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domingo, 22 de julho de 2012

Levando tombos...

   No inverno, e quando se mora em apartamento, é preciso sair um pouco para caminhar e melhor, quando se pode aquecer ao sol. É o que fazemos aos domingos. Claro que preferiria ir ao Parque Ibirapuera, caminhar entre as árvores, ao lado do lago... mas, é tão difícil estacionar por lá, então, uma grande volta no quarteirão já tá de bom tamanho.
  No caminho da volta, a rua é toda arborizada. Agradável de se andar nela, não na calçada, que a cada laje de concreto de um metro há duas canaletas de uns 15 cm., uma próxima da outra, que atrapalham bastante o caminhar. É necessário andar olhando para o chão para não se torcer o pé. Sabendo disto, costumo ser atenta.
  Geralmente venho pela rua e só entro na calçada quando a rua se estreita por conta dos carros estacionados. Hoje, me distraí. Vinha vindo tranquila, com minha câmera pendurada no ombro enquanto um lindo cão preto vinha do outro lado da rua e eu, por um segundo olhei para ele. Já tinha dado uma daquelas espiadas rápidas para reconhecer o terreno à frente, já tinha visto que havia uma placa de cimento um pouco levantada, mas não imaginava que logo após havia uma canaleta sem terra, buraco no qual a ponta do meu tênis enfiou-se, prendeu-se e me levou ao desequilíbrio, em seguida, ao chão.
  Tive consciência de que num milésimo de segundo estaria estatelada na calçada, mesmo assim, deu tempo de puxar a câmera fotográfica tentando protegê-la, depois, mãos para frente e plunft ! Já era. Lá estava eu com dor nos joelhos e mãos, esparramada na calçada.
  Recebi pronta ajuda de quem estava comigo- a mão estendida para me ajudar a levantar. Que bom!
  - Detesto andar nesta calçada com todos estes buracos! Desabafar me fez bem, naquela situação.
  - Mas aqui não tem nada, foi falta de atenção! Ouvir isto me fez mal.
  - Claro que tem, olha ali onde enfiei meu pé! Meu tênis com a ponta esfolada também comprovava. Pronto, lá estava eu sentada na calçada, tentando explicar. Queria que ele tivesse conseguido ficar calado, embora não tivesse sido o culpado do meu tombo. Por que há pessoas que nos chamam a atenção quando a gente ainda está estatelada no chão?
  - Ela está bem? A mulher na calçada em frente lhe perguntou. E, simpática, olhando pra mim : - Você se machucou? Ah! que frase maravilhosa de se ouvir numa situação daquelas.
  - Não, obrigada. Só o susto. E é desagradável cair na rua, não é? Sorrimos, uma para a outra.
  Claro, é desagradável cair em qualquer lugar, mas em público e numa calçada áspera, mais ainda.
  O homem com o cachorro, andando mais depressa, já ia longe a cuidar da própria vida.
  Interrompi os resmungos do meu companheiro de caminhada. Sim, eu sabia que tinha sido culpa de minha falta de atenção, embora nem estivesse tão distraída assim buscando o que fotografar, como ele dissera. Apenas não queria ficar olhando sempre para o chão!
 - Por que você não me perguntou se eu me machuquei?
 - Porque eu me assustei!
 Eu também tinha me assustado! Então, éramos dois. Contudo, fora joelhos e mão ralados, roupa, câmera e tudo o mais estavam bem. Maravilha, não torci o pé. Apesar do tombo, tive sorte.
 Lembrei de quando uma criança cai ao nosso lado e a gente logo vai atender, e para sermos solidárias, brigamos com a porcaria da calçada que a fez cair! Cumplicidade faz bem. Logo depois a gente ensina que é preciso mais cuidado. Bom ser criança... Mas, talvez, quando o susto é grande, por vezes a gente acabe por querer ensinar o outro a se proteger, naquele exato momento em que bastava o apoio... sei lá. Isto não é necessariamente falta de carinho. Acho que depende do momento, e depende de cada um.
  Interessante perceber o que fazemos quando nos assustamos e não temos tempo para pensar.
  E interessante lembrar que, mesmo sendo adultos, quando menos esperamos, podemos cair no chão, na calçada, da pose. Melhor na calçada do que por uma rasteira na vida. E sempre se aprende... se você quer fotografar, se distrair ou levantar a cabeça em sua caminhada, vá em seu ritmo, com cuidado, devagar... e se cair, o jeito é levantar, sacudir a poeira e seguir em frente. 
Texto: Vera Alvarenga
Foto: retirada do Google.
  

domingo, 1 de julho de 2012

Pra você, esta foto e meu carinho...

Muito já se falou a respeito de amigos e quão diferentes podem ser. Dizem que temos um para cada fase de nossa vida, alguns que ficam, outros que se vão.
Hoje, quis me dar um presente e decidi ter coragem para dirigir até o parque Ibirapuera, a fim de tirar fotos. Queria captar a luz do final da tarde e fotografar à contra luz. Levei meia hora só para conseguir estacionar. Após alguma caminhada e poucas fotos, minha máquina travou, avisando que eu precisava formatar o cartão de memória - era novo. Bem quando o sol dourava o lago! Então, tive de voltar!
Contudo, entre a chegada e o problema com a máquina, recebi um telefonema de uma amiga que gosto muito, desde quando tivemos nossos primeiros contatos. Ela tem uma experiência de vida totalmente diferente da minha. Inteligente, já encarou problemas difíceis que lhe exigiram atitude firme e coragem tanto em sua profissão, quanto na vida particular, mas não é pretensiosa e não pensa que tem as respostas para tudo. Deste modo, não nos sentimos encabuladas por ser o que somos, cada uma de nós, pois sabemos que ambas temos nossos valores. Encontrar momentos de tal interação respeitosa e cuidadosa num relacionamento é algo mais fácil de se dizer, como é moda hoje em dia, do que de se encontrar de verdade. Confesso que, ultimamente, ela e outro amigo foram os raros tesouros que encontrei neste nível e deles, meu coração será para sempre cativo ( mesmo que a amizade não seja para sempre, já que eu mesma detestaria me ver limitada pela "obrigação" de uma eternidade, o sentimento será).
 Ás vezes, com aquele seu jeito de contar as coisas sem dizer realmente com toda a clareza, ela fala comigo e não entendo tudo o que quer dizer. Mas não me importo, e ela também não. Eu pergunto, ela ri e explica, ou então, "deixo por entendido" aquilo que careceria de explicação, quando percebo que o mais importante é traduzir os sentimentos e não o significado de cada palavra. Penso que nosso "encontro" se dá em outro nível - o de um bem querer sincero como o de duas crianças que apenas brincam juntas e se aceitam como são. Nos aceitamos como somos. Ela me colocou um apelido com o qual me chama, algumas vezes, caçoando carinhosamente da minha ingenuidade, a qual aceita e crê, porque pressente que é real.  E por isto, ela me fez lembrar hoje, desta parte de mim mais singela, doce e terna. Me fez lembrar de como raramente podemos deixar estas nossas características virem à tona, sem que tenhamos de dar explicações ou camuflá-las, sem que pensemos que precisamos nos proteger. É muito raro termos tal liberdade, pois a maior parte das pessoas está sempre a comparar-se e a comparar-nos com outras, ou a dizer como seríamos mais "aceitáveis" e simpáticos se agíssemos dentro de determinados padrões, que nem sempre seguem os nossos padrões de valoração da vida.
  Enfim, para ela e todos que consigam aceitar alguém como ele é, e quando discorde dele consiga fazê-lo com o cuidado e respeito que os relacionamentos e as pessoas merecem, dedico esta foto, simbolizando o  encontro de duas pessoas sob o reflexo de tal amizade que proporciona momentos de ouro.
  Minha alma, quando se encontra com a sua, fica em paz. Namastê.


Foto e texto : Vera Alvarenga

sábado, 5 de maio de 2012

O cão e o homem do rio...

Hoje, sai para caminhar. Perto do edifício onde moro, avistei um lindo cão chow-chow e seu dono.
- Que lindo! Falei, e tendo a câmera a tira colo como sempre, parei e mostrei minha intenção de tirar uma foto, direcionando a máquina fotográfica, de longe, para o animal. Posso tirar uma foto? Perguntei apenas por meus próprios cuidados e uma ética que pensei, exagerada, pelo que fiquei muito sem graça pela resposta:
- Não pode! Minha mulher não permite que tire fotos.
Guardei a viola no saco e segui, mais sem graça do que antes. Reconheci logo, em mim mesma, ao desviar do cocô de algum cão que passara antes por lá, que o desapontamento fez subir pela garganta uma pergunta desaforada, que pensei fazer àquele homem.
- Sua mulher lhe dá sacos plásticos para tirar do caminho o cocô que seu cachorro faz na calçada?
A gente tem de fugir da calçada e caminhar pela rua, próximo aos portões dos condomínios, para evitar o local preferido dos cães para suas necessidades! Entretanto, me calei. Coitados dos cães. O que fariam com sua natureza? Aquele homem não levava nas mãos nada além da guia do cão de sua mulher. Era o marido da mulher, que era dona do cão e tinha direitos sobre ele que, seguia indiferente a nós, procurando o que lhe era urgente. E eu não queria discussão, mesmo porque, ali nas grades dos jardins do condomínio já havia avisos suficientes, para quem os quisesse seguir.
Então lembrei-me de um outro cão. Um vira-latas preto que conheci em Votorantim, e seguia, sem guia, o seu dono, um morador de rua. Naquela ocasião, caminhava à beira do rio quando me deparei também com um homem e seu cão. O homem desenhava e tinha o cão deitado a seu lado. Ambos livres de qualquer preocupação com sua comunidade, mas tendo um alto preço a pagar para viver nela, em condições tão difíceis e diferentes da vida deste cão que vi hoje. Este último, não tinha uma vida de cão! Já o homem que vi à beira do rio, sim.  
E o cão, daquele homem, como um guardião levantou a cabeça naquele dia, ao ver que eu me aproximava de seu dono e trocava algumas palavras com ele. O homem, mesmo em sua loucura e talvez por ela, me permitiu tirar algumas fotos de si, inclusive me mostrando seu desenho. Não me aproximei muito, por respeito e medo do cão, e do homem, que me haviam dito tratar-se de alguém meio maluco e por vezes, agressivo.Comigo ele não foi, nem o cão. Apenas começou a dizer algumas palavras que pareceram sem sentido, para mim, e me afastei. Sabe-se lá, que história ele teria para contar, se quisesse ou pudesse contá-las. Todos tem histórias.
Encontrei com o homem, outras vezes, no centro da cidade. Invariavelmente seu cão, amigo fiel, mesmo sem a guia o seguia atento. Também teria histórias para contar, este cão.
Mas eu não queria histórias, nem invadir a privacidade de ninguém. Na verdade, só queria fotografar o que fazia sentido, para mim. Ou o que parecia não ter sentido nenhum...  
Fotos e texto: Vera Alvarenga 








quarta-feira, 25 de abril de 2012

Amigos da rede social.

Muito se fala dos perigos que trazem a internet e suas redes "sociais". Como tudo na vida, "há perigos na estrada". Nas redes sociais encontramos amigos, amigos e amigos, pessoas de todo tipo, com as quais temos todo tipo de relacionamento. Com elas conhecemos e exploramos nossos diferentes jeitos de ser e sentir. Há gente que se torna tão importante que nunca mais perderá o lugar de honra em nosso coração, há aqueles que sentimos amar em alguns momentos, outros que se tornam amigos especiais e presentes, mesmo à distância. Com tantos aprendemos sobre a vida, as pessoas e sentimentos.
Há ainda os que a gente pensava que era para sempre e, de repente, desaparecem deixando saudades, embora o gostar permaneça eterno como semente num cantinho da nossa alma, só esperando que um "email/recado", com um alô e um abraço venham fazer a amizade em potencial florescer novamente, como uma verdadeira e valorosa experiência de vida. Algumas amizades que encontramos pelo caminho de nossa vida são raras. Raríssimas! Nos trazem a consciência de especiais valores e parecem fazer brotar espontâneamente de nós o que temos de melhor, ou o desejo de nos esforçarmos para evoluirmos neste sentido.
 É natural que desejemos dar o melhor de nós quando amamos, ou gostamos de verdade. Mas alguns raros relacionamentos,seja por momentos ou longo tempo, parecem fluir espontaneamente neste caminho da troca onde apoio, gestos de carinho, cuidado, incentivos pesam mais do que o desejo que nossos egos tenham de dizer a última palavra ou mostrar que tem razão nas opiniões particulares. São tesouros que só se encontram no final do arco-iris e não deveriam jamais ser desperdiçados.
Contudo, o mais importante é que flua naturalmente esta amizade, mas com a consciência de que deve ser sedimentada em atitudes que preservem sua própria existência. Precisam ser cultivadas,nutridas.
De alguns destes amigos virtuais de tantos momentos diferentes, nos aproximamos mais e tomamos  a decisão de ir ao encontro. Às vezes, se somos mais tímidos, com expectativas...
- O que darei de bom a este/a amigo/a? O que direi a ela, que possa interessá-la?
Me fiz esta pergunta pouco antes de encontrar-me com Valéria Braz e seu filho Diogo. Então, respirei fundo e me tranquilizei. Vou dar o que mais gosto, um abraço com o coração aberto, e minha atenção - meu olhar, e meus ouvidos para ouvir.
Assim, no Shopping Iguatemi, em Florianópolis, eu e Valéria, meu marido e seu filho,nos encontramos para um café, momentos agradáveis e troca de abraço carinhoso. Foi muito bom! Ela é bem assim, como na foto. Uma jovem mulher, e mãe, forte e doce, verdadeira, corajosa,batalhadora e com um sorriso lindo.

Texto e fotos: Vera Alvarenga

sexta-feira, 23 de março de 2012

Eu e este animal, o que temos em comum?

Estava revendo fotos destes 2 últimos dias para enviar a amigos e me pareceu estranho, com meus 145 cms. de altura, perceber que tinha algo em comum com esta enorme criatura, o Mamute da Exposição de Animais da Era do Gelo.
O que há em comum, entre este animal e eu? Tá certo que não consigo me desvencilhar destes 10 kgs. que estão muito a mais no meu peso, mas não é só isto. Já sei, é o cabelo!
Tem mais? Seria a sensação estranhíssima de saber que, por baixo da minha pele, tão minha e individual, pode caber um baita animal como este?
Estranho, mas cabe de fato, no meu jeito de ser, tanta coisa da memória coletiva, reações que penso  serem minhas e são na verdade, herança de gerações e de tantos e tantos anos atrás - os medos, certas preferências, o gostar de me sentir segura na minha toca, no meu canto conhecido, local sagrado onde leio e faço o que gosto.
Todos gostamos de nos sentir seguros e, até por instinto de sobrevivência, queremos ver o lado melhor de tudo, nos encher de esperanças, porque afinal, como humanos que somos, não conseguimos viver apenas o presente...podemos prever, pensar no futuro!

De qualquer maneira, é bom sair da toca, vencer o hábito sedentário, a timidez e ir ao encontro dos amigos.
Em dois dias, fui a quatro destes encontros. E foi muito bom.

Como é bom vestir nossa pele mais social e humana, esconder nosso jeito meio selvagem e um tanto desconfiado de velhos Mamutes, ou um tanto tímido e ingênuo de bichinho dentro da casca e sair para um encontro, fora da toca, com a curiosidade dos pequenos que desejam experimentar a vida na prática, e vão, corajosos com suas frágeis peles, ainda não cobertas de couro duro e tantos pêlos, como os animais mais velhos!
Abrir nosso coração para alguns outros estranhos, mas que escolhemos para compartilharem de nossa mesa e talvez de uma boa amizade.
A humanidade e o melhor em nós precisa ser compartilhado... mas até mesmo o que faz parte do que somos mas nem sempre é bom, também! Contanto que estejamos dispostos a observar e aprender com o resultado de nossas atitudes perante o grupo.

O amor pelos nossos, pelos que são da "nossa turma" há tanto tempo já, ou pela família é uma das melhores coisas, e nos trazem    muitos dos melhores momentos para se viver.

Obrigada amigas, novos amigos, antigos amigos e família!
Foi muito bom, como animais de um mesmo grupo, que não se temem, podermos compartilhar do mesmo alimento, nos cheirar, brincar, nos abraçar e conversar nossa linguagem que era a mesma.
Muito  bom estar com vocês!
Fotos e texto: Vera Alvarenga


segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Nem paraíso,nem inferno...

 - Hei! Você me deu choque!
 - Desculpe.Preciso fazer escultura, andar com pé no chão, descarregar energia. Estou como aquele pato, cabeça nas nuvens.Não comente com ninguém, tá?
- Amiga, ele está com a cabeça...
- Pois é, nem o reflexo das nuvens é real, tá vendo? Bem assim que me sinto.
- Huummm...Ontem li algo engraçado sobre estar apaixonada. Serviria pra você. Este mal que fica entre o peito e o coração, que parece o ar que a gente inspirou e fica lá, sem achar o caminho, desconcertado, fora de ritmo...disseram que, se ninguém mexer, não tendo futuro, um dia passa. Então, não se preocupe.
- É. Este "mal" que sinto, me traz leveza e desconforto, pediria realização se não tivesse medo que acabasse como tudo que se realiza.
- Realização... pode não ocorrer como se imaginou.
- Eu sei, mas isto é sentimento, pede expressão. Precisa de um container para tanto conteúdo - gostar, desejar tocar, querer existir, compaixão, ternura. Compaixão, li outro dia, é amor, sabia?
- Bem, tire proveito então, e sonhe. Sonhar não é pecado, é possível, você sempre dizia isto.
- Você tá brincando, né? Isto era no seu tempo, desculpe. Hoje uma mulher não fica sonhando por algo que não passa de um reflexo, quando nem sabe se contem algo real.Se você soubesse as coisas tolas que imagino.E é bem porque não tem limites pra se voar, que frustra e estou nesta enrascada. A gente se pega sorrindo. Sabe como é? Já te contei. Sem pé nem cabeça. É como ver revista de culinária, com a foto de um Petit Gateau derretendo e quando a gente começa a antever o prazer, aí acorda e percebe  que estamos aqui nesta pista, caminhando para queimar calorias. Ninguém merece!
- Você é engraçada. Ainda bem que é jovem e pode rir de si mesma.
- Se não estou no inferno, também não é nenhum paraíso. Nem de um lado, nem de outro.O que sinto é..é..
- Consumissão. Nossa, fui lembrar desta palavra! Desassossego, é melhor. É isto que sente?
- Sabe? Em alguns casos, concordo com você, é melhor a realidade nua e crua. Afinal, precisaria realidade pra gente poder sentar no colo...
-Você anda imaginando isto, é??  hehehe...
- Te falei! Preciso algo que contenha tudo isto. Você já se sentiu assim, não è? É sério, o que faço?
- Não. Nunca me senti assim, eu acho. Quando me apaixonei, ele já estava muito apaixonado, tudo se realizava muito no concreto. Eu não acreditava em amor à primeira vista, demorei mais pra gostar, mas depois, virou uma longa história.
- Você é  toda certinha...
- Nem tenho mais idade para ser diferente,não é? Não saberia como lidar com uma paixão não correspondida.
- Você diz isto porque tem alguém que sempre foi muito concreto a lhe esperar, alguém que possui todas as certezas. Tem sorte,então.
- Acho que sim. No seu lugar,tomaria um banho frio, ou me afogaria..ahahah..Não leve a mal. Estou só brincando, desculpe. Mas tenho saudades da intensidade de tudo o que ocorre quando a paixão vai se concretizando, se transformando em amor possível, real... Durou tantos anos. Paixão e amor podem se combinar, podia durar, mas não sem investimento,claro.
-Ahah! Então você é contida? Tem seus segredos.Tá, não leve a mal, também tô só brincando. Ainda bem que tenho você com quem conversar.Faz bem poder brincar. Pelo menos a gente pode rir de mim, juntas. Isto refresca.
- Falar nisto, vamos tomar um suco?
- Quem sabe um enorme e gelado Milkshake?
- Você não tem jeito.

Fotos e Crônica: Vera Alvarenga
vídeo e música do youtube.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Cartas ao Léo - Desabafo- Parte I

 Cartas ao Léo...  ( Parte I)
     Vivian começou a escrever o que seria um email, mas tornou-se uma carta e depois, mais que isto, um desabafo, como se ela pudesse lhe dizer tudo o que sentiu nos últimos meses, como se estivessem frente a frente, e ela pudesse ser ouvida...
     Lembra o que a gente sentia, coisa rara que por ser rara não se desperdiça?
Que incentivava, abrandava a alma quando necessário,tudo porque a gente parecia se compreender de fato,nem sei como, nem por que? Simplesmente acontecia, lembra? Sem premeditação. Não era o tempo que importava, mas o prazer de descobrir que nossa presença na vida uma da outra, nos fazia bem e que, por alguma razão que não explico, ouvíamos uma da outra, o que estávamos talvez, sedentas de ouvir.
     Algumas vezes você me escreveu: - “Mais uma vez me diz palavras que eu precisava ouvir.”
     Engraçado isto, porque não me julgava capaz de lhe dizer algo que fosse suficientemente novo para você. Percebo agora - o que lhe dizia, nem sempre era tudo o que gostaria de poder dizer contudo, o que me motivava era respeito e querer bem.
     Falar com você, também trazia descobertas sobre mim, minhas possibilidades e, por isto, me fortalecia. Sentia meu coração transbordar gratidão e, para retribuir, queria lhe dar o melhor de mim, mas não sabia como – eu a incentivava a desejar sentir a vida novamente, pois me afligia ver como você estava entregue à sua tristeza, como eu estava entregue à minha. Sentir a vida novamente era algo que eu mesma começava a experimentar, depois de começar a reconhecer você - queria isto também para você . Então lhe disse: - aproveite a vida. E você se foi!
     Mesmo com poucas palavras, nos falávamos de coração a coração, entretanto o meu, não ouviu sua despedida . Quando nos acostumamos com a amizade e presença de outra pessoa na nossa vida, esperamos, ainda que este rápido momento do encontro, com alegria, porque fica fazendo parte, e é preciso que nosso coração seja preparado para a despedida, ou tudo parecerá o golpe inexoravelmente frio daquela senhora, que quando vem, não avisa, apenas golpeia e mata! Eu já perdi um amigo querido assim, levado por ela. Não queria perder outra pessoa. Quem ou o que, teria arrancado de mim, sua presença?
     Depois de um tempo, senti raiva de você ou do que quer que houvesse nos aproximado – até com Deus, tive uma grande discussão! Ele tentou me dizer que há pessoas que passam em nossa vida para que deste encontro, ambas saiam melhores. Eu não queria ser uma pessoa melhor. Finalmente não queria mais ser perfeita. Apenas queria ser eu mesma, e ainda assim, encontrar significado! Deparar-me com alguém que pudesse me aceitar, ao mesmo tempo que eu a ela, era um sinal dos deuses, um banquete no Olimpo!
     Já fiquei com meus olhos aqui marejados, muitas vezes se quer saber, por me perguntar, onde estaria agora, tudo isto que parecíamos sentir, dentro deste silêncio que eu não compreendia. Fiz um jogo cruel comigo mesma. Respondia perguntas que não pude fazer a ninguém. Me perguntei onde eu havia errado, o que estaria acontecendo a você, julguei que eu mesma estivesse sendo egoísta, me anestesiei, desejei sair sozinha, de dentro da tristeza...Compreendi duas coisas:
   - Uma, é que não há como sair dela! Quando alguém parte, sempre deixará o outro triste, porque o que tem valor, não pode ser substituído, é único e deixa saudades. Me nego viver como se fizesse de conta que os sentimentos não existam, e por isto, pago o preço.
   - A outra, é que por anos tive esta mesma atitude – não esperava ter direito a nada especial, e não queria demonstrar o quanto, às vezes, alguém podia me magoar, pois pensava que não era certo cobrar atenção de quem quer que fosse, ou minha amizade pareceria ter sido apenas uma moeda para trocar algo, que eu também precisava. E isto não era justo, pois sei que era responsavelmente sincera, e que nós todos, seres humanos, desejamos ser reconhecidos e amados, seja fraternalmente ou de outras formas. Se é uma troca, é justa!
     Bem sei daquela história de que, se nos decepcionamos com alguém, é porque esperamos o que esta pessoa não podia nos dar, mas crer nisto também é uma forma de acomodar-se.    
     Se  não tivesse me dito que nossa amizade era importante, que assim como eu por seus próprios motivos você também sofrera, que eu a ajudava a ver a vida de outra maneira, que eu era insubstituível, não teria me sentido especial, não teria me apegado a você, não teria desejado lhe dar meu melhor reconhecimento, porque ouvir isto fez uma enorme diferença em minha vida e, para mim, tudo tornou-se especial. Não teria acreditado que, com minha forma simples de ser, poderia levar um pouco de luz e alegria para você e não teria percebido o quanto você iluminou meus dias!
     Eu continuaria na sombra da descoberta recente que havia feito, de como alguns movimentos meus tinham se revelado vãos e impotentes, frente a uma muralha em um trecho do meu caminho, que eu não tinha conseguido transpor.  E você, teria continuado com suas próprias sombras, até encontrar por si mesma, uma luz.
     Se você estivesse aqui agora, estaria me estranhando, eu sei, porque estou me estranhando também, e muito, mas é assim. Tenho que finalmente admitir que senti raiva, despeito, tristeza, impotência, diante de um silêncio que eu não sabia o que significava e não combinava com nossa confessada amizade. 
     O pior, sentia-me culpada por estes sentimentos e pensava que talvez, você estivesse deprimida demais para se comunicar. Então, mesmo entre o consolo desta explicação que eu mesma me dava, preferia pensar que você estava bem e que apenas tinha ido embora....assim, simplesmente, sem mais, nem menos. Esta minha nobre tentativa me fez perceber como todos nós somos carentes, e o que se passou comigo aconteceu ou acontecerá com você fatalmente um dia, pois no palco da vida as personagens mudam, trocamos papéis, mas somos todos humanos. Todos sentiremos falta de quem queremos bem, seja porque nos trouxe luz, seja porque lhe emprestamos um pouco da nossa, seja porque juntos, funcionávamos como um amplificador  do que tínhamos de bom. O ser humano é muito solitário, mas também solidário.
     Sei que sentir-me vulnerável e culpada é algo que aprendi em minha vida, uma fraqueza minha. Sou capaz também de aceitar as suas. Queria tanto que você rompesse este silêncio, me dissesse que não agiu assim porque nada represento, ou que me viesse dizer qualquer coisa, mesmo que fosse, adeus! 
     Embora eu preferisse que não, acho que aprenderia a lidar com um adeus, mas não sei lidar com este silêncio sem despedida. É morte, para mim, e eu temo a morte.
     O ser humano é medroso. Posso compreender isto, já que compreendo meu próprio medo. 
     Há um alarme dentro do ser humano, eu acho, que desperta quando pressente o perigo da entrega a algo maior e finalmente verdadeiro, um amor, uma amizade, um real querer bem – um ato não ensaiado onde os sentimentos são ingênuos e intensos, onde ele não precisa ler o roteiro porque a cena está além da tragédia comum e igual, onde o mais importante não seja o preço do ingresso.
      O ser humano, diante do improviso, nesta cena que cobra de si uma performance genuína, sente um medo sincero de dissolver-se no próprio ato de fé em sua própria interpretação. Eu, que sou tão medrosa, também tive medo, mas não fugi. Eu também não estava habituada com a possibilidade de viver uma amizade assim sincera, fruto de ingênua confiança, mas não a deixei num silêncio vazio, sabendo do carinho que existia entre nós.
     O ser humano teme falar, ou teme sentir? Teme experimentar o que depois sentirá falta? O ser humano, teme os sentimentos contraditórios ou inesperados, que estavam fora do script, como teme à morte!
     Então, ele age como se nada ali houvesse, finge que ninguém lhe deu a “deixa” e por conseqüência, finge não fazer parte da trama. Aquele alarme toca dentro dele, tão alto, que o entontece, fica desorientado, perde o rumo, confunde o caminho, os personagens, o verdadeiro com a imagem, e acaba desistindo, como se não merecesse a felicidade de ver-se numa atuação em meio a sentimentos verdadeiros! 
     Não importa se, esperando por ele,  há papéis  mais importantes em outros palcos! Ele só pode estar em um de cada vez, e para cada circunstância é chamado a ser o si mesmo, sob o ator de cada cena, mesmo que interprete vários personagens em peças diferentes.  No nosso palco, nosso ato foi interrompido, embora as cortinas estejam suspensas porque nenhum de nós as fechou.  
     Sim, talvez seja menos perigoso não arriscar, não esperar nada do outro, nem gostar muito dele, fazer de conta que somos bonzinhos e não sonhamos a menos que nos permitam, aqueles que já nos acostumaram a eles, como se fôssemos marionetes, sob o jugo de alguém que está por trás da cena.  Penso nesta contemporânea visão de vida, que nos quer convencer que não temos o direito a esperar  retribuição, ou participação, ou feedback – isto que nada mais seria do que atitudes naturais e coerentes com o que se diz e sente – isto que hoje, as pessoas querem transformar em um pecado imperdoável.
     É tão mais fácil assim! Como você ousa me cobrar, por que esperar algo de mim, se diz ser minha amiga? 
    Ora, como se nós pudéssemos ser felizes sem esperar que seja verdade, aquilo que estamos vendo em nossa frente! Já nos faziam sofrer desta loucura, quando éramos crianças e nos diziam que estávamos enganados quando percebíamos algo diferente do que as palavras ditas, ou quando nos confundíamos com as incoerências.... 
     Hoje há uma cumplicidade às avessas : para nos fazer crer que estivemos acreditando anos e anos, ou meses, no que não passava de ilusão apenas nossa, da qual o outro não tem participação. Será que a grande ilusão, não seria ainda a de querermos fazer de conta que não somos co-autores?
     Ah, mas se você comete este pecado de iludir-se, de me dizer que acreditou em tudo,nas aparências, nos sinais, então,como é pecado, eu posso castigá-la. Finalmente posso fugir do sentir, do que nos assusta a todos e, ao invés de lhe dar a mão e nos apoiarmos nesta descoberta ou aceitação, do que podemos ou não fazer com a verdade dos nossos sentimentos, eu posso castigá-la por crer em mim. Finalmente eu posso desistir daquilo que eu mesmo comecei a vislumbrar como algo bom. Porque foi você, que ingênuamente ou não ( melhor até que eu não acredite em sua ingenuidade!), cometeu o pecado de colocar tudo por terra, criando uma ilusão.
     Então, você me perguntaria...O que eu queria, afinal? Prendê-la a mim? Não, eu amo sentir a liberdade de permanecer por convicção e de sentir prazer no que acredito que seja bom realizar.
      Fazer de você, responsável por meus sentimentos? Não ! eu queria apenas, que você tivesse se despedido de mim, que não saísse de cena como se eu não existisse ali, pois que esta, você sabe, é minha única  ferida antiga. Fazendo de conta que nossa amizade existe apenas quando você acende as luzes do palco, você me magoou. Acho que era esta a lição que eu tinha de aprender - aceitar o quanto alguma coisa ou alguém pode me magoar. Agora já sei. Só assim, a gente sabe o que fazer depois.
     Eu só queria que você mesma acreditasse no que me diz, e escolhesse ser responsável por cuidar, junto comigo, do que me trouxe em suas mãos, quando veio a me seguir, por um caminho e nos encontramos. Lembra? Você tinha nas mãos uma mágica semente, mas era algo tão verdadeiro, como um imenso e real pé de feijão. 

final na parte II- quando Vivian fala do pé de feijão e de Léo.     

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Amor, paixão e amizade....

 Estive pensando... Às vezes, a gente esquece o que é ( ou fica triste quando ninguém nota o que podemos ser).
   O amor é algo sóbrio, construído aos poucos com a convivência, requer tempo, transpõe abismos, para no final ir nos ensinando a nos "dissolver" no outro, nos doar sem esperar retribuição, enfim, é algo difícil de se conseguir, se pensarmos no amor com seu significado maior. E, se o amor dissolve a gente... talvez, quando a gente morrer, o espírito, que é o divino em nós,um dia perderá sua individualidade para se dissolver no todo. Este é o amor espiritualizado. Outro tipo de amor, que a gente consegue viver com o/a companheiro/a, precisa de alimento para manter-se - amar faz a gente querer o bem para o outro e isto nos faz bem,mas a gente deseja ver o outro perto, quer também ser tocada por ele.
   E o apaixonar-se? Por que seria de menor importância? A gente se apaixona por quem nos faz bem, nos faz sentir especial. É intenso.
Quando alguém vê o que temos de bom, faz a gente se sentir especial, como na verdade a gente pensava que era. Se a gente se apaixona então, deve ser algo egoístico porque estamos a olhar, através do outro, para nós mesmos? Estamos só readquirindo a fé no melhor que há em nós? Não, porque também vemos o melhor do outro, é uma comunicação de coração a coração, ao qual o corpo responde e traz bem estar. Mas isto é maravilhoso, porque é a fé que pode nos mover nas melhores direções! E, às vezes, é este olhar posto em nós, o que nos salva! É reconhecer o divino que há em cada um.
   Muito semelhante a quando temos fé nos preceitos de uma religião, ou em Cristo que olhará para nós e nos salvará - é poder crer que temos em nós uma centelha divina, que nos faz sentir em estado de graça. Acreditarmos que não estamos sós, que Ele nos vê é, guardadas as proporções, algo semelhante a termos nosso apaixonamento correspondido. 

  A amizade,é uma das coisas mais fabulosas, embora frágil, não é? Frágil porque amanhã pode já não estar lá, não nos pertence e nem conhece sua força.Fabulosa, porque um amigo oferece a nós e nos trata com o melhor que crê ter em si. E crendo em nós, também nos devolve a fé. E quando há confiança e convivência necessária, crendo que é recíproca a amizade, se sentirá livre para eventualmente nos mostrar até alguma fraqueza, porque amigo oferece apoio e seria natural não temer pedi-lo. Então, crer que temos um amigo verdadeiro, nos fará viver um ideal do sentimento que pode nos elevar até onde nossa fé recuperada possa alcançar, e ao mesmo tempo, pode nos trazer de volta à terra, aos limites, sem que precisemos atolar na negatividade da crítica! 
  Se o amor é divino... apaixonar-se é fundamental ! ...mas como é chama, não pode arder eternamente! ora, então seria bom que aprendêssemos( todos os casais), a nos reapaixonar, reacender a chama! (quando possível)
   E a amizade, sem sombra de dúvidas agora percebo, seria o melhor sentimento a ser trazido para o relacionamento e preservado entre um casal, porque este sentimento permite o divino e o real, permite aceitar o outro como ele é mesmo que nos mostre suas falhas, nos traz um bem estar que se traduz em um sorriso que não conseguimos impedir que brote espontâneo no rosto, e ainda pode conter momentos de amor e paixão. A amizade acolhe mais docemente o que o outro é...ou será que é a bondade, que faz isto? Já não sei!! Kkk..................
    Conheço uma jovem mulher que me disse outro dia, que chegou a se questionar quando percebeu que todos viam a ela e ao marido, como grandes amigos,mais até do que marido e mulher. Pois, penso que felizes os casais que tem na amizade seu maior ponto de apoio! Tomara que tenham consciência da benção que tem nas mãos! 

Texto e foto : Vera Alvarenga

domingo, 31 de outubro de 2010

Mulheres na casa dos 40( comentado pelas de 60!)

Hoje, no blog da Márcia, estávamos comentando sôbre o tema:" Mulheres na casa dos 40!"

Meu comentário ia ficar longo então, trouxe para postar aqui.

Desculpem mas agora vou abrir o verbo!
  Ah, meninas, entrar na fase dos 40 é muito bom!(Só que eu só sei disto agora!!) Eu tinha quase 10 kgs. a menos, era inteligente e muito mais corajosa. Os homens me achavam bonita e eu nem olhava pra eles, (nem de rabo de olho!!).Era bonita e não sabia !(baixa auto-estima é uma merda!!).Eu já havia me separado do meu marido por um ano, e havíamos voltado. Me sentia mais mulher e sexualmente mais amadurecida; sabia o que me dava prazer e conhecia muito mais o meu corpo do que antes- sexo passou a ser muito melhor do que até então!! Ao entrar nos 40,eu tinha voltado para a faculdade, tinha planos e tempo para concretizá-los!
   Pessoal, meninas...acordem!! Podem crer que entrar na fase dos 40 é uma maravilha!! Não é o tempo só de semear amizade e cumplicidade com o homem com o qual decidimos envelhecer! É o tempo para olharmos com respeito para nós mesmas e visualizarmos os frutos que já temos que começar a colher, para preparar as compotas que nós dois iremos apreciar, depois dos 60! Ou agora, ou teremos que nos conformar com o que tiver na despensa!
  Aproveitem com olhos bem abertos a fase dos 40!! rsrs..........(ninguém me avisou). Aos 60, cá pra nós, nem sempre nossa alma e vontade entendem muito bem esta coisa de terceira idade e do corpo que emagrece e não volta mais para o lugar! Lembrando o comentário de Veríssimo,eu tenho " flexibilidade e posso brincar com meus pés" ..rsrs.... mas,preferia brincar mais de fazer amor e de sorrir ( não que não faça isto, mas,tudo ficou muito mais sério,rs...). E não me venham com a história de que a terceira idade é a melhor idade!! Todas as fases tem coisas boas, mas "melhor" idade, já é demais!! Nesta fase dos quase 60 a gente começa a perder pessoas e coisas...e percebe que não deveria ter abandonado os planos para ajudar o outro só nos planos dele. Na fase dos 40, se você se apaixonar por outra pessoa, ainda poderá reconstruir sua vida, sem parecer ridícula! O apaixonamento é lindo em qualquer idade, mas garanto a vocês que é mais lindo aos 40 anos. Eu, na ocasião, conversei comigo mesma e me reapaixonei por meu marido. Faria tudo outra vez, por que fiz por convicção...mas,o importante é perceber se estamos acompanhadas no processo ou se vivemos dourando a pílula, pois aos sessenta, isto será cobrado, de um jeito ou outro!
  Gente, a fase dos 40 pode ser o auge em muitas coisas,e é bom encontrar tempo para unirem-se aos companheiros e não para continuar a renunciar, por eles! Claro que não devemos ser mesquinhas, mas não podemos perder tempo da nossa vida, que é um bem precioso, acocando amores egoísticos demais. A amizade, cumplicidade deverão ser semeadas nesta fase, mas também é o momento de garantirmos nosso espaço e de compreendermos e mostrarmos nossos limites, se não o fizemos até então...isto sim, é o que garantirá uma vida muito boa aos 60!! Pois, se continuarmos a pensar que somos capazes de suportar muito mais coisas, estaremos criando uma ilusão - e ilusão não é culpa do marido, não!! Ilusão é pensar que teremos tempo mais tarde, para olhar com respeito para nós mesmas. O tempo passa depressa. Se não nos respeitarmos aos 40, aos 60, convenhamos, sem dinheiro, sem um apaixonado a nos valorizar, será quase impossível! rsrs.........Aos 40 é hora de, com maturidade e perseverança, garantir a "aposentadoria" de modo a curtirmos tudo na melhor companhia...Nada de acreditar, como eu, que um dia os frutos cairiam do céu porque seu amor iria respeitar você , finalmente, mais do que você mesma se respeita.
   Se não nos prepararmos com consciência na fase dos 40, inclusive financeiramente, então nos restará rezar para que Deus nos dê depois dos 60, discernimento para suportar com dignidade e amor, o que não pudemos mudar, e que nos ajude a evitar a depressão e a preencher nosso coração com o amor pela beleza que houver em cada flor ou gesto, em cada passo do caminho. Só assim sobreviveremos e conseguiremos ainda manter um pouco da doçura da alma. 
  Um brinde à fase dos 40!! e a todas as coisas boas que pudermos ainda fazer, depois dela!! rs.....

Texto e foto : Vera Alvarenga

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Um presente em boa companhia...

Ontem me dei de presente, uma tarde especial!
E o melhor, tive companhia! enquanto minha norinha Lika foi ao dentista, fui caminhar um pouco no Shopping Morumbi. Há quanto tempo não fazia isto! Como está diferente tudo por lá, pela minha terrinha e bairro onde morei! Tudo lindo!
Descobri um sorvete com frutas..humm..delícia!
Depois, fomos ao cinema assistir Avatar, versão longa em 3D. Fantástico o filme e a mensagem de que há algo comum a todos nós, seres vivos desta Terra - o espírito da Natureza deste mundo no qual queremos viver e desejamos deixar para nossos netos, que deve ser respeitado e preservado!
Além disto, o bom foi assistir o filme em uma boa companhia! ela sabe que, cinema hoje em dia, tem uma atração(alegria) a mais ( pipoca! pic nic! hehehe)! E durante e depois, pudemos comentar a respeito. Fizemos uma viagem maravilhosa, durante a qual conversamos sobre espiritualidade, amizades, sentimentos, netos, maridos, carro... Sorrimos, tomamos lanche,rimos, lembramos de coisas pelas quais já nos emocionamos. Tivemos o mesmo desejo de que Deus nos protegesse na viagem de volta e fizesse a gasolina aguentar até o próximo posto(saímos de São Paulo às 23:45 !). Deu tudo certo ( mas quando eu for sozinha, volto mais cedo! rs..)
  Voltamos em paz. Amanhã, esquecerei o filme, mas nosso coração foi preenchido.
  Sou grata a Deus por poder ver( o filme) e perceber tantas outras coisas.
  Todos nós devíamos nos dar este tipo de presente, de vez em quando..sair com uma boa companhia com a qual a gente possa contemplar o movimento e comemorar a vida! Isto é impagável e nos alimenta da energia boa que transbordará de nosso coração, em diferentes formas, depois.
Texto e foto: Vera Alvarenga

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Quem disse que amizade entre nora e sogra é impossível?

Hoje à tarde,minha norinha Lika vai me levar a São Paulo. Vou com ela para aprender "como é fácil o caminho para lá!"(é o que ela diz, vamos ver!!) Assim, ficarei preparada para ir, quando houver um motivo importante.
Vou ficar lá no Shopping Morumbi,( pertinho de onde morei) enquanto ela vai ao dentista. Depois, vamos fazer hora, provavelmente no cinema ( ah, que sacrifício!hehehe) por causa do horário de rodízio de veículos. Nossa faz anos que não vou ao Shopping de lá e cinema (adoro), só vou com um deles(nora e filho)! Graças a isto, daqui a algum tempo, poderei visitar uma amiga que não vejo há anos!!
Bem, lembrando da amizade construída que temos e do respeito que precisamos ter à individualidade do outro, vou colocar uma cartinha que escrevi a ela ,há algum tempo, num outro blog que está abandonado...
CARTA PRA MINHA NORA"    
Você é nora..portanto..sou sogra(hii!.) 
    Amizade requer lealdade,carinho,cuidado e disponibilidade p/crer no outro.
    Amizade requer confiança p/ crer no que o outro diz, mais do que no que achamos que o outro quis dizer! 
   Dá trabalho..Requer empenho e nós estamos construindo isto juntas.(não é lorota não!..)sabemos o valor deste tesouro!
Uma boa amizade, nos faz uma pessoa melhor !

Conviver com você, em seus momentos de alegria, me faz feliz ! 
Após tantos anos, vivendo com e p/ homens (filhos e marido amado),conviver com você me permitiu intimidade com uma figura feminina, que me trouxe um espelho..Voltei no tempo e olhei com carinho,como nunca antes, p/ a jovem mãe que fui um dia. 
Então, com o mesmo sentimento amoroso que a abracei, em seus momentos difíceis, tomei a mim mesma em meus braços e num abraço, acolhi com amor a jovem mulher e mãe que fui e está pra sempre, dentro de mim. Pude ser generosa, porque você também é.
Sabe ser forte.. e doce...
Seja muito Feliz, minha querida Lika. Te amo. 







Beijo, Vera."

  A gente puxa o saco uma da outra, de vez em quando, mas sabem por que? Porque a gente acredita, ora bolas, que amar também é isto, é agradar, é notar o que o outro tem de bom, não apenas criticar, não é mesmo?  Se eu tivesse uma filha, me orgulharia que fosse como ela.
Texto e foto: Vera Alvarenga

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