?
- Parece que sim, mas é uma pena... ao enfrentá-lo tantas vezes, minha mão vai ficando forte e peluda eu acho...vai perdendo o toque macio que queria continuar a ter... e preciso ser maior que a teimosia dele e preciso ser grande, maior do que sou! Nunca me senti bem nesta pele de loba, a não ser, é claro, quando precisava defender algum dos meninos numa situação necessária onde achasse que eles por si mesmos não teriam condições de fazê-lo. Mas você me conhece, eu não precisava ser agressiva, só forte ou corajosa, e só. Agora preciso ser brava!
- Já pensou que pode ser a mesma situação agora?
- Já! E por isto era tão importante a consulta. Contudo tenho medo de não reconhecer o limite que separa o que já era natural dele, do que agora é uma exacerbação, um sintoma. Isto me deixa sem energia, mas depois quando tudo volta ao normal, fico orgulhosa de mim por ter vestido minha pele de...
- E agora, como está?
- Com esperança visto que conversei com o médico e ele compreendeu que os assim chamados sintomas já estavam acontecendo antes de...
- E o dr. disse o que?
- Deu uma receita para evitar maiores problemas, talvez algo que o ajude a relaxar um pouco, espero. É preciso agora ver se consigo fazer o que o médico pediu: que é dar-lhe o remédio. Você o conhece. Ele disse ao médico que não precisa de nada, que tem a saúde perfeita...Bem, fora isto, e descontando as discussões por bobagens, em casa tudo acaba ficando em paz. Você sabe como adoro meu cantinho!.......
- ........... Hei, não ouviu o que eu disse? estou falando sozinha aqui? estava pensando em que?
- Ah! é que estou cansada de lembrar destas infindáveis discussões e então me desliguei... estava imaginando quando dei a mão a ele, e me senti bem, pequena, amada, feminina.
- Huummm... quando deu aquela mesma mão peluda?
- Peluda?? Não! Quando minha pele era tão macia que eu podia sentir a pulsação dele. E saímos juntos a caminhar e eu sorria, ele também... a gente teria um mundo a ver juntos... E eu me sentia leve sem o peso da pele de ...
- Ué...??? É do mesmo homem ou momento que estamos falando?
- Ah... bem, era só um sonho que tenho, às vezes, de uns tempos para cá.
- Tem nome?
-Não, não tem nome, nem mais palavras, nem sorrisos, nem concretude, nem cheiro, nem pele, nem nada mais... apenas um sonho que me vem visitar quando preciso sorrir e descansar meu coração. Um sonho que ainda tem rosto mas que o tempo vai certamente apagar. E assim, ele nunca mais me deixará sozinha, e seremos amigos mesmo que não estejamos juntos todos os dias, e saberei que não preciso lhe pedir que venha, mesmo porque, se precisasse pedir seria sinal de que ele não compreendia o bem que sua presença me fazia. Deste modo, quando nada mais sobrar ainda será apenas um sonho, mas que me tocará vindo lá do meu coração quando eu precisar sorrir tranquilamente e com bom humor para a vida...é como se, além do presente...ainda houvesse um futuro onde um dia aconteceriam tais momentos não só de serena alegria, mas de alegria certamente e esta nos traria a tal "leveza do ser"...
- Bem, talvez este homem do sonho tenha se transformado num lobo, mas nem quero perder meu tempo com estas conjecturas "hilárias", palavra que você iria ouvir do homem objetivo e realista que escutasse sua história, minha cara... O que lhe quero lembrar, de fato e mais uma vez, é que você sabe que a única coisa que temos é o presente, sua tola!
- Eu sei!...rs... mas se não fossem os vislumbres, os flashes, os insigts, as visões de bons momentos, as boas lembranças que queremos de vez em quando resgatar, os filmes românticos onde tudo acaba dando certo, a fé no Deus que nunca vimos, as imagens do belo que existe no mundo e nos gestos de amor e companheirismo, a crença nos princípios, a recordação dos melhores sonhos que quase realizamos...estaríamos todos afundados numa depressão dificil de se conseguir sair, não acha, ( com o perdão da palavra...) sua velha rabugenta? ...kkkk.... Vem, vamos tomar um chá, sem o vinho porque hoje estou com uma gripe danada! Vem! Hum..você está cheirando a pêlo molhado...rs... Sabe o que acabo de perceber? Que quando penso que estou cansada, acabada, lá me vem você e... no final das contas acabo constatando que serei sempre a mais jovem entre nós, pois não sou eu a que ainda sonha?


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