quarta-feira, 30 de junho de 2010

- "Como escolher o melhor caminho?"....


      A gente faz escolhas, que nem sempre são as melhores.  
      Hoje penso, que talvez,estivesse mais feliz, se tivesse agido de modo diferente em algumas poucas coisas. Sei que tenho responsabilidade sobre as escolhas que fiz. Uso minha energia para viver mais o presente, assim, não me ajuda muito pensar que talvez não tivesse momentos decepcionantes, se tivesse escolhido agir de modo diferente. O importante é não continuar errando, por falta de fé no meu próprio discernimento. Não convém esquecer que não tenho bola de cristal, não sou perfeita e não posso controlar tudo; todos tem direito às suas próprias escolhas. Quando o que tenho a resolver envolve pessoas que amo, ou a família, posso ficar muito tempo em cima do muro, analisando os prós e contras da situação;sei que o tempo vai passando, mas é este meu modo de tentar ver, os dois lados do problema e aprender algo com ele. Ou, simplesmente, é a minha maneira de me perdoar por não ser perfeita e aceitar o meu medo, diante do que efetivamente, me dá medo!

     Sei que a vida não é fácil de se viver, como sugerem aquelas frases prontas que parecem resolver tudo com uma receita. Também não posso aceitar fazer más escolhas sòmente como conseqüência das primeiras, como se eu estivesse sentenciada a me acomodar com uma vida sem significado, ou sem amor, por exemplo. Isto seria deixar-me engolir pela depressão! Às vezes, estou por um triz! E de repente me levanto e continuo lutando, pelo que acredito que vale a pena. Hoje, com quase 60 anos, isto é mais difícil, pois a jovem guerreira que há em mim, se assusta com a imagem da mulher cansada. Não pensem que é fácil! Aquela história de que a vida começa na idade madura, que as rugas são belas marcas de nossa existência, são frases para os jovens ! Meu Deus, a idade nada representa, mas a gente só se conforma com a velhice e as dores, porque não tem outro jeito, e porque tem dignidade! Entretanto, ainda não entreguei o jogo. Além disto, seria um desperdício de vida. E eu sou muito grata por tantos momentos que vivi  para desistir, totalmente; a menos que eu esteja doente e não tenha oportunidade de optar ... Para mim, o melhor a fazer é exatamente “procurar fazer o melhor” ! E,quando estou triste demais, recorro a Deus e peço que Ele ilumine meu caminho,peço um sinal;às vezes, insisto com Ele que use holofotes, pois temo não entender os sinais, pois tudo que flui fácil, leve e bem, me parece bom.
     E como sei o que é o melhor? Não sei. Por isto me assusto; choro raramente, me emociono muito, sinto medo, me envergonho de minhas fraquezas ou de perceber o quanto sou ainda terna e menina dentro de mim, ou quando me sinto dependente ou desejosa do carinho do outro, pois nada disto combina com a mulher madura,calma e serena que gosto de ser. A calma vem de uma visão espiritualista, mas também da impotência frente ao inevitável. Acredito de fato que ninguém vive sem apoios. A diferença, é que algumas pessoas sabem disto e reconhecem; outras sabem, mas fingem que não é verdade.
    Se me dessem de presente, 10 anos a menos e um novo amor para o meu coração, mesmo que fosse o antigo, revitalizado e verdadeiro, eu seria a mulher mais feliz do mundo! Dentro das circunstâncias em que me encontro agora, no presente, que é resultado das escolhas do passado, estão as sementes mães do meu futuro. Me esforço para crer em mim, ao fazer mais uma vez escolhas, que não estarão baseadas na certeza, mas na honestidade, e terão que ser coerentes com a verdade dos meus sentimentos e  valores. Preciso, contudo, aprender a me amar também, antes de tomar minhas próximas decisões, mesmo que, o futuro me surpreenda  mostrando que uma das opções que fiz , foi um erro, terei a certeza de que a fiz, por acreditar que era a mais correta e motivada pelo amor ou desejo de fazer o melhor, pelo menos para mais um, além de mim mesma. 
texto : Vera Alvarenga
foto retirada da internet-pode ter direitos autorais.

sábado, 26 de junho de 2010

- " Saúde, presente de inestimável valor..."

   Outro dia duas amigas contaram que estavam indo a hospitais,porque vão se submeter a cirurgias. Claro que a gente deseja que tudo corra bem e procura levantar o moral com mensagens e um pensamento positivo.
   Contudo, foi difícil deixar passar em brancas nuvens! Não consegui deixar de pensar: -" coitada"... eu bem sei o que é estar no hospital, naqueles longos minutos enquanto aguarda a cirurgia, tentando se fazer de forte, enfrentar o medo e se segurar para não sair correndo, feito louca, corredor e porta afora do hospital. Quem me viu,nestas ocasiões, sabe que consegui controlar o medo e, na hora "H", o que ajudou mesmo, foi aquela conversa íntima com Deus, na qual a gente se entrega nas mãos dele e pensa: "O máximo que poderá acontecer é eu morrer. E aí vou saber se existe algo além desta vida, para o meu espírito e até que ponto ainda serei eu, ou terei lembrança desta vida. Se existir, não tenho com que me preocupar. Se não existir, não adianta me preocupar agora, porque esta droga de vida seria então, muito curta, frágil e sem significado para os humanos, que tem tanta consciência de si. Então, Deus, eu não queria morrer agora, me entrego em suas mãos e ilumina o anestesista e o cirurgião, por favor!"
     Sim, foi meditando assim, que consegui me segurar ali, naquela sala de cirurgia gelada, numa maca estreita, enquanto alguém mascarado me pedia para contar de trás para frente. Foi assim também, que me entreguei, humildemente, nas mãos de outros seres humanos e D´Ele.
     Entretanto, pior que estar ali na sala, é ficar ao lado,acompanhando, sem anestesia, tudo que acontece com um filho ou a pessoa que você ama e vê ser levada para lá. Meu Deus, me lembro quando meu marido foi fazer a cirurgia que resultou em 5 novas "pontes", das quais ele se vangloria, dizendo que com ele, não poderia mesmo ser qualquer coisa menos importante! rsrs.... Claro que é sua maneira de brincar com algo que foi sério. A sensação de impotência que a gente tem, neste momento, por mais que deseje proteger, ajudar, é horrível, mas nos mostra que, nem tudo podemos controlar e que, nestes casos, cada um de nós estará sòzinho, com sua dor e medo, a não ser, pela companhia de Deus. A dor que a gente sente junto, o medo, a consciência de que a vida não pode ser desperdiçada com mesquinharias, é imensa, mas é a nossa dor, e cada um a sente de uma maneira única!
      Depois deste acontecimento, há pessoas que recomeçam a vida de onde pararam, contudo com uma nova visão, um novo olhar para as prioridades. Também aí, os valores diferem, para cada um. Mas ninguém passa por isto, sem um renascer diferente.
     Evidentemente, quando foi minha vez, tudo correu bem, porque estou aqui,agora, aflita por uma amiga que talvez tenha que fazer uma cirurgia no coração. Que Deus a proteja também! E que ela se restabeleça logo, e volte a sentir a vida em toda a sua plenitude e do modo que a faça mais feliz e em paz.

texto: Vera Alvarenga
foto: retirada da internet. pode ter direitos autorais.

sexta-feira, 25 de junho de 2010

- " Estou aprendendo a gostar e respeitar você..."

- Vera, você tem um minuto?
- Olá amiga.Estou trabalhando,mas podemos falar um pouco.
- Acho que tô apaixonada.
- Ah, que maravilha de notícia!então você tá feliz!
- Hoje não. Tô com saudades. Não falei com ele.
- Por que?
- É horrível estar apaixonada outra vez.
- Eu não acho...
- ..quando só você está, é.
- Xiiii...o que aconteceu? Ele sabe?
- Ele disse, outro dia, que não sabia.
- Bom, mas agora,sabe,não é? E então? Espere um momento..meu celular...preciso atender..
...................................................................
- O que você tava "falando"?
-  Que eu não queria que isto acontecesse, mas, aconteceu. E nem quero que ele faça nada. Só gostaria que não deixasse de fazer...
- O que ? Não entendi.
- Depois que falo com ele, meu dia fica mais alegre, parece que tudo fica mais fácil. Eu, às vezes, me pego sorrindo sòzinha. Coisa pra lá de boba. Ele é especial para mim. É como aquilo tudo que vocês escrevem nos blogs...não só ele, mas, o que sinto...
- Ué! E não é bom ficar assim mais alegre? Será que, para ele você é especial?
- Ele está sempre comigo, me manda uma flor,quase todos os dias ,ultimamente.
- Nossa, que lindo! Não é o que você queria? Mas,qual é o problema,então? Viva o momento!
- É fácil falar! É que...sabe tudo o que você escreveu sôbre ter auto-estima...ir só até o meio do caminho? ele me elogiou, me disse que eu sou especial porque dou carinho e não cobro...
- Xiii..... e daí?
- Acho que não sei receber elogio..não estou acostumada.. Fiquei sem graça, hoje não sou uma mulher tão desprendida assim, acho que estou mesmo uma mulher sem esperança..não gosto quando digam que não cobro nada, como se esperar retribuição fosse errado. Só que, somos só amigos, e tá bom assim.
- Olha só, isto é problema de auto-estima baixa. Gozado isto, né? Alto, auto, baixa...
- Não tô entendendo!
- Desculpa,amiga.Tava aqui só divagando...
- Falei umas coisas, até para elogiá-lo também,sabe, mas não sei se ele entendeu.Falei que até na amizade, a gente só pode ir até o meio do caminho!Lembrei do que você escreveu naquele lindo post! Exatamente porque ele está vindo sempre até o meio do caminho. Você pode achar pouco, mas isto me faz feliz!
- Preciso tomar mais cuidado com o que escrevo! Você só pode falar do que VOCÊ  acredita.
- Eu acredito! Sei que é isto mesmo. Não é só você que é uma mulher madura, né? Mas tenho que tomar cuidado com o que falo.
- Você é jovem,mas te conheço há algum tempo e você toma cuidado com o que fala! Bom, e daí? Tô ficando agoniada!
- Eu também, porque ele,às vezes some. E, é aí que me dá esta saudade toda. Sinto falta do sorriso dele, da flor. Não tô cobrando, mas sinto falta. É horrivel estar carente assim !
- A gente fica tanto tempo sem receber carinho,daquele espontâneo, que quando recebe, fica assim. Dá até raiva desta fragilidade toda. Olha, querida, eu vou te dizer uma coisa.. será que não era mesmo melhor você ver se esta sua amizade vale a pena?
- Nem diga isto! Já não te falei que ele é como você diz, lá no seu blog... o raio de sol da minha manhã? Eu fico mais feliz, fico mais resistente, eu não preciso mesmo muito mais do que isto, sabe? Pode me chamar de tola, de ingênua, sou uma "bundona" mesmo! Não sei se você pode me entender...Você é uma mulher madura, forte, experiente, muito mais velha que eu...
- Vixiii... Calma! Claro que posso te entender. Você nem sabe como posso te entender.
- É um sentimento tão bom. Receber um elogio, incentivo, um sorriso, uma flor dele! Você sabe que isto cura um coração que estava machucado, não é? E você sabe que o meu estava. Eu estou com medo de ficar sem nada disto, apesar de todos acharem que aparentemente, tenho tudo.
- Olha, eu tenho que desligar agora. Não fica triste. Eu não posso te ajudar, mas posso compreender,viu?
Vou colocar umas rosas bem bonitas no meu próximo post, só pra você. E vou torcer pra você se curar logo e poder ser feliz (com ele ou sem,amiga).
- Prefiro com... eu devo cultivar só a amizade...assim, vai poder ser pra sempre...que lindo...É isto mesmo! Como vocês falam lá nos blogs! E, sem dependência! Bem, isto é difícil...
- Hãn..A gente fala, você faz! Você é mesmo romântica! Sabe, eu estou aprendendo a gostar muito de você e te respeitar, viu amiga? Queria ter a sua idade e sua esperança! Tchau, fica bem!
- Vou ficar...mas torce pra ele continuar querendo, de coração, me dar aquelas flores, tá bem? Se forem de alumínio, também não interessa, né? Se esta amizade for pra sempre, acho que vou ficar feliz. Beijos.
- Beijo.

quarta-feira, 23 de junho de 2010

- " Neste inverno estarei em gestação"...

Também a natureza precisa um tempo para se adaptar.Aqui onde moro,no primeiro dia do inverno,dia 21,ainda havia sol que aquecia muito e parecia que o inverno estava com preguiça de chegar. Mas,ontem à noite, depois de falar sôbre livros com um amigo,sentada em frente ao computador,eu o percebi chegar. De repente. E veio de dentro de mim e de fora. A gente pensa em tomar um banho quentinho e ir para a cama mais cedo, se encolher, ou se aconchegar. O inverno pede aconchego, calor do cobertor, luz suave só para leitura ou ainda menos se for para namorar. Chá quentinho, chá com vinho ou só o vinho! Inverno pede companhia, ou introspecção. Refleti sôbre o amor...o amor de Inverno.
O amor de inverno, pede a presença do outro, porque as asas querem se aquietar no ninho quentinho e é hora de descobrir se é real este amor; a gente se encolhe e o outro aconchega, porque está lá; o abraço é macio, a gente pode rir, ou chorar todas as lágrimas, no peito daquele que se faz presente de fato, em nossa vida. E tem o vice-versa, porque sem isto, é só corpo,coberta e frio.
   No inverno, dá até preguiça de tirar a roupa e fazer amor, com o mesmo ímpeto que temos no verão. No inverno é preciso namorar, seduzir,conquistar, brincar de esconder e achar,mas o amor floresce mesmo assim, e também de outras maneiras, tão lindo como o Ipê Rosa ou Amarelo. É bonito de se ver e sentir. E aquece toda a natureza ao redor, só com sua presença verdadeira. Como é bom ter alguém no ninho, com quem possamos fazer este milagre da natureza acontecer!
   O amor de inverno, não precisa do mundo, só de dois...  de livros para se ler e depois comentar, e de compreensão, do chá ou vinho, e do avaliar, da existência de poucos e verdadeiros amigos e do planejar como se vai dividir este amor, com eles. O amor de inverno não precisa do mundo, porque está gestando, em si, o que dois conceberam (ou não), fruto do seu mais íntimo querer, e é ao redor deste querer, que viverão os dois, cúmplices e maravilhados, todas as outras estações do ano, revigorados pela força do que tiveram a coragem de juntos, conceber!
  No inverno, no aconchego da intimidade resguardada de todos os olhares, pode ocorrer o milagre e, um e outro descobrirem, um no outro, sua razão de viver, uma vida mais plena em todo o seu potencial.
  Neste inverno, eu preciso de você ou só restarei eu mesma, para mim. Contudo, sei que estarei em gestação daquele que contará seu segredo e se abrirá para o mundo, porque não poderá mais conter em si, o que é lícito compartilhar! Neste inverno, estarei grávida do nosso amor ou de mim mesma. Queria que fosse de nós.
texto : Vera Alvarenga
Foto : retirada da internet e pode ter seus direitos reservados.

segunda-feira, 21 de junho de 2010

- " E se a evolução espiritual se der ao contrário ?"

De repente me passou aqui uma idéia maluca e vou brincar com ela. E se fosse o contrário? E se o processo de "evolução" espiritual, caminhasse ao inverso do que costumamos pensar?
Explico: Recebi esta manhã um email da Carol, em que aparecem fotos de lindos cães e em cada uma delas, uma frase, que nos chama a  refletir sôbre nosso comportamento... E eu ia lendo:
- " Se consegues como ele, estar de bom humor,sabendo ignorar os teus males e dores (bem, para algumas delas, eu orgulhosamente pensava que já estou quase lá)...e nunca te queixar (nem uma vez ?)...se consegues acreditar que cuidarão de ti até o fim da vida (bem,é preciso muita confiança no outro,como ele pôde confiar em mim, mas agora, já não sei se posso entregar-me assim)... aceitar todas as críticas sem ..(aí já está ficando difícil) e suportar as grosserias de certas pessoas (claro, pegaram no meu pé, "certas pessoas" são bem aquelas que nos são muito importantes, ou eram) sem as corrigir... ( Pronto, aí já é impossível e falei alto : Neste caso eu já seria certamente um cachorro! ora bolas!)
   Pois foi aí que me apareceu esta idéia estapafúrdia na cabeça, da qual ri, sòzinha aqui comigo e resolvi compartilhar... só para gente sair um pouco das rígidas certezas e brincar com a imaginação... Pois vamos imaginar por um instantinho, que estávamos todos lá no paraíso, criaturas perfeitas criadas por Deus e, após o desejo que nos fez morder a maçã e sonhar em sermos pequenos deuses aqui no universo que criamos...esquecemos de tudo, de como éramos criaturas divinas e um só com ELE... então...porque o paraíso não nos bastou...
   ...Tudo aqui começou a acontecer..coisas lindas que criamos e outras coisas, terríveis. E um dia inventamos que sabíamos como iríamos ter com ELE novamente...e inventamos mil maneiras diferentes, só porque tínhamos esquecido que éramos um só. E inventamos esta coisa toda de evolução espiritual... Quem sabe, será ao contrário? quem sabe nosso orgulho irá diminuindo aos poucos, e seremos como os cãezinhos mesmo, e depois como as pedras, sem orgulho mais nenhum, apenas participantes do todo, da natureza... e depois seremos flores ( para nos encher de toda a beleza do mundo)... e depois cada vez mais uma forma delicada, etérea, dividida, multiplicada, presente em cada ser...o próprio ar,talvez...ou os pontinhos brilhantes que alguns chamam de prana... e seremos livres do ego e seremos novamente, finalmente, um só com ELE... e sorriremos no sorriso Dele, e vamos plasmar em nosso pensamento um mundo novo, de seres angelicais...porque não saberemos, estando Nele, o que é egoísmo e vamos querer criar um novo mundo de PAZ ... e a vida em suas milhões de diferenças, começará novamente...
  Nossa! Em pleno início de semana pensar estas coisas... bem, preciso ir almoçar agora e voltar a trabalhar, antes que perca o rumo e saia latindo por aqui... Mas que os cãezinhos nos dão exemplo de comportamento, ah, isto dão!
  Texto : Vera Alvarenga
 Foto : Vera Alvarenga

sábado, 19 de junho de 2010

- " Minha Caixa de Pandora carrega uma maldição?"

Ontem, pela madrugada, lá fiquei eu novamente, macambúzia. Pronto, reconheço, não consigo aceitar a morte!...de nada,talvez... nem da flor que murcha e cai,porque já penso na que vai brotar amanhã... nem das pessoas que eu tanto amava, pois imagino que seu espírito está agora, ainda mais próximo a mim.
  Apesar de admirar as mulheres fortes que conheci, que tem a coragem de romper com aquele ou aquilo que não lhes dá o que merecem receber, apesar de ter no sangue os genes de uma delas, eu, não consigo romper com nada, ou quase nada. Mesmo que concorde que seria o mais correto, em alguns casos.
  Sabem aquela história que sempre repeti para amigos? - " O vazio assusta, mas é necessário deixar esvaziar o copo, para poder enchê-lo novamente e saborear um vinho melhor!" Eu realmente acredito nisto e, queria que alguém dissesse o mesmo para mim, quando eu precisasse ouvir. Só que, não consigo ver o meu copo vazio! O meu, está sempre meio cheio, ou pelo menos guarda lá um "bouquê"...até que eu possa sentir o aroma do próximo vinho.
   Não consigo perceber quando o jogo terminou...talvez porque queira me iludir, que o jogo nunca termine? Ou porque sou covarde demais para enfrentar o resultado?  Nem deixo de querer saber "como você está", mesmo que você há tempo, não pergunte mais de mim, a menos que eu ache que posso estar incomodando(porque então, me afastarei). E já não sei se isto é uma característica minha, ou uma fraqueza. Pensei esta madrugada sôbre estas coisas, fiquei triste, e logo, ao acordar,  só cheguei à conclusão que, embora não me orgulhe disto, sou assim. Se você quiser que eu me afaste mesmo de você, tem que deixar isto muito claro, tem que me magoar de fato, de tal modo que, no dia seguinte, eu não pense que aquele seu aceno de agora, quer dizer que fui eu que não soube compreendê-lo. Serei assim, porque meus olhos passaram muito tempo vendo uma contradição? Gestos que não pareciam demonstrar amor, de alguém que me dizia que me amava, e era eu que estava enganada ao ver o que via? Crianças podem ser assim manipuladas, ou convencidas. Até quando eu fui criança? Ou será que apenas vi no outro, toda a insensatez e insegurança que o fez não saber amar? Claro que, por vezes sinto tanta raiva que, apesar de ser naturalmente terna, gostaria de agredí-lo com toda a força de meus tapas, porque me sinto pressionada e agredida, por esta estranha estupidez que é o desperdiçar a vida, deixando-a passar ali ao lado, fria e vazia de significado maior. E então, onde estará minha ternura?  
   Porque tudo pode ser interpretado de duas maneiras, alguns diriam que sou positiva, tenho fé, que estou certa em pensar que só para a morte não há jeito (talvez por isto eu a tema, de verdade). Os pessimistas diriam que eu...bem, melhor nem saber!
   Serei de fato uma pessoa terna, que acima de tudo vê o amor porque o tem em si e na sua história de vida, ou serei uma vítima de minha tola incapacidade de ver a realidade da vida, como ela é? Com que critério podemos julgar as pessoas e como elas reagem diante do que mais querem, para sua vida?
   Acho que, esta tal  "Caixa de Pandora" que carrego comigo desde a maturidade,como disse ao criar este meu blog, traz dentro de si algo perigoso, como diz a lenda. A ESPERANÇA, será um presente nobre deixado para a humanidade de cada um, ou será minha maldição?

texto: Vera Alvarenga
Foto : Vera Alvarenga

sexta-feira, 18 de junho de 2010

- " Afinal, quem ganhou esta competição? "

Eu estava na praça, sentada ao lado da banca de livros e de outras pessoas que assistiam o mesmo show...
Um casal chegou e sentou-se nas cadeiras próximas. Logo notei que o homem resmungava alguma coisa a respeito da altura do som,depois, que ela tentava iniciar uma conversação e ele dizia que queria ler seu jornal.Dali a pouco, a mulher se levantou e perguntou:
- "Vou então até ali, ver os livros e caminhar um pouco, quer vir?"
O homem educadamente lhe disse para ir sozinha. Ela pediu licença e foi. Era uma mulher de meia idade, sem nenhum atrativo especial, mas parecia tranquila. Ficou bem próxima a mim, já que minha cadeira estava na ponta daquela fileira. Eu a acompanhei com o olhar e pensei: -" Este deve ser o marido e ela deve gostar de ler e ouvir música. Casal legal!" Ele, parecia tranquilo, ali, lendo seu jornal.
  A mulher, mal começou a folhear os livros, foi interrompida por outro frequentador daquele local agradável, onde passo algumas horas, nas minhas manhãs de domingo. O homem começou a conversar animadamente com a senhora, que mais ouvia do que falava. Ele era bonitão, mudava de assunto a todo o instante, porque na certa tinha muita experiência e o que contar e, quando ela parecia se interessar por um deles, ou fazia um breve comentário, ele já se animava para contar muito mais de si. Para outras pessoas que estivessem mais distante, poderia dar a impressão de que a conversa estava mesmo muito animada, mas a mim, que estava ali ao lado...posso dizer que, não tinha o mesmo interesse para os dois. De repente, a mulher interrompeu o homem e lhe perguntou : _ " De que signo você é?"  ele respondeu algo que não pude ouvir bem e ela disse: - " Ah, o mesmo do meu marido". E continuaram aquela conversa na qual um parecia estar habituado a ser ouvido e o outro, a ouvir... E eu, cá com meus botões, pensei: - " Que engraçado, ambos do mesmo signo. Será que esta mulher atrai o mesmo tipo de pessoa, ou terá outro significado?" Ri, comigo mesma, desta mania de querer compreender as coisas que acho curiosas, desta vida! Então, me interessei mais por acompanhar o que lá se passava. A mulher, de vez em quando, pegava outro livro na tentativa, talvez de escolher algum para levar. Para falar a verdade, comecei até a torcer para que a conversa pudesse ser agradável também para ela, pois o homem que viera consigo, o marido, parecia não ter muita disposição para conversar, e era um pouco resmungão...Parece que, finalmente minha torcida deu certo e vi nascer um interesse dela, pelo assunto!
  O tempo passou. O marido, então, terminou de ler seu jornal e olhou displicentemente para o lado. Ao ver sua mulher naquela "conversa animada", levantou-se de um pulo!
  - " Ai,ai... vejamos o que acontece!", pensei eu.
  Todo simpático, aproximou-se, colocou a mão gentilmente nos ombros daquela para  quem, até a pouco, nem levantara um olhar, e brincou simpaticamente, com o outro:
  - "Bom Dia! então é o senhor que está roubando minha mulher, por este tempo todo!" Gente, mentira! eu sabia que ele só tinha dado pela falta dela, quando terminou seu jornal! E que não lhe dera atenção nas poucas tentativas que ela fizera para falar sôbre a música, as pessoas ou sôbre a praça.
  O outro homem, não se deu por vencido e lhe respondeu que estava tendo uma agradável conversa com aquela que já podia considerar uma amiga e continuou:
 _ " Estávamos falando sôbre...." e o marido logo o interrompeu, dando uma opinião diferente, no assunto. O estranho, comentou rindo, que já sabia que eram do mesmo signo e que, naturalmente não iriam concordar em dar razão um para o outro. E ambos riram. Assim, os dois começaram uma conversa realmente animada, daquelas em que ambos tem o que dizer, daquelas que se tem entre iguais! A mulher, olhava para um, e para outro, ali, a competir para ver quem seria o vencedor. De repente, colocou o livro na banca, balançou a cabeça e virou-se para ir embora. O marido foi interrompido por aquele que, pelo menos demonstrou estar um pouco mais atento à presença dela. E este perguntou:
  - " Já vai embora? Sem ao menos levar um livro? Desculpe se a atrapalhei!"
  E ela, educadamente respondeu :
  - " Claro que não! Gostei de conhecê-lo, mas prefiro voltar outro dia e escolher, com mais calma."
  E eu me perguntei... "Afinal, quem ganhou esta competição maluca?" Os homens se afastaram, sorrindo e arrastando as esporas, feito galinhos de briga, depois de um empate. E ela, parecia menos alegre do que chegou, mas um pouquinho mais sábia, embora ainda tivesse as mãos vazias...

texto : Vera Alvarenga
foto : internet, modificada por Vera Alvarenga

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